ATENÇÃO!
Esse capítulo contém cenas LEMON (sexo entre dois homens). Se você não gosta ou não se sente confortável com isso, por favor, não leia. Não diga depois que eu não avisei, hein?
Para aqueles que gostam assim como eu, divirtam-se. E depois em digam o que acharam!
Cap 6 – Todos dizem eu te amo
Salão do Grande Mestre. Decoração luxuosa. Música. Comida farta. Bebida à vontade. Gente bonita, inteligente e cheirosa dançando e se divertindo. Festa!
– Nossa, que deu na cabeça da Saori esse ano? Todo esse vinho, esse whiskey, essa vodka, e até cachaça brasileira, pra ir dando aquele clima... o que aconteceu com a pão-dura, que anda generosa? – comentou Ikki com Máscara da Morte, segurando um copo de caipirinha que Aldebaran lhe dera.
Máscara deu de ombros. – Quem se preocupa? Eu quero mais é beber! Encher a cara mesmo. – respondeu, olhando fixamente para Afrodite, que rodopiava meio bêbado no meio do salão.
– Aliás, me fala aí, Máscara – Ikki disse, batendo forte nas costas do amigo. – Você, que era todo machão... de repente taí, todo caído pela bixa do Afrodite... como isso aconteceu hein?
– Você não tem amor à vida, não, Passarinho? – tornou Máscara, já fechando a mão pra dar um soco bem dado em Fênix. Mas não fez nada. Suspirou e continuou falando. – Quem entende, não é, Ikki? Eu jamais imaginei que iria me apaixonar, ainda mais por um homem. Mas essas coisas simplesmente acontecem! Se até o Cubo de Gelo tá morrendo de amores pelo Milo, por que eu não posso estar com o Afrodite?
– É, amigo. Você tem razão. – contentou-se Ikki, tomando outro gole da bebida.
No meio do salão, Afrodite dançava sensualmente, brincando com Aldebaran, Shun e Hyoga, que pareciam bem à vontade. De vez em quando Peixes lançava um olhar atrevido para o amante, que sorria e bebericava um gole de alguma bebida alcoólica, a que estivesse à mão no momento. Seiya e Saori dançavam ainda juntos, e Seiya parecia um tanto quanto desconfortável, ao passo que Saori sentia-se no céu, a ponto de nem perceber quando Camus e Milo saíram de lá em direção ao jardim trocando olhares apaixonados.
– Ai, Seiya, não foi lindo Mestre Camus cantando? – sussurrou a menina no ouvido de Pégasus.
"Ai, Zeus... em que eu fui me meter!", pensou Seiya. – Sim, foi. Não fazia idéia de que ele cantava assim tão bem... – respondeu. "Preciso bolar um jeito de me livrar dela", tornou a pensar pra si mesmo. Abraçado à garota, olhava para todos os lados de canto de olho, procurando uma saída estratégica dali.
Em outro canto, encostados no balcão, Mu, Shaka, Aiolia e Marin conversavam ainda. Todos os quatro extremamente preocupados com a demora em Seiya tomar uma atitude e colocar o plano em ação o mais rápido possível. Estavam tensos porém pareciam animados, e mesmo Áries e Virgem cederam à bebida.
– Se esse pirralho não fizer alguma coisa agora eu juro que não vou precisar do Satã Imperial pra acabar com ele! – disse Aiolia dando um soco no balcão e pedindo outra tequila pro garçom que estava ali.
– Chamou chamou? – apresentou-se Saga, juntando-se ao grupo.
– E aí, Saga, curtindo a festa? – perguntou Marin, fazendo um carinho maroto e discreto no namorado, acalmando-o um pouco.
– Poderia ser melhor. – respondeu Gêmeos – eu poderia estar pegando alguém...
– Saga, meu caro, você é incorrigível! – Shaka riu alto. Todos riram também, e a tensão dos casais desanuviou por alguns instantes.
Também no meio do salão, totalmente entregues a provocações mútuas e à deliciosa arte da conquista, dançavam abraçadinhos Shura e Shina. Certamente estariam se beijando se Atena não tivesse proibido o namoro entre os cavaleiros. Mas Shina não conseguia evitar fazer alguns carinhos na nuca do espanhol, dedos de unhas compridas passeando displicentemente no pescoço do outro. Capricórnio sorria e se arrepiava todo, apertando a cintura da italiana bem forte, arquitetando um plano para levar Shina às escondidas para a décima casa.
Enquanto isso, no meio do salão, Seiya se desesperava cada vez mais. Já tinha elaborado mil e um planos pra não ter de encarar a Saori: apertar a bunda de Aldebaran para que o brasileiro o enchesse de porrada, saindo dali direto pro hospital; apertar a bunda de Afrodite para Máscara da Morte enchê-lo de porrada, saindo dali direto pro hospital; se jogar entre Shura e Shina obrigando os dois a enchê-lo de porrada, saindo dali direto pro hospital; correr até Ikki gritando "o Shun e o Hyoga se pegam" para Fênix e Hyoga encherem-no de porrada, saindo dali direto pro hospital; entre outras.
"O grande problema", pensava Pégasus, "é que todas essas idéias terminam com direto pro hospital. Não que eu não esteja acostumado... mas é que isso vai ser outro motivo pra Saori passar mais tempo comigo, me paparicando, e eu quero é me livrar dela... Zeus, por favor, eu sei que ela é sua filha, mas quebra meu galho?", rezou Seiya. E foi nesse momento que Shiryu passou por ali em direção ao banheiro. "Bingo!", comemorou Seiya internamente.
– Saori, me dá um minuto, sim? Preciso ir ao banheiro! – disse Pégasus e Atena sorriu e concordou com a cabeça, indo juntar-se ao grupo dos casais e Saga, para desespero deles.
Seiya saiu meio que correndo e sorrindo um sorriso falso de canto de boca. Abriu a porta com tudo, acertando as costas de Shiryu em cheio.
– Seiya, credo! – gemeu o Dragão passando as mãos nas costas. Por baixo da camisa branca do amigo, Seiya pôde ver a figura de um dragão começar a aparecer e ficou um tanto quanto preocupado.
– Ai, desculpa, Shiryu! Mas é que eu tô com um problema e você precisa me ajudar... – contou Pégasus, pressionando seu corpo contra a porta do banheiro a fim de impedir a entrada dos outros.
– Nossa, que novidade, hein, Seiya! A gente realmente nunca te livrou de problema nenhum... – tornou Shiryu num tom pra lá de irônico.
Silêncio.
– Não entendi! – disse Seiya dois minutos depois, a cara abobalhada de sempre.
Shiryu suspirou, revirando os olhos. "Não tem solução, sério!", pensou o chinês, desolado. – Ai, desencana, estorvo! Diz o que você quer dessa vez, vai...
Seiya fitou o amigo, seus olhos brilhando num misto de esperança e necessidade. E desandou a falar sem nem respirar.
-X-X-X-
Enquanto isso, nos jardins, Camus e Milo se beijavam. Um beijo doce, demorado, vagaroso. As línguas se exploravam com cuidado, e não com avidez. Os corpos se relaxavam ao invés de se tensionar, os braços envolvendo um ao outro num abraço apertado. Paixão sim, mas mais que isso: carinho.
Separaram o beijo e se encararam durante alguns minutos. Camus acariciou a bochecha esquerda de Milo com as costas dos dedos, enquanto o grego embrenhava as mãos nos cabelos do francês, admirado com a textura que permitia o toque desde a cabeça até a última ponta. Se achavam lindos, admiravam-se. Amavam-se, não havia dúvidas. Nos olhos de ambos, aquela expressão de entrega e súplica. O brilho que vinha da alma. O calor que vinha do corpo. Tudo junto, tudo misturado.
De frente um para o outro, Milo apoiou a cabeça no ombro do francês, voltando ao abraço que haviam desfeito. Camus alisou os cabelos do outro, que entrou num estado lisérgico e quase dormiu. Por quanto tempo Camus ficou acariciando Milo que dormia acordado em seu ombro os dois não saberiam precisar. Só se sabe que, algum tempo depois, Camus suspirou longamente.
– Milo, mon ange. Triste dizer, mas temos que entrar... Já devem ter dado por nossa falta, non? – perguntou relutantemente.
– Hã? Quê? – Milo murmurou completamente fora de si, abrindo os olhos com dificuldade. Olhou pra Camus, voltando à realidade. – Ah sim, claro. Temos de voltar à festa. Saori não pode nem desconfiar que a gente está aqui... – disse com uma expressão realmente triste.
– Shiiiish, Milo, não fica assim, chèr! – respondeu Camus colocando o indicador na boca do grego, pedindo por silêncio. Tomando uma das mãos de Milo e levando-a à boca, deu-lhe um beijo doce. – Hoje não quero saber de tristeza, han?
Milo sorriu. Estava no céu. E o francês tinha razão. Encaminharam-se para o salão, de mãos separadas, meio afastados um do outro.
– "Ah, ça c'est assez triste!" (1) pensou o francês olhando as costas daquele ser que tanto desejava.
Milo foi o primeiro a entrar no salão. Sentia uma vontade imensa de olhar pra trás e correr pros braços do francês. "Maldita, maldita Atena!", murmurava pra si mesmo. Nervoso, atravessou correndo a pista de dança improvisada que se tornara o meio do salão, indo de encontro a seu melhor amigo. E Aiolia recebeu-o com um sorriso generoso. Estava realmente feliz pelo amigo. Queria saber coisas, perguntar sobre tudo. Mas não podia. Atena estava na mesma roda que eles. Havia uma eternidade que Seiya estava no banheiro.
Camus, por sua vez, optou por ir sentar-se discretamente ao lado de Máscara da Morte e Ikki, os dois já um tanto quanto bêbados. Simplesmente não agüentaria ficar ao lado de Milo sem poder tocá-lo. – Noite estranha, hein? – perguntou Câncer sem desviar o olhar de Afrodite, que ainda dançava no meio do salão.
– Tempos estranhos, eu diria... – murmurou Camus, recostando-se no sofá e admirando o grego que estava de costas para ele, um pouco mais à frente.
-X-X-X-
– Seiya, você tem noção do que você está me pedindo? – Shiryu perguntou meio que tentando entender o pedido do amigo.
– Claro que tenho, Shiryu. Eu não quero ficar com a Saori... você precisa me ajudar! – Pégasus parecia desesperado.
– Ai, meus sais! – suspirou o cavaleiro de Dragão, revirando os olhos. – Só que eu te digo de coração, Seiya: não há maior prova de amizade nesse mundo!
– Eu sei, Shi! – respondeu Pégasus sorrindo de orelha a orelha. – É por isso que eu te amo taaaaaaaaaaanto...
– Na boa, cara, nem brinca com essas coisas... depois que até o Camus rendeu-se aos charmes masculinos, eu tenho até medo de brincar assim... – Shiryu bateu nas costas do amigo.
– Fica frio, Dragão. Eu só não quero é a Saori... porque essa ninguém merece! – Seiya juntou as duas mãos num sinal de oração e balançou-as juntas, demonstrando uma certa indignação.
– Quer saber, Seiya? Eu tenho certeza absoluta que você no fim das contas vai acabar com ela e por livre e espontânea vontade... – disse Shiryu já saindo do banheiro. Deixou atrás de si um Seiya corado e sem graça. "Será?", pensou Pégasus, indo lavar o rosto.
-X-X-X-
Sentando junto de Aiolia, Marin, Shaka, Mu, Saga e Atena, Milo balançava as pernas freneticamente, visivelmente nervoso. O garçom oferecera-lhe já algumas doses de bebidas, as quais foram devidamente recusadas pelo grego. "Quero manter-me sóbrio hoje. Muito sóbrio!", pensava Milo, lambendo os lábios e jogando a cabeça pra trás, seu gesto típico de desejo.
Aiolia, por sua vez, também estava muito nervoso. Não só devido à proibição de Atena, mas também por querer conversar com Milo em paz sem poder. Atena falava sem parar com eles, algo sobre a implantação da filial brasileira da Fundação. Ou algo sobre BMWs e sorvete. No fundo, ninguém prestava a menor atenção nela. Apenas balançavam a cabeça afirmativamente, soltando um "ah-hã" de quando em quando, intercalados a sorrisos esporádicos. Aldebaran e Afrodite por fim juntaram-se a eles. Dançando agora somente estavam os cavaleiros de prata.
Na roda, Milo ficou de frente para Aldebaran. Atena estava ao lado de Milo, e este piscava e fazia gestos frenéticos com os olhos para o taurino, que não entendia nada. O brasileiro piscava de volta, achando que era algo a respeito da música, de Camus e de como tudo tinha ido tão bem. Não entendera que o que o grego queria era afastar Atena dali o mais rápido possível. Ficaram nesse jogo até que Atena olhou desconfiada para Aldebaran murmurando algo sobre as esquisitices dos brasileiros, logo em seguida do décimo quinto "nossa, como o Seiya está demorando no banheiro... será que ele está bem?".
Foi então que foram todos subitamente salvos. Pois Shiryu aparecera do nada, como que por magia, ostentando uma expressão de "dever a cumprir" e convidou Saori para dançar. A menina sorriu um tanto quanto constrangida mas aceitou o convite. Os cavaleiros ali entreolharam-se entre surpresos e aliviados. Quando Aiolia fez menção de abrir a boca pra dizer alguma coisa, Seiya saiu correndo do banheiro, quase atropelando Shun e Hyoga que esperavam na fila do toilet.
Mu e Shaka quase choraram, mas impediram Aldebaran e Shura (que observara a cena de onde estava) de saírem correndo atrás dele. Aiolia debruçou-se sobre o balcão murmurando "eu desisto, eu desisto", e Marin acariciou seus cabelos, desconsolada. Milo só faltou chorar. Afrodite soltou um gritinho e fez uma anotação mental para trucidar Seiya no dia seguinte. Ikki ria escandalosamente, dizendo que "tinha que ser o Seiya mesmo, apelando pro Shiryu...".
Estavam todos assim, tendo suas próprias reações quanto à fuga de Seiya, quando Camus levantou-se de onde estava, passou pela mesa em que Escorpião havia se sentado e pegou o buquê de rosas, dirigiu-se até a roda dos amigos, passou uma das mãos pela cintura de Milo, entregando-lhe o buquê com a mão que estava livre. Colou os lábios na orelha do outro.
– Vem comigo? – murmurou baixinho.
Milo sorriu e não disse nada. Levantou-se e seguiu o francês. E Camus fez jus à expressão "sair à francesa", levando o amante consigo, enquanto os outros riam e comentavam sobre a capacidade de Camus de esfriar as situações mais quentes.
– Se bem que nesse momento eu acho que as coisas vão é esquentar pro Geladinho... – disse Afrodite ironicamente. Todos riram e decidiram sem dizer uma palavra sobre o assunto que iriam ao menos tentar aproveitar o finzinho da noite. E que iriam fazer de tudo para proteger o casal recém formado.
-X-X-X-
Desceram as escadas que separavam o Salão do Grande Mestre da Casa de Aquário correndo e rindo. Milo carregava consigo as flores que Camus lhe dera. Paravam de vez em quando para arrumar as coitadas das flores, aproveitando-se para se beijar, apertando os corpos um contra o outro. Chegaram finalmente à entrada da casa de Camus. Este parou e beijou o amante calorosamente.
– O que a gente ta esperando pra entrar, Camus? – disse Escorpião entre suspiros enquanto seu pescoço era explorado pela língua quente do outro.
– Isso! – Camus abriu a porta e pegou Milo no colo. – Nós, os franceses, somos conhecidos por seguir as tradições, mon ami!
Milo riu gostosamente. Estava nos braços do homem que amava. Isso era mais importante que tudo. Mais importante que a proibição de Atena. "Bah, mais importante que a própria Atena!", pensou, sendo a sua vez de explorar o pescoço do outro.
– Enfim, sós! – disse Camus, colocando Milo suavemente em sua cama. Olhou para o grego, que estava simplesmente deslumbrante. A camisa vermelha com dois botões abertos deixava uma pequena parte do peitoral bem trabalhado do grego à mostra. Camus suspirou de puro desejo, e Milo lambeu os lábios jogando a cabeça para trás.
– Você sabia que eu fico louco quando você faz isso? – perguntou Camus, já se deitando ao lado do amante, acariciando o peito do outro por dentro da camisa.
Milo soltou um gemido abafado antes de responder. – Isso o quê?
– Essa coisa de lamber os lábios e mexer a cabeça... Zeus, é muito sensual! – Camus respondeu.
– Jura? – tornou Milo e fez o gesto. Riram os dois. – E eu fico doido quando você fala francês...
– C'est vrai, mon ange? (2) – murmurou Aquário no ouvido do outro.
– Oui! – riu-se Escorpião. – Mas agora eu sugiro que a gente pare com os entretantos e parta logo pros finalmentes, porque a gente já adiou isso demais!
Camus riu. "Até agora ele não perde o jeito brincalhão. Zeus, eu amo o Milo!", pensou. E então sua mão pressionou o mamilo esquerdo do amante, ainda dentro da camisa do outro.
Milo soltou um gemido que excitou ainda mais Aquário. Beijaram-se mais uma vez, dessa vez avidamente. As línguas brigavam entre si numa exploração mútua e benéfica para ambas as partes.
Escorpião se levantou e tirou os sapatos e as meias do amante, tirando em seguida os seus próprios. Debruçou-se sobre Camus lambendo-lhe o lóbulo da orelha direita, e foi então a vez do aquariano gemer de prazer. O grego beijou toda a face do amante, a boca, passando então a beijar o pescoço do outro, ao mesmo tempo em que desabotoava a elegante camisa verde de Camus.
O francês se entregou àquelas sensações de prazer, e quando se deu por si já estava sem camisa e Milo envolvia um de seus mamilos com a língua enquanto acariciava o outro. Camus percorria as costas de Milo para cima e para baixo com uma das mãos, e a outra acariciava os cabelos cor de safira do outro. Escorpião levantou o rosto e encarou-o nos olhos, sorrindo, a felicidade estampada em seu rosto.
Então foi a vez de Camus desabotoar um por um os botões da camisa de Milo, libertando finalmente aquele peito que ele tanto desejava explorar. Sorriu e abocanhou um dos mamilos do grego deitado embaixo de si, fazendo movimentos circulares com a língua, fazendo com que o outro soltasse gemidos de puro deleite.
Beijaram-se novamente, Camus por cima de Milo, pressionando as coxas e os quadris no outro. Escorpião então apertou as nádegas de Camus, que soltou um gemido abafado.
Os peitos nus roçavam-se um contra o outro, as línguas se tocavam demonstrando um desejo há muito tempo contido. E as calças pareciam subitamente apertadas demais. Milo então forçou Camus a deitar-se de lado, de frente a ele, e sem quebrar o beijo escorregou os dedos ágeis do peito para a barriga do francês, demorando-se no umbigo, brincando com o botão da calça do outro, que suspirava e gemia já quase sem controle.
Camus tentava raciocinar, mas era em vão. Havia muito que desejava Milo sem saber, e agora estavam os dois ali, prontos para consumar aquilo que há tanto esperavam. O desejo pulsava em suas calças, e aquela tortura de Milo era demais até para ele suportar. O aquariano então não teve dúvidas e, afastando Milo de si, levantou-se e arrancou as calças, ficando apenas com uma boxer preta.
– Como você é lindo, Camus! – Milo não pôde evitar exclamar ao ver o francês ali, em pé na sua frente, seminu, meio suado de desejo e prazer, os cabelos lisos desgrenhados pela avidez de seus dedos, a pele branca com alguns pontos vermelhos demonstrando onde Milo apertara demais, o sorriso lindo e sexy só pra ele, os olhos que exalavam tesão, o volume pulsante dentro da única peça de roupa que ainda ostentava.
O grego ficou de joelhos na cama, arrastando-se de encontro ao amante, que abaixou-se para dar-lhe um beijo apaixonado. – Não, Milo, você que é lindo! – murmurou Camus entrelaçando os dedos nos dedos do outro e olhando-o apaixonadamente. – Très joli! (3)
Aquário empurrou delicadamente Milo colocando as duas mãos nos ombros do grego, forçando-o a deitar-se novamente na cama. Ajoelhou-se em frente a ele e lambeu em volta de seu umbigo com gosto, arrancando um gemido do outro. Passou as duas mãos pelas laterais do corpo do amante, beijando toda a extensão de seu dorso, esfregando os lábios em seus mamilos e mordiscando o braço bem torneado pelos treinos que o grego tão orgulhosamente ostentava.
– Sou lindo e muito vestido, Camus! – quase gritou Milo. Camus sorriu. – Concordo! – respondeu, finalmente tirando as calças do outro, que também ficou só de cuecas. Ajoelhou-se novamente em frente ao amante que jazia em sua cama completamente entregue e massageou seus pés, beijando-os de leve. Foi subindo pelas pernas até as coxas, que apertou com gosto e mordeu quase forte, lambendo a parte interior.
– Por Zeus, Camus, isso é tortura! – levantou Milo e arrancou as próprias cuecas. Camus admirou-se com aquele membro grande que exalava desejo. Mas de repente corou e parou, levantando-se, visivelmente sem graça.
Milo apoiou-se nos cotovelos achando a expressão de vergonha do francês a coisa mais linda do mundo. Percebendo o que se passava pela cabeça do outro, todas as dúvidas, sentou-se na cama e encarou o amante nos olhos.
– Você nunca fez isso, não é? – Milo indagou.
Camus olhou pra baixo, envergonhado. – Com homem, não.
Milo levantou-se e abraçou o amante, as ereções roçando-se uma na outra, separadas somente pelas cuecas do francês, arrancando suspiros dos dois. Escorpião beijou o outro demoradamente, e sem que o francês percebesse encaminhou-o novamente para a cama. Livrou-o da única peça de roupa que ainda separava o contato total entre os dois amantes. Foi então que teve uma idéia sensacional. Ainda beijando o amante, tateou ao lado da cama e alcançou o buquê de Afrodite.
Pegou uma das rosas e, separando o beijo, passou-a por todo o corpo do francês, começando pelo rosto, descendo pelo pescoço, braços, torso, barriga, coxas e pélvis. Camus gemia ao toque sutil da rosa, seus olhos fechados numa expressão de puro prazer. Escorpião demorava-se nos lugares em que Aquário demonstrava ser mais sensível: pescoço, mamilos, interior das coxas. Demorou-se um bom tempo circundando a rosa pela ereção do outro, que gemia descontrolavelmente, o toque suave enlouquecendo-o, o peito arfando. Depois Milo percorreu o mesmo caminho com a boca, uma língua ávida explorando todos os cantos daquele corpo que tanto desejava. Camus percorria as costas do amante com as pontas dos dedos, apertava a cabeça do outro contra seu corpo. Sensações boas e novas percorrendo toda a sua espinha, deixando-o maluco.
Milo então parou por um instante e observou o membro do francês. Acariciou-o com as mãos e Camus quase gritou de tanto prazer. Calou-se ao sentir a ponta da língua do outro fazendo voltas por seu pênis, num movimento que deixava-o maluco.
– Ai, Milo... – gemeu o francês. Milo então abocanhou a ereção do outro de uma só vez, mostrando experiência e desejo, alternando velocidades, ora carinhoso ora voraz. Camus não sabia o que fazer, aquilo era bom demais pra ser verdade. Entregou-se àquele mundo de sensações, acariciando os cabelos do amante, olhos fechados, esperando o momento certo para dar alívio a toda aquela tensão.
E quando o momento ia chegar, Milo parou a felação, olhando fixamente para o outro, que ainda mantinha olhos e dentes cerrados, numa expressão de quase êxtase que fora cruelmente interrompido.
– Milo, s'il vous plaît... (4) – gemeu Camus abrindo os olhos e encarando o amante.
– Oui, ça me plais beaucoup! (5) – respondeu Escorpião levantando-se, o corpo nu e másculo todo à mostra, a respiração meio ofegante e aquele sorriso meio cínico de Milo que Camus tanto admirava. – Mas agora a gente vai fazer diferente...
– Milo, eu não sei o que fazer... tenho medo de te machucar, não sei... – disse Camus entendendo a intenção do outro. Milo obrigou Camus a sentar na beirada da cama.
– Não tenha medo, Camus. Tudo o que você não vai fazer nesse momento é me machucar, você vai ver... – disse Escorpião. Tomou a mão de Camus entre as suas e levou os dedos do francês à sua boca, lambendo três dedos em movimentos circulares, encarando Camus que, doido de tesão, perdera a timidez e já brincava meio sem jeito com a ereção do outro, que também gemia de prazer.
Quando os dedos de Camus estavam bem úmidos, Milo encaminhou o dedo indicador do amante ao seu orifício. O dedo entrou com facilidade, Milo e Camus gemendo. Camus, com a outra mão, continuava a massagear demoradamente o membro do amante, que mordia o lábio inferior. Milo guiou mais dois dedos pra dentro de si, e começou a rebolar, acostumando seu corpo ao que estava por vir.
Camus olhava aquela cena extasiado. "Zeus, isso é muito bom!", pensava, ambas as mãos extremamente ocupadas em lugares estratégicos do corpo do amante, enquanto as línguas se exploravam mais uma vez.
Milo delicadamente tirou os dedos do amante de dentro de si, lançou um olhar lascivo para Camus e virou-se de costas para ele, esfregando sua entrada no membro ereto e molhado do amante, que dava mordiscadas em seu ombro. O grego foi então descendo devagar, curtindo a dor e o prazer que aquilo tudo proporcionava. Camus apertava as nádegas do amante, ávido por possuir aquele corpo há tanto desejado, gozando da felicidade de estar dentro daquele espaço tão gostosamente apertado.
Por fim Milo deixou-se preencher completamente pelo membro do francês e começou a rebolar ritimadamente. Camus soltava sons e gemidos sem nexo, lambia as costas do outro à sua frente, uma de suas duas mãos ocupava-se do pênis do companheiro e a outra acariciava todo o dorso do outro, puxando-o junto a si.
Ficaram algum tempo naquele jogo gostoso. Por fim Milo, já não agüentando, mais explodiu de prazer na mão do amante. Pouco tempo depois foi a vez de Camus gozar dentro de Milo. Permaneceram ainda algum tempo naquela posição, as mãos de ambos entrelaçadas, os braços fortes envolvendo a cintura de Milo, o perfil de Camus apoiado em suas costas, repirações ofegantes. Cabelos, pêlos e suor misturados.
Exaustos, finalmente se separaram, deitando-se na cama um de frente para o outro, acariciando-se os rostos e alisando-se os cabelos ternamente.
– E então? – perguntou Escorpião sorrindo.
– E então? Foi a melhor sensação de toda a minha vida, Milo! – respondeu Aquário e deu um beijo nos lábios do amante.
– É, você não decepcionou em nada também, Camus. – tornou Milo, olhos se fechando, sonolento.
– Não brinca comigo. Eu fiquei todo envergonhado, não sabia o que fazer!
– Eu percebi. Mas parece que você aprendeu bem rápido! – riu-se Milo e Camus corou. – Lindo! Adoro quando você fica assim vermelhinho! – continuou Escorpião, deixando o outro ainda mais corado. Os dois riram daquilo e continuaram fazendo mais algumas brincadeirinhas.
Então Milo virou-se ficando de costas para o francês, que entrelaçou sua cintura com as mãos. – Oh, mas não pensa que eu esqueci aquela história de "primeira vez com homem", não, viu? Amanhã hei de cobrar essas história! – disse Milo apagando o abajur que ficava ao lado da cama.
– Amanhã te conto! – riu Camus e fechou os olhos, já pronto pra dormir. Milo então ligou novamente o pequeno abajur e virou o rosto a fim de encarar o francês. – E olha, em caso de eu não ter falado, quero que fique muito claro. Eu te amo, viu, Camus! Je t'aime! – afirmou Milo, novamente desligando a luz e recostando-se no travesseiro.
Camus sorriu fazendo carinho no amante, esperando que ele dormisse. Os dois finalmente adormeceram, exaustos, de conchinha, felizes, satisfeitos e amados.
-X-X-X-
Milo acordou sorrindo mas mantendo os olhos fechados. Tateou o outro lado da cama, procurando por aquele ser que tanto amava, que tanto queria, e que agora possuía. Mas suas mãos tocaram os lençóis, não havia ninguém do outro lado. "Mas será possível que foi tudo um sonho? Tava tudo bom demais pra ser verdade, mesmo...", pensou. Abriu os olhos e sentou-se na cama, dando-se então conta de que estava nu, seu corpo ainda exalando as sensações da noite anterior. Olhou em volta e reconheceu aquele quarto como sendo o quarto de Camus, e quando seus olhos passaram pelo chão encontrou as roupas dos dois misturadas e amarrotadas. Sorriu. "Ah, Zeus... é sim bom demais pra ser verdade! Mas onde está meu Cubo de Gelo?", tornou a pensar, já vestindo sua cueca que estava no chão.
Caminhou sonolento pela casa de Aquário, sem dizer uma palavra, procurando ser o mais silencioso possível. Ouviu barulhos vindos da direção da cozinha e foi para lá. Encontrou Camus de costas para a porta, encostado na pia, cabelos molhados e corpo cheiroso, indicando um banho recém tomado. O francês vestia o mesmo short preto que havia usado na fatídica noite da bebedeira de Milo, a noite em que haviam começado a descobrir uma paixão há muito abafada.
A mesa estava posta: suco de laranja e de abacaxi, alguns tipos de pães e queijos. Dois pratos, dois copos, duas cadeiras. Tudo ali, pronto para os dois. Andou sorrateiramente de encontro ao francês, que já havia percebido a presença do outro mas optara por continuar lavando a louça, fingindo-se de desentendido. Milo de repente abraçou Camus por trás, um de seus dedos percorrendo o elástico do short, mordiscando de leve o ombro do amante. – Sabia que esse short me é muito caro, Camus? – sussurrou no pé do ouvido do outro, que arrepiou.
Camus sorriu. – Pois é, imaginei. – disse sem desviar sua atenção da tarefa que estava fazendo. – Se você quiser tomar banho, Milo, tem toalhas e uma roupa separadas pra você no meu banheiro. Ah, tem também uma escova de dente nova... a pasta está em cima da pia, deixei lá pra você.
– Francês, não sei se rio por ter me apaixonado justo pelo ser mais organizado, frio e calculista da face da Terra ou me preocupo com meu odor matinal. Tô fedendo é? – perguntou fingindo-se de ofendido.
O aquariano soltou uma gargalhada, virando-se por fim para o amante e dando-lhe um gostoso beijo de bom dia. – Pronto, feliz agora? Excelente hálito matinal! – sorriu Camus.
– Muito feliz! – sorriu Milo. – Até porque me beijar de manhã sem eu ter escovado os dentes é uma prova de amor maior do que a canção e as flores... – continuou Milo dando um beijo estalado na bochecha do francês e dirigindo-se para o banheiro, deixando pra trás um homem lindo que gargalhava de suas piadas. "Esse grego não tem jeito...", pensou Camus terminando de lavar os pratos.
Pouco tempo depois era Milo quem exalava aquele cheiro bom de banho recém tomado e ostentava lindos cabelos cor de safira molhados. Vestia uma calça dessas de abrigo, na cor cinza, que Camus separara para ele e uma camiseta bege clara. Estava descalço assim como Camus.
– Vamos comer? – sorriu Camus. – Não sei quanto a você, mas eu estou morrendo de fome. Aliás, me desculpe por não elaborar um café da manhã melhor pra você, preciso fazer compras ainda...
– Camus, querido. Eu agradeço aos deuses por sua casa ser a mais próxima do salão do Grande Mestre. Caso contrário nós estaríamos na minha casa e não teríamos nem pão duro amanhecido pra comer... eu sempre filo café da manhã na casa dos outros, sabia? – riu Escorpião aceitando o pedaço de pão quentinho que o outro lhe passara.
– Humpf, mas agora você só vai filar café da manhã na minha casa, entendeu? Não quero nenhum outro... – disse Camus visivelmente enciumado.
Milo riu gostosamente. Não podia acreditar que aquele ser sempre tão frio, distante e racional estava entregue a ele. E que sentia ciúmes! – Ah, querido.. – suspirou o grego acariciando a mão do amante. – Não há outro que sequer se compare a você.
Camus sorriu e olhou languidamente para o amante. Os dois se beijaram longa e carinhosamente. – Mas olha, não pensa que eu esqueci essa história de primeira vez com homem, não... – agora era Milo quem posava de ciumento. – Pode ir contando tudo.
– Ah, Milo... Aconteceu num dia em que Máscara da Morte, Aiolia, Saga e você saíram pra uma de suas noitadas. Eu sempre tinha achado aquilo ridículo, mas sempre que vocês saíam e Saga voltava com alguém passava pela minha casa fazendo mil barulhos... eu decidi um dia experimentar aquela sensação que vocês tanto buscavam. Tinha uma serva que sempre me encarava com uma expressão meio estranha...
– A Nicole – disse Milo sem pensar.
– Como você sabe? – perguntou Camus surpreso.
– Porque eu sempre tive ciúme dela... – Milo respondeu envergonhado. – E o que é pior, eu nunca soube o porquê! Você nem era páreo pra mim, afinal de contas... – riu-se o grego em tom irônico.
Camus sorriu de volta. – Então, como eu ia dizendo... – olhou para o amante fingindo uma raiva que não tinha – aí eu fui atrás dela. Nós ficamos juntos umas três vezes.
– E foi bom? – perguntou Milo.
– Foi sim. Não vou negar. Mas perdeu a graça logo... – tornou Camus. – Com você é muito diferente! É tudo tão... maravilhoso. Eu fico encantado. E eu falo coisas sem pensar, tomo atitudes que jamais tomaria... eu te amo, Milo! – declarou-se Camus ali, pessoalmente, encarando o amante fixamente, enquanto despejava um pouco do suco de abacaxi em seu copo.
Milo sorriu e seus olhos encheram-se de lágrimas. – E você diz isso assim, displicentemente, como quem diz que vai tomar o ônibus das seis horas? – perguntou o grego. – É incrível como você me tira do sério com esse jeito de indiferença pra tudo e pra todos... esse jeito frio, essa distância, essa barreira quase impenetrável que você impõe. Não é assim que se diz "eu te amo" Camus. É assim, ó! – disse o grego e levantou-se, colocando-se de joelhos na frente do outro.
O grego tomou uma das mãos do francês nas suas e olhando-o nos olhos disse em alto e bom som:
– Eu te amo, Camus. Mais do que tudo no mundo!
Camus sorriu e os dois começaram a aproximar os rostos a fim de trocar mais um beijo apaixonado. Foi então que um ser entrou correndo pela casa de Aquário indo parar na cozinha, passando por cima de Milo que estava ajoelhado e tomando um baita tropeção, escorregando para a mesa, derrubando tudo no chão, o maior estrago.
– Mas o que é is--? – começou a perguntar Camus enquanto Milo esfregava as costas onde o ser tinha tropeçado e tirava um pedaço de queijo de cima da cabeça do amante. Não conseguiu completar a frase pois uma turba ensandecida, aos gritos de "pega, mata, esfola!" chegou correndo atrás da figura que agora estava trêmula no fundo da cozinha de Camus coberto por todo o suco de laranja que havia na jarra do francês, os pedaços da peça espatifados pelo chão.
– Mas será possível? – perguntou Milo observando Seiya todo molhado de suco tremendo no fundo da cozinha, agarrando as próprias pernas aos berros de "Shiryu, me ajuda!". Na porta da cozinha, algumas pessoas com olhares agressivos e sede de sangue ameaçavam entrar. Eram elas Saga, Mu, Shaka, Aiolia, Marin, Shun, Hyoga, Shura, Shina, Afrodite e Máscara da Morte. Atrás deles corriam Albedaran, Shiryu e Ikki, os dois primeiros tentando em vão acalmar os outros ao passo que o último tinha ido atrás só pra assistir o circo pegar fogo mesmo.
Ikki, o observador, gargalhava da cena. Camus e Milo separando Seiya que choroso clamava por Shiryu dos outros que, ostentando olhares assassinos e punhos cerrados, ameaçavam matar Pégasus. – Ih, Seiya, acho que agora nem a gente consegue te livrar dessa... até porque até o Shun e o Hyoga tão no meio disso e... – parou por uns instantes. – Nossa, Shun, é mesmo, você tá aqui por conta do Hyoga. Eu te pego moleque! – gritou também cerrando os punhos e com o olhar assassino (mas esse era de praxe).
– ÇA C'EST ASSEZ! SUFFIT! (6) – berrou Camus, posição de "trovão aurora". – CHEEEEEGA!
Pararam todos já se acostumando com as intervenções convenientes de Camus.
– Mas será o benedito que não se pode nem namorar sossegado? – foi a vez de Milo berrar, sua unha já perigosamente escarlate. Os dois amantes encaravam a todos com cara de poucos amigos, os cosmos se elevando assustadoramente.
– Ai, caramba, Marin, se um não acalmar o outro não sei como a gente vai resolver isso não... – cochichou Aiolia para a namorada, que concordou com a cabeça. Todos foram recuando, dando passos para trás, enquanto Milo e Camus avançavam prontos para o ataque.
Mas Milo de repente soltou uma gargalhada enorme. Dobrou-se sobre a barriga, apoiando-se no amante. Chorava de tanto rir. – Ai, ai, é muito engraçado, olha essa cena... Olha Camus! – dizia.
Camus encarou os rostos assustados à sua frente e virou-se para encarar Pégasus que chorava baixinho chamando ora por Shiryu, ora por Marin e ora apelando pra Atena mesmo. O francês não agüentou e também explodiu numa gargalhada. E todos olharam perplexos para os dois amantes que se contorciam de tanto rir.
Algum tempo depois, todos tomavam chá e café na sala da casa de Aquário, rindo amigavelmente. Mas Seiya estava com um olho roxo bem visível. Pois os cavaleiros tinham tirado no palitinho pra ver quem dava um soco de aviso em Pégasus e o sorteado fora Shura. O espanhol era conhecido por ter o melhor soco do Santuário e acabou estatelando o pobre cavaleiro de bronze que voou contra a parede. Mas tudo bem, ele estava acostumado.
– Mas olha, Seiya, se lá no Brasil você não pegar Saori, juro que a Excalibur vai fazer um estrago que vai te impedir de pegar qualquer outra pessoa, se é que você me entende... – disse o espanhol e Seiya somente balançou a cabeça afirmativamente.
Ficaram ali comentando a festa, fazendo comentários engraçados sobre Milo e Camus. Milo sempre muito à vontade quanto a isso, mas Camus se mostrou um pouco incomodado no começo. Mas foi consolado por Máscara da Morte.
– Liga não, Camus. Olha bem pra mim. Se eu me apaixonei pela bixa louca do Afrodite (e que fique muito claro que só eu posso chamá-lo assim), qual o problema de você estar com Milo? – perguntou para o amigo, arrancando gargalhadas de todos. E a partir dali Camus também relaxara.
Shura e Shina aproveitaram aquela reunião para assumir um romance também proibido.
– Si, por supuesto, estoy enamorado de la chica! (7) – exclamou o espanhol.
– I io por questo bello uommo! (8) – tornou Shina.
Máscara da Morte deu um beijo em Afrodite desses de tirar o fôlego, assim do nada. – Te amo, Dite! – disse. Peixes sorriu um sorriso lindo e enorme. – Também te amo demais!
– Nossa, os brutos também amam! – riu Shina.
– Todos dizem eu te amo, amiga! – tornou Afrodite e todos riram. Estavam extremamente felizes. Afinal, não é a felicidade feita de pequenos momentos?
– Gente, eu detesto estragar esse momento kodak... – começou Mu.
– Iiiiiiiih, lá vem o estraga prazeres... – exclamou Aldebaran, recebendo um olhar um tanto quanto ameaçador de Shaka. O taurino então pareceu interessar-se subitamente pelos quadros que adornavam as paredes da sala de Aquário e Mu, após lançar um olhar apaixonado para o virginiano, prosseguiu.
– Mas temos de convencer Atena a nos deixar em paz! Somos muitos casais agora!
– Ah, eu não sei porque a gente se estressa, afinal... estamos todos aqui, numa boa. Escorpião passou a noite com Camus; Shina com Shura; Mu com Shaka; Aiolia com Marin e eu com o Dite. Qual o trampo afinal? Ela proibiu mas não vê mesmo... cadê a fiscalização? – perguntou Máscara da Morte.
"Nossa, esse aí já ta totalmente aclimatizado com o Brasil. E olha que a gente ainda nem chegou lá!", pensou Aldebaran.
– Bom, eu não sei quanto a vocês, mas eu me preocupo! – afirmou Mu.
– Eu também! – disse Camus. – Sei que estamos todos bem, mas se de repente isso aqui vaza... – disse olhando fixamente ora para Seiya ora para Afrodite, os dois mais conhecidos fofoqueiros do Santuário – acabou-se o que era doce!
Todos concordaram, meio amuados, até mesmo Máscara da Morte.
– Mas não é caso para pânico, amigos! Tenho certeza que o Seiya irá colaborar dessa vez, não é mesmo? – inquiriu Shura, seu braço esticado apontando para uma parte pra lá de sensível do cavaleiro de Pégasus, que engoliu em seco e limitou-se a concordar com um aceno de cabeça, voltando em seguida a encarar o chão. – Acho bom! – concluiu o espanhol.
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Dois dias depois, não sem muita confusão, tomaram o avião com destino ao Brasil. Ikki murmurava algo sobre a murruguice de Atena que tinha comprado passagens econômicas pra eles e de primeira classe para ela e Seiya. Milo, sentado ao lado de Aiolia e Marin, soltava suspiros de aborrecimento, pois Camus tinha sido obrigado a sentar com Saga numa poltrona dupla e os dois não paravam de discutir e estudar pilhas de papéis. Marin dormia no ombro de Aiolia e Shina no de Shura. Shun, Hyoga, Shiryu e Aldebaran jogavam truco animadamente. Shaka e Mu discutiam com a aeromoça pois queriam acender incensos no avião. E assim foram, voando em direção às terras tupiniquins.
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(1) Ah, isso é muito triste!
(2) É verdade, meu anjo?
(3) Muito lindo!
(4) e (5): Em francês, o obrigado (s'il vous plaît) significa numa tradução literal "se isso te dá prazer". Assim, Milo responde ao "obrigado" de Camus com um "sim, isso me dá muito prazer!"
(6) É o bastante! O suficiente!
(7) Sim, com efeito, estou apaixonado pela menina!
(8) E eu por esse belo homem! (não sei se a grafia está correta, se alguém souber e me informar eu agradeço)
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N/A: Gente, é meu primeiro lemon. Espero que tenha ficado bom.
Agradeço a todos os que lêem. E peço encarecidamente que deixem reviews. Quero saber a opinião de vocês, o que está bom e o que está ruim. E, além do mais, preciso de um incentivo pra continuar escrevendo, non? ;0)
Cenas do próximo capítulo: a chegada dos cavaleiros ao Brasil e as primeiras confusões em solo tupiniquim.
