Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;
Legenda:
-Frases assim; (diálogos normais)
-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)
-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)
--Flash back—(negrito)
--Lembranças— (itálico)
Capitulo 2:
Tão verdadeiro quanto pode ser
I-Derrota Eminente.
Minutos antes...
Shina pouco se importava se aquela a sua frente era uma mera aprendiz, sem um mestre. Deixando as regras de lado partiu com todas as forças para cima de Aishi. Que se defendia com tamanha destreza que fazia Shina vibrar de raiva, diante do atrevimento da amazona que ousara brincar com ela.
Aishi não a atacava, apenas se esquivava. Enquanto pouco-a-pouca a arquibancada do Coliseu era preenchida com uma legião de expectadores.
-LUTE! OU VOCÊ NÃO É UMA AMAZONA? – Shina praticamente gritava.
-Não me desafie amazona; - Aishi falou com a voz seca, se alguém pudesse ver seu rosto por trás da mascará, notaria os olhos comprimidos como um pedido silencioso aos seus instintos para que tivesse paciência para com aquela pobre ignorante que não sabia com quem estava se metendo.
-Quem é você? – Shina perguntou incerta quando a resposta que queria ouvir, ao mesmo tempo em que desferia mais um golpe.
-"Tenho pena de você amazona, não tem noção do perigo que corre me enfrentando, aliás, nem eu mesmo sei o perigo que represento lhe enfrentando"; Aishi pensou enquanto observava a amazona, numa distancia segura. – "Se ao menos ela não fosse tão prepotente e não tivesse mexido comigo num dia como esses, quem sabe eu poderia pegar mais leve, mas já vi que não vai ter muito jeito".
-E então, não vai me responder? – Shina falou mais confiante, pensando que a garota se intimidara. Que erro.
-Se realmente lhe importa, me chamo Aishi; ela falou com a voz imponente, como uma deusa comandando seu exercito em meio uma batalha.
-MENINA ARROGANTE! Vou acabar com você! – Shina gritou saltando e crispando suas garras pra atingi-la, mas uma parede invisível bloqueou o ataque e lhe devolveu com igual intensidade. – MÚ! Não se intrometa; ela gritou pensando que o ariano estivesse na arena, mas parou ao notar que nenhum dos cavaleiros de ouro se fazia presente ainda no local, deixando a jovem confusa.
Ignorando isso ela tornou a atacar a jovem, dessa vez Aishi não desviou, simplesmente elevou seu cosmo numa pequena explosão universal, um brilho azulado envolveu a jovem que já não mais estava com a capa preta, revelando o garbo altivo de uma amazona a moda antiga, com os cabelos dourados esvoaçando com o vento. Lançando a amazona de Cobra a uma longa distancia de onde estava, mas essa explosão não durou muito, já que logo se apagou.
Shina estava incrédula. Fora derrotada com tamanha facilidade por uma aspirante. Sua incredulidade fora maior ao notar a semelhança do golpe lançado pela jovem com o tipicamente usado por Saga. Explosão Galáctica. Mas esse golpe fora usando como defesa, não como ataque.
A garota deu as costas para a Cobra, pegando a capa jogada ao chão e começava a se afastar.
-Aonde pensa que vai, temos uma luta pra terminar; Shina falou tentando se levantar com dificuldade, não daria o gosto de perder sua superioridade na frente dos novatos e mostrar-se fraca por apanhar de uma amazona que mal a atacara e usara duas técnicas primarias.
-Você não esta em condições de querer terminar nada, recupere-se e lhe prometo que numa próxima vez nós lutaremos sem interrupções; Aishi falou já bem distante.
II - Quem é ela?
Saga, Kamus e Shura finalmente chegaram no Coliseu, ofegantes devido à corrida, acabaram por não ver a partida da amazona misteriosa. Pouco-a-pouco os curiosos deixavam o local, apenas Shina permanecia estática olhando para algum ponto interessante no meio do nada. Mais uma vez ela tentou se levantar, mas foi em vão, teria ido ao chão se não fosse pelos fortes braços do capricórniano que a ampararam.
-O que aconteceu? – Shura perguntou preocupado.
-Nada, foi só um treino de rotina; ela respondeu com seu orgulho inflamado novamente. Não poderá admitir para um cavaleiro de ouro que uma veterana como ela ficara com medo de uma novata.
-Treino! Que espécie de métodos vocês andam usando? – Kamus perguntou desconfiado.
Agora outros cavaleiros de ouro chegavam ao local, atraídos pela estranha explosão cósmica.
-Você esta bem Shina? – Marin perguntou se aproximando com Aiolia e Aldebaran.
-Sim! – ela respondeu seca, se soltando rapidamente dos braços do espanhol quando sentira o mesmo estreitá-los a sua volta com um sorriso malicioso. Será que era possível, nem em momentos críticos ele não deixava de ser um atrevido, isso que dava andar tanto com Milo; Shina pensou irritada.
-O que deu nela? – Milo perguntou inocentemente, não notando o clima tenso que existia no local.
-E é pra mim que você pergunta; Shura respondeu, mas não pode impedir que seu sorriso se alargasse; - "Oh italianinha difícil".
-O que aconteceu aqui? – Afrodite disse se aproximando com um lenço enrolado numa das mãos onde provavelmente havia sido acertado por um espinho das rosas do seu jardim.
-Parece que todos sentimos uma explosão diferente de cosmo, então viemos averiguar; Kamus falou em nome de todos. – Só que ao chegarmos aqui encontramos apenas Shina ferida, alegando ser apenas um treino e no caminho ouvimos falar que ela lutava com uma amazona, mas a mesma não encontramos aqui; ele completou num fôlego só.
Um jovem aprendiz se aproximava dos cavaleiros timidamente, até ser abordado pela amazona de Águia.
-Hei, você poderia me dizer o que aconteceu aqui? – ela perguntou docemente, fazendo um leonino vociferar baixinho por toda a atenção que a veterana dava aos novatos.
-Uma amazona chamada Aishi foi desafiada. Shina a tratou com superioridade dizendo que ela não tinha um mestre e nem amazona era, com o intuito de provocá-la, mas acabou levando a pior, pois a garota quase nem se mexeu e deixou a Shina do jeito que vocês viram; ele falou impressionado.
-Porque você disse que ela não tinha um mestre? – Kamus perguntou curioso.
-Porque ela usava naturalmente uma mascara e atualmente somente as amazonas que não tem mestres é que o fazem;
-Você disse que ela nem se mexeu, sabe descrever o tipo de golpe que ela aplicou? – Aioros perguntou se manifestando.
-Não saberia ao certo como descrevê-los, pois não sei como ela fez isso, mas ouvi algumas pessoas mais antigas do santuário dizerem que era um golpe semelhante à Parede de Cristal e outro a Explosão Galáctica; ele completou fazendo os respectivos cavaleiros de Gêmeos e Áries se surpreenderem.
-Então o nome dela é Aishi? – Kamus tornou a perguntar, por algum motivo isso lhe soava estranhamente familiar.
-Exato;
-Era só isso, obrigada; Marin falou sorrindo, deixando o aprendiz meio aparvalhado, já que a mesma havia há tempo abandonado a mascara quando não estava em combate, deixando o leonino com humor de cão, ao ouvir os suspiros dos novatos quando comentavam sobre a ruiva de olhos verdes.
-Você sabe quem é ela, Marin? – Kamus perguntou sem se preocupar em esconder sua ansiedade.
-Não, apesar de que não conheço todos os aprendizes que chegaram no ultimo semestre ao santuário, talvez ela seja nova mesmo; ela murmurou inserta.
-Se conseguiu derrubar a Shina, não deve ser uma amazona comum, então devemos comunicar a Athena; Saga falou ponderando, enquanto todos assentiam afirmativamente.
III - O tributo a Apolo.
Fim do dia...
Já era fim de tarde e ela ainda não desistira de procurar um local seguro pra se abrigar. Embora estivesse no santuário, sua força ainda não tinha se manifestado completamente e aquela constante luta pra manter-se oculta apenas minava-lhe mais as forças. Não poderia fazê-los sofrer, não depois de tudo o que passaram, então tinha que ser forte e resistir até que todo aquele poder se manifestasse.
A inquietação que lhe rodeava fazia apenas com que ela ficasse com mais e mais medo de ser encontrada e trazer problemas para aqueles a quem jurara proteger. Aishi praticamente corria pela floresta ladeada ao santuário.
-"Tola! Mortal atrevida, pelo menos ela não sabe com quem lutou realmente se não, saberia que nem por pura piedade ela teria chance de sobreviver"; Aishi pensou revoltada na oportunidade que dera a amazona recuar e não se ferir e como fora rebatido, com palavras de desdém e desafios tentadores.
Bem ela mereceu. Aishi não pode evitar cravar suas unhas na palma das mãos e com um gemido de dor deixar-se derramar uma lagrima.
–"Não posso me esquecer que ela é uma amazona, não seria justo descontar nela minhas frustrações";
Tantos segredos esculpidos em milênios de história. Um deles nada tinha de secreto, finalmente chegara no Coroa do Sol ou o pequeno paraíso entre os mortais, templo construído para Apolo a pedido de Athena, na época em que ambos eram o exemplo de irmãos perfeitos, longe do que eram agora, rivais e inimigos mortais. O rosto ainda escondido pela mascara e a capa negra que também lhe servia de protetor ao corpo.
Entre uma e outra pilastra tombada que encontrou pelo caminho resolveu descansar ali mesmo, quando o cansaço foi mais forte e lhe dominou, fazendo-a perder a consciência.
IV - Testemunha muda.
Há uma semana ele fazia aquele mesmo percurso. Não era mais necessário olhar para os lados na tentativa de se situar, era apenas deixar-se guiar por seus instintos. Seu coração o levava misteriosamente por entre as oliveiras. Nada mais importava a ele, nem mesmo o que os outros diriam sobre essas suas saídas noturnas.
Só o que ele queria era poder contemplar mais uma vez a única visão que acalentaria seu pobre coração.
A brisa noturna esvoaçava seus cabelos verde-esmeralda, fazendo com que entre as estrondosas oliveiras eles parecessem tão negros como as noites de lua nova onde o brilho de seus olhos de mesma cor adquiriam uma aura fria e misteriosa como tudo que envolvia aquele homem.
Finalmente chegara aonde queria. Por sorte ou não, ela ainda estava a dormir. Qual seria a face daquele anjo que tão cruelmente se escondia por de trás de uma mascara de amazona?
Aquele templo abandonado tornava o ambiente tão ou mais propicio para um encontro entre jovens apaixonados embora não fosse esse o caso.
A lua iluminava os longos cabelos dourados da jovem que no momento parecia desfrutar de doces sonhos embalados pelos braços de Hipnos, embora estivesse com mascara e sua expressão fosse neutra. Seu cosmo era brando, uma energia cálida e reconfortante, não era alguém hostil.
Sendo a lua única testemunha das visitas consecutivas que o aquariano fazia a aquele templo apenas para contemplá-la e depois partir como se nunca estivesse estado ali. Ele a observava a distancia e em silencio.
Por entre as poucas arvores que rodeavam aquela parte do templo. Ele a observava atentamente. Até que um barulho atrás de si lhe chamou a atenção, fazendo com que instintivamente se virasse, mas nada encontrou, ao voltar seus olhos novamente para o templo não encontrou mais a jovem lá. Talvez tivesse sido descoberto, ele pensou;
-Quem é você? – uma voz chegou a seus ouvidos, como uma doce melodia guiada habilidosamente pelo melhor dos maestros; - E o que fazia me vigiando? – sim, ela o havia descoberto, mas como alguém que aparentava ser tão frágil poderia ter uma voz tão imponente ao tempo que era pacifica, deixando-o completamente petrificado.
-Perdoe-me Srta. Mas não era minha intenção incomodá-la; ele falou ainda na duvida, virava-se ou correria o risco de não encontrar ninguém atrás de si e perceber que aquilo era apenas fruto de sua imaginação.
-Não era? – ela perguntou com um certo "Q" de ironia na voz. – Então porque vêm aqui todas às noites? – ela perguntou num tom de provocação ao perceber o desconcerto do cavaleiro, que logo se virou pra encará-la com o cenho franzido, mas decepcionou-se ao notar a mascara da jovem lhe cobrindo a face.
-Se sabia da minha presença aqui, porque não me atacou? – ele perguntou desviando o assunto, a jovem se aproximou lentamente até ficarem bem próximos.
-Você não me representa perigo algum; ela respondeu calmamente, mas não pode evitar sorrir internamente ao ver o cavaleiro arquear uma sobrancelha com ar descrente.
-Como tem tanta certeza? Afinal sou um cavaleiro? – ele perguntou não conseguindo impedir a si mesmo de sorrir, considerando a hipótese de que o silencio da jovem era uma apreensão quanto a sua presença.
-Embora você seja um cavaleiro, percebo que seu cosmo não é hostil e mesmo que fosse, se tentasse alguma coisa morreria antes de me tocar; ela falou como perspicácia, nunca alguém falara com ele assim, mas ela era diferente e ele sentia isso.
-Está certo! Não era realmente minha intenção atacá-la, mas pelo visto você é uma amazona? – ele comentou casualmente, por hora era melhor mudar de assunto, não era muito saudável enfrentar uma amazona, não enquanto estivesse sozinho e não sabia qual seu potencial. – Porque não esta no Santuário, ou melhor, treinando no Coliseu?
-Você faz perguntas de mais cavaleiro; ela respondeu um pouco inquieta.
-Kamus;
-O que?
-Meu nome é Kamus; ele respondeu com um orgulho maior que o habitual soando em sua voz.
-"Kamus... Aquele Kamus, cavaleiro de ouro de Aquário e agora?"; ela pensou tentando não demonstrar seu nervosismo; - Bem, Kamus, respondendo sua pergunta. Não sou o que se pode dizer de pessoa muito sociável, por isso prefiro evitar os conflitos com outras amazonas; ela respondeu, em si não estava mentindo. – E tem mais, ouvi dizer que um dos cavaleiros de ouro é um pervertido...;
-Milo; ele respondeu sério a cortando.
-Que? – ela perguntou confusa quanto à resposta.
-É, por causa dessa anta que os cavaleiros de ouro levam a fama de devassos; Kamus falou com ar entediado, pelo visto não seria a primeira vez que alguém fazia um julgamento dos cavaleiros de ouro se baseando no Escorpião.
-Agora entendo, então quer dizer que você não é um pervertido como esse tal de Milo? – ela perguntou com um ar divertido na voz, que deu um alivio momentâneo para o cavaleiro... Apenas momentâneo; - Então porque você mudou de assunto quando eu perguntei o que você fazia aqui?
-Her... Bem, qual era mesmo seu nome? ... "Ótimo, não tinha nada melhor pra falar, idiota"; ele pensou recriminando-se mentalmente, embora tenha tentado inutilmente mudar de assunto, sabia muito bem que por trás da mascara a jovem o mirava curiosamente e afinal, porque agia como um colegial encurralado em meio a uma travessura. Não! Aquilo tinha que mudar e rápido. Seu orgulho de cavaleiro lhe exigia isso.
-Eu ainda não disse meu nome; Aishi respondeu divertida; - Bem, já que você não quer responder eu vou indo; ela disse se virando, mas foi impedida pela mão do cavaleiro que a segurou pelo pulso, fazendo uma pequena corrente de estática passar por seus corpos.
Nesse mesmo tempo... No santuário...
A primeira casa estava muito movimentada, isso porque um certo cavaleiro de Escorpião não parava de andar em torno de si resmungando.
-Eu to falando pra vocês, ele ta muito estranho!
-O Kamus sempre gostou de silencio, isso não é de agora. Ainda acho que você esta exagerando; O ariano falou pacientemente.
-Eu não acho Mú, por mais que o Kamus queira ficar sozinho, eu nunca vi ele sair na calada da noite e depois voltar com um ar meio avoado; Aiolia falou.
-Viu até o Aiolia concorda, sem falar das vezes quando ele passa pela minha casa e fica resmungando algo do tipo 'Seu idiota, que coisa infantil', como se estivesse falando de alguém ou pior de si mesmo; Milo falou gesticulando impacientemente.
-É realmente preocupante; Aiolia completou, colocando a mão no queixo fazendo ar pensativo.
-E agora. Onde ele esta? – Mú perguntou.
-Onde você acha, foi fazer mais uma de suas caminhadas; o Escorpião respondeu.
-Então vamos tirar isso a limpo, quem sabe o Kamus esta com problemas e nós não sabemos. Por isso só o que podemos fazer é ir atrás dele; o ariano completou.
-Certo, vamos logo, vai que ele faz uma besteira, já viu né? – Milo falou apressando os amigos.
-O Kamus é muito responsável, é mais fácil o Aiolia se declarar pra Marin do que o Kamus quebrar as regras; Mú completou em tom divertido ao ver o olhar assassino do leonino.
-Hei! Desde quando o assunto em questão é a minha vida pessoal? – ele perguntou irritado.
-Não só aqui meu caro; Milo completou rindo. – Mas todo santuário já sabe que você é um pato e que é bem possível que a Marin acabe desistindo de você? – ele completou rindo, mas logo parou ao ver os olhos do leão soltarem faíscas.
-Grrrrr! Vou mostrar pra você quem é o pato aqui, seu Escorpião de uma figa, acha que todo mundo tem que ser um pervertido que nem você? – ele perguntou serrando os punhos. Se fosse possível sem duvidas o leonino tinha matado a pauladas o Escorpião, mas como Zeus esta do lado dos pobres, indefesos e pervertidos, o ariano resolveu se meter antes que o pior acontecesse.
-Parem com isso, vamos atrás do Kamus logo;
V - Inconvenientes até se prove o contrario.
Ele segurava-lhe delicadamente o pulso, embora não fizesse questão de soltá-lo.
-Você poderia fazer a gentileza de me soltar; ela falou forçando o pulso, sem ter uma brecha.
-Você ainda não me disse seu nome! – ele falou aproximando-se perigosamente da jovem, que estática, não conseguiu recuar.
-Porque quer saber? – ela tentava ganhar tempo pra poder escapar sem deixar vestígios de seu cosmo.
-Você parece ser alguém interessante, oculta sua face e sua energia, isso me deixa curioso, porque faz isso? – ele pergunta agora segurando a jovem pelos ombros, fazendo-a virar-se e encará-lo.
-Já disse que você faz perguntas de mais? - ela respondeu evasiva. – "Preciso sair logo daqui, se não meu disfarce vai por água a baixo"; ela pensou, sentindo as costas tocarem o tronco de uma arvore impedindo sua fuga.
-Já! Mas se as perguntas te incomodam tanto, posso usar outro método então; um brilho diferente passou pelos olhos do aquariano, que parecia entretido em usar uma das mãos para impedir a jovem de se mover, enquanto a outra ia diretamente de encontro a seu rosto, na intenção de retirar-lhe a mascara... Mas, por obra do destino...
-KAMUS! – a voz de Milo, Aiolia e Mu, soaram não muito longe de onde eles estavam. Atraindo a atenção dos dois, que por um momento, assustados ficaram sem ação. Ignorando o chamado dos outros cavaleiros Kamus tornou a olhar para a amazona que parecia suar frio, com a idéia de que estava à mercê do cavaleiro.
-"Sinto a presença de mais três cavaleiros de ouro"; Aishi pensou aflita.
-Pode tentar me matar se quiser, pois não pretendo desistir sem antes saber quem você é? – ele falou com a voz quase num sussurro.
Quando a mascara havia soltado-se completamente do rosto da amazona, o chamado soou bem mais perto dessa vez.
-KAMUS CARAMBA! ONDE VOCÊ ESTÁ? – a voz do Escorpião soou irritada.
O cavaleiro pareceu surpreso, ao voltar-se pra amazona e apenas encontrar a mascara em suas mãos, pois a mesma havia desaparecido sem deixar nenhum rastro de seu cosmo, como aquilo era possível, ele se perguntou, sabia que não era sua imaginação, embora não tivesse mais certeza de nada.
Dizem as antigas leis do santuário, que se uma amazona revê-lar seu rosto a algum homem, ela só tem duas opções: amá-lo ou matá-lo. Mas após a abolição das mascaras essa lei foi simplesmente esquecida por alguns. Embora a completa liberdade de escolha das amazonas de amar o matar alguém independente se o mesmo havia visto seu rosto, tornou-se algo muito eficiente de uns tempos pra cá;
-Finalmente te achamos; Aiolia falou saindo com os outros dois de uma moita; - Mas o que estava fazendo aqui? – ele perguntou curioso, sem ao menos notar que o cavaleiro rapidamente guardara a mascara e olhava os três com um olhar de poucos amigos.
Ela se fora, sem ao menos lhe dizer o nome, sem duvida ele merecia isso, fora tão atrevido a ponto de querer retirar-lhe a mascara, que não duvidava que a jovem provavelmente iria querer matá-lo. Mas se quisesse porque não o fez? Ele se questionou uma ultima vez.
-Vamos! – ele disse com a voz fria e os olhos fuzilantes.
-Hi será que interromp-...; Milo não pode terminar de falar, já que levou um cascudo de Mú, que o olhou com reprovação.
Os quatro cavaleiros voltaram em silêncio para o santuário. O céu permanecia banhado de estrelas, embora a atenção de Kamus não estivesse depositada nas mesmas.
Extremamente casando, ele chegara a casa de Aquário. Os amigos nem ousaram lhe dirigir a palavra ou explicar o que faziam atrás dele, se bem que ele também não dera uma brecha, demonstrando claramente que seu humor estava inconstante.
Uma leve brisa envolveu seu corpo, trazendo até suas narinas a essência de rosas. Inquieto o cavaleiro voltou-se para a escadaria que levava ao templo de Peixes, mas não viu seu guardião, mas algo lhe dizia que aquelas rosas não eram de Afrodite, quando um outro nome lhe veio a mente, "Aishi", por algum motivo ele tinha a certeza de que era ela a amazona que tanto procurava.
VI - Reunião
Alguns dias depois...
Shion, Saga e Saori. Estavam reunidos no salão do Templo do Grande Mestre numa importante reunião.
-Então, não houve mais nenhuma manifestação de algum cosmo diferente nos últimos dias? – Shion perguntou.
-Não, o que é mais estranho é que da a impressão de que há alguém ocultando o cosmo; Saga comentou com ar intrigado, afinal era o único aparentemente a sentir isso; - Acho que não é um cavaleiro comum;
-Talvez uma amazona; Saori sugeriu casualmente.
-Amazona? – Shion murmurou intrigado.
-Como tem certeza Srta? – Saga perguntou fitando a deusa com seriedade.
-Não disse que tenho certeza Saga, apenas disse que há a possibilidade de em vez de ser um cavaleiro seja uma amazona; Saori disse tentando desviar do cavaleiro a idéia de que sabia bem mais do que aparentava. Se lhe contasse algo seria apenas o necessário e nada mais alem.
-Então devemos nos preocupar com todo esse silencio; Shion comentou com o ar mais preocupado.
-Por enquanto não posso lhes dizer mais do que o fato dessa pessoa não ser um inimigo e sim um amigo, que só se oculta para não trazer problemas para os cavaleiros; ela respondeu, resolvendo por fim não deixá-los completamente às cegas quanto ao que sabia.
-Como assim, problemas? Algum Deus querendo vingança? – Saga perguntou, lembrando-se da previsão que fizera.
-Parcialmente, também é isso sim, não por parte dela; Saori disse, mas logo corrigiu ao ver o olhar espantado do cavaleiro. – Que só quer a justiça;
-Então a Srta sabe quem é? – Shion perguntou curioso.
-Ainda tenho algumas duvidas, mas é possível que seja quem eu penso; a jovem deusa falou de forma enigmática. –E até acho bom ela finalmente ter voltado;
-Então o que fazemos? – Saga perguntou, intimamente tentando entender a quem a jovem se referia.
-Vamos apenas esperar; ela respondeu pondo fim à reunião.
Continua...
