Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;


Legenda:

-Frases assim; (diálogos normais)

-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)

-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)

--Flash back—(negrito)

--Lembranças--(itálico)


Capitulo 20:

Nascendo no leste.

I – Volta pra casa.

Desolados eles caminhavam de volta ao santuário. Sendo recebidos na primeira casa por todos. Cavaleiros e amazonas... Amigos que com olhares compreensivos compartilhavam daquela dor.

Athena atravessou a multidão, ficando de frente para os cavaleiros. Aquela não era a hora para repreensões e ela entendia isso perfeitamente.

-Obrigada! – ela disse calmamente, fazendo uma breve reverencia em sinal de respeito aos cavaleiros. Deixando-os completamente surpresos.

-Não há o que agradecer, nós não chegamos a tempo e alem do mais não passamos de uns inúteis que caem ao primeiro golpe; Saga respondeu com o olhar transbordando a sofrimento.

-Se ao menos nós...; Mascara da Morte replicou, fincando as longas unhas na palma das mãos, fazendo com que pequenos filetes de sangue escorressem.

-Não sejam tão duros consigo mesmos, infelizmente há coisas que não podemos mudar; Athena tentou ampará-los da melhor maneira que podia, mas isso apenas serviu para deixar o aquariano mais revoltado ainda.

-Que espécie de cavaleiros nós somos? Nem fomos capazes de proteger uma deusa que é doze vezes mais forte que a gente; Kamus falou revoltado.

-Mas Aishi era diferente, ela não queria ser protegida; Milo falou compreensivo.

-Credo! Que tétrico, até parece que alguém morreu; uma voz marota soou na entrada do santuário, atraindo a atenção de todos com o comentário.

Os quatros cavaleiros, com olhares nada amigáveis voltaram-se para a dona da voz, mas sentiram o chão sumir a seus pés ao constatarem quem realmente era.

Ela caminhava calma e imponente. As feridas não latejavam mais graças a Kamui que a protegera no ultimo minuto e por falar nela, a sagrada armadura do Equilíbrio não era uma armadura de ouro.

E sim uma armadura forjada nas entranhas do Etna pelo Deus Ferreiro. Numa mistura de mitril, diamante branco e os mais raros minerais encontrados somente no Tártaro e nos Elíseos. Fora perfeitamente projetado para sua dona.

A cada passo a armadura moldava-se em seu corpo de modo a ficar perfeita, como uma veste comum. O elmo era como uma coroa de oliveiras e nas costas, as majestosas asas brancas criavam um perfeito contraste com a aljava de madrepérola como toda a armadura no mesmo tom. A saia média canelada entrava em perfeito contraste com o cinto e as fivelas que prendiam as alças da blusa, parcialmente encoberta pela armadura.

Um doce sorriso se desenhava em seus lábios ao notar a confusão e incredulidade dos outros.

-Não pensem que vão se livrar de mim tão cedo. Quem sabe daqui a uns cinco ou seis séculos talvez; ela disse se aproximando dos quatro e Athena.

(Há momentos em que as palavras são completamente desnecessárias)

Kamus ainda atônito recebeu um cutucão do Escorpião para que saísse daquele transe.

-Mas como? – ele perguntou ainda confuso. – Pensei que...;

-Também estou feliz por te ver de novo Kamus, alias, todos vocês! – Aishi o cortou, dando em seguida um divertido sorriso diante do desconcerto do cavaleiro, ele ainda não se acostumara com aquela espontaneidade da amazona.

Antes que qualquer palavra fosse proferida, ela o abraçou. Sendo retribuída em seguida. Um abraço de sentimentos distintos embora em perfeito equilíbrio.

Amor, saudade, medo, felicidade, angustia... Emoções que facilmente são despertadas em corações humanos frágeis e felizes por essa chance de recomeço. Que nem Zeus poderia lhes tirar.

-Pensei que tivesse te perdido; Kamus falou-lhe ao pé do ouvido, enquanto lhe afagava as melenas douradas, sem poder evitar a queda das lagrimas.

-Mas agora estou aqui; ela respondeu, erguendo a cabeça para fitá-lo com os olhos marejados.

Ambos os olhares se encontraram. Tornando aquele momento único. Cujas palavras eram completamente desnecessárias. Mas... O Destino tem um humor tão sádico, que nunca sabe a hora de parar.

-Cof! Cof! Cof! – o Escorpião fingindo uma repentina tosse seca, interrompendo o casal e os lembrando de que estavam sendo assistidos pelo santuário em peso, mas isso não pareceu intimidar o aquariano que sorriu em resposta, para em seguida puxar Aishi para mais perto de si e depositar-lhe um beijo nos lábios.

Não muito longe deles um grupo de amazonas despeitas...

-Eu não disse que ela não era só a aprendiz; uma jovem aspirante falou com deboche, mas parou quando sentiu o cosmo de sua instrutora.

-Ela não era só a aprendiz, ela também é a única pessoa que deu a vida pra trazê-los de volta; Shina falou com a voz entrecortada.

-Por isso o mínimo que vocês podem fazer é ter respeito; Shura disse se aproximando e colocando a mão sob o ombro da amazona de Cobra, como num pedido silencioso para que ela tivesse paciência para a ignorância da criança. A mesma o olhou com ar de incredulidade, mas assentiu com a cabeça.

-Finalmente a Harmonia voltou pra esse santuário; Shaka disse sorrindo se aproximando do casal e com os olhos abertos sem fazer ninguém correr o risco de perder os sentidos. Sendo que ultimamente ele andava com eles mais abertos do que o normal.

-Nos dois sentidos você quis dizer, não é? – Mascara da Morte falou rindo, o que deixou todos com uma enorme gota escorrendo na testa. Afina, ele não a detestava? Bem, isso não importa mais, vai entender.

-Ainda não acabou; Athena se aproximou de Aishi com um olhar sério.

-Entendo! - Ela respondeu, soltando-se dos braços de Kamus e entrando sobre o olhar curioso de todos na primeira casa, não sem antes falar; - Só um minuto.

II - Concertando erros.

Na primeira casa, um jovem jazia adormecido num canto. Cabelos negros e face serena. Nenhum vestígio de todo aquele ódio que outrora nublava sua alma. Parecia apenas um garoto em seus vinte anos dormindo na mais profunda tranqüilidade.

Aishi aproximou-se calmamente, sem querer despertá-lo ou assustá-lo. Abaixado-se delicadamente até seus olhos ficarem na mesma altura. Com uma das mãos ela afastou alguns fios que possivelmente viriam a atrapalhar sua visão.

-Eu deveria ter te ouvido, não é? - Deimos perguntou abrindo os intensos orbes azuis, tão parecidos com os da mãe, mas tão diferentes. O cavaleiro não pode evitar um gemido e dor, ao tentar se mexer e as feridas causadas pelo golpe de Eris latejarem.

-Não! Era para ter sido como foi; ela respondeu com um sorriso compreensivo, impedindo-o de se mover.

-O que? A morte das sacerdotisas, depois Fobos, os cavaleiros de Athena que também quase morreram e eu que quase te matei; ele falou com o olhar triste.

-Nós estávamos dispostos a morrer desde o começou, sei que elas não iriam querer lamentos, pois tiveram uma morte honrada defendendo aquilo que acreditavam, quanto a Fobos ele procurou a pior alternativa, querer combater Eris sozinho, infelizmente por ele nada posso fazer, quanto a você, só existe um modo de compensar isso... É não errar de novo e continuar a viver. Viva por aqueles que você um dia encontrou e viu suas vidas se esvaírem. Porque até mesmo os cavaleiros agora já estão bem; ela respondeu com suavidade.

-Como posso seguir em frente depois de tudo? – ele perguntou com um ultimo fio de esperança.

-Você teve sua segunda chance ao sobreviver ao golpe de Eris, essa é a prova. Agora continuar em frente, essa resposta é bem simples, viva. Viva cada minuto como se fosse o ultimo e use as experiências que teve como base para evitar novos erros; ela disse sorrindo.

-Por que faz isso? Deveria querer a minha morte depois de tudo; Deimos falou num tom desesperado, como se a única saída para si fosse a morte.

-Não; ela respondeu balançando a cabeça com calma. – Não quero vingança e como já te disse outrora, você foi manipulado por Eris e de que adianta lacrar a discórdia com a discórdia; ela completou levantando-se e lhe estendendo a mão.

-Obrigado; ele respondeu aceitando-lhe a oferta.

-Não há o que agradecer é o mínimo que posso fazer por meu irmão; ela respondeu sorrindo. – Agora vamos, tenho a leve sensação de que as coisas vão ser bem diferentes a partir de agora.

Nesse mesmo tempo, do lado de fora do templo...

-Porque essa demora! – Milo falava inquieto.

-Deixe de ser enxerido! – Kamus retrucou.

-Vai dizer que você não esta curioso pra saber quem esta lá falando com Aishi? – Milo perguntou com um sorriso infantil nos lábios.

-Her...; Kamus pareceu meio encabulado, mas foi salvo pelo geminiano que os interrompeu.

-Athena! Quem é que esta lá?

-Deimos; ela respondeu com simplicidade, sem notar a face alarmada dos quatro cavaleiros. – Ou será Fobos... Bem, eles são tão parecidos que é difícil saber; ela completou confusa com um sorriso sem graça.

-O QUE? – o grito dos quatro ecoou pelo santuário.

-Acalmem-se, eles só precisam conversar; Saori falou com ar de repreensão.

-Veja bem, srta Athena; Milo começou cauteloso. – Ele, tipo que quase a matou na Sibéria.

-Correção! Tentou nos matar na Sibéria; Kamus corrigiu com a voz preocupada. Já estava ameaçando ir até a primeira casa, mas foi detido por uma mão em seu ombro.

-Deixe os conversar, ele não ira feri-la, afinal são irmãos; Saga falou prudentemente.

-Certo, mas qualquer coisa eu entro; Kamus concordou com ares de enfezado, já que fora cortado por Saga.

Continua...