Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;


Legenda:

-Frases assim; (diálogos normais)

-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)

-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)

--Flash back—(negrito)

--Lembranças— (itálico)


Capitulo 6:

Só uma mudança.

I – Dias difíceis.

No dia seguinte...

Aishi acordou bem disposta do que na manhã anterior. Como se toda energia que adquirira da tensão que passara nos últimos dias houvesse se esvaído completamente de si.

Aquelas lembranças que tivera na noite passada trouxeram antigas dores à tona, minando suas forças, mas nem por isso iria faltar ao treino e dar um motivo para seu querido mestre lhe chamar a atenção. Embora Kamus estivesse agindo de maneira fria e indiferente não o culpava, ele ainda tinha que fazer o seu trabalho de mestre e como ainda era um bom cavaleiro... Tentava encarar dessa forma, mesmo que fosse difícil.

Enfim, se pra chegar até o fim tivesse que ser tão fria quanto ele, estava disposta até mais do que isso.

Uma força invisível impedia que ela descesse graciosamente pelas escadas do santuário até o templo de Aquário. Mas de uma forma ou de outra tiraria forças da terra se fosse preciso, mas chegaria lá.

-Bom dia! – ela falou seca, sob o olhar curioso de Kamus, ela arqueou uma sobrancelha. – O que foi?

-Nada que me diga respeito; ele respondeu indiferente, enquanto caminhava para a sala de treino, embora estivesse intrigado quando a disposição dela; - Vamos!

-"Será que aconteceu alguma coisa? Só espero que esse cansaço não tenha sido porque eu queimei muito meu cosmo durante a noite, se não terei denunciado minha presença para o santuário todo"; ela pensou aflita, enquanto seguia o cavaleiro.

Passou-se uma parte da manhã inutilmente, devido ao fato de Aishi não conseguir concentrar seu cosmo e Kamus estar mais insuportável a cada segundo.

-Vamos parar, continuamos amanhã; Kamus falou com ar cansado; - Você não esta se concentrando o suficiente; ele disse recuperando o ar frio e indiferente.

-O que? – aquilo era a gota, ela passara a manhã toda tentando se concentrar e era isso que ele falava; - Caso não tenha percebido eu estou me esforçando, mas pelo visto pra você não é suficiente; Aishi falou um pouco ofegante, mas com os olhos estreitos.

-Realmente, não é! – ele respondeu irritado, pois não esperava que ela o respondesse.

-Quer saber, não vou gastar minha energia discutindo com você, se quer continuar amanhã, que assim seja; ela falou, ao mesmo tempo em que o cavaleiro sentia um leve tremor, como se uma estranha corrente de ar houvesse invadido o templo.

-Como quer ser minha aprendiz se não se esforçar? - ele disse a observando atentamente. Até onde ele queria chegar com aquela briga infantil nem Zeus sabe.

-Como se eu tivesse escolha e se me detesta tanto deveria ter aceitado a proposta do Milo e deixado que ele fosse meu mestre; ela rebateu em tom de desafio o encarando abertamente.

-Ele é um pervertido; Kamus respondeu, indignado com o que ouvira.

-Então, quem sabe o Saga; ela falou com um sorriso debochado. - Ou melhor, até mesmo o Mascara da Morte seria menos infantil que você; Touchê, ponto pra ela, agora nem ele mesmo tinha como responder, mas quem disse que ele daria o braço a torcer e deixar que ela tivesse a ultima palavra.

-Se você pensa assim fale com Athena, eu não me importo; ele disse seco, mesmo que uma voz dentro de si, gritasse "MENTIROSO", ele procurou ignorar o pensamento de que qualquer um dos outros cavaleiros estaria muito bem disposto a assumir o treinamento de Aishi se ela quisesse, ele esperava uma resposta entrecortada de sadismo, mas não teve muito sucesso ao ver que a jovem não mais estava ali. Ele fora ignorado.

II - Acertando as contas.

Ela subia a passadas pesadas as escadarias, Kamus estava indo longe de mais com aquele joguinho de orgulho ferido. O que a estava fazendo ponderar sobre a possibilidade de pedir a Athena que outro assumisse seu treinamento ou simplesmente esperar se recuperar e ir logo embora.

Parou com o pé em um dos degraus, abaixando a cabeça em seguida. A quem queria enganar com aquilo? – deu um suspiro triste, sabia que agora as coisas não eram mais tão simples e a possibilidade de deixar o santuário era deveras dolorosa. Balançou a cabeça tentando afastar os pensamentos e continuou a subir.

Finalmente chegara ao fim da escadaria de Peixes, faltava pouco pra chegar ao templo, quando encontrou dois cavaleiros conversando, mas que logo pararam ao vê-la se aproximar.

-Aishi acabou mais sedo o treino? – Afrodite perguntou amigavelmente, ignorando o olhar mortal que o canceriano lançava a jovem.

-Mestre Kamus resolveu parar um pouco mais sedo; ela respondeu, sentindo-se estranha ao usar um pronome tão formal para o cavaleiro que estava lhe tirando do sério, quando seus olhos cruzaram com o do canceriano, o cavaleiro estava ameaçando ir embora quando ela completou. – Poderia falar com você Mascara da Morte?

-Já esta falando! – ele respondeu seco.

-Porque eu não esperava outra atitude; ela murmurou, não baixo o bastante pro canceriano não escutar; - Eu queria me desculpar! – ela continuou, sem notar o olhar surpreso dele.

-Se desculpar! Foi teu mestre por acaso que te mandou aqui? – ele perguntou sarcasticamente.

-Não! Ele nada tem haver com isso e não dependo das ordens de meu mestre para admitir quando cometo um erro; Aishi disse séria. - Disse que você não respeitava os outros, mas acabei por te desrespeitar; ela falou séria, observando o cavaleiro que estava pasmo. – Me desculpe.

-Que seja, mas eu ainda não vou com a sua cara garota; ele respondeu, não querendo dar o braço a torcer que a jovem lhe pegara desprevenido com aquele tipo de atitude.

-Bem já é um começo!- ela disse sorrindo. – Agora se me dão licença tenho que ir;

-Espere Aishi! – Afrodite chamou.

-Sim!

-Ahn! Sabe, você poderia me ensinar aquele truque da rosa azul? – ele perguntou timidamente.

-Ficaria muito feliz em fazer isso Afrodite e se puder ser amanhã vai ser melhor ainda, porque hoje não estou conseguindo concentrar meu cosmo direito; ela falou a ultima parte quase num sussurro, notando a breve melancolia da amazona o pisciano logo se adiantou.

-Tudo bem, agora vai logo descansar, você deve ter tido um dia difícil; ele falou, enquanto ela apenas assentiu e com um acesso continuou a subir a escadaria para o ultimo templo.

-Garota estranha! – Mascarada da Morte falou, recebendo um olhar fuzilante de Afrodite; - O que foi que eu disse? – ele perguntou com ar inocente.

-Depois você reclama quando apanha, normalmente você sempre faz por merecer. Agora quanto a Aishi ela é mais forte do que aparenta, por isso essa mudança constante de humor; ele completou.

-Sei, sei; Mascara da Morte respondeu gesticulando impacientemente. – Mas mudando de assunto, você sabe o que aconteceu ontem à noite?

-Claro que sim, minha armadura começou a vibrar, quando levantei vi uma espécie de aurora boreal sob as doze casas também; ele respondeu.

-Quem será que provocou isso? – o canceriano perguntou curioso.

-Acho que sei, mas não vou falar até ter certeza; Afrodite respondeu sob o olhar de protesto do amigo. –"Imagino que Saga possa ter mais certeza disso do que eu, afinal, um geminiano sempre consegue sentir o potencial de outro, mesmo escondendo o cosmo"; ele pensou.

-Bem, vou pra casa então, já que não tem nada pra fazer por aqui mesmo; Mascara da Morte falou inconformado por Afrodite não lhe contar suas surpeitas.

-Vou aproveitar que você esta indo pra sua casa e vou passar falar com Shaka; ele respondeu já descendo as escadarias.

III - Conversa de amigos.

Kamus ainda olhava a porta de saída da casa de Aquário, perdido em seus pensamentos, ainda remoendo a informação de que dessa vez fora ele o ignorado pela pupila, que nem notou que Mascara da Morte passara por ele chamando-o de 'idiota' e fora embora, apenas Afrodite e outro cavaleiro se aproximavam do aquariano.

-Tão cansado do treino que não ouve seus amigos te chamando Kamus? -a voz de Shaka soou atrás de si, fazendo-o voltar-se e se deparar com Afrodite fitando-o curiosamente e Shaka de olhos abertos.

-Estava pensando, por isso não ouvi vocês chegarem! – ele se justificou.

-E por acaso a dona dos teus pensamentos seria uma jovem amazona de olhos dourados? – O pisciano perguntou com um sorriso malicioso nos lábios.

-Aquela garota é insuportável, não consegue se concentrar e vive me irritando, só pode ser um castigo de Zeus ter uma pupila assim; ele disse com uma cara enfezada.

-Ou uma benção! – Afrodite falou, fazendo o aquariano arregalar os olhos; - Porque vamos e venhamos, Kamus, você ganhou na loteria o premio Maximo. Sabe muito bem que outros cavaleiros estariam dispostos a serem os tutores de Aishi se você não quisesse. Então não reclame de boca cheia; Afrodite completou, mas parou o que iria falar ou ouvir o amigo ao lado rindo o que não era uma atitude muito normal vinda do virginiano.

-O que foi? – Kamus perguntou com os olhos estreitos.

-Você que tanto teme agir como um adolescente apaixonado, esta agindo como um fedelho mimado e irritante, Kamus! – Shaka completou com um ar mais sério agora.

-O que quer dizer com isso? – ele perguntou confuso.

-Simples! Você esta perdendo uma oportunidade dos céus, por ser um idiota orgulhoso; Afrodite falou antes que Shaka pudesse abrir a boca.

-Olha como fala comigo, Afrodite; ele disse cerrando os punhos;

-Parem com isso os dois e Kamus. Só você não percebeu ainda o quão insuportável esta nos últimos dias; Shaka falou cortando os dois.

-Eu? – ele responde se fazendo de cínico.

-Exato!

-É eu percebi isso mesmo, até o Milo que não passa de um irresponsável comentou comigo que te encontrou próximo à encosta de Bejunte e achou que havia interrompido algo sabe-se lá o que, mas que te encontrou sozinho; ele falou mais para si do que para os dois. Só que Kamus rapidamente adquiriu um tom meio rubro na pele alva o que não passou despercebido pelos outros cavaleiros.

-O que isso tem a ver? – ele perguntou tentando desconversar, mas só piorou a situação.

-Desde o dia em que conheceu Aishi no Templo da Coroa do Sol e ela sumiu, você vem descontando em tudo e todos suas frustrações. Então não me venha dizer que esse seu humor de cão, foi porque a Aishi deu uma liçãozinha no Mascara da Morte, porque aposto minha armadura que você até gostou disso; Shaka falou abrandando o ar sério.

-Hei! Anda me vigiando é? Como sabe que nos conhecemos em Coroa do Sol? – Kamus perguntou um tanto quanto indignado e assustado ao mesmo tempo, pensando em mil e uma maneiras de matar o Escorpião por falar besteira quando não devia.

-Você acabou de falar; Afrodite disse meio avoado, depois se dando conta do que repetira e voltando-se curiosamente pro aquariano.

-Oras! Me tomas por quem, Cavaleiro de Aquário? – Shaka falou com a face franzida; - Sou o cavaleiro mais próximo de Deus, se eu não soubesse algo tão simples como isso, devolveria minha armadura a Athena; ele completou.

-Ah! Você escondendo o jogo e depois o Milo é que é o pervertido; Afrodite disse com um sorriso malicioso. –Quem diria, Kamus de Aquário passando a perna em Milo de Escorpião; ele debochou.

-Olha como fala; Kamus falou em tom de aviso, com os punhos serrados.

-Kamus me poupe de suas infantilidades, porque não foi pra isso que vim aqui; Afrodite disse com um ar mais sério, descera até ali por outro motivo.

-Veio pelo que então? – o aquariano perguntou sarcástico.

-Para falar pra você pegar mais leve com Aishi, pelo menos pelos próximos dois dias, até ela se recuperar; o pisciano falou de uma vez.

-Isso mesmo, tente ser menos irritante com ela; Shaka completou, gesticulando impacientemente.

-O que? Ela esta doente? Como eu não percebi? - ele murmurou preocupado.

-Não! Não se preocupe. Ela só esta sem energia suficiente para elevar seu cosmo, depois da explosão de ontem à noite, muito me admira que ela tenha conseguido levantar da cama; Shaka respondeu, porem estava preocupado com essa explosão de energia.

-O que? Você esta querendo dizer que aquela energia toda é dela? – ele perguntou abismado.

-Como você é inocente; Afrodite falou com um suspiro cansado, sem se importar com o olhar mortal de Kamus.

-Realmente, muito me admira que você não tenha certeza já que é o mestre dela; Shaka falou incrédulo.

-Hei! Só faz dois dias que eu a estou treinando; Kamus se defendeu indignado.

-Bem...Respondendo a sua pergunta. Sim! Toda aquela energia é dela; Shaka respondeu ignorando a justificativa dele.

-Não é possível, a explosão de cosmo que eu senti só poderia ser de um deus e...; Ele parou ao ver o virginiano assentindo afirmativamente com a cabeça; - Você não esta querendo dizer que Aishi seja uma deusa, está? – Kamus perguntou hesitante.

-Estou; Shaka afirmou, comprovando a suspeitas de Afrodite também. – "Embora eu ainda não saiba o que a fez vir para o santuário viver como uma amazona, depois de tudo que houve há dois anos atrás"; ele pensou preferindo omitir esse fato dos dois cavaleiros.

-Não vai me dizer que ela esta aqui nos vigiando pra começar uma nova Guerra Santa; ele falou rezando para que estivesse errado.

-Duvido muito. Ela não tem um cosmo hostil e se preocupa com as pessoas, evita brigas desnecessárias, embora às vezes seu orgulho fale mais alto, mas infelizmente não sei lhe responder o que ela faz aqui; Shaka falou sem demonstrar que sabia bem mais do que queria contar.

-Lembro que Athena disse que Aishi era uma grande amiga, então ela deve saber que Aishi é uma deusa; Afrodite comentou.

-Bem, vamos parando por aqui, já dissemos tudo que tinha que de ser dito, agora não sei vocês, mas eu tenho outras coisas a fazer; Shaka disse indo para a saída do templo.

-Então eu já vou também; Afrodite disse tomando a saída que dava para o seu templo. – "Já imaginava que ela não era uma garota comum, mas o que será que ela realmente busca no santuário?"; Afrodite pensou.

-Shaka! – Kamus o chamou antes que o cavaleiro saísse.

-Sim!

-Se ela é uma deusa, ela não se...;

-Pergunte isso a ela, eu só posso dizer o que o cosmo das pessoas transmitem, não seus corações. Por hora fique em paz meu amigo; a voz do virginiano se perdeu no extenso corredor da saída do templo.

VI - Começando a agir.

Enquanto isso, abaixo do Cabo Sunion...

As águas pareciam turbulentas vistas daquele ângulo do navio naufragado, semelhante ao humor daquela que o habitava. Eris andava de um lado a outro, como um leão enjaulado. Demonstrando uma enorme irritação, com a lentidão que seu plano esta sendo executado.

-FOBOS! – ela gritou chamando o cavaleiro.

Andar altivo, olhos azuis e cabelos negros. A mais bela manifestação de um Deus Grego, moldado ao bel prazer de uma louca para ser o principal colaborador de uma nova guerra.

O olhar frio e assassino denotava irritação pelo tratamento a ele dirigido, mas Eris não parecia se importar. Alias. Ela pouco se importava, com a maior parte de suas marionetes, o filho de Ares não seria uma exceção quando logo fosse descartado, pelo devastador poder daquela que um dia fora sua tia. Ironia, não. Depois os humanos que complicam sua própria existência.

-O que deseja senhora? – ele perguntou com a voz entrecortada, fazendo-a arquear a sobrancelha pelo atrevimento do cavaleiro que até então lhe era submisso.

-Harmonia esta no santuário de Athena, vivendo com o nome de Aishi. Quero que faça uma visita a ela; Eris falou com um sorriso perverso nos lábios.

-Devo matá-la? – ele perguntou, apenas por rotina.

-Não! -ela respondeu séria. - Quero que você a convença a vir até mim; ela falou calmamente.

-E se ela resistir? – ele perguntou curioso. – "Só pode estar louca, Harmonia não viria por espontânea vontade por nada"; ele pensou, mas logo recebeu um olhar assassino da tia, que olhava diretamente para seus olhos como se pudesse enxergar através deles e ler seus pensamentos, hipótese que não poderia ser abandonada.

-Traga-a viva, não importa os métodos que utilize; ela respondeu dando as costas ao cavaleiro. – E pra sua segurança é melhor não falhar;

-Isso é uma ameaça senhora? – Ele perguntou, levantando-se da respeitosa reverencia que fizera, deixando a mostra o sorriso atrevido que moldava seus lábios.

-Entenda como bem quiser; ela respondeu já longe. – "Pagara caro por me desafiar, fedelho".

-"A partir de agora farei as coisas a meu jeito, não vou ficar me submetendo mais a você Eris"; ele pensou olhando-a se distanciar para partir em seguida para o santuário.

Continua...