Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;
Legenda:
-Frases assim; (diálogos normais)
-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)
-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)
--Flash back—(negrito)
--Lembranças— (itálico)
Capitulo 8:
Os dois um pouco assustados.
I - Enfrentando Desafios.
Embora algum tempo já houvesse se passado desde aquele dia. E depois de Kamus e Saga voltarem as boas. O Cavaleiro ainda evitava conversas longas com Aishi que não fossem sobre o treino, a jovem ajudava um pouco, simplesmente ignorando seus surtos quando em meio ao treino, Saga ou Milo apareciam para uma visitinha e acabavam ficando numa calorosa conversa sobre coisas banais e com medo que mais uma cena daquelas ocorresse de novo, Kamus preferia observar a tudo a distancia, fingindo-se de frio e indiferente.
Mesmo que quisesse evitar, a idéia de que Aishi era uma Deusa acabava por lhe afastar dela, mesmo que aquela frase dela ainda martelasse vez ou outra em seus pensamentos lhe confundindo.
Mas ele ainda sim acabava por joga-la completamente desprotegida nas mãos dos outros dois cavaleiros, que pareciam muito bem disposto a mostrarem seus atributos para conquistá-la abertamente. O que se tornada extremamente irritante para ele.
Pensando nisso, foi que Kamus preparara-se para a ultima coisa que colocaria a jovem deusa a prova. Se ela aceitasse seu desafio, tanto como aprendiz, ou como deusa teria sua confiança. Agora era tudo ou nada.
Rússia/ Sibéria... Um mês depois;
-"Faz muito tempo desde que estive aqui uma ultima vez, precisamente vinte anos"; Aishi pensou deixando seus olhos correrem a imensidão gelada.
-O Kamus deve ter congelado um ou dois neurônios para escolher esse fim de mundo para treinar; Mú reclamava olhando para a imensidão nevada do deserto siberiano. Quando percebeu que Aishi não falara nada desde que chegaram, limitando-se apenas a ignorar a presença do mestre e conversando com o ariano apenas por monossílabos ele percebeu a gravidade da situação.
Lá estava ele passando por uma situação difícil porque o aquariano resolvera usá-lo de meio de transporte para os treinos absurdos que ele andava preparando para a amazona. Afinal, dentre todos os 13 cavaleiros, é claro, tirando o grande mestre. Porque justo ele havia sido o escolhido.
Ah! Pelo simples fato de não representar nenhum perigo a jovem, parecia que o ariano era o único a não bancar um de predador em potencial para tentar conquistar Aishi. Resumindo, ele era o único cavaleiro que Aishi estaria segura, sem correr o risco de ser assediada por algum possível pervertido. Pelo menos era isso que o jovem mestre pensava.
-Deveria ter dito ao mestre que não queria nos trazer aqui; Aishi respondeu seca, deixando seus olhos correrem pelos montes gelados. Não sentia frio, embora estivesse enrolada em um casaco de peles tipicamente usado na região, sobre a roupa de amazona.
-Her... Não foi isso que eu quis dizer Srta. Aishi; ele rapidamente tentou corrigir. – Só acho que Kamus anda pegando muito pesado com os treinos; ele respondeu. – Afinal, existem tantos lugares mais quentes para se treinar, tinha que ser num lugar que a temperatura vai a baixo de zero o ano todo;
-Não a lugar melhor que esse; ela respondeu eloqüente, sem olhá-lo.
-Mas é muito frio, nem em Jamiel a temperatura é tão baixa;
-Concentre seu cosmo e não sentira tanto frio; Aishi recomendou, ainda sem olhar o cavaleiro atrás de si. Mú preparava-se para argumentar, mas parou ao ver Kamus se aproximar.
-Deveria ouvi-la, Mú, passaria menos frio se procurasse se concentrar em vez de reclamar; Kamus falou lançando um olhar de aviso a Aishi, mandando-a segui-lo.
-O que você pretende Kamus? – Mú perguntou enrolando-se mais no casaco, ao sentir a temperatura diminuir mais ainda, com o cosmo do cavaleiro de Aquário se elevando.
Ignorando a pergunta, o cavaleiro de Aquário aumentou ainda mais seu cosmo, para com uma das mãos abrir uma fenda no meio do lago de gelo siberiano. Onde outrora um navio naufragado, servia de refugio para o corpo sem vida da mãe de um dos garotos de bronze.
-Você vai pular ali dentro. Quando estiver lá, terá que romper a barreira criada na abertura. Somente queimando o cosmo vai conseguir, caso contrario será puxada pela correnteza e morrera afogada; ele falou sério, imaginando ser aquele o teste final para a jovem deusa, se ela fosse mesmo algum inimigo de Athena que estivesse disposta a criar mais uma guerra ela hesitaria diante do risco, mas se ele estivesse errado, a jovem provaria estar acima de qualquer suspeita e expectativa.
Até mesmo o cavaleiro de Cisne, que outrora mergulhara naquele lago de gelo, sofrera um impacto muito grande com a mudança da correnteza. Mesmo tendo passado anos treinando o corpo para resistir a baixas temperaturas, ele quase não conseguira da primeira vez atingir os dez metros necessários para se aproximar do navio.
Aishi apenas afirmou com a cabeça, se dirigindo a boca da fenda, retirando o casaco que usava por cima da roupa de amazona, mas que não era tão significativa. Já que usava o cosmo para se aquecer. Antes que o ariano pudesse dizer que aquilo era loucura, ela mergulhou buraco adentro.
Não era necessário descer dez metros em mergulho livre, apenas dois seriam suficientes para que pudesse se mover abaixo da água e romper o gelo que lacrara a fenda.
Na superfície...
Mú parecia não se cansar de berrar com Kamus pela idéia louca de submeter a jovem aquele tipo de teste, mal perceberam a aproximação de uma energia extremamente poderosa e agressiva.
Uma explosão pegou-os pelas costas de surpresa, lançando-os a uma longa distancia da fenda. Kamus levantou-se rapidamente, com os olhos em chamas, correndo os mesmos pelas planícies atrás do responsável por aquilo. Notando-o bem próximo da fenda.
-QUEM É VOCÊ E O QUE QUER AQUI? – ele gritou, mas foram apenas palavras cortadas pelo vento gélido transformando aquele delicioso cenário frio no plano de fundo de uma possível batalha.
-Sou Fobos, fui mandando aqui por Eris para levar Aishi até ela, mas como sei que essa fedelha irritante vai se recusar. Irei eu mesmo matá-la, assim poupo esforços desnecessários; ele falou friamente.
-Terá de lutar antes com a gente pra chegar até Aishi; Mú falou jogando o casaco de lado e entrando na posição ofensiva.
-Como se isso fosse algum problema pra mim; Fobos falou com desdém.
Kamus e Mú sem esperarem mais, avançaram até o inimigo, mas foram repelidos por uma bola de energia negra, sendo lançados longe.
Enquanto isso...
Aishi ainda se preparava para quebrar o gelo, quando uma dor profunda surgiu vinda de seu abdômen, como se houvesse sido atingida por algo, foi quando por um breve momento, pode sentir a presença de um cosmo hostil e o cosmo de Kamus e Mú se elevarem. Aquilo não era um bom sinal... E ela sabia disso.
Enquanto os dois cavaleiros tentavam quase que inutilmente se levantar, Fobos aproximou-se da borda do buraco, onde pode avistar Aishi se recuperando da dor e tornar a tentar se aproximar da fenda. Mas ao avistar os olhos azuis do cavaleiro a fitar-lhe perigosamente, ela pareceu recuar. Fobos começou a elevar seu cosmo e uma nuvem negra cobriu toda a entrada da fenda, transformando o gelo em uma grossa parede, como concreto puro.
Os cavaleiros tentaram uma nova investida, pensando que Fobos recuara, mas não era bem isso.
-Bem, já fiz meu trabalho. Deixarei que vivam mais um pouco para que minha senhora acabe com vocês pessoalmente, mas aconselho a serem rápidos se quiserem tirá-la inteira de lá antes que a correnteza mude; ele falou indiferente, porem estranhamente dando-lhes a chance de poder salvá-la.
Esperara tempo de mais para levar a deusa até Eris e sabia que a decisão que tomara não tinha mais volta. Era melhor que ela perecesse naquele mar gelado do que enfrentar Eris sozinha. Ou pior, deixar que os planos da discórdia se findassem.
Mesmo assim, resolvera deixar que o destino se encarregasse da vida da jovem, pois seu plano de voltar-se contra a deusa não dera certo e sem duvidas pagaria por isso, mas Eris não usaria a irmã para voltar a essa Era, pelo menos isso ele devia a ela.
-"Infelizmente essa foi a única maneira que encontrei de te proteger, mas no fim isso vai ser o melhor. Adeus irmãzinha"; Fobos pensou, enquanto com um ar impassível lançava uma ultima olhada para os cavaleiros antes de desaparecer. –"Espero que saibam valorizar o sacrifício que ela fez".
Kamus e Mú estavam confusos ao verem o cavaleiro desaparecer, mas entenderam o que estava acontecendo assim que notaram a fenda que antes estava aberta adquirir a cor negra que pouco a pouco se espalhava por toda a superfície. Tornando impossível ver através dele onde a amazona estava.
-Temos que fazer algo, o oxigênio dela vai acabar e ela não conseguira sair; Mú falou aflito.
-Onde ela está? – Kamus perguntou, correndo seus olhos pela superfície de gelo em busca de alguma pista. – "Não consigo sentir o cosmo dela"; pensou desesperado.
Quando seus olhos pousaram abruptamente sobre um feixe de luz que se formava fraco não muito distante de onde ele estava. A luz acendia e apagava, como batimentos ritmados de um coração desesperado, buscando pelo ultimo fio de vida que pudesse se agarrar. Sem pensar duas vezes, o aquariano saiu correndo até o local.
Ao se aproximar do que fora a fenda. Só conseguiu ver com certa dificuldade, o punho ferido da jovem a golpear insistentemente o gelo. Ela não iria conseguir, não daquela forma; ele pensou desesperado, mas para sua surpresa, sem mais nem menos ele começou a sentir uma elevação de cosmo.
Os socos desferidos contra a parede de gelo aumentaram, o ritmo entre as batidas mudou. Embora se sentisse fraca, ainda conseguiria elevar seu cosmo, mesmo que morresse de frio, lutaria até o fim.
Um soco foi suficiente e todo seu cosmo fluiu numa explosão por seu punho. Fazendo Kamus ser lançado longe por alguns pedaços de gelo que fê-lo desviar. Uma fenda duas vezes maior que a primeira foi aberta.
Tanto Mú quando Kamus estava paralisados. Já haviam sentido a manifestação de cosmo da jovem, mas nunca imaginaram que chegaria a extremos. Foi quando Kamus sentiu o cosmo dela apagar-se de vez.
-Aishi; Kamus gritou desesperado correndo para a abertura da fenda.
Sentiu seus olhos pesarem e o corpo frágil e cansado começar a ser puxado pela gravidade para o fundo. Seu cosmo ainda queimava. Mas numa proporção bem menor do que a necessária para conseguir sair dali. A dor que o golpe de Fobos causara não fora o suficiente para minar-lhe as forças, mas causara um belo estrago, mas de qualquer jeito não conseguiria sair dali.
Enquanto seu corpo era puxado, permanecia num estado letárgico, porque só assim para ouvir mesmo que longe alguém lhe chamar, na verdade, parecia mais um sussurro distante. Não pode mais resistir permanecer com os olhos abertos, então acabou por serrá-los de vez.
Momentos antes...
Kamus desesperado clamava a Zeus que ela não desistisse de lutar, embora tivesse duvidas de que ela conseguiria, mas procurou abandonar o pensamento pessimista, pois ela mesma já provara que era capaz.
Antes mesmo que Mú pudesse falar algo, Kamus lançara-se nas profundas águas geladas atravessando a fenda. Acostumado com temperaturas mais baixas do que aquela, não teve dificuldade em nadar até a jovem que era puxada despreocupadamente para as profundezas.
Ainda tinha esperanças de salvá-la. Certo! Fora sua negligencia querer colocá-la a prova, mas precisava disso para confiar nela, ou não, apenas queria ver até quando ela se passaria por mortal. Tal qual seu orgulho o impedia de aceitar que ela não era apenas mais uma pessoa que passava por sua vida, sem mais nem menos, rompendo os muros que ele mesmo construirá para afastar qualquer um que quisesse se aproximar. Enfim... Era ela a quem ele passara tanto tempo procurando.
Por fim, conseguiu alcança-la antes que a correnteza mudasse e o mesmo que outrora acorrera com seu outro pupilo se repetisse.
Quando Kamus saiu da água com Aishi em seus braços, ambos os cosmos começaram instintivamente a reagir entre si, dando ao céu siberiano o mais belo espetáculo de aurora já visto por algum mortal antes, Kamus não pode deixar de se perguntar como ela ainda tinha cosmo pra queimar depois de tudo aquilo, mas preferiu por hora ignorar o fato e sem perder mais tempo os três voltaram ao santuário...
Continua...
