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No capítulo anterior...

Draco assumiu (pelo menos para si mesmo e para Leopoldo) sua admiração pela ruiva. Ginny não assumiu nada, mas amou seu presente de natal.

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Capítulo 8 – Tudo que é bom, acaba.

"Fale a verdade, não foi o melhor presente de natal que eu já recebi?" – Ginny Weasley estava conversando com a amiga novamente, estavam almoçando juntas.

"É, o presente foi surpreendente. Nunca esperaria tanta sensibilidade de um Malfoy." – Mione não queria dar o braço a torcer, não queria admitir que o loiro não fosse tão ruim quanto ela achava que ele era.

"Pois eu adorei o presente"

"E eu acho que você deve olhar pra lá!" – A morena gesticulou com a cabeça, já que suas mãos estavam ocupadas com os talheres. Sem entender nada, a ruiva questionou:

"Para o garçom, por quê?" – A ruiva olhou para a direção indicada e viu somente um moço com uniforme do restaurante. Voltou a sua atenção para a morena, totalmente alheia ao que acontecia na porta da cozinha, o moço que trazia uma enorme bandeja, ao perceber que estava sendo observado pela ruiva, deixou cair a bandeja.

"Porque o brilho dos seus olhos está me cegando, é por isso!" – Hermione estava irritada.

"Mione, do que você está falando? Preciso voltar ao trabalho. Não posso ficar aqui escutando frases sem sentido." – Enquanto respondia isso, a ruiva procurava o garçom com o olhar. Mal o moço havia se recuperado do susto e recolhido todos os copos e garrafas que havia derrubado e a ruiva olhou novamente para ele. O outro atendente que vinha logo atrás percebeu que a bandeja cairia novamente, pegou-a e deu empurrão nas costas do coitado:

"As duas moças da mesa seis estão lhe chamando! Vê se acorda, Peter!

"Pois nnn..não?" – A voz esganiçada do moço não conseguiu atrair a atenção de Ginny. Ela sorriu, pediu a conta e ignorou o suspiro irritado da cunhada.

"O que foi?" – Ela não entendia a irritação da outra. Também não percebera o estrago que seu sorriso tinha causado no rapaz. O garçom, no caminho de volta ao caixa, tropeçou em uma cadeira e mal conseguia olhar para a frente. O moço não tirava os olhos dela.

"Que frases sem sentido, Ginny? Eu nunca falei algo tão sério em toda a minha vida." – Mas a outra não estava escutando novamente, agora degustava, demoradamente, o último bocado de mousse de chocolate. A ruiva estava com os olhos fechados e parecia extremamente feliz.

"É disso que eu estou falando! Você sempre foi alegre, mas ultimamente, você está irritante!" – Intrigada, Ginny largou a colher, agora vazia, e encarou a cunhada:

"O que você quer dizer?"

"Toda vez que você fala do Malfoy, seus olhos brilham. E... Não me interrompa." – A mera intenção de interromper a morena foi frustrada imediatamente.

"Agora eu vou falar e você irá ouvir: chega dessa brincadeira Ginny! Está ficando sério. O que começou como uma punição para o loiro, agora virou divertimento eterno. Não terminei ainda! Você perdeu a noção da realidade, confraternizando com o inimigo? O que você tem na cabeça? Lembra-se daquela lista que você fez?" Diante do olhar culpado da ruiva, Mione continuou:

"Então, você nunca mais fez nada daquela lista! Você parecia uma adolescente depois de beijá-lo, e quando fala nele, você fica toda derretida... O coitado do garçom só falta beijar o chão que você pisa, e você nem percebe! Só tem olhos pro Malfoy! Ginny, o que está acontecendo com você?" – O coitado do moço, que voltava com a conta e escutou o último comentário, deixou a conta no cantinho da mesa e sumiu da vista delas. Não voltou mais. Mas a ruiva nem percebeu. Na verdade, estava muito estranha. Tinha a boca levemente aberta e parecia um pouco assustada. Sem dizer uma só palavra, levantou-se da cadeira e foi embora. Sem pagar a conta ou responder ao chamado da Hermione. A ruiva estava muito perturbada, tinha muitas caraminholas na cabeça. Ao sair do restaurante, deu um esbarrão em um moço que estava encostado na parede. Pediu desculpas, mas ele aparentemente não entendeu e estava vermelho como um pimentão:

"O que a Sra. di... disse?" – Naquele instante ela compreendeu a realidade, estava apaixonada pelo Draco. Nervosamente, ela pegou as mãos do moço e murmurou:

"O que eu faço? Estou apaixonada!" – Mas não esperou uma resposta, soltou as mãos do rapaz e foi embora. Sobrou para Hermione socorrer o pobre garçom. Que na confusão do momento, acreditou ser o objeto da paixão da ruiva.

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Depois da revelação, Ginny teve muito tempo para pensar em tudo o que estava acontecendo com ela. Já estava trancada por horas na sua sala, ninguém tinha autorização para interrompê-la, estava sentada, olhando para a lareira. Nem a Hermione ela atendeu, na verdade, não queria ver ninguém. Pela primeira vez na vida estava realmente apaixonada por alguém. E isso tinha acontecido da maneira mais improvável possível, enquanto se aproveitava de seu inimigo com a promessa que ele havia feito. Sentiu-se tão pequena por estar fazendo isso, na verdade, Draco não tinha escolha. Ele precisava fazer tudo o que ela queria, não estava com ela porque queria ou sentia-se confortável. O remorso corroia a sua alma, sentia-se a pior das criaturas.

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"Como assim ela não quer ser interrompida? Você sabe quem eu sou? Eu sou o noivo dela!" – Draco estava na redação do jornal e queria falar com a Ginny. O dia anterior tinha sido maravilhoso. Depois de conseguir resgatá-la em meio à torcida uniformizada, eles foram para os melhores lugares que o dinheiro pode comprar, a tribuna de honra. Ele ficou maravilhado com o entusiasmo da ruiva, ela realmente entendia de quadribol. A cada ponto marcado ela fazia um tipo de dança e o abraçava, é claro que ele não fazia objeção nenhuma à demonstração de afeto, na verdade, os últimos abraços foram criados pela sua própria iniciativa. Depois, foram comer massa e beber vinho. Tudo ia muito bem até a hora do beijo de boa noite. Ele deixou-a na porta do apartamento, quando inclinou-se para dar o beijo, ela aparatou. Do outro lado da porta Draco ouvia o riso fácil dela. Ao invés de ficar bravo, sentia-se estranhamente feliz, a noite tinha sido quase perfeita e ele não tinha perdido mais dinheiro, só faltara o beijo.

"Desculpe-me, Sr. Malfoy. Mas são ordens expressas. Se eu deixá-lo entrar, sou uma assistente morta." - A moça parecia estar sendo sincera, mas o medo da fúria da ruiva parecia ser maior que a vontade de deixá-lo entrar no escritório. Ele já estava preparando uma nova bateria de argumentos quando a porta da sala se abriu.

"Isabel, deixe-o entrar." - A voz vinha de dentro do escritório, ele não pensou duas vezes e entrou. Encontrou-a sentada à mesa. Olhava-o atentamente. Deu um suspiro, pegou a varinha e, sem levantar-se, fechou a porta.

"Sente-se Malfoy." - Pelo tom de sua voz Draco sabia que algo não estava bem, a alegria do dia anterior tinha evaporado.

"Qual é o problema Ginny?" - Pressentindo o perigo, ele tentava entender o que estava acontecendo. Ela perecia estar nervosa e constrangida.

"Eu não sei o que aconteceu comigo ultimamente. O que eu fiz foi terrível e condenável e..." - Mas ele interrompeu-a:

"Não acho que você fez algo tão terrível assim, nós fomos ao jogo, comemos lasanha, bebemos vinho..."

"Draco, não complique ainda mais as coisas. Deixe-me terminar o que eu tenho que falar". - Pela seriedade na voz, ele conseguia prever o que aconteceria em seguida. Ela o liberaria da promessa. Mas porque ele não estava feliz por isso? Porque aquele sentimento estranho? Porque aquela vontade de calá-la a qualquer custo? Alheia ao que ele pensava, a ruiva continuou:

"Eu estou envergonhada de ter me aproveitado da situação. De tê-lo colocado em situação tão constrangedora. Desculpe-me por ter imposto a minha presença na sua vida, não fui justa com você."

"Ginny, você está exagerando. Eu..." - Mas ele foi interrompido novamente, ela respirou fundo e continuou:

"Apesar de tudo, você tem sido muito legal para mim. Adorei o reveillon, meu presente de natal e para ser sincera, até o seu humor ácido. Você não é quem eu imaginei, você merece estar com uma pessoa legal, que não o faça perder dinheiro a cada contrariedade. Estou envergonhada pelo que fiz e concordo em reparar as suas perdas. Tenho algumas economias..." - Ela continuava falando, mas ele tinha parado de ouvi-la. Sua mente gritava para que ele a impedisse de continuar falando. Não queria reparação. Não queria que tudo acabasse, por mais estranho que isso parecesse até para ele. Mas ela continuava falando:

"... e se isso não for suficiente, posso pagar o restante em algumas prestações, você aceita cartão de crédito?" - O olhar dela, apesar de decisivo, demonstrava um pouco de desconforto.

"Pois saiba que eu não quero seu dinheiro." - Direto ao ponto.

"Não? Tudo bem, eu te devolvo e você vê o que faz com ele e...".

"Esqueça! Eu não quero o seu maldito dinheiro!" - Era a primeira vez que ele ficava verdadeiramente furioso. Ela esta estava confusa, estava-o liberando da promessa e devolvendo o dinheiro, o que mais ele queria?

"Tá bom! O que mais você quer? Estou te devolvendo o que te fiz perder, a sua liberdade... O que mais você quer Draco Malfoy?" - Agora os dois estavam em pé, com apenas a mesa entre eles. Apesar de não responder, ele só pensava em responder 'você, é você que eu quero', mas nenhuma palavra saiu de sua boca, apenas encarava-a com uma intensidade assustadora, foi a gota d'água, ela fechou os olhos e recomeçou a falar:

"Draco Malfoy, eu... eu desejo q..." - Mas interrompeu o que diria, acreditou ter ouvido um sussurro:

"Não, Ginny..." - Involuntariamente, lágrimas começaram escorrer pelo rosto dela, em poucos dias tinha vivido mais emoções de que em toda a sua vida. Mas precisava ser forte, ela merecia mais do que um noivado de mentira e ele, uma pessoa melhor. Juntando toda a coragem que tinha completou:

"Eu desejo te libertar da promessa feita. A partir de agora, você é um homem livre." - Ela não abriu os olhos, portanto não pôde ver a angústia no rosto dele. Alguns segundos depois ela escutou:

"Está feliz agora?"

"Não." - Mas ela continuava recusando-se a olhá-lo, continuava com os olhos fechados. A atitude de Ginny, a impotência em admitir que gostava dela o deixava cada vez mais frustrado.

"É isso, então?" - Nenhuma resposta, ela continuava ignorando-o. Vendo que não teria uma reposta, ele foi até a porta e abriu-a com violência:

"Adeus Ginny Weasley!" - Fez-se silêncio na redação e o loiro aparatou imediatamente. Assim que se recobrou do susto, Isabel foi até a sala de sua chefe, encontrou-a sentada, com os braços envolvendo a cabeça sobre a mesa.

"Ginny, precisa de alguma coisa?" - Lentamente, a ruiva levantou o seu rosto, estava furiosa. Assustada, a assistente foi recuando, passo-a-passo, até ultrapassar a soleira da porta. Isso bem a tempo da outra pegar a varinha e fechar a porta com violência enquanto vociferava:

"Já disse que eu não quero ser interrompida!"

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Foi assim que o feitiço foi desfeito, não teve fogos de artifício ou ventos sobrenaturais. Nada. Só sobrou o vazio. Cada um continuou a sua vida, da melhor forma possível. Draco atormentou o quanto pôde o pobre do Leopoldo e Ginny voltou para baixo dos edredons. Eles viveram miseravelmente, longe um do outro, por exatos longos doze dias.

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A ruiva estava bem agasalhada. Segurava firmemente o casaco enquanto observava a paisagem gelada a sua volta. Tentava entender o motivo de ter voltado até o bosque, o lugar onde o tinha encontrado em apuros. Um leve sorriso iluminou seu semblante triste. Pouco tempo havia se passado, desde o encontro fatídico, mas ela tinha a impressão de que isso tinha acontecido há anos. A lembrança do loiro protegido apenas pelo lençol distraiu-a dos pensamentos tristes, e de repente, estava com calor! Na tentativa de tirar o casaco, a câmera fotográfica voou de seu pescoço e foi parar atrás de um arbusto. Indignada com seus pensamentos, Ginny abaixou-se na intenção de pegar seu equipamento caído.

"Tsk... tsk... tsk... Novamente em posição comprometedora, repórter-chefe?"– E lá estava ela novamente, abaixada, com a retaguarda para cima. Como ele conseguia fazer isso? Achá-la sempre em posições tão desfavoráveis?

"Ora... ora... Se não é o grande Draco Malfoy! Vejo que está completamente vestido!" - Apesar do sarcasmo, ele podia perceber que ela estava irritada.

"Por quê? Estava com esperanças de me achar despido novamente?" - O loiro encostou-se numa árvore, cruzou os braços e encarou a ruiva. Ele odiava admitir, mas tinha sentido saudades dela.

"Não que isso fosse uma coisa muito difícil, não é? Mulherengo do jeito que você é, não deve faltar oportunidades para você sair correndo somente com um lençol". - Mal pronunciara essas palavras e já estava se odiando. Parecia uma daquelas mulheres ciumentas que ela tanto desprezava.

"Ginny, querida. Até doze dias atrás eu era o seu noivo, esqueceu? Foi você quem terminou o noivado, não se lembra?" - Havia mágoa nas palavras dele. Involuntariamente, seu coração deu um sobressalto e ela procurou os seus olhos, mas ele não colaborou, virou-se de costas e fingiu observar a paisagem:

"Faz doze dias que eu não perco um galeão, mas veja bem, não estou dizendo que nosso relacionamento estava me prejudicando." - Desta vez só havia sarcasmo em suas palavras, com isso Ginny conseguia lidar. Sua resposta foi uma sonora gargalhada. Ao ouvi-la, Draco voltou-se novamente, e, ao vê-la sentar-se num tronco de árvore, imitou-a enquanto completava:

"Quando me diziam que as mulheres arrancavam o dinheiro dos homens eu pensava: Isso nunca acontecerá comigo. Mas você pulverizou uma pequena fortuna. E pensar que só fomos noivos..." - Ele usava um tom forçosamente indignado, sentou-se ao lado dela e cruzou as pernas. Ela riu novamente e deu uma leve cotovelada no loiro:

"Imagine o quanto eu não conseguiria fazer você perder no divórcio!" - Mais risos de ambos. Os dois ficaram sentados em silêncio por alguns segundos, cada qual perdido em seus próprios pensamentos, até que o Draco falou:

"Como teria sido?" - Ela demorou alguns segundos para perceber que ele tinha falado alguma coisa em voz alta. Silenciosamente, interrogou-o com o olhar e ele repetiu:

"Como teria sido?"

"Como assim?"

"Se nós tivéssemos nos casado?"

"Draco, isso esteve longe de acontecer, não é?"

"Mas como você acha que seria?"

"Bem, do jeito que você gosta de me provocar, você estaria falido antes de terminar a lua de mel!" - Essa era a última tentativa de escapar da pergunta do loiro, e aparentemente tinha dado certo, um sorriso maroto brincava nos lábios dele. Mas não durou muito, logo ele virou-se para ela e repetiu a pergunta:

"Como teria sido?" - Ela teve a decência de desviar o olhar, aquele era o questionamento que mais a perseguia, como seria um relacionamento de verdade com Draco Malfoy?

"Você quer a verdade?"

"Quero."

"Pois eu não sei. Nunca tive um relacionamento duradouro com ninguém."

"Nem com o Potter?" - Por mais incrível que isso possa parecer, a voz do loiro estava insegura, como que temendo ouvir uma resposta indesejada.

"Muito menos com ele." - A resposta pronta e direta fez com que ela atraísse o olhar dele imediatamente.

"Pois as revistas e os jornais dizem que vocês são almas gêmeas e irão se casar."

"Pra você ver a qualidade da mídia impressa no mundo bruxo ultimamente... E eu falo isso com a autoridade de redatora-chefe de um conceituado jornal." - Era fácil conversar com ela, as respostas eram inteligentes e rápidas, a ruiva não dava oportunidade para o interlocutor colocá-la contra a parede. A semelhança entre os dois era maior do que parecia à primeira vista. Mas como sempre, ele sabia onde ela queria chegar, quais eram os objetivos dela, então, completou:

"Fugindo do assunto novamente Srta. Weasley?" - Mais risos. Ela era toda sorrisos. Estar ao lado dele fazia um bem danado, podia ser ela mesma, falar o que queria, sem preocupar-se com o conteúdo ou a forma de seus diálogos, geralmente, precisava explicar seus comentários ou contornar as colocações mais maldosas. Com o Draco não. O lado ruim era que ele percebia quando ela estava tentando mudar de assunto, como agora:

"Bem, eu tento, não é?" - Mais um sorriso fulminante endereçado ao loiro, e parecia ter dado certo, silêncio e contemplação. Era assim que ela queria passar a tarde ao lado dele. Ficaram sentados, lado a lado, cada um mais perdido do que o outro em seus próprios pensamentos. Depois de alguns minutos:

"Assistiu à final de quadribol?" - Lá estava ele novamente, puxando papo, sem pensar em ir embora. Passavam tantas coisas na cabeça da ruiva, mas pelo que ela se lembrava, nenhuma delas era sobre quadribol. Estava muito ocupada tentando manter as mãos longe das pernas dele e a cabeça longe de assuntos como: beijo, dança, noivado e até casamento. O que ele havia falado há pouco tinha criado uma imagem mental muito forte, que começou a ser formada com a hipótese de como seria o casamento entre eles e, quando ele fez a pergunta do quadribol, ela já estava no estágio: por que eu não posso tentar um relacionamento com ele? Eu o liberei da promessa, não liberei? Eu sou solteira, ele também. O beijo dele é sensacional, as conversas são ótimas e até o silêncio perto dele é libertador. Quando percebeu que ele ainda estava esperando uma resposta, encheu-se de coragem e disse:

"Assisti. Foi ótimo."

"Nosso time foi espetacular! Durante o jogo eu pensava assim: é muito bom pra ser verdade!"

"Durante o jogo todo eu só pensei em você." - A mudança foi instantânea, ele parecia ter levado um choque ou algo parecido, estava com os olhos arregalados e a boca levemente aberta, ela só teve tempo para pensar que deveria fazer isso mais vezes, era bom deixá-lo sem palavras. No instante seguinte, já estava sendo beijada. E que beijo. Numa escala de um a dez, valia mil. Quando Ginny percebeu, já estava no colo dele, mal dava para notar onde começava um e terminava o outro. E pensar que toda essa explosão fora ocasionada pelo longo tempo de preliminares associada à distancia dos últimos doze dias e algumas horas. Até que tinha valido a pena. A ruiva percebeu que ele tentava falar alguma coisa, mas a cada tentativa ela repetia o beijo. Depois de alguns minutos ele conseguiu segurar o rosto dela entre as mãos, encostou a testa contra a dela e murmurou:

"Também só pensei em você." - Ela colocou as mãos no colarinho dele e puxou-o com força, o movimento fez com que os dois caíssem do tronco.

"Você está bem?" - Mas ela não respondia, só ria muito. Parecia uma ninfa, estava deitada de costas na neve, com os cabelos vermelhos espalhados para todos os lados, e os olhos, se Hermione pudesse vê-los agora, ficaria horrorizada com a luz que emanavam, pareciam holofotes. Nesse momento, ele percebeu que estava apaixonado. Nunca pensou viver um sentimento tão forte como o que estava sentindo, mas essa era a melhor surpresa que a vida lhe havia dado. Foi tirado desse devaneio por uma pequena bola de neve na cara.

"Draco, você não está ouvindo? Saia de cima de mim! Eu estou ficando ensopada com a neve!" - Apesar das palavras ela não parecia se incomodar com o peso dele. Então o loiro repetiu:

"Também só pensei em você, o tempo todo." - Ele estava apoiado somente na mão esquerda enquanto a direita enrolava um cacho dos cabelos dela. Seu semblante era calmo, apesar de estar um pouco corado.

"Pode até ser, mas você precisa admitir que fui eu quem primeiro afirmou que pensou em você." - Lá estava ela novamente, fazendo um comentário sarcástico, comprando a briga ele respondeu:

"Pois você admitiu que pensou em mim durante o jogo, no meu caso, admiti que pensei em você o tempo todo, portanto, você perdeu a dianteira." - Ela deu um sorrisinho sarcástico e beijou-o levemente no pescoço, isso fez com que ele se distraísse e ela aproveitou a oportunidade para empurrá-lo para o lado e inverter as posições. Agora, ele estava deitado na neve e ela havia sentado sobre o peito dele.

"E você já deve saber que eu não gosto de ser contrariada, não sabe?" - Ela estava sussurrando em seu ouvido e a voz dele estava bem rouca quando respondeu:

"E o que você quer que eu faça?" - Lentamente ele sentou e encostou-se no tronco que eles estavam sentados, em nenhum momento ele desviou o olhar do dela ou deixou que ela tirasse as pernas da cintura dele. Ginny sentia-se confortável no colo dele novamente, os olhos do loiro estavam escuros e nenhum dos dois estava mais escondendo o que sentia. Maliciosamente, ela pediu:

"Eu quero que você beije o meu nariz!" - Sem falar nada. Ele abraçou-a mais forte e atendeu o pedido. Enquanto ria ela abraçava-o pelo pescoço.

"Agora eu quero que você beije a palma da minha mão!" - Galantemente, ele puxou a mão dela que estava no seu pescoço, segurou-a entre as suas, virou-a com a palma para cima e beijou-a. Para disfarçar o tremor que percorreu o corpo dela, completou:

"Agora quero que você assuma que eu estava certa e você errado!" - Novamente ele não respondeu, remexeu nos bolsos do casaco, pegou um galeão, e jogou-o no meio do bosque, diante do olhar questionador dela disse:

"É só força do hábito." - Ele tinha um sorriso tão satisfeito e malandro no rosto, que Ginny imediatamente começou a rir, logo, o riso transformou-se em gargalhadas. Em poucos segundos, os dois estavam deitados na neve novamente. A tarde foi muito boa para o casal. E aquele era um dos raros momentos da vida, um daqueles que, a gente pensa que é tão bom que se melhorar, estraga!

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Olá pessoal! Chegou o final da fic... Espero que vcs tenham gostado! Foi o máximo de romance que eu consegui tirar desses dois... rs... Sorry... Tb não sou mto romântica... rs... Obrigada por todos os reviews! Vcs são demais!

Um beijo especial para o pessoal que mandou review do cap. 7: suzi black, Carolilina Riddle Malfoy, Fini Felton, Franinha Malfoy, miaka, jehssik, Helo e os anônimos da vida! Adorei escrever a fic, mas gostei mais ainda do retorno de vcs... Um "super hiper mega obrigada!" pra Rafinha M. Potter, que gentilmente betou esta história.

Até a próxima!

Bjs,

Bruna