Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;
Legenda:
-Frases assim; (diálogos normais)
-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)
-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)
--Flash back—(negrito)
--Lembranças— (itálico)
Capitulo 9:
Nenhum dos dois preparados...
I – O limite de cada coração.
Era um lugar quente e reconfortante, não parecia sentir todo aquele frio que sentiu ao mergulhar. Não sabia onde estava, embora tivesse certeza que aquele lugar lhe transmitia segurança, mas sua aflição apenas aumentou ao sentir que seu corpo não reagia aos comandos emitidos por seu cérebro.
Pouco a pouco conseguiu forçar seus olhos a abriram para deparar-se com um cômodo luxuoso e muito bem decorado. Embora estivesse ornado de coisas simples ainda possuíam um requinte completamente distinto do que já havia visto antes. Não era um dos quartos do templo do Grande Mestre, então que lugar estaria? -ela se perguntou conseguindo por fim abrir os olhos.
-Pensei que nunca mais acordaria; uma voz falou, num tom deveras preocupado. Ao contrario do que ela poderia imaginar numa situação como aquela, a frase não tinha um ar irônico e sim preocupado.
Kamus acabara de entrar no quarto, vestindo roupas comuns em tons azuis completamente diferente da forma que estava acostumada a vê-lo durante os dias de treino. Qualquer desconhecido que o visse não diria que ali estava um cavaleiro de ouro e sim, um homem comum.
Com uma xícara nas mãos, aparentemente era algo quente, pois a fumaça subia pela borda como uma nuvem tênue de calor. Ao olhar a jovem deitada sobre a cama enrolada em muitas cobertas para fazer com que a temperatura do corpo voltasse ao normal, ele não pode deixar que seus olhos lhe traíssem para o que estava sentindo... Medo.
Ela quase morrera por sua culpa e se suas suspeitas estivessem corretas ela ainda ficaria naquele estado de imobilidade por pelo menos dois dias. A temperatura na Sibéria era tão baixa que não seria espanto algum ela não conseguir se mover, mesmo com a temperatura alta na Grécia, ou até mesmo da casa de Aquário que normalmente era baixa, agora parecia abafada e quente.
O olhar indagador da jovem parecia questioná-lo a cada passo que dava ao se aproximar da beirada da cama, fazendo-o se lembrar de algo que acontecera há muito tempo, que de certa forma, ele pensara ter esquecido.
---Lembrança do Kamus---
Ela silenciosamente se aproximou do garotinho dormindo, sentando-se na beirada do sofá. Com um gesto delicado afagou-lhe o longo cabelo verde-esmeralda. Imersa em pensamentos, não o notou abrir os expressivos olhos verdes e fitá-la intrigado num misto de curiosidade e incerteza. Não sabia quem era ela, mas sentia-se bem assim.
-Quem é a Srta? – ele perguntou rouco embora o sotaque francês sobrepujasse o russo, chamando-lhe a atenção. O mais curioso fora o fato dela entende-lo perfeitamente como se fosse lhe uma conterrânea. Em vez de assustar-se, ela apenas lhe deu um belo sorriso, que por algum motivo ainda desconhecido, fê-lo corar.
---Fim da Lembrança do Kamus---
-Onde estou? – ela perguntou com a voz rouca, devido à água gelada que engolira. Sem desviar o olhar do aquariano, ela esperava uma resposta. Bem, ela parecia se recuperar mais rápido do que qualquer outra pessoa; ele concluiu.
Kamus chegou a beira da cama, depositando no criado-mudo ao lado, a xícara. Observando atentamente as reações dela, que parecia restabelecida, pois teimava em tentar levantar-se, sendo prontamente impedida pelo cavaleiro.
-Fique quieta, você esta no templo de Aquário; ele falou tentando ainda conte-la impedindo-a de se levantar, segurando-lhe os ombros, mas quase sem nenhum resultado. – "Por Zeus, de onde ela tirou tanta força, sendo que estava quase morta há poucos minutos"; ele pensou. – Como é teimosa, fiquei quieta ou lhe congelo; ele falou com o semblante contrariado devido à insistência dela, mas que logo se suavizou. Teve a impressão de ver um fino sorriso nos lábios dela, mas que logo desapareceu.
---Lembrança da Aishi---
-Pense bem... Imagine que quando você se tornar o Cavaleiro de Aquário você também terá que treinar um pupilo; ela falou, vendo-o se aquietar como se pensasse na possibilidade. – Ai, como você conseguiria treina-lo se ele fosse tão ou mais orgulhoso que você e não lhe ouvisse? – ela perguntou com um sorriso maroto.
-Eu o congelava; Kamus sugeriu eloqüente.
---Fim da Lembrança da Aishi---
Finalmente ele a soltou, vendo-a se acalmar mesmo que a contra gosto. Antes que ela pudesse contestar, ele puxou parcialmente as cobertas para que pudesse puxar suas mãos.
Aishi o olhava intrigada, não havia percebido as mãos enfaixadas. Alias, não havia nem percebido que as machucara ao chocar os punhos de encontro ao gelo, mas não pode deixar de sorrir internamente com a lembrança que tivera de uma cena parecida.
-É melhor se acalmar, se não demorara mais para se recuperar; ele disse calmamente, enquanto observava atentamente as mãos da jovem que jaziam enfaixadas. Para depois seus olhos voltarem-se para ela.
-Kamus! – ela falou num sussurrou rouco, talvez acabasse com uma gripe por isso.
Sem notar o chamado da jovem, ele elevou uma mão até a testa da mesma, onde havia outro curativo. Um toque de leve, que fê-la estremecer e olha-lo indagadoramente.
Kamus parecia perdido em pensamentos, até finalmente acordar e notar a jovem olha-lo com as faces rosadas. Retirando rapidamente a mão ele voltou-se para o criado-mudo onde pegou a xícara fumegante e um tanto quanto constrangido faz um gesto impaciente mandou-lhe tomar o liquido. Viu-a com certa dificuldade levantar-se parcialmente da cama, como aquilo era possível, ele já desistira de entender.
-Arg! O que é isso? – ela perguntou torcendo o nariz, indicando que o gosto não era muito agradável.
-Isso não é importante agora, tome tudo que vai te fazer bem;
-Porque estou aqui? – ela perguntou quando terminou de tomar o liquido e lhe entregou a xícara, que novamente fora parar no criado.
-Um tal de Fobos apareceu e nos atacou, ele congelou a fenda para que você não pudesse voltar... Quando você ficou inconsciente após abrir a fenda eu te tirei de lá; ele falou pausadamente.
-Então você esperou que eu desmaiasse? – ela falou quase num sussurro, mas com uma certa tristeza na voz que não passou despercebida pelo cavaleiro. – Espero que tenha alimentado bem seu orgulho cavaleiro; ela falou recuperando o tom imponente da voz, dando a entender que não parecia nada contente. Que só aparecia em sua voz quando o cavaleiro a tirava do sério ou lhe provocava.
Ainda sim, aquilo o deixou surpreso. Aproveitando que o cavaleiro incrédulo parecia perdido em seus pensamentos, ela tentou levantar-se da cama pelo outro lado, fazendo um tremendo esforço para mover o corpo ainda frio, mas foi rapidamente barrada, tendo seu pulso segurado por Kamus, aquela era a quarta vez. Será que as Deusas do Destino eram tão sádicas que não sabiam a hora de parar de se intrometer; ela pensou.
Não quero imitar
Deus ou coisa assim
Só quero encontrar
O que é melhor em mim
-O que quis dizer com isso? – ele perguntou olhando-a interrogativamente.
-Como se você não soubesse; ela falou com ar sarcástico. – Se era pra ressaltar mais uma vez que você é superior a tudo e a todos e que eu sou um completo fracasso, você deveria ter me deixado lá; ela quase gritou, ficando completamente sem voz, enquanto lágrimas cristalinas banhavam seus olhos. Devido àquela extrema exaustão, ela quase foi ao chão, sendo amparada pelos braços do cavaleiro.
Ser mais do que alguém
Que sai num jornal
Mais do que um rosto num comercial
E não é fácil,
Viver assim...
Não dava mais para agüentar aquela situação, por cerca de um mês os dois ficaram naquela situação de ignorarem-se mutuamente. Sem contar os ataques camuflados do cavaleiro quando Saga ou Milo apareciam. Tipo, a temperatura caindo misteriosamente, tornando insuportável a permanência de alguém desacostumado no templo ou comentários sarcásticos e quase explosivos que faziam os cavaleiros quase se atracarem.
Sem duvidas aquele era o limite, pelo visto aquela conversa que tiveram na encosta de nada adiantou, pois o cavaleiro parecia empenhando em manter a postura de superioridade.
Aquele jogo de quem era o mais orgulhoso estava trazendo conseqüências bem complicadas. Enfim, essa é a penalidade para quem joga com a vida, pois nesse jogo não existem vencedores ou perdedores, no final, apenas magoas e feridas abertas são o que restam. Essa é a pena para aqueles cujo orgulho é maior do que a própria razão.
Se eu quiser chorar
Não ter que fingir
Sei que posso errar
E é humano se ferir
Ela estava certa, ele mantinha-se o tempo todo preso a seu orgulho, que em momento algum pensara que estava a ferindo com isso, o que acontecera na encosta fora prova irrefutável, mas ainda sim lhe custava aceitar que errar também era humano.
Como Saga mesmo disse outrora, ele era o único a feri-la e pior era ele que a estava afastando a cada dia com sua indiferença. Por mais que quisesse se manter distante da jovem, ele já sabia que isso seria impossível.
Desde que sentira seu cosmo se manifestar pela primeira vez no santuário, sabia ser ela quem ele sempre procurara e cujo universo conspirava para aproximá-los dia após dia de uma forma que até mesmo ele duvidava que fosse possível.
Parece absurdo
Mas tente aceitar
Que os heróis também
Podem sangrar
Ela recuperara-se e assim que se deu por conta de que o aquariano ainda a segurava, tentou soltar-se, mas ele não parecia disposto a deixá-la ir. Não agora...;
Posso estar confuso
Mas vou me lembrar
Que os heróis também podem sonhar
E não é fácil
Viver assim...
-"Danem-se as conseqüências"; ele pensou, mandando seu patético orgulho pro espaço antes de abraçá-la. Um abraço cheio de saudade e medo. Como se a muito esperasse por isso.
E o medo. Sim! Medo... A lembrança dos olhos dela se apagando dentro do lago de gelo foi por demais preocupante para permitir, se separar dela novamente...;
Seja como for agora eu sei
Que o meu papel
Não é ser herói no céu
É na terra
Que eu vou viver...
Como se temendo que aquilo não fosse real, ele estreitou mais o abraço, com medo de que quando abrisse os olhos ela não estivesse lá, como uma bela miragem de um oásis no meio do deserto ou como um belo Anjo de cabelos dourados no meio do Lago de Gelo.
Eu não sei voar
Isso é ilusão
-Não seja tola; Kamus por fim falou, num sussurro. – Fiquei com medo, pensei que fosse te perder; ele falou sentindo-a relaxar em seus braços e podendo assim estreitá-los oferecendo toda a segurança necessária para que o tempo parasse para eles.
Ninguém pode andar
Com os pés fora do chão
-...; Ela nada respondeu, sem saber como reagir àquela confissão. Aquele era o Kamus que ela esperara encontrar desde que chegara ao santuário, aquele Kamus que pedira que ela voltasse na encosta, sem a mascara de frieza e prepotência, sendo apenas uma pessoa comum. – Porque se arriscou? – ela perguntou num fio de voz, se afastando um pouco para olhar diretamente os olhos do cavaleiro.
Sou só mais alguém querendo encontrar
A minha própria estrada pra brilhar
Kamus compreendia perfeitamente o que ela queria dizer, ele tentara negar-se a ser uma pessoa comum por muito tempo, tratando tudo e todos com indiferença e manter-se alheio aquilo que não lhe interessava, frio e calculista. Mas o destino gosta de brincar com os mortais, virando as peças do tabuleiro no ultimo minuto antes do check-mate.
Mesmo a solidão sendo lhe uma fiel companheira, ele não mais se imaginava vivendo sem a amazona que o salvara. Sim! Salvar era a palavra exata para definir o que ela fizera. O salvara de seu próprio orgulho. A partir do momento que se viu apaixonado por ela, sabia que enfrentaria muitas coisas para ficarem juntos. Sem regras a serem seguidas. Mesmo que as incertezas ainda o confundissem.
Apenas alguém, querendo encontrar...
A minha própria forma de amar
-A certos momentos que palavras são completamente desnecessárias; ele falou num sussurro, com os lábios a centímetros de distancia dos dela, respirações se confundiam, os olhos semicerrados apenas a espera de um contato. Mas realmente o destino não sabe a hora de parar com as brincadeiras...;
E não é fácil
Viver assim...
-Finalmente... Pensei que não chegaria aqui hoje; a voz do Escorpião soou como um eco ofegante dentro do templo, enquanto o mesmo adentrava sem autorização no quarto do aquariano.
Apenas dando-se conta no ultimo minuto que Kamus e Aishi estavam a uma distancia bem segura um do outro e com os rostos corados. Com um sorriso malicioso ele fitava os dois que claramente pareciam dois adolescentes pegos em flagrante fazendo algo ilícito.
– Her! Espero não ter interrompido nada; ele completou com falsa inocência, ignorando o olhar retalhador do aquariano.
-Não, imagina! Interromper o que? – Aishi respondeu prontamente, gesticulando impaciente, como sinal de seu nervosismo.
-O que você quer aqui Milo? E quem te deu o direito de entrar sem bater? – Kamus perguntou com ar frustrado, enquanto olhava de soslaio para Aishi que mantinha a cabeça baixa escondendo o rosto corado, fazendo o mesmo praguejar mentalmente o atrevimento do amigo ao invadir sua casa.
-Bem! – Milo falou juntando a ponta dos dedos com ar inocente. – Mú me contou sobre o que aconteceu na Sibéria e eu vim ver se a Srta Aishi precisava de alguma coisa... Quanto a bater na porta; ele fez uma pequena pausa. – Eu achei estranho o templo estar quieto e pensei que algo ruim tivesse acontecido; ele completou fingindo ares de preocupação.
-Tipo?- Kamus perguntou, arqueando uma sobrancelha.
-Talvez a Srta Aishi poderia estar querendo te matar, não sei... Algo do gênero; ele falou sem notar o perigo da frase.
-O que? - Kamus falou serrando os punhos. – "Mais essa, eu mereço"; ele pensou a ponto de pular no pescoço do Escorpião, fazendo a temperatura começar a cair.
-Calma! – Aishi pediu num sussurro, próxima o suficiente para impedi-lo de agir, segurando-o pelo braço evitando que começasse a nevar dentro do quarto; - Obrigada pela preocupação Milo, mas não pretendo matar o Kamus se é isso que te preocupa; ela disse dando um sorriso maroto, fazendo o aquariano arquear levemente a sobrancelha.
-Mas então, a Srta precisa de algo? Qualquer coisa? – ele perguntou com um olhar insinuante, fazendo a jovem ter que segurar mais forte o braço de Kamus que parecia muito bem disposto a transformar o Escorpião em sorvete grego.
-Na verdade preciso sim; ela falou retribuindo o sorriso, tendo uma brilhante idéia. Kamus olhou-a intrigado, ela simplesmente poderia soltá-lo que logo Milo viraria um picolé tão gelado que nem a espada de Dohko poderia lhe ajudar, mas ela parecia ter um plano melhor, convencendo-o silenciosamente a esperar.
-E o que seria? – ele perguntou curioso.
-Você poderia subir até o templo do Grande Mestre e avisar Saori que estou bem, há essas horas ela já deve saber o que aconteceu; ela pediu deixando o escorpião desapontado.
-Tem certeza que é só isso? – ele disse desapontado.
-É sim; antes que o cavaleiro pudesse argumentar, já estava sendo arrastado para fora do templo, ouvindo apenas Aishi murmurar um 'obrigada pela atenção' e 'não precisa se preocupar que ficaremos bem', ele se foi – Finalmente; Aishi completou recostando-se na porta agora fechada do quarto com ar cansado, mas antes de falar algo, parou ao ver o cavaleiro lhe olhando curiosamente. – O que foi? Ah! Já sei! Não preciso que me defendam; ela disse enfatizando a ultima frase com um sorriso debochado imitando a pose de superioridade que o cavaleiro costumava fazer durante os treinos.
-Como atriz você é uma ótima amazona; ele disse se aproximando até colocar uma das mãos na porta, próximo ao rosto da jovem que tinha um sorriso calmo.
-O que você queria? Que eu deixasse você congelá-lo? – ela perguntou cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.
-Você se importaria? – ele perguntou sustentando o olhar.
-O que você acha? – ela perguntou com um olhar misterioso.
-Acho que se alguém passar dessa porta agora, não me responsabilizo por meus atos nem que seja a própria Athena; ele disse já próximo o suficiente dela com os olhos semi-cerrados e tocando de leve os lábios da jovem com os seus, num beijo suave. Sentiu as mãos da amazona enlaçar-lhe pelo pescoço, puxando-o mais para perto de si. Sorriu entre os lábios da jovem, envolvendo-a pela cintura por um dos braços.
Um suspiro escapou dos lábios da jovem quando separaram-se momentaneamente. Kamus observou os orbes serrados da jovem e os lábios entreabertos, que pediam por mais um beijo, coisa que ele não se recusaria em dar.
Separaram-se ofegantes...
-É melhor que descanse, você ainda não esta cem por cento recuperada; Kamus falou com a voz enrouquecida, afastando-se com dificuldade.
-Eu estou bem; Aishi falou, mas mal teve tempo de argumentar, sentiu-se ser suspendida do chão, pelos braços do cavaleiro. –Kamus; ela falou assustada.
-Você é teimosa de mais para me ouvir; ele respondeu com um meio sorriso, caminhando em direção a cama, colocando-a com suavidade. –Por isso não reclame, você só sai daqui quando eu tiver certeza de que você esta realmente bem; ele completou.
-Não tem como discutir com você não é? –ela perguntou com um sorriso calmo, acariciando-lhe a face com suavidade.
-...; Ele negou, colocando a mão sobre a dela e puxando-a em direção a seus lábios, depositando um beijo suave na palma. –Me desculpe;
-Pelo que? –Aishi perguntou intrigada;
-Não queria te machucar; ele falou com um olhar triste. –Eu só-...; Ela o interrompeu.
-Xiii, não precisa mais se preocupar com isso; a jovem falou, tocando-lhe os lábios com a ponta dos dedos. –Algumas coisas a gente simplesmente não explica; ela completou com um sorriso sugestivo.
-É; ele falou sorrindo. Kamus levantou-se da cama, porem a jovem lhe deteve, segurando-o pelo braço.
-Aonde vai? –Aishi perguntou intrigada.
-Ia ver alguma coisa para comermos; ele respondeu.
-Fica; a amazona pediu, sentindo a face queimar.
-Tem certeza? –ele perguntou, um tanto quando incerto, queria muito ficar com ela, porem sem que ela se sentisse de alguma forma pressionada.
-...; Aishi assentiu, afastando-se parcialmente da beira da cama, dando um espaço para que ele se deitasse.
Kamus deitou-se ao lado da jovem, sentindo a mesma aproximar-se de si. Engoliu em seco, ainda era difícil de acreditar em como as coisas haviam mudado de uma hora para outra. Enlaçou-a pela cintura, puxando-a para mais perto de si. Repousou seu queixo sobre a cabeça dela, ainda conseguia sentir o cheiro de rosas emanados pelas madeixas douradas.
-Kamus; Aishi chamou, com a voz sonolenta, sentindo o cavaleiro afagando-lhe as melenas.
-O que? –ele perguntou.
-Senti sua falta; ela respondeu quase num sussurro, deixando-se aos poucos cair no sono, embalada pelos carinhos do cavaleiro. Lembrando-se da imagem do garotinho que encontrara há vinte anos atrás.
-Uh! –ele murmurou sem entender imediatamente o que ela quis dizer. –Aishi; ele chamou, voltando-se para a jovem, mas ela já cairá no sono.
Lançou um olhar demorado para a face da jovem, parecia um anjo dormindo tão tranqüilamente, tentou afastar-se um pouco, mas ouviu um murmúrio de protesto da jovem que segurou-se firmemente em sua camisa, impedindo-o de se mover. Kamus sorriu, lembrando-se da breve viagem que fizera há um tempo atrás a Chipre. –Também senti sua falta; ele sussurrou ao ouvido da jovem.
Fechou os olhos, deixando-se entregar ao sono merecido. Fora um dia realmente cansativo e agora que tinha a jovem entre seus braços só queria obliterar de sua mente todas aquelas duvidas que só lhes atrapalhavam.
Continua...
Musica tema do capitulo: Super Man, na versão adaptada pela dupla Sandy e Junior.
