Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;
Legenda:
-Frases assim; (diálogos normais)
-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)
-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)
--Flash back—(negrito)
--Lembranças— (itálico)
Capitulo 10
Como a Bela e a Fera...
I – Atendendo Pedidos.
Milo subia calmamente a escadaria de Peixes quando encontrou com seu guardião, com um ar entediado, mas que logo cintilaram com certa curiosidade ao ver o Escorpião andando por aqueles lados.
-Como vai Afrodite?
-Bem, mas eu poderia saber o que te trás por esses lados, sendo que normalmente você só vai até a casa do Kamus – ele comentou com um sorriso malicioso.
-Deixa de besteiras sua anta; ele falou revoltado. – O povinho malicioso, eu só passei lá pra ver se a Srta Aishi estava precisando de algo.
-A Aishi esta em Aquário?- Afrodite perguntou espantado.
-Esta! – o Escorpião pouco se importou em esconder seu desapontamento.
-Então, você perdeu pro pingüim e veio pra cá; ele falou rindo.
-Hei! Pode parar... Só estou aqui porque a Srta Aishi me pediu pra dar um recado a Athena, de que ira permanecer em Aquário até melhorar; ele falou calmo, porém extremamente desapontado. Um a zero pra Kamus.
-Recuperando-se! Por Zeus, o que Kamus fez a ela? – Afrodite perguntou visivelmente preocupado.
-O Kamus, nada!- ele respondeu eloqüente. – A única coisa que aconteceu foi que eles foram atacados na Sibéria e Aishi quase morreu afogada, pelo menos foi o que Mú me disse, então Kamus a trouxe direto pra Aquário.
-Entendo! Bem, acho que vou fazer-lhe uma visita; Afrodite disse indo para as escadarias que levavam a casa de Aquário.
-NÃO! - O Escorpião gritou, fazendo-o quase cair escada abaixo devido ao susto.
-Ficou louco? Quer me matar desse jeito? - Afrodite falou irritado, com uma veia saltando na testa. – E porque eu não posso ir lá?
-Acho que não seria uma idéia muito saudável, tenho a leve certeza de que interrompi algo e a julgar pelo temperamento de Kamus que já conheço bem, se não fosse a Srta Aishi ele tinha me congelado vivo.
-Bem, se é assim não me arrisco, o Kamus quando quer sabe ser perigoso; ele falou, voltando-se pra sua casa. – Até mais Milo.
-Até; o Escorpião respondeu subindo até o ultimo templo.
Salão do Grande Mestre...
-O que te trás aqui Milo? – Shion perguntou calmamente. Enquanto ele, Saga e Saori observavam alguns papéis espalhados em uma mesa de reuniões no centro do salão.
-Vim avisar a Srta que Aishi já esta melhor, mas vai ficar no templo de Aquário mais um tempo; Milo falou, sem notar que Shion arregalara os olhos e Saga engasgou com o ar. Apenas Saori estava impassível.
-Entendo, só espero que ela não tenha se resfriado; ela pensou alto.
-Aconteceu algo com Aishi, Milo? – Saga perguntou, preocupado. Ameaçando levantar-se, mas foi detido por Shion que com um aceno por baixo da mesa mandou o cavaleiro se conter.
-Mú, Aishi e Kamus foram treinar na Sibéria, mas alguém os atacou;
-Tem certeza de que ela esta bem? – o geminiano perguntou preocupado num tom de voz que beirava a alteração.
-Sim, pelo menos foi o que pareceu antes dela me chutar do templo... Her! Quero dizer, foi ela mesma que me pediu pra vir aqui e avisar a Srta Athena que ficara lá mais um pouco; ele tentou corrigir-se antes que o geminiano percebesse, mas foi em vão.
-Te chutou! Como assim? – Saga perguntou intrigado.
-Her! Tenho a leve impressão de que interrompi algo, porque se Aishi não segurasse o Kamus ele me congelava vivo; ele respondeu quase num sussurro dando um risinho nervoso e passando as mãos pelos cabelos.
-O importante é que Aishi esta em boas mãos, sei que Kamus cuidara bem dela, agora vamos voltar ao trabalho; Shion falou tentando aplacar a tensão do ambiente, já que o geminiano tinha uma expressão derrotada, como ele nunca havia visto antes na face impassível do cavaleiro.
-Então eu já vou, com licença; Milo disse já se afastando.
-Um momento, por favor; Athena o chamou de volta.
-Sim!
-Kamus disse quem os atacou?
-Não, mas Mú falou que era um tal de Fobos que tinha ido só pra matar Aishi. Bem se a Srta quiser, posso chamá-lo?
-Faça isso, por favor; Saori pediu com uma preocupação a mais no tom de voz utilizado.
II - Tentativa Frustrada.
Eris esperava impaciente o retorno do cavaleiro e da jovem deusa, com uma taça de vinho nas mãos ela observava o nada até seus olhos se fixarem na imagem de Fobos retornando sozinho, fazendo a tensão aumentar.
-E então onde ela esta? - perguntou impaciente.
-Ela estava acompanhada de outros cavaleiros, não ouve outra alternativa se não eliminá-la mesmo; ele falou indiferente. – "Não posso correr o risco de Eris querer nos eliminar após ter o que quer com Harmonia, antes ela morta do que aqui e como ultimo recurso, Eris terá que ir até Eros, mas ele tem a proteção dos Deuses, ela não iria se arriscar"; ele pensou tentando não demonstrar preocupação com o fato dela poder ler sua mente.
-Você fez o QUE? – ela gritou, quebrando a taça entre os dedos, pouco se importando com o possível ferimento.
-Pensei que fosse o certo a fazer, já que aqueles cavaleiros poderiam vir a atrapalhar nosso caminho; ele completou impassivelmente, com os olhos frios.
-Não era pra pensar nada. Apenas fazer o que mandei; ela continuou a gritar.
-Senhora, não há com o que se preocupar, ainda tem Eros; ele falou, poderia jurar que aquilo soara como um desafio. – Afinal ele é o gêmeo de Harmonia;
-Agora que você falou; ela disse abrandando o tom de voz e se aproximando do cavaleiro com um olhar insinuante; - Sabe de uma coisa Fobos? – ela perguntou bem próxima.
-O que senhora? – ele respondeu com a voz tremula devido à mudança de humor repentina, aquilo não era um bom sinal.
-Eu detesto traidores; ela falou estreitando os olhos.
-Não entendo que quer dizer com isso? – ele falou temeroso. – "E agora?".
Plaft!
O som de um tapa ecoou pelo local de ar sombrio. Quando um incrédulo cavaleiro fitava sua senhora com o brilho dos olhos oscilando de medo. Irônico não! Como poderia, a encarnação de tal sentimento, sentir-se acuado por aquilo que representava, era patético.
-ACHAS QUE PODE ME ENGANAR SEU CRETINO? – Eris gritou, ainda com os punhos serrados esperando uma investida do cavaleiro que não veio.
-Ainda não sei a que se refere senhora? - ele a fitou com um olhar que acuaria o cão do inferno, mas pra ela nada representava. – "Vá para o inferno com essa sua ambição Eris, porque de mim você não consegue mais nada"; Fobos pensou pausadamente, como se esperasse realmente que ela lesse agora seus pensamentos e o poupasse de repeti-los em voz alta.
-Pensas que não notei que tem tentado ir contra as minhas vontades desde o principio, mas não vou tolerar mais esse tipo de afronta; ela disse com os olhos queimando um brilho avermelhado, fazendo o cavaleiro recuar alguns passos para trás.
Antes que ele pudesse se defender, uma explosão de energia fez com que seu cosmo se extinguisse completamente. Deixando apenas uma pequena poeira de minerais, a única prova existente de que ali jazia uma Kamui, pois seu cavaleiro já deixara de fazer parte do mundo dos vivos.
-Deimos! Venha até aqui; ela ordenou.
Um jovem cavaleiro se manifesta, ocultado pelas sombras, ele se posta à frente daquela que agora é sua senhora. Ignorando completamente o que acabara de presenciar. Olhos azuis e cabelos negros, tão ou mais frios do que Fobos, ele se aproximou.
-O que deseja de mim senhora?
-Quero que faça apenas uma visita a Harmonia; ela disse confiante.
-Ela não esta morta? – Deimos perguntou curioso, afinal acabara de ouvir que Deimos matara a irmã.
-Ela não é fraca a ponto de morrer com um golpe de amador, como o de Deimos, por isso ela pode vir a ser útil mais à frente, então quero que use suas habilidades para trazê-la pra cá; ela disse com um sorriso malicioso.
-Como quiser senhora! – ele respondeu com falsa submissão.
III - Confissões sob as estrelas.
Quem diria que aquele jovem casal que outrora completamente inusitado, estaria agora a observar a aurora despontar no horizonte do terraço do Templo de Aquário, dando lugar a um belo espetáculo de anoitecer. Quando as estrelas, tímidas... Começavam a surgir na imensidão azul e Hipnos passar a jogar a essência dos sonhos sob os olhos mortais levando-os ao êxtase do sono desejado.
-Posso lhe fazer uma pergunta? – Aishi começou tímida, fitando os olhos do aquariano.
-Você já fez; Kamus respondeu, alargando mais o sorriso ao ver a expressão indignada no rosto da jovem; - To brincando, vai pode perguntar; ele disse num tom de desafio, sabendo que qualquer hesitação que ela viesse a ter seria substituída pelo orgulho que tanto lutava pra manter.
-Você acha que sua vida mudou depois que você voltou? – ela perguntou assumindo um tom sério, o que chegou a preocupar o cavaleiro.
-Porque quer saber? – ele perguntou curioso, pelo pouco que conhecia da jovem e de si mesmo, sabia sem duvidas que havia algo mais por trás daquela pergunta ingênua.
-É algo que eu tenho curiosidade em saber; ela disse com um sorriso tímido, mando pra longe qualquer desconfiança que pudesse assolar o coração do cavaleiro.
-Bem, se parece ser importante à resposta que você quer, então eu lhe respondo; ele disse fazendo uma breve pausa. - Eu realmente nunca havia parado pra pensar sobre isso, mas acho que as coisas melhoraram de uns tempos pra cá. Não tem ocorrido problemas, guerras ou qualquer coisa que coloquem a nossa vida em risco. Apesar de sermos cavaleiros e convivermos com a idéia de que podemos morrer em combate, é bom saber que enquanto eles não vem podemos aproveitar o tempo sem nos preocuparmos de mais, poderia dizer que até temos uma vida normal aqui no santuário; Kamus completou com um suspiro aliviado e o olhar calmo presente mais uma vez em suas feições.
-Que bom! – ela disse sorrindo e voltando seu olhar para as estrelas que brilhavam mais intensas agora que a noite cairá por completo.
-E você? – ele perguntou, enquanto a abraçava.
-Eu o que? – ela perguntou confusa.
-Acha que sua vida mudou muito depois que veio para o Santuário? – ele perguntou temeroso, ainda mais ao lembrar-se da conversa que tivera com Shaka. Como a jovem estava de costas pra ele, ele não foi capaz de notar o brilho triste em seus olhos, mas foi capaz de sentir uma pulsação triste em seu cosmo.
-Mudou e muito; Aishi falou fazendo uma pausa, deixando-o na expectativa. – Só que pra melhor; ela completou, deixando-o aliviado. – Eu me sinto bem aqui;
-Porque? Você não se sentia bem aonde vivia? – por algum motivo ele sentia a necessidade de continuar a perguntar, havia momentos em que parecia a ambos, que a muito já se conhecessem e em outros que eram completos estranhos.
-Nunca me senti em casa como me sinto aqui; ela respondeu, voltando-se e enlaçando com os braços o pescoço do cavaleiro, para encarar aquele par de olhos verdes curiosamente; - Eu gosto de estar aqui junto de todos; ela completou sorrindo de uma forma reconfortante.
-Espero que esteja me incluindo nesse todos; ele disse sorrindo mais ainda ao notar a aproximação da jovem que lhe sussurrou ao pé do ouvido.
-Você é o primeiro da lista; antes que ela pudesse se afastar, o cavaleiro com um dos braços, enlaçou-a pela cintura, rompendo o ultimo espaço que os separava.
Enquanto isso, alguém envolto nas sombras, entre a barreira que separava cavaleiros e humanos comuns do santuário, esperava paciente a hora de agir.
-"Nossa guerra esta apenas começando"; Fobos pensou.
Continua...
