Cap. 10:
Os Exploradores
Ou
Em busca da comida perdida
-X-X-X-
– Pessoal! Então, pessoal... eu não queria ser chato... aliás, eu nuuuuuuuuuuuuunca quero ser chato né? Mas é que, tipo assim... sei lá, não sei como dizer, mas... então, ééééé... --
– Nossa Seiya, desembucha! – disse Ikki dando um pedala em Pégasus que falava abobalhado.
– Ah, povo, eu tô com fome! – desembuchou Seiya.
O cenário era desolador. No acampamento, que tinha sido montado em círculo com uma fogueira ao meio, bem no centro da praia, pairava um silêncio constrangedor desde que Marin se referira à situação que estavam vivendo como similar àquela dos personagens do seriado Lost. Perdidos em suas reflexões, os cavaleiros talvez tivessem passado assim mais tempo do que saberiam precisar. Mas o fato era que não só Seiya, mas todos os outros, tinham muita fome – especialmente Aldebaran, que iria começar a ficar perigoso logo, logo.
– Bom, Seiya, até aí nenhuma novidade. Mas contente-se: não há comida! Precisamos, antes de mais nada, organizar-nos em uma expedição para caçarmos, pescarmos, ou sei lá o quê que pessoas nessa situação fazem! – disse Camus e deixou-se cair sentado no chão. Sentia-se impotente por não saber como ajudar os amigos, e principalmente por não saber se seria capaz de proteger Milo. Em seu íntimo, sentia que talvez uma batalha importante estivesse se aproximando, e que não estava preparado para ela. Não agora que seu coração e mente estavam totalmente tomados pelo Cavaleiro de Escorpião. "Será que no fim das contas a Saori está certa em proibir o namoro no Santuário?", pensou Camus. Passou uma das mãos pelos cabelos e com a outra apoiou o queixo. Assim ficou.
– Zeus, a coisa tá feia mesmo, até o Geladinho está sem ação! – ponderou Saga.
– Bom, o fato é que enquanto estivermos com essa fome absurda ninguém será capaz de raciocinar para resolver o problema! – disse Shiryu esfregando o estômago.
– Oh, Marin, vamos pegar aquele chá que a gente tomou ontem! Pelo menos dá uma tapeada e podemos partir pra caçar ou sei lá o quê! – argumentou Shina.
– Ótima idéia! Um minuto! – disse Marin e saiu correndo para sua barrada, acompanhada pela Amazona de Cobra. As duas demoraram alguns minutos e voltaram pálidas e desconcertadas. – Vocês não vão acreditar! O chá sumiu! – replicou Shina, desolada.
– Como o chá sumiu? – agora era Ikki quem começara a ficar injuriado com tudo aquilo.
– Sumindo ué! Evaporou! – disse Marin.
– Mas isso já está virando palhaçada! – pontuou Hyoga. – Vai, Seiya, desembucha logo onde você escondeu a comida! – continuou visivelmente de mau humor.
– Eeeeeeei, Pato, quem disse que fui eu? – tornou Pégasus num tom indignado.
– Ah, Seiya, isso é a sua cara, moleque! – disse Saga levantando-se e já puxando a orelha do pobre Cavaleiro de Bronze.
– Larga ele, Saga! – disse Marin e já foi se levantando, com cara de poucos amigos.
– Olha aqui, oh, só não falo que cara feia pra mim é fome porque nesse caso é mesmo! Mas abaixa a bola aí, oh, Águia, porque meu assunto ainda não chegou lá nos bobões de prata ainda não! – continuou Saga em tom de deboche e provocação.
– Opa! Opa! Opa! Pó pará! – Aiolia se levantou em tom ameaçador. – Quem você pensa que é, oh, protótipo de Grande Mestre, pra falar assim com a moça? – completou Leão.
"Pronto, pra isso aqui virar um caos só falta o Mu e o Shaka darem uma de turma do deixa disso!", sussurrou Camus para Milo que assistia a essa cena sentado ao lado do amante.
– Calma, gente, por Buda! Não briguem! – chegou Shaka para tentar apaziguar os ânimos. – É, gente, deve haver uma solução plausível, basta pararmos um pouco para pensar! – completou Mu.
Milo olhou de soslaio para o amante e não pôde conter um sorriso quando Máscara da Morte, que até então estivera calado ao lado de Afrodite, soltando um "Pro inferno com a solução plausível!", pulou em cima do Cavaleiro de Áries enfurecido. "Você e sua grande boca!", murmurou Milo para o amante. Camus olhou de volta com a expressão de "e agora?", que havia se tornado tristemente familiar para Aquário desde que chegaram ao acampamento, logo ele que sempre tinha uma solução racional para todas as coisas.
Mas o fato é que, com o pulo de Máscara da Morte, começou uma briga enorme que se deslocava para todos os lados do acampamento, passando por cima dos restos da fogueira que jaziam no centro. Alguns gritos eram distinguíveis dentre os muitos barulhos de socos, pontapés, ais e uis. "Paaaaaarem todos vocês!", berrado por Atena ininterruptamente sem surtir o menor efeito. "Mooooooooooooooooorte!", o grito de guerra de nosso querido Cavaleiro de Câncer. "Hauauahauahauahaahauuahahauhauauahauhauahauh", a risada assustadora de Saga. "Cólera do Dragão!", nem é preciso dizer de quem. "Venha Cobraaaaa!", de Shina. "Ae, Shura, tua mina tá te chamando!", o sempre zombeteiro Ikki.
– Você não vai fazer nada? – perguntou Milo a Camus que olhava a tudo impassivelmente.
– Eu não – respondeu Aquário.
– Como não? – Milo, boquiaberto, sem entender porque Camus não mexia um músculo.
– Não, ué! – tornou Camus.
– Isso significa o quê? Que eu tenho que dar um jeito? – Escorpião perguntou meio incrédulo.
Camus olhou para os dois lados e deu de ombros. – Estamos só eu e você aqui. Eu não vou fazer absolutamente nada. Se você quiser, vá em frente!
Milo se levantou de um pulo murmurando um "humpf!". Dirigiu-se aos poucos até a massa de seres humanos que se movimentava em bloco, rolando de um lado para o outro. Parou a poucos metros dos amigos, e coçou a cabeça. "E agora?", pensou. Foi chegando perto, dizendo "Acalmem-se! Acalmem-se todos!", quando sem saber onde, como ou porquê, uma mão saiu do meio do bolo de pessoas e deu-lhe um soco bem no olho. "Ah, eu pego vocês, seus miseráveis!", berrou Milo. E então, mais um som conseguiu se distinguir: "Agulha Escarlate!"
"Ai meus sais!", pensou Camus e se levantou muito a contragosto, chacoalhando a areia da bermuda. "Vou ter de tirar esse doido daí antes que todo mundo se exploda e..."
ROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOONC!
Camus não conseguiu completar seu pensamento, tão alto foi o barulho. Os cavaleiros pararam, assustados. Olharam-se meio de soslaio.
– Mas o que foi isso? – perguntou Shun já agarrado às pernas de Ikki, que se sacudia para tentar livrar-se dele. Mas ao ver Hyoga se aproximando, tomou Shun nos braços e o aninhou em seu peito, fazendo o loiro soltar um suspiro de descontentamento.
– Putz, só falta aqui ter criaturas como no Lost! – murmurou Marin já pendurada no pescoço de Leão.
– Credo, Marin, que obsessão com esse seriado, por Zeus! – disse Camus com um olhar de reprovação, e a moça se encolheu mais nos braços do namorado, soltando um risinho sem graça.
– Mas o que foi isso então? – perguntou Afrodite desconjurado e ainda mais feio do que antes por conta da briga.
– Ah, mas só tem uma coisa que faz esse barulho e eu e o Aiolia sabemos muuuuuuuito bem o que é, não é, Hermano? – disse Shura dando um tapinha no ombro de Leão.
– Com certeza, Shura! Isso só pode ser o Aldebaran e o Saga roncando! – constatou Aiolia. – Cadê aqueles dois? Estão dormindo de novo?
– Não, Olia, não pode ser isso não, olha os dois aqui! – disse Milo abrindo espaço pra que todos pudessem ver Aldebaran e Saga, que realmente estavam um do lado do outro.
– Hã, foi mals aí, galera, não foi ronco meu não! – disse Touro.
– Ah, ufa, por um instante pensei mesmo que o ronco de vocês fosse tão alto a esse ponto! – retrucou Hyoga.
– Foi meu estômago! – revelou Aldebaran, as faces vermelhas, todo encabulado. – Desculpa aí!
– O quê? Você tá querendo dizer que esse barulhão foi seu estômago? – berrou Máscara da Morte, gesticulando como um bom italiano. O taurino fez que sim com a cabeça. – Mamma mia!
– Madre de Diós, Deba, acho bom arrumarmos comida logo pra você antes que você acabe comendo um de nós e não no bom sentido! – disse Capricórnio e todos caíram na gargalhada.
– Opa, Shura, não quero saber desse tipo de brincadeira! Não se esqueça de minhas leis! – disse Saori em tom inquisitorial.
– Desculpa aí, oh, Vossa Divindade, mas esqueci de sua graciosa presença! – replicou Shura, fazendo uma reverência, debochado. As gargalhadas aumentaram ainda mais.
"O que ele quis dizer com isso, Seiya?", cochichou Atena. Pégasus, meio sem saber o que dizer, até mesmo porque ele também não tinha entendido a piada do espanhol – convenhamos, inteligência não é uma das especialidades de nosso amigo – pousou delicadamente a mão no ombro da garota e sorriu. "Não sei, mas não se importe com isso, sim?" Saori sorriu de volta, e se não fosse pela fome pensaria estar no céu.
Nesse meio tempo, Camus chegou até Milo e deu-lhe um abraço delicado por trás, aproveitando-se da distração de Atena. Mordiscou-lhe o lóbulo da orelha direita e chamou seu nome mansinho. Escorpião arrepiou do dedão do pé até o último fio de cabelo, virou-se para Camus, olhou para os lados e deu-lhe um beijo apaixonado, que felizmente Atena não viu. Riram também. – Sabe o que mais me encanta em vocês, Milo? Todos vocês, cavaleiros, eu quero dizer. – perguntou Camus. Milo fez que não com a cabeça. – A facilidade que vocês têm de brigar e se reconciliar. Há dois minutos atrás estavam todos tentando se matar e agora estão aí, fazendo piada juntos! – completou o francês. Milo sorriu. – Tá vendo o que você estava perdendo, Cubo de Gelo? Ainda bem que eu te salvei e te levei pro maravilhoso mundo dos cavaleiros de ouro! – riu-se Escorpião. – Convencido! – encerrou assim Camus o diálogo e dirigiu-se até sua barraca, deixando os outros conversando animadamente a respeito da fome e do ronco de Aldebaran. Hyoga, sorrateiramente, seguiu seu Mestre.
Cinco minutos depois, Camus e Hyoga estavam de volta. Aquário vestia uma bermuda de praia azul até os joelhos e uma camiseta branca larga; os cabelos verdes presos num enorme rabo-de-cavalo e calçava chinelos. Hyoga, ostentando um sorrisinho meio sarcástico, diluiu-se no meio dos amigos, esperando pelo pronunciamento de seu Mestre.
– Pois bem, pessoas! Agora que estamos todos mais calmos – começou Camus – quero propor que façamos um reconhecimento da região, a fim de ou encontrarmos os mantimentos ou encontrarmos qualquer coisa comestível! Ah, e água também, porque a nossa já era!
– Zeus, a água também? – desesperou-se Afrodite. – Eu já estou todo horrorozinho desse jeito, sem água pra tomar banho então... – completou, fazendo beicinho. Mas Máscara da Morte sorriu e cantou baixinho em seu ouvido "you're beautiful, no matter what they say!" (1), fazendo Peixes suspirar e dizer "bobo!" bem baixinho.
– Enfim – continuou Camus, e todos ouviam atentamente – acredito que a melhor forma de fazermos isso seja nos separando em pequenos grupos ou duplas, como eu disser. Todos de acordo? – perguntou e todos balançaram a cabeça afirmativamente.
– Estou começando a achar que fiz uma péssima escolha para Grande Mestre... – disse Saori olhando feio para Saga, que sorriu.
– Também te amo, Atena! – disse Saga.
– Bah! Prossiga, Mestre Camus! – disse a menina mostrando a língua para Gêmeos, que riu com gosto.
"Ai, Zeus, será que isso vai dar certo?", pensou Camus. Pigarreou. – Pois bem, vamos à divisão. Máscara, Afrodite, Olia, Shura, vocês vão se embrenhar na floresta aí atrás e ver se encontram algo comestível. – começou finalmente.
Os quatro cavaleiros fizeram que sim com a cabeça, embora Peixes tivesse reclamado um pouquinho, e se afastaram dos outros. Ouviram Shun sussurrar "que time forte!", e Leão meio disfarçadamente deu um croque no menino, que esfregou a cabeça dolorido.
– Marin e Seiya, vocês vão atravessar o rio, aproveitando para pegar água na volta, e ver se há algum vestígio de civilização do outro lado – continuou Aquário. Águia e Pégasus também concordaram e foram se juntar aos quatro já escolhidos.
– Deba e Saga, vocês sobem o morro pra ver aonde vai dar, ok? Eu e Milo vamos com vocês – continuou Camus. Os cavaleiros em questão também aprovaram.
– Mu e Shaka, vocês vão... – Camus começou, procurando os dois com o olhar. – Ué, cadê os dois?
– Zeus, ou melhor, papai, o ladrão roubou o Mu e o Shaka! – gritou Saori. Os outros cavaleiros se olhavam meio que tentando entender onde afinal teriam se enfiado Virgem e Áries, mas não havia uma única pista.
– Ah, me poupa, Saori, o que o ladrão ia fazer com o Mu e o Shaka? Meditar? – perguntou Saga.
– O Saga tem razão! Vamos prosseguir logo com isso, achar comida agora é mais importante do que achar os dois! – constatou Milo, fazendo um gesto de desdém com as mãos.
– Quanta consideração! – ponderou Marin.
Camus revirou os olhos. "Ai, Zeus, dai-me paciência!", pensou. Soltou um longo suspiro e prosseguiu. – Shiryu e Shina, vocês dois ficam encarregados de tentar bolar uma maneira de pescarmos, certo? – prosseguiu o Mestre do Gelo. Os dois também concordaram com a cabeça e se afastaram dos que ainda não haviam sido escolhidos.
Ikki olhou para os lados; faltava somente ele, Hyoga, Shun e Saori para serem escolhidos. "Minha nossa, o que será que ele vai mandar a gente fazer? Que divisão mais esdrúxula!", pensou Fênix. – Hyoga, você e Ikki também vão se embrenhar na floresta, mas na direção oposta em que forem Máscara e companhia, com a mesma missão: encontrar algo comestível! – constatou enfim Camus.
– O quê? Quatro pra um lado e só eu e esse inútil desse Pato pro outro? – Fênix estava furioso.
– Ai, Ikki, não fala assim do Hyoga! – gemeu Shun.
– Fica tranqüilo, Shun, ele não me ofende! – sorriu Cisne para o belo menino de cabelos verdes. – Está com medo, Ikki? – perguntou Hyoga, cruzando os braços, num tom altivo.
– Medo, eu? Claro que não! – respondeu Ikki indignado.
– Pois bem, tomarei isso como um sim! – disse Camus. – Quanto a você, Shun, sua missão é ficar aqui e proteger a Saori e o acampamento. Confiamos em você!
Andrômeda fez um sinal de positivo com a cabeça e Saori aproximou-se dele com um sorriso. – Não há defesa melhor que a Corrente de Andrômeda, Mestre Camus, tenho certeza de que com Shun estarei protegida! – disse a deusa firmemente.
Camus olhou para ela com um sorriso nos lábios. "Ah, conheço essa expressão, ele acaba de ter uma grande idéia!", pensou Milo ao observar o brilho nos olhos do amante. – Cavaleiros, vocês têm duas horas. Quero todos aqui em duas horas! E sem atrasos, certo? – terminou Camus. E, com essa afirmação, todos se puseram a caminhar para cumprir suas missões.
-X-X-X-
Seiya e Marin caminhavam em direção ao rio sem dizer uma só palavra. E, mesmo assim, era visível a cumplicidade entre os dois. Ficava claro ao vê-los caminhar lado a lado que ali existia algo, algo muito forte. Amor, diriam os menos observadores, e com razão. Mas não o amor que nasce entre um homem e uma mulher, e nem mesmo o amor entre mestre e aprendiz. Era algo mais, algo mais forte. Com certeza se ali fossem Ikki e Shun, a mesma cumplicidade seria sentida, pois o amor que Seiya e Marin compartilhavam não era outro senão o fraternal. Marin amava a Seiya como uma irmã ama o irmão mais novo; Águia sentia que era seu dever proteger o menino de todos os males – e isso ela tinha feito na medida do possível, não há como negar. Já Seiya sentia em Marin uma confiança cega, e uma proteção enorme. Pégasus olhou para a companheira e sorriu.
– Marin? – disse Seiya. – Eu andei pensando...
– Nossa, chamem a todos que isso é novidade, o Seiya pensando! – gritou a amazona rindo em tom de deboche, esfregando a mão nos cabelos do outro.
– Ai, pára, o assunto é sério! – disse Seiya passando a mão na cabeça soltando um "ai!" mas sem evitar um sorriso. Marin fitou-lhe curiosa, mas ambos apertaram o passo. – Então, Marin, eu preciso te confessar uma coisa... – continuou o cavaleiro de bronze.
– Fala logo, Seiya, odeio quando você começa com esses rodeios! – disse Águia impaciente.
– Tá bom, Marin, credo! – exclamou Pégasus. – Eu acho que estou apaixonado pela Saori! – completou, de supetão.
Marin parou e olhou para ele boquiaberta – O quê? Moleque! E ainda não fez nada porquê, posso saber? Todo mundo aqui, inclusive eu e o Olia, só esperando você tomar uma atitude com a birrenta e você vem me dizer que está apaixonado por ela e não faz nada? Ora, francamente, Seiya! – indignou-se a amazona.
– Ah, é que eu não sei se ela gosta de mim... – disse Pégasus encabulado.
– Zeus, em que mundo você vive, Seiya? – perguntou Marin de olhos arregalados, demonstrando a mais pura indignação.
– Tá, Marin, você eu não engano mesmo... a verdade é uma só... eu nunca peguei ninguém nessa minha vida e to é morrendo de medo de chegar junto dela e fazer merda! Ufa, pronto, falei! – disse Seiya, e pareceu aliviado pela primeira vez desde que entrara no avião com destino ao Brasil.
Marin parou e suspirou, fazendo um esforço sobre-humano para não cair às gargalhadas no chão. Olhou fixamente para o rapaz em frente a si, e acariciou-lhe a face. – Querido, isso não é vergonha nenhuma! Você acha que todo mundo nasce sabendo? Por quantos anos de treinamento você passou até ser o guerreiro que é hoje? Por quantos ainda não terá de passar para vir a ser um cavaleiro de ouro? Essa é a vida, Seiya: tudo se aprende. O que não se pode é desistir antes de tentar.
Seiya sorriu e apertou a mão de Marin, levando-a à boca e a um beijo doce. – Você tem razão! Aliás, como sempre!
A Amazona de Águia sorriu também. – Além do mais, duvido que ela tenha uma vasta experiência no assunto. E que ela é apaixonadíssima por você, disso não resta a menor dúvida! – completou Marin. Os dois se puseram a caminhar em direção ao rio novamente.
– Marin, mais uma coisa. Não sei se eu já te disse isso alguma vez, mas você é com certeza o melhor mestre que eu poderia ter nessa minha vida! Muito obrigado por tudo! – disse Pégasus, meio emocionado.
– Ah, Seiya! – disse Marin e não evitou uma lágrima. – Te amo, tá? – disse e abraçou o menino, forte. Pégasus sentiu toda a segurança e aconchego do mundo naquele abraço, esquecendo-se inclusive que tinha fome. – Eu também, Marin! Eu também! Mas agora vamos correr antes que nos atrasemos e Camus nos enterre pela eternidade num Esquife de Gelo... – completou o menino.
– Ah, ele não faria isso! Pelo menos não depois de Milo! – riu Marin e os dois correram em direção ao rio.
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– Oh, Diteeeeeeeeee, sabia que você fica lindo todo empipocado? – começou Aiolia.
– Não provoca, Leão! – Máscara da Morte olhou feio pro amigo.
– Pelo menos de uma coisa esse episódio serviu, Olia! Provou que o amor é cego! – disse Shura e caiu na gargalhada.
– Olé! – gritou Aiolia e também caiu na risada.
– Olha, só não te dou uma porque... – disse Máscara da Morte no melhor estilo Seu Madruga. – Liga não, Dite, é inveja deles!
– Inveja do quê, das picadas? – perguntou Shura.
– Ora seu! – disse Máscara da Morte e saiu correndo atrás de Shura e Aiolia, sendo seguido por Afrodite que gritava "isso Masquinha, pega mata esfola!". Até que de repente todos pararam, tropeçaram uns nos outros.
– Você está vendo o que eu estou vendo? – perguntou Leão.
– E como! – respondeu Câncer, esfregando os olhos.
– Comida! – berrou Shura.
Estavam todos em frente a uma área cheia de coqueiros. Mais que depressa, Afrodite subiu em Máscara da Morte e começou a colher os cocos, atirando-os para Aiolia e Shura. De repente, entretanto, Máscara da Morte começou a se mexer, balançar as pernas, pular.
– Pára, amor, pára que senão eu caio! – Afrodite dizia equilibrando-se de pé nos ombros de Câncer.
– Não dá, Dite, socoooorro! – berrou Máscara e largou Afrodite, jogando-o para o alto. O coitado do Cavaleiro de Ouro de Peixes caiu de bunda estatelado no chão, enquanto Máscara da Morte corria, gritava, pedia por socorro. De repente, Afrodite também começou a gritar, levantou desesperado, esfregando a bunda e gritando por socorro. Aiolia e Shura assistiam à cena catatônicos, sem saber o que fazer.
– Mas o que deu neles? – perguntou Leão.
– E eu que sei? – respondeu Capricórnio.
Então tanto Máscara da Morte quanto Afrodite começaram a tirar suas bermudas desesperadamente.
– Aí, oh, é vontade de dar! – disse Shura indignado.
– Mas será possível que vocês não podem fazer isso em reservado, não? – perguntou Aiolia indignado.
– Sua besta, será que você não ta vendo que a gente ta é cheio de formiga? Faz alguma coisa! – berrou Máscara da Morte.
Aí finalmente Shura e Aiolia perceberam que Máscara da Morte tinha ficado em pé bem em cima de um enorme formigueiro de lava pés. E que Afrodite tinha caído de bunda bem em cima do mesmíssimo formigueiro. Os dois corriam de um lado pro outro, pelados, cobertos por formigas, se estapeando um ao outro para tentarem se salvar do tormento. Shura e Aiolia, ao invés de ajudarem os amigos, puseram-se a rir também. Riram tanto, tanto, que rolaram no chão. Adivinhem aonde? Por cima do formigueiro. Não demorou muito tempo para que os quatro, nus, começassem a se estapear uns aos outros.
Algum tempo depois, todos empipocados, mas finalmente livre das formigas, los quatro amigos se vestiram e se puseram de volta ao acampamento, carregando quantos cocos podiam.
– O que aconteceu aqui morre aqui! – disse Aiolia.
Máscara da Morte deu um pedala bem dado em Leão e em Shura. – E vocês rindo da gente, vê se pode! E eu ainda derrubei o Dite, desculpa amor! – disse Câncer e, aproveitando que Saori não estava ali, deu um beijo no namorado. – É claro que desculpo, você não teve culpa nenhuma. Só que meu bumbum tá todo ferrado, e você sabe o que isso significa né? – disse Peixes fazendo beicinho. Máscara da Morte fechou a cara na hora.
– Ih, o Máscara vai ficar na secaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Na na na na na! – cantou Shura fazendo careta e Aiolia caiu na risada.
– Só não te dou uma porque... – Máscara da Morte grunhiu.
– Pelo menos achamos cocos! – concluiu Afrodite.
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– Oh Shina, como é que a gente vai fazer pra pescar? – perguntou Shiryu coçando a cabeça.
– E eu que sei? Você é o chinês, treinado pelo Mestre Ancião. Ele não te ensinou a pescar com a mão, não? – disse a amazona.
– Bah! – resmungou Shiryu.
–Vem comigo, Dragão! – intimou Shina. Shiryu acompanhou a menina e os dois se esgueiraram sorrateiramente até a barraca que Saori dividia com Seiya.
– O que você quer aqui? – murmurou o chinês.
– Shish, calaboca! – repreendeu Shina. A amazona então foi até o baú de roupas de Atena, pegou um dos vestidos, arrancou o saiote (que era desses durinhos, brancos, com pequenos furinhos), e foi saindo, fazendo com que Shiryu a acompanhasse. Correram bastante para longe do acampamento, e Shina exibia alegre o pedaço grande de tecido.
– Shina, você destruiu o vestido da Saori, isso vai dar merda! – disse o Dragão.
– Vai nada! E oh, isso aqui é uma rede de pescar perfeita! – replicou a Amazona de Cobra.
– Uia, e não é que é mesmo! Shina, empresta isso aqui! – disse Shiryu e pegou o pedaço de tecido. Caminhou um pouco pela praia encontrando uns gravetos, em que amarrou o saiote. – Olha que beleza, Shina! – o chinês exibiu a rede de pescar para a amiga. A italiana sorriu feliz. – Me dá um tempo! – completou Shiryu e mergulhou no mar. Quinze minutos depois voltou com quatro peixes de tamanho médio.
– Até que fazemos uma boa dupla, Dragão! – disse Shina sorrindo.
– E não é que é? – sorriu também Shiryu.
Foram caminhando displicentemente até o acampamento quando ouviram um berro lancinante.
– O ladrão estragou meu vestidooooooooooooooooooooooooooooooooooo! – era Saori.
– Ops, falei que ia dar merda! – constatou Shiryu.
– Acho bom a gente esperar pelos outros sentados aqui! – ponderou a menina, e assim fizeram.
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– Oh, Camus, seu idiota, tinha que escolher o mais difícil pra gente? – reclamou Saga bufando. – Logo a subida?
– Paciência, Saga, pelo menos lá de cima vamos ter uma visão legal da ilha! – disse Milo.
– E quem disse que isso aqui é uma ilha? – perguntou Aldebaran. – Nós estamos em Peruíbe, saco, na Serra da Juréia. Tem que ter uma estrada não muito longe daqui!
– Tudo isso está muito estranho! Muito estranho mesmo! – ponderou Camus.
– Ah, calem a boca e continuem a andar! – berrou Saga mau humorado.
Subiram e desceram o morro somente para encontrar uma pequena enseada do outro lado, um lugar muito bonito, mas com cara de ser ainda mais deserto do que onde estavam.
– Bela bosta, subimos até aqui pra nada! – Saga estava realmente de péssimo humor.
– Eu não diria isso! Veja! – gritou Milo e apontou para a praia, descendo correndo. Lá havia uma série de siris, desses bem graúdos.
– Nossa, Milo, você é um gênio! Eu sei cozinhar isso! – disse Aldebaran tomando Milo nos braços e dando-lhe um beijo na bochecha.
– Opa, larga que ele é meu! Desencosta! – reclamou Camus abraçando Milo.
– Hum, conquistou mesmo o Picolé, hein, Milo? – sorriu Saga de canto de boca.
– Isso é pra quem pode, Saguinha! Pra quem pode! – gabou-se Escorpião.
Puseram-se a marchar de volta ao acampamento, Aldebaran praticamente correndo à frente do grupo levando os siris. Camus e Milo ficaram um pouco para trás. – Camus, eu acho que a gente podia vir tomar um banho de mar aqui essa noite, só nós dois, o que você acha? – cochichou Milo para o amante, lascivamente.
– Seu pervertido! – exclamou Camus. – Mas eu topo! – completou, piscando.
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Hyoga e Ikki embrenhavam-se na floresta sem trocar uma única palavra. Cisne, entretanto, estava visivelmente nervoso, e não dava a mínima para procurar comida. Sequer sentia fome. A verdade é que ele pedira para seu Mestre que se fosse dividir os cavaleiros para explorarem as imediações, que ele fosse com Ikki. Pois Fênix fazia parte da surpresa que queria fazer para Shun, provando que realmente o amava (e assim, quem sabe, ganhando a noite que planejava já há algum tempo). Assim, tomando coragem, Hyoga respirou fundo e simplesmente parou de caminhar.
– Que foi, Pato? Tá cansado? – perguntou Ikki em tom de deboche.
– Não, é que eu quero conversar com você – disse Hyoga.
– Ah, essa é boa... todo mundo morrendo de fome, esperando que a gente ache alguma coisa pra comer, e o Pato quer conversar! – tornou Fênix, sarcástico.
– Seu sarcasmo não vão me fazer ter medo de você, Ikki. Que tal você parar e tentar conversar comigo como gente civilizada? – ponderou Cisne, com os braços cruzados.
"Zeus, o que esse moleque quer comigo? Tenho até medo só de pensar...", pensou Ikki. No fundo, Fênix sabia e muito bem o que Hyoga poderia querer com ele, e seria capaz de matar o russo se ele dissesse uma palavra a respeito. "Mas se eu faço isso o Shun nunca me perdoa!", pensou. "Ah, Shun, que bela enrascada essa em que você me meteu!", murmurou para si mesmo, em pensamento. Respirou fundo. – Bom, já vi que não tem jeito mesmo, não é? Vai, desembucha, Hyoga!
– Sente-se! – convidou o russo. Ikki, que já estava mais curioso do que furioso com a coragem do menino, resolveu atender ao pedido do loiro e sentou-se, Hyoga fazendo o mesmo. Encararam-se. Hyoga suspirou profundamente e contou até três mentalmente antes de começar. – Ikki, o que você sente pelo Shun? – perguntou o russo.
– Ora, seu moleque! Eu amo o Shun, ele é minha única família, meu irmãozinho, tudo o que eu tenho nessa minha vida! – exclamou Ikki, e havia muita sinceridade em sua voz.
– Pois bem, Ikki. Eu posso dizer que, tirando a parte do irmão, faço minhas as suas palavras! – disse Hyoga.
– O quê? Moleque, vamos parando essa conversa por aqui, porque acho que sei onde você quer chegar e sinceramente não quero ouvir! – enfureceu-se Ikki, já se levantando. Hyoga levantou-se de supetão, encarando Ikki com uma força que Fênix não imaginava que o russo possuía.
– Eu vou falar e você vai ouvir, Fênix! Faça isso pelo Shun! – gritou Hyoga assustando um pássaro que voou piando. Surpreendentemente, Ikki se sentou novamente e encarou o russo nos olhos. – Ikki, quer você queira, quer não, eu amo seu irmão! Amo! Sou apaixonado! Faria qualquer coisa por ele! – continuou o loiro.
– Mas que pouca vergonha, isso! Mas também, com toda essa viadice espalhada pelo Santuário, não me surpreende... – debochou Fênix fazendo cara de enojado. – O que você, minha aprovação? – riu.
– Exatamente, Ikki. Exatamente. – concordou Hyoga.
– Ora, mas que petulância! – exclamou o mais velho olhando para os lados, com a boca aberta.
– Ikki, me entenda! Olha pra mim! – Hyoga forçou Ikki a encará-lo nos olhos novamente. – o Shun também me ama. Nós namoramos escondido.
– Pára, Hyoga, por favor pára! – disse Ikki desviando o olhar, e Hyoga podia jurar que os olhos do outro estavam rasos d'água. – Eu não quero ouvir que meu irmão é um... é um...
– Gay, Ikki. Gay. Ele é, eu sou, o Camus, e até mesmo o Máscara da Morte. Gay! E não tem mal nenhum nisso, Ikki. Me escuta, eu estou dizendo que amo seu irmão. Que namoro com ele. Que morreria por ele! – Hyoga, este sim, já estava emocionado, e enxugou as lágrimas com as mãos fechadas.
– O que você quer de mim, Hyoga? – perguntou Fênix, encarando o russo. Mas estranhamente o brilho em seus olhos não era o de raiva, que lhe era característico. Não fosse Ikki, Hyoga juraria que era um olhar de ternura.
Hyoga sorriu. – Quero sua aprovação, Ikki. Para que possamos namorar abertamente. Shun vive infeliz, e é por não poder conversar com você a nosso respeito. Zeus sabe quantas vezes eu o peguei chorando, dizendo ser uma vergonha pra você, e que jamais se perdoaria por isso. Você me entende, Ikki? – perguntou Cisne. Ikki fez que sim com a cabeça. – Pois bem, é isso que eu quero. Sua aprovação. Quero a mão do seu irmão em namoro, Ikki, em casamento, Ikki! O que você diz? – tornou Hyoga, emocionado.
Ikki sorriu. – Jamais pensei que isso fosse acontecer comigo... com meu irmão... ah, Hyoga, mas meu amor pelo Shun é tão grande... e, pelo visto, o seu também... senão não estaria aqui, de peito aberto, encarando Ikki de Fênix! O que eu digo? Que o namorado do meu irmão é muito corajoso!
– Isso é um sim? – perguntou Hyoga sorrindo.
– Isso é um vou pensar sobre o assunto... – tornou Ikki.
– Pra mim já basta! – respondeu o russo.
– E quer saber, que se dane a comida, o maldito do Camus mandou nós dois virmos aqui sozinhos enquanto os outros estão em quatro e... peraí, seu russo duma figa, você arquitetou isso! – entendeu Ikki. Hyoga sorriu em anuência. – Espertinho, você! Vamos embora, vai! – completou Ikki, e os dois puseram-se a caminhar de volta ao acampamento.
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Surpreendentemente, todos estavam no acampamento na hora prevista. Aldebaran fervia feliz os siris que trouxera, enquanto Shiryu limpava os peixes. Marin e Seiya separavam o resto da água que haviam trazido do rio em duas grandes panelas: uma delas serviria para cozinhar, a outra para banhos improvisados. Enquanto isso, Afrodite, Máscara da Morte, Aiolia e Shura, coçando-se de quando em quando, furavam os cocos e separavam a água, abrindo-os logo em seguida, pois dariam uma ótima sobremesa.
– Gente, queria lhes dizer que o ladrão esteve aqui enquanto vocês não estavam! – disse Saori.
– Mas não é possível! – Camus replicou, impaciente. – Shun, e você não fez nada?
– Não senti nenhum cosmo diferente, Camus, e a corrente continuou quietinha, portanto não suspeitei de inimigo! – explicou Shun.
– Huuuum, então o ladrão só pode ter sido um de nós! O que ele roubou? – perguntou Camus.
– Nada, somente um saiote de um de meus vestidos! – disse Saori.
– Um saiote! – assustou-se Milo. Então olhou para Shiryu, que limpava o peixe, e para Shina, que meio que se escondia atrás de Shura. – Oh Shina, como é que você e o Dragão conseguiram esses peixes, hein? – perguntou Escorpião.
– Tá, eu confesso! Peguei mesmo o saiote, e olha, deu uma rede perfeita! – disse Shina mostrando o artefato.
– Ora, sua, sua, eu te pego! – gritou Saori.
– Calma, Atena, foi por uma boa causa... estávamos todos mortos de fome! – disse Mu.
– Mu? – todos perguntaram ao mesmo tempo. – Onde você estava? – perguntou Shura em um tom que era um misto de surpresa e indignação – E cadê o Shaka?
– Aqui! – surgiu Shaka do nada, com os cabelos todos desgrenhados e a face vermelha.
– Ah, sei, e posso saber o que as moçoilas estiveram fazendo enquanto todo mundo se estrepava por aí? – disse Aiolia.
– Meditando, ora! – respondeu Mu calmamente, embora estivesse com uma camiseta meio rasgada no ombro, os cabelos em desalinho e os lábios inchados.
– Ai, fofos, e desde quando meditação faz ficar com esse afogueado todo na cara, hein? – zombou Afrodite.
– Calaboca, Dite! Ou então eu abro o olho! – ameaçou Shaka.
– Cruzes, não tá mais aqui quem falou! – tornou Afrodite, dando um gritinho.
– O que eles estavam fazendo, Seiya? – perguntou Saori, ingenuamente.
– Não sei, não sei... – respondeu o menino, pensando se aquilo tudo era ingenuidade mesmo ou era só fachada.
Todos se deliciaram com os siris, os peixes e os cocos. Banquetearam-se, mataram a fome que os estava matando, e sentaram-se em círculo em volta da fogueira.
– Pessoas, eu tenho um plano! – disse Camus.
– Oh, novidade! – gabou-se Milo.
Camus olhou feio para Escorpião e prosseguiu. – Enfim, Shun, esta noite você envolverá o acampamento com sua corrente. Se o ladrão vier atacar, com certeza o poder de Andrômeda sentirá! E, caso não sinta e suma mais alguma coisa, ficará claro que o ladrão é um de nós! – disse Camus.
– Perfeito, Mestre Camus, muito bom! – Saori disse batendo palmas. – Realmente, não sei porque escolhi o Saga pra Grande Mestre...
– Porque eu sou mais bonito! – disse Saga e levantou-se, fazendo pose.
– Bah! – disse Atena mostrando a língua.
"Ah, esses meus amigos!", pensou Camus. Depois, reclinou sua cabeça no peito de Milo, assim mesmo, sem cerimônia, e tirou uma bela de uma soneca. "Como ele é lindo! Zeus, como estou apaixonado!", pensou Milo, deixando-se hipnotizar pelo subir e descer da respiração relaxada do francês que dormia sobre si.
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(1) Você é lindo, não importa o que eles dizem!
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A/N: Ufa, esse capítulo deu um trabalhão, mas aí está. Comentem, pls!
E muuuuuuuuuuuuuuuito obrigada pelos comentários anteriores, sempre!
