A/N: Aí vai outro capítulo. Pequeno, é verdade, mas acho que melhor que o anterior. Espero que gostem!

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Cap 9 – Lost

– Caaaaamus, querido... – disse Milo assim que entrou na barraca que dividia com o amante – vem cá, vem... – continuou fazendo gesto de "vem cá" com o dedo indicador da mão direita, todo convidativo.

– Af, Milo, seu maluco... estamos muito próximos das outras barracas dos outros pra ficarmos brincando, não acha não? – tornou Camus meio irritado.

As barracas que Saori tinha providenciado eram realmente pequenas, cabendo somente duas pessoas. No chão, dois sacos de dormir, desses com zíper. Cada barraca também vinha equipada com um pequeno lampião a gás e um mini fogão desses de duas bocas que funciona com um micro bujão de gás. A divisão das barracas era a mesma que fizeram nos quartos do hotel, e portanto Milo e Camus dividiam a sua.

Milo sentou-se sobre o seu saco de dormir e encarou Camus, o francês deitado a seu lado com uma expressão um tanto quanto preocupada. – Posso saber o que está te deixando tão preocupado assim, amor? Não gosto quando você faz essa carinha... isso dá rugas, sabia?

Camus riu um riso preocupado, de canto de boca. – Milo, todos nós conhecemos a Saori de longa data, não é verdade? – o outro fez que sim com a cabeça. – Pois bem – continuou o francês – desde quando o bolo de noiva bufante, a birrenta como você gosta de dizer, traria a gente pra acampar numa praia deserta, Milo? A pirralha sempre foi o ser mais fresco do mundo!

O grego de repente ganhou uma ruguinha de preocupação, fazendo com que Camus se apoiasse nos cotovelos e passasse a mão por sua testa, soltando um sorriso sincero. – Agora é você que vai ganhar rugas, mon chèr! – Milo sorriu também, mas realmente se preocupara. – Agora que você tocou no assunto, amor, a menina tem agido estranho ultimamente, não acha?

Aquário fez que sim com a cabeça e soltou um "ah-hãn". – Pois é, desde que começou com essa história de filial brasileira da Fundação, e logo em seguida essa idéia maluca de proibir o namoro entre os cavaleiros... – continuou Camus.

– Agora que você está dizendo, Camus, sim, é verdade! – ponderou Milo. – O que você acha disso?

– Sei lá, Milo, preferiria nem achar nada... – continuou Camus – mas que aí tem, tem.

– Você está realmente preocupado... desconfia de alguma coisa? – perguntou o grego.

– Tendo em vista todos os males que a gente já enfrentou, mon ange, você não desconfiaria? – tornou o defensor da décima primeira casa, e a resposta foi o silêncio de Milo, que parecia mergulhado em reflexões.

– Mas ah, vamos dormir agora, querido! Venha, deite-se! – convidou Camus. O grego deitou a seu lado, e embora fossem dois sacos de dormir separados, Camus manteve o seu aberto (o calor estava insuportável, era fim de ano, verão) e deu um jeito de abraçar o grego. Milo foi adormecendo aos poucos, pensando em como era reconfortante e seguro estar nos braços de seu francês. Este, entretanto, não conseguia pregar os olhos, pensando em como seria enfrentar uma batalha agora que tinha um novo fator em sua vida. Se lutasse e morresse, seria o fim de seu romance. Se Milo lutasse e morresse, não conseguiria mais viver.

Lá fora, o cricrilar dos grilos parecia monótono e ao mesmo tempo pesado. Era como se o ar tivesse se tornado mais denso e perigoso, como se aquele lugar maravilhoso de repente tivesse se tornado estranhamente sinistro.

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Numa barraca não muito longe dali (na verdade, as barracas estavam todas bem próximas umas das outras)...

– Oh Shina... – começou Marin.

– Que foi? – tornou Shina, já com cara de poucos amigos. "Ai, Zeus, que karma!", pensou a Amazona de Cobra.

– Oh Shina, como estão com o Shura? – perguntou Águia, já se sentando em seu saco de dormir.

– Ai, Zeus, a noite vai ser longa pelo visto... – murmurou Shina revirando os olhos. – Vão bem, ué, não fosse a papagaiada da Saori, seria melhor ainda...

– É mesmo... – tornou Marin. – Shina, quer um chá?

– Ah, já que você se ofereceu, quero sim! – disse Cobra, também já se levantando. – Parece que o ar ficou pesado de repente... aliás, como estão as coisas com Aiolia?

– Também estão ótimas... eu amo meu Leãozinho! – disse Marin.

– Credo, Marin, isso lá é jeito de falar de um cavaleiro de ouro? – tornou Shina meio irritada.

– Ah, vá, vai me dizer que você não tem um apelido especial pro Shura? – perguntou Marin dando uma piscadinha para a amiga, revirando as bolsas de bagagem. – Me ajuda a achar o chá, Shina!

Shina se levantou de vez e também pôs-se a procurar o bendito chá. – Já que você tocou no assunto... chamo ele de cabritinho! – disse Shina corando. As duas riram alto e continuaram a procurar o raio do chá, pensando em quão estranha era a vida, que havia tornado duas rivais em melhores amigas.

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Em outra barraca também não muito longe dali, embora mais afastada um pouco, Hyoga virava de um lado para o outro, tentando dormir, buscando um sono que simplesmente não vinha. Ao seu lado, Shiryu dormia feito um bebê, o que deixava o russo ainda mais nervoso, dificultando ainda mais o sono, num efeito bola de neve desesperador. Não agüentou aquilo e sentou-se em seu saco de dormir, acendendo o pequeno lampião, iluminando toda a barraca. Mas Shiryu nem se mexeu.

"Ta, vou ter de ser menos sutil...", pensou Cisne. – Oh SHIRYU! – berrou.

Dragão levantou-se de um pulo já se colocando em posição de ataque. Mas a barraca era muito pequena e o pobre do chinês deu com a cabeça no lampião, quase colocando fogo em tudo. Passado o susto, deu um croque bem dado na cabeça do russo. – Que foi, Zeus? Quando não é o Seiya é você... que eu fiz pra merecer isso? – tornou o chinês indignado.

Hyoga sorriu meio encabulado. – É que eu não consigo dormir... – disse fazendo carinha de coitado.

– E eu com isso? – tornou Shiryu, ainda irritado.

– Ah, me ajuda, vai? – disse Hyoga.

– Ah, você quer dormir então? Nada que um Cólera do Dragão não resolva! – disse o Chinês já se colocando em posição de ataque novamente. Ao ver Hyoga se encolher e fazer cara de medo, riu com gosto. – Fala Hyoga, por que você não consegue dormir?

– Tô com saudade do Shun! – disse Hyoga mais aliviado.

– Af, Hyoga, mas o Shun está na barraca do lado! – ponderou Dragão.

– Eu sei, mas sinto saudade dele... queria dormir com ele... queria estar abraçadinho com ele, fazendo carinho, trocando beij--

– Ai, me poupa dos detalhes, já entendi, já entendi... Mas oh, enquanto a gente não resolver esse lance com a Saori, não sei não... – Shiryu interrompeu a fala do russo bem a tempo de ouvir coisas que realmente não fazia a menor questão de saber.

– Ela está estranha, não é, Shi? Quer dizer, você imaginaria ela trazendo a gente pra acampar numa praia deserta? – perguntou o russo.

– É, com certeza não! – respondeu Dragão num tom meio preocupado. – Mas se o Mestre Ancião estivesse aqui, ele diria pra dormirmos e aproveitarmos a praia amanhã, porque seja o que for, cedo ou tarde saberemos!

– Tem razão, Shi! Vou tentar dormir! – disse Hyoga.

– Só vê se não me confunde com o Shun no meio da noite, pelamordezeus! – sorriu Shiryu. Os dois riram e apagaram a luz, deitando-se para tentar dormir novamente.

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Em outra barraca, não muito longe dali, Ikki dormia pesadamente. Não sonhava com nada, não se preocupava com absolutamente nada, a não ser em curtir a praia sossegado no dia seguinte, e quem sabe até zoar um pouco com o Afrodite, coisa que tinha ficado bem mais difícil e perigosa desde que o sueco engatara seu romance com Máscara da Morte.

A seu lado, Shun dormia um sono mais leve. Sonhava com Hyoga, os cabelos loiros do menino emoldurando um belo rosto juvenil; os olhos azuis sobressaindo-se como dois pequenos lagos que refletiam a luz do sol do dourado de seus cabelos. Murmurou o nome do russo baixinho, já começando a suar. E Ikki, que embora dormisse pesado ainda assim velava o sono do irmão, não pôde deixar de ouvir. "Ah, mas eu ainda encho esse russo de porrada!", pensou Fênix, prometendo a si mesmo não deixar Shun sozinho com Cisne em hipótese alguma.

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Em outra barraca, também não muito longe dali, incensos queimavam e o som era o silêncio. Mu e Shaka meditavam em posição de lótus, como que alheios a tudo e a todos.

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Em outra barraca, não muito longe dali...

ROOOOOOOOOOOOOOONC! ROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOONC!

Aldebaran e Saga dormiam sossegadamente, não dando a mínima pra absolutamente nada.

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Em outra barraca, não muito longe dali...

Coño, Olia, não se pode dormir! – reclamava Shura.

– Caramba, Shura, eu vou lá dar uma porrada nesses dois pra ver se eles param de roncar, porque simplesmente não dá! – tornou Leão também em tom irritadiço.

– Apoiado! – completou Shura e se sentou em seu saco de dormir. Aiolia levantou-se, saiu da barraca, demorou uns cinco minutos e voltou com uma expressão meio de surpresa, meio de descrença.

– E aí, Olia, problema resolvido? – perguntou Shura.

ROOOOOOOOOOOOOOONC! ROOOOOOOOOOOOOOOOONC!

– Taí sua resposta, amigo! Vou te contar que até sapateei pelado na frente deles, bati panela, mas não teve jeito... os dois não acordam nem por decreto! – disse Aiolia, cobrindo os ouvidos com o travesseio.

Madre de Diós! – exclamou Shura fazendo a mesma coisa que o grego a seu lado. Os dois passaram o resto da noite tentando dormir, sem sucesso.

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Em outra barraca, não muito longe dali...

– Mas Dite, por que raios você tinha que se meter a andar no morro sozinho? – perguntou Máscara virando-se para o companheiro.

– Não OUSE me olhar ou você é um homem mooooorto! – berrou Peixes.

– Mas Dite... o que pode ser tão ruim? – Câncer estava desesperado diante das recusas do amante.

– O que pode ser tão ruim? O que pode ser tão ruim? Ah, mas eu só não te mato agora porque... – e continuou a frase murmurando coisas incompreensíveis.

"Mas o que será agora, Zeus?", pensou Máscara da Morte de Câncer. E assim passou a noite um dos cavaleiros mais temidos do santuário, a Morte em pessoa: preocupado com os pitis de Afrodite!

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Em outra barraca, esta bem afastada das demais... Seiya olhava para o lado, a menina dormia tranqüila. Vestia uma pequena camisola branca que deixava vislumbrar de relance o seio pequeno e firme. As bochechas um tanto quanto rosadas e os cabelos lavanda davam-lhe um ar surreal, deixando tudo aquilo ainda mais estranho do que já era. A respiração pausada fazia o peito levantar e abaixar ritimadamente, hipnotizando Pégasus, que suava em bicas. Do nada, a menina murmurou seu nome, sorriu, virou-se para o lado: estava sonhando.

"Zeus, será que ela é realmente apaixonada por mim? E o pior, será que eu estou me apaixonando por ela? Desejo eu tenho; isso é fato! Mas como tomar uma atitude? Essa chata é Atena reencarnada, por Zeus! E ainda por cima toda essa pressão dos outros pra que eu tome uma atitude logo... ai, ai, isso tudo está estranho demais...", pensava Seiya. E assim, pensando, foi relaxando. Acabou adormecendo.

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E assim passaram a noite, cada qual a seu modo. A madrugada quente correu tranqüila, e os primeiros raios de sol começaram a despontar no horizonte, iluminando o mar sereno e azul. As gaivotas aos poucos começaram a chegar à praia; os pássaros todos soltavam seus piados. Tudo estava tranqüilo, era o prenúncio de um dia sossegado e ameno de praia para os cavaleiros de Atena.

AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Ou não?

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Saíram todos sobressaltados. O grito tinha sido alto e ensurdecedor. A pessoa parecia realmente desesperada.

– Parecia a voz do Máscara! – corria Ikki.

– Pra mim, era o Deba! – exclamou Shura.

E qual não foi a surpresa de todos ao encontrarem em meio ao acampamento, abraçados, Aldebaran e Máscara da Morte. Os dois pareciam se consolar mutuamente, e estavam realmente desesperados.

Mon Dieu de la France, qu'est-ce que c'est ça? (1) – correu Camus, percebendo que a situação era realmente ruim. A seu lado, Milo passava as mãos nos olhos, como que para acordar.

Mas Aldebaran e Saga nem se mexiam; somente olhavam para o nada, olhos estatelados, atônitos.

– Falem, peloamordezeus! – Aiolia exclamou, já correndo e dando dois tapas em Touro. Mas não obteve nenhum tipo de reação.

E assim foram todos estapendando Máscara da Morte e Aldebaran, mas os dois simplesmente não falavam.

– Sabem, estou ficando meio cansado disso... – disse Camus já se dirigindo para o meio do acampamento. Parou em frente aos dois cavaleiros em posição de ataque. – Falem já ou... Esquife de Gel--

Mas os dois permaneceram paradinhos. – Minha nossa, a coisa é séria! – murmurou Aquário e os outros simplesmente concordaram com a cabeça. – E agora? – perguntou o francês, pela primeira vez sem saber o que fazer.

– Nossa, se nem você sabe a gente tá perdido mesmo... – disse Saga já desistindo dos dois. Mas Shaka, que até então permanecera quieto, dirigiu-se até os dois e murmurou coisas incompreensíveis. E estalou os dedos. E assim os dois se levantaram como que por magia, sobressaltados.

– NAAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! – gritaram novamente. E começaram a berrar os dois ao mesmo tempo.

– Cheeeeeega! Deba, fala você! – berrou Saga.

– A comida simplesmente sumiu! – finalmente disse Touro o que lhe afligia tanto.

– Nossa, eu até entendo o Deba ficar emputecido com o sumiço da comida, mas você, Máscara? – perguntou Ikki visivelmente irritado.

– É que o Afrodite sumiu também, cazzo! – disse Máscara da Morte.

– Mas então é óbvio... o Dite sumiu com a comida! – argumentou Milo.

– Até seria óbvio mesmo, se fosse qualquer um dos outros cavaleiros a sumir com os mantimentos. Mas Afrodite? – perguntou Shun meio incrédulo

– Impossível, Milo! Shun tem razão – continuou Câncer. – Dite vive de dieta sei lá eu porquê! Ele não sumiria com a comida!

E então, como de praxe, começou uma discussão interminável entre os cavaleiros, uma balbúrdia sem sentido. Todos falando ao mesmo tempo coisas sem sentido, brigando uns com os outros.

– CHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEGA! – gritou uma voz feminina.

– Também se não fosse aquela vaca da Sao-- – era Seiya que pra variar um pouquinho dera uma de Chavez. Ficou vermelho como um pimentão e sem saber o que dizer. A menina no centro do acampamento ficou roxa e estava prestes a explodir.

– A vaca da São Paulo, Seiya, o que tem a exposição das vacas a ver com isso? – surgiu Hyoga com uma desculpa esfarrapada. Mas Saori se acalmou e sorriu, aparentemente acreditando naquilo. Shun suspirou de admiração, levando um belo "pedala" do irmão. Mas Hyoga percebeu a reação do outro e ficou mais do que feliz. Até porque já tinha seu plano todinho arquitetado. Já sabia o que provaria para Shun que o amava mais que tudo. Só faltava descobrir como colocar o plano em prática.

– Ah, mas também não sei porque ficarmos discutindo aqui... É só acharmos o Afrodite e ligarmos para o motorista do ônibus vir buscar a gente... e pronto, problema resolvido! – constatou Mu a solução mais fácil e lógica para o problema.

– Só tem um problema, Áries. – disse Saori – aqui não pega celular e eu combinei com o motorista para vir nos pegar somente daqui uma semana. Portanto, se ficarmos sem os mantimentos...

– Zeus! – murmurou Camus para o amante – Milo, isso está muito estranho, definitivamente. A Saori trazer a gente pra acampar já é estranho, mas trazer a gente pra acampar durante uma semana num lugar em que os celulares não pegam já é demais! – continuou.

– E mais essa agora do sumiço do Dite e dos mantimentos! – completou Milo. A feição dos dois amantes se fechou em sinal da mais pura preocupação.

– Eu não ia dizer nada... – começou Aiolia. – mas ontem eu saí da barraca pra tentar fazer o Saga e o Deba pararem de roncar pra gente poder dormir – pausou e olhou feio para os dois, que abaixaram a cabeça envergonhados – e senti uma espécie de vulto correndo atrás de mim. Achei que era coisa da minha cabeça, mas sei lá, de repente poderia ser o Dite... – continuou Leão.

– Ou o ladrão de comida! – completou Aldebaran com os punhos fechados.

– Eu ainda acho que os dois são a mesma pessoa... – tornou Shura fazendo um gesto de desdém.

– Aaaaaaahhhhhhhhhh não! Eu até aceito que vocês me vejam todo em-pi-po-ca-do de picada de mosquito, mas daí a falar que eu roubei comida já é de-mais! – disse Peixes saindo de uma moita em que estava escondido. Vestia somente uma bermuda rosa e suava em bicas, afinal era sueco e não se acostumava com o calor de jeito nenhum. Os cabelos azul piscina completamente desgrenhados, duas olheiras enormes em volta dos olhos da mesma cor. A pele branca toda empipocada de calombos vermelhos enormes com pontinhas amarelas. Enfim, o cavaleiro mais belo dos 88 estava um horror!

Silêncio.

Todos encaravam Peixes como se aquela fosse a visão mais horrenda que tivessem visto na vida. E olha que a maioria ali conhecia o Inferno pessoalmente! Então Máscara da Morte saiu correndo e abraçou Afrodite, e quase que ia dando-lhe um beijo na boca, mas conteve-se. – Nunca mais faça isso comigo, Dite! Entendeu? – disse emocionado. Afrodite retornou o abraço também emocionado.

Silêncio. Dois minutos do mais puro silêncio.

E de repente, do nada, todos os outros, sem exceção, começaram a gargalhar. Deitaram no chão, dobraram-se sobre as barrigas, choraram de rir. Afrodite foi ficando vermelho, azul, roxo, cor de rosa, realmente enraivecido.

– PAAAAAREM agora, ou mando vocês todos para o Infeeeeeeeeeeeeeeeeeerno! Literalmente! – berrou Máscara da Morte. Todos pararam, afinal tinham amor à vida. Mas Shun (japonesinho esperto!) tinha trazido uma máquina digital e registrou a cena do Afrodite todo destruído. Aquilo ainda daria pano pra manga de volta ao Santuário.

– Ok, agora que já estamos mais calmos, que o Afrodite voltou... ainda ficamos com um grande problema. Onde está a comida? E o que é pior, como sobreviver sem ela? – perguntou Camus.

– Ah, Camus, sempre o chato, trazendo a gente de volta à realidade, estraga prazeres, coração geladooooo! – refutou Peixes fazendo beicinho.

– É, mas ele tem razão, Dite! – disse Shaka. – E agora?

Encararam-se todos com cara de ponto de interrogação. O que fazer naquela situação? Estariam perdidos numa espécie de Ilha Deserta? E por que Saori estava tão estranha? E quem tinha roubado os mantimentos? Mistérios começavam a surgir e, por mais que estivessem todos interligados, não havia uma única pista que pudesse ajudá-los.

– Isso aqui está parecendo aquele seriado de TV, o Lost! – comentou Marin.

E a esse comentário ninguém respondeu. Todos assistiam o seriado e sabiam que se aquela situação fosse parecida, estavam encrencados. Shura abraçou-se com Shina; Aiolia com Marin. Hyoga pousou a mão no ombro de Shun, e Ikki colocou-se entre os dois. Milo recostou o ombro em Camus e este discretamente alisou-lhe os cabelos. Aldebaran e Saga entreolharam-se assustados. Mu e Shaka apertaram-se as mãos, meio escondidinhos. Saori abraçou-se a Seiya. Afrodite ainda estava abraçado a Câncer. E Shiryu pensou no Mestre Ancião, em como seria bom que o velho cavaleiro de Libra pudesse estar ali para dar-lhes algumas respostas.

O sol já estava alto, e os estômagos roncavam, propondo-lhes o desafio: quem iria atrás de comida?

"É, com certeza essa é a pior viagem da minha vida!", pensou Camus. "E se não fosse por Milo seria pior ainda! Zeus, algo me diz que ainda vem coisa por aí... Lost, perdidos, era só o que me faltava!"

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(1): Meu Deus, o que é isso?

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A/N: Alguém imagina o que está acontecendo? Palpites são super bem vindos.

Queria agradecer MUUUUUUUUUUUUUUUITO as 4 reviews que eu tive no capítulo anterior. Todas fofíssimas, me ajudaram muito a escrever esse capítulo. Espero que gostem!

PS – Não estou conseguindo deixar reviwes nem modificar a descrição dessa história. Será que deu problema no