Nota: Os personagens maravilhosos de Kuramada, infelizmente não me pertencem apenas a protagonista da história é uma criação única e exclusivamente minha, criada sob medida para o meu aquariano preferido;


Legenda:

-Frases assim; (diálogos normais)

-"Frases assim"; (pensamentos entre aspas)

-'Frases assim'; (diálogos de segunda pessoa)

--Flash back—(negrito)

--Lembranças— (itálico)


Capitulo 21:

Sempre foi você.

I – Olímpo.

-Onde pensa que vai? – Ares perguntou ao notar a deusa do amor sair de fininho da morada celeste envolta em uma capa negra, mas estancou pálida ao ver-se descoberta.

-Oras! Aonde mais seria... Ao santuário é claro; ela respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

-Não, não vai! – Ares, prontamente a barrou na passagem dos portões dourados.

-Vou e você não vai me impedir de falar com ela; Afrodite retrucou, numa manha já conhecida pelo Deus da Guerra.

-Vai falar com ela? Sei bem o que você quer. Provavelmente quer convencê-la a voltar. Então, esqueça... Harmonia te mata antes de abrir a boca; Ele falou numa ultima tentativa.

-Sei que ela não faria isso, afinal sou sua mãe; ela disse confiante.

-Mãe que lhe deu as costas quando ela mais precisou e que não passa de uma fútil interesseira; ele falou com certa amargura. – Se você a quer de volta para fazer as suas patéticas vontades, sinto muito, mas não deixarei você atrapalhar a vida da minha filha; Ares falou com os olhos dourados brilhando num tom azulado.

-Você não entende, quero compensar meus erros! – ela se justificou.

-Querer obrigá-la a fazer suas vontades não é a melhor alternativa; ele respondeu, mas bem sabia que Afrodite não sossegaria até falar com a filha, então era melhor deixá-la ir e ver como Aishi viria a lidar com aquela situação agora que estava com a cabeça mais fresca e se precisasse ele iria interferir.

II – Reuniões Familiares são sempre as melhores.

A noite caia no santuário e em boa parte do mundo. Não fazia nem vinte e quatro horas que tudo aquilo acontecera, mas parecia ter-se passado anos. Os cavaleiros embora exaustos devido à tensão que sofreram, reuniram-se no Salão do Grande Mestre a pedido de Athena, para uma comemoração pelos tempos de paz que finalmente haviam chegado.

Fugindo da agitação do Salão. Kamus e Aishi saíram para a sacada onde poderiam ficar a observar as estrelas sem interrupções, mas isso não durou muito. Quando ouviram um dos guardas que protegiam a entrada dos templos falar, na tentativa de impedir alguém de invadir o ultimo templo.

-Sra. Não pode entrar aqui!

As portas do salão se abriram magicamente sem serem tocadas, quando uma mulher pouco se importando com os avisos a ultrapassou.

-Hei! Quem você pensa que é pra entrar no Santuário de Athena assim? – Kanon perguntou pondo-se à frente da deusa da justiça caso alguém resolvesse atacar.

-Não se preocupe cavaleiro, venho em paz; uma voz melodiosa falou, enquanto a mulher retirava a capa, revelando a bela imagem da Deusa do Amor.

Que durante Eras inspirou a poetas e trovadores para os perigos que a lascividade daquela beleza poderia trazer, mas ainda sim a mulher de longos cabelos dourados e olhos azuis hipnotizastes pareceu não perceber, ou melhor, resolveu ignorar o efeito causado nos presentes, deixando seus olhos correrem pelo salão a procura da filha.

Kamus abraçava Aishi carinhosamente, quando a sentiu ficar tensa ao ouvir a voz da mulher que entrara. Calmamente eles saíram da sacada entrando novamente no salão, mas em momento algum Aishi o soltara. Como se buscasse entre seus braços o autocontrole necessário para não fazer uma besteira.

Athena que até então estava atrás de Kanon, tocou-lhe o ombro, num pedido mudo para que lhe desse passagem, pois nada aconteceria. Afrodite parou seus olhos na jovem deusa da sabedoria.

-Há quanto tempo irmãzinha; Afrodite falou com ar desdenhoso ao notar o ar sério de Athena. – Pelo visto você não mudou nada, continua séria como sempre; ela falou com certo desdém diante da face inexpressiva de Saori.

-Quando você vai aprender que nem todas as pessoas desse mundo precisam ser levianas como você para poderem se divertir; a voz de Aishi soou seca no salão, atraindo a atenção de todos que dirigiram seus olhares para a cena.

Kamus abraçava Aishi pela cintura, enquanto a mesma permanecia de costas para ele. Era como se Kamus com isso lhe pedisse para ter calma, pois sentia que a jovem estava com os olhos em chamas.

-Oh! Então você estava aqui; Afrodite se aproximou dos dois. – Estava morrendo de saudades de você filhinha; definitivamente ela não sabia começar uma conversar entre familiares e aquela seria uma boa oportunidade de Aishi usar mais um dos golpes que 'herdara' dos cavaleiros, um bom exemplo seria o Tesouro dos Céus, quanto tempo Afrodite sobreviveria em um dos infernos de Virgem; Aishi pensou começando a considerar a hipótese de mandá-la para algum deles.

-Saudades! Você tendo um sentimento tão mortal, não seja patética, tais sentimentos são bons de mais para alguém como você; Aishi respondeu com a voz entrecortada, fazendo Afrodite recuar incrédula, como se duvidasse que a jovem fosse lhe tratar assim, mesmo sabendo que merecia.

-Fique calma! – Kamus lhe sussurrou ao pé do ouvido, recebendo como resposta os dedos de Aishi se estreitarem mais em volta do seu braço.

-Não seja ingrata, vim aqui disposta a interceder por você com o Onipotente para que volte; ela falou, esquecendo completamente o que Ares a alertara antes de sair do Olímpo, mas como sempre ela lhe ignorava os conselhos.

A respiração de todos podia ser ouvida no salão. Os olhares corriam de Aishi e Afrodite, era como se olhassem pra um reflexo de espelho. Eram idênticas na aparência física, cor dos cabelos e porte, mas algo no olhar as diferenciavam.

Os olhos de Aishi por mais dourados que fossem, possuíam um brilho perigoso em tom azulado. Já Afrodite, com seus olhos azuis, semelhantes a duas safiras recém lapidadas, tentavam mostrar uma confiança que ela estava longe de ter, por sentir-se a cada segundo de silencio mais intimidada, pois via na jovem a imagem perfeita do amante que nunca se subjugara a seus caprichos e antes de ser filha da Deusa do Amor, era também a primogênita do Deus da Guerra, tão sagaz e persistente como o mesmo.

-Sabe Mãe! – ela resolveu falar por fim decidindo por não chamá-la pelo nome como de costume. – Só posso te dizer uma coisa...; Ela completou, aliviando um pouco a pressão no braço de Kamus, fazendo o mesmo dar um suspiro aliviado. Ela deixou seu olhar se abrandar.

-Que vai voltar comigo, sei que todos vão gostar de ter-te de volta; Afrodite falou animada ao ver à mudança nas faces da jovem, mas isso mudou drasticamente.

-Não! Não vou voltar e nem pretendo; Aishi sentenciou.

-MAS COMO? – Afrodite gritou indignada.

-Aqui é meu lugar agora. Ao lado das pessoas que amo; ela respondeu sorrindo.

-Puff! Não sei o que você vê aqui? -Afrodite retrucou contrariada, mas ao fechar os olhos em sinal de birra, não percebeu o efeito que sua leviandade surtiu.

Plaft!

O som de um tapa irrompeu pelo salão. Afrodite mal pode prever, quando Aishi soltou-se dos braços de Kamus e desferiu lhe um tapa na face e que provavelmente ela não fosse uma deusa, ficaria muitos dias com a marca dos dedos da jovem lhe enfeitando a face bem moldada.

-Nunca mais ouse tratar meus amigos com tanta leviandade; ela avisou com a voz carregada de raiva. – Agora se você puder retirar-se daqui antes que eu seja obrigada a levar a fundo certas promessas e agradeceria; Aishi completou com um olhar frio.

Seu cosmo se acendeu fazendo com que a temperatura do ambiente começasse a cair, deixando até mesmo Kamus surpreso, pois já a vira usar outros golpes, mas não havia notado que ela já dominava com perfeição a temperatura do ambiente, embora a rosa de gelo fosse uma boa prova, ele ainda precisava ver isso.

-Que promessa? – Kanon sussurrou a pergunta a Athena.

-(...) A próxima vez que cruzar o meu caminho eu mesma me encarregarei de selar sua lapide (...), foi isso que Aishi disse antes de cortar todas as suas relações com os deuses do Olímpo.

-A Srta. não acha que Aishi faria mesmo isso, acha? – Saga que estava próximo ao irmão, perguntou preocupado.

-Infelizmente não sei o que realmente passa pela cabeça de Aishi, ela faz coisas que até os deuses duvidam; Athena respondeu, com um ar que poderia passar bem por sarcástico.

-Como ousa? – eles foram interrompidos pela voz de Afrodite que ainda teimava se fazer de ofendida.

-Cale a boca! Você merece tratamento pior do que esse; uma voz imponente soou no salão, vinda da porta. Onde um homem de mais ou menos 25 anos, corpo bem moldado por tecidos brancos que destacavam seus expressivos cabelos negros e olhos dourados, entrava. A seu lado, outros dois jovens, incrivelmente belos, a única diferença era que um era loiro e outro moreno.

-Ares! – Afrodite e Athena falaram em uníssono, surpresas.

-Eu avisei pra você não se intrometer na vida da minha filha, que ela estava muito bem longe dessas suas devassas influencias, bem... Mais isso foi pouco do que você merecia Afrodite; Ares falou se aproximando perigosamente, como um predador encurralando sua presa, extasiado pelo cheiro de medo. – Como vai querida? – Ares mudou rapidamente sua expressão dirigindo-se a filha com um encantador sorriso, fazendo algumas amazonas presentes soltarem suspiros extasiadas com tamanha beleza contida em um único ser, mas alguns cavaleiros apenas amarram um bico por perderem as atenções tão facilmente.

-B-bem! – ela respondeu hesitante.

-Como vai irmãzinha e Kamus? – Eros e Anteros perguntaram ao mesmo tempo, olhando para o casal.

-Bem; os dois responderam juntos.

-Como vai Athena? Espero que essa inconseqüente não tenha lhe causado mais aborrecimento do que ter lhe interrompido as comemorações? – Ares falou voltando-se para Athena e logo em seguida direcionando um olhar de aviso a Afrodite.

-Perfeitamente bem e você?

-No geral bem, apenas atualmente extremamente irritado com certas pessoas que fazem questão de me aborrecer e contrariar as minhas ordens; ele falou ainda com aquela amável sorriso, tornando palavras pronunciadas tão duramente em poesia aos ouvintes.

Eros e Anteros apenas observavam a cena de uma distancia segura, vez ou outra lançavam alguns olhares interessados para certas duas amazonas, fazendo uns e outros cavaleiros, rosnarem indignados.

-Fora ela; Athena falou apontando Afrodite. – O que mais te trás aqui?

-Alem de vir visitar minha adorável filhinha, que já é um ótimo motivo para passear entre os mortais; ele falou dirigindo um olhar carinhoso a filha. Mostrando que até mesmo o cruel deus da guerra tinha um coração. – Vim trazer um recado do Onipotente.

-Caos? – Aishi perguntou curiosa.

-Não! Zeus; ele respondeu sério, mas logo deu um sorriso maroto.

-Ah! – Aishi murmurou meio decepcionada. – E o que seria?

-Qualquer divindade que se voltar contra o santuário e seus habitantes, pagara com a vida. Isso incluem as guerras que possivelmente seriam organizadas por mim ou qualquer um dos idiotas que não despertaram nessa Era ainda; ele respondeu com falsa contrariedade, pois também já se cansara das perseguições. – Zeus fez o juramento pelo Estige e os outros dois também aceitaram, ainda mais depois de apanharem tanto dos seus cavaleiros; Ele completou rindo ao dirigir-se a Athena.

-Finalmente paz! – Athena falou.

-Não sei, algo me diz que isso esta fácil de mais; Aishi falou lançando um olhar desconfiado a Ares.

-Entendo o que quer dizer, mas o conselho concordou, ninguém ousara ir contra os três e o conselho junto; ele respondeu olhando de soslaio para Afrodite, que parecia querer se esconder atrás dele.

-Como? – Alguns murmuraram no salão.

-Já sabemos sobre Caos e a tapeçaria; ele completou sério.

Fez-se um estalo na mente da jovem, fazendo a lembrar-se da tapeçaria tecida pelas Moiras. Quem além delas sabia da tapeçaria e de Caos. Era isso, Eros a viu, provavelmente as Moiras falaram para ele como Hades voltara a existir; ela pensou.

-O que tem ela? – Aishi perguntou incerta sobre o que o pai queria com aquilo.

-Você mudou o destino. Ninguém nunca havia chegado a esse ponto antes, então o Onipotente resolveu selar a paz a ferro e bronze como reza as antigas tradições; ele completou sério.

-Que assim seja! – ela respondeu sorrindo, sem notar o leve estremecimento que Athena, Afrodite e Ares tiveram. Eles ainda não se acostumavam com a energia dispensada por ela quando essas promessas eram seladas.

-Agora temos que ir; Ares disse.

-Mas já? – Os dois deus perguntaram, decepcionados, recebendo um olhar entrecortado do pai.

-Se o Sr quer assim, então ta? –Anteros deu de ombros.

-Ele me paga; Eros murmurou enfezado, por não poder ficar mais. –A gente nunca por vir aqui e quando tem essa brecha ele quer nos arrastar de volta; Eros resmungou, fazendo os deuses arquearem uma sobrancelha.

-...; O Deus da Guerra se aproximou de Aishi e lhe dando um beijo carinhoso no alto da testa, voltando-se sério para Kamus. – Ouse magoá-la e eu acabo com você; ele sentenciou com um olhar assassino que logo deu lugar a um sorriso encantador. – Aproveitem essa conquista que vocês fizeram e curtão ao Maximo o tempo que podem ficar juntos; ele completou depositando a mão no ombro de Kamus, num gesto fraternal. – Vamos!

-Já que não tem outro jeito; Eros resmungou. – Maninha, cunhado cuidem-se; ele falou acenando para os dois antes de sair. –E se precisarem de alguma coisa, estou a uma flecha de distancia.

-Hei Kamus! – Anteros chamou antes de sair, chamando a atenção de todos. – Algumas regras são para serem quebradas de vez em quando, viu; ele falou sorrindo.- Até a próxima irmãzinha; ele falou já saindo do templo.

-Já disse que só saio daqui com Harmonia; Afrodite teimou.

-Como é teimosa, agora sei porque Heféstos passa mais tempo perto das caldeiras do que dela, as caldeiras pelo menos não falam; ele comentou com ar cansado, tirando alguns risos baixos de algumas pessoas que não conseguiram se reprimir diante da comparação.

Mais uma vez, Kamus apertou o abraçou Aishi pedindo que ela tivesse calma, mas não foi o suficiente para impedi-la de queimar seu cosmo furiosamente e sem ao menos se mover fez com que um raio sabe-se lá de onde surgisse e fosse cair a milímetros de distancia dos pés da deusa do amor.

-Pensando bem, seja feliz querida; Afrodite disse já saindo do salão e acenando, deixando todos incrédulos.

-Vai se acostumando, alguns são um pouco piores; Aishi comentou sorrindo para Kamus que ainda não entendia como ela conseguia mudar de humor tão rápido, mas acabando por lembrar-se que isso se devia ao fato da influencia que o signo de gêmeos causava nos nascidos sob essa estrela.

Algum tempo depois...

Um conto tão velho quanto o tempo

Tão verdadeiro quanto pode ser

-Parece que faz tatno tempo não? – Aishi olhava o cavaleiro sentado ao seu lado em um dos muitos bancos de mármore que estavam no terraço do décimo terceiro templo.

Um lindo por do sol despontava no horizonte.

-Realmente, passamos por cada uma e nossos laços apenas se fortaleceram; ele respondeu sorrindo.

-Sabe que eu andei me recordando sobre algumas coisas; ela comentou com um sorriso maroto.

-E o que seriam essas coisas? – ele perguntou entrando na dela.

Mal são amigos

E então alguém se curva

-Você ainda não me disse o que fazia na Encosta de Bejunte todas as noites? – ela perguntou e seu sorriso se alargou ao ver o desconcerto do cavaleiro, ele nunca admitiria, mas provocar não fazia mal a ninguém. – E não ouse falar que não é da minha conta que eu te chuto daqui de cima; ela ameaçou.

-Nossa! Depois eu é que sou o estressado; ele comentou rindo. – Mas apesar de eu ainda não ter considerado a possibilidade de passar mais uma temporada no Tártaro;

Inesperadamente...

-Então não mude de assunto; Ela reclamou ficando enfezada.

-Você! – ele respondeu sério.

-UH!

Só uma pequena mudança

Pequena, pra não dizer nada.

-Sempre foi você! – ele respondeu olhando-a misteriosamente. –Por mais que eu tenha vivido a minha vida inteira, preparado para as provações que a vida de cavaleiro me empunham, eu sempre te procurei, ainda mais quando comecei a me lembrar de alguns fatos curiosos que pensei ter esquecido; ele completou com ar pensativo.

-Como assim? –ela perguntou.

Os dois um pouco assustados

Nenhum dos dois preparados

A Bela e a Fera

-Como minha aprendiz conseguia me lembrar muito a mim mesmo quando treinava para ser um cavaleiro; ele comentou. – Naquela época eu senti que você era diferente, apesar de não ter despertado meu cosmo ainda, mas você prometeu que voltaria, não é? – ele perguntou abraçando-a.

-Nunca faço promessas das quais não tenha certeza de que vou cumpri-las; Aishi respondeu.

Sempre iguais

Sempre uma surpresa

-Por isso que sempre te procurei; ele falou sorrindo. –Certa vez fui a Chipre, acho que não faz mais do que dois anos; ele começou. – Perguntei as pessoas sobre uma jovem de nome Aishi, mas eles disseram que nunca haviam a visto por lá e que nem mesmo os mais velhos moradores conheciam; ele falou. –Confesso que desanimei um pouco.

-E você desistiu? – ela perguntou curiosa.

Sempre como antes

-Não! Afinal, você havia me prometido que voltaria da mesma forma que me fez prometer que não desistiria de me tornar cavaleiro. Então tudo era uma questão de tempo e paciência; ele falou. –Aquela vez você disse que estaria ao meu lado quando precisasse, só não pensei que você fosse a única capaz de me salvar de mim mesmo.

Sempre com a certeza

De como quando nasce o sol

-Muitas coisas aconteceram desde aquela vez; Aishi murmurou.

-E você? –Kamus perguntou de repente.

-Eu o que? – ela se fez de desentendida.

-Porque você resolveu lutar pelos cavaleiros, afinal você era uma deusa? – ele perguntou.

Um conto tão velho quanto o tempo

Uma canção tão velha quanto à música

Amarga e estranha

-Sabe, um dia conheci um garotinho muito teimoso; ela disse quase rindo ao ver o cavaleiro arquear uma sobrancelha. –Ele me disse que amava muito essa Terra e queria se tornar forte para impedir que as pessoas sofressem; ela completou.

Descobrindo que você pode mudar

Aprendendo que você estava errado

-Então...; Ele murmurou confuso.

-Você acredita no Inevitável? – ele apenas assentiu com a cabeça. – Antes daquilo eu não acreditava, mas digamos que foi completamente inevitável não me apaixonar por aquele garotinho; ela disse sorrindo.

Certo como o sol

Nascendo no leste

-A-asihi...; Ele não completou a frase, pois a jovem pousou um dedo sob os lábios entreabertos do cavaleiro.

-Sempre foi você! – ela sussurrou.

Um conto tão velho quanto o tempo

Uma canção tão velha quanto à rima

-É por isso que amo tanto você; ele respondeu a abraçando mais forte e antes que pudessem se separar, selaram com um beijo o primeiro de muitos outros dias normais que eles haveriam de ter.

III – Surpresas... E um Novo começo.

-Você não se arrepende? – Kanon perguntou em tom de voz baixo para que somente o irmão o ouvisse, ambos observavam em silencio o por do sol, mas às vezes Kanon lançava alguns olhares de esguelha para o irmão.

Todos os cavaleiros haviam transformado num habito, a observação do pôr-do-sol. Era o único momento do dia sem treinos ou qualquer outra ocupação e que eles poderiam se reunir apenas para sentirem a presença um do outro por perto.

-Arrepender-me do que? – Saga perguntou, voltando-se para o irmão.

-De não tê-la conquistado, quem sabe ter feito algo deferente? – ele sugeriu.

-Não! Há coisas que precisavam ser da forma que foram, até mesmo as estrelas diziam que Kamus e Aishi a muito estavam destinados a se reencontrarem e eu não gostaria de ser o responsável por atrasar isso; Saga respondeu calmamente.

-Mas...; Kanon tentou contestar.

-A ligação que eu e Aishi temos é a mesma que existe entre grandes irmãos, é estranho que no começo uma completa desconhecida me conhece-se melhor do que eu mesmo, mas no fim, ficou feliz que ela e Kamus finalmente tenham se acertado; ele respondeu.

-Entendo, mas...; Kanon foi cortado pela voz de Athena.

-Com licença cavaleiros e amazonas; ela disse sorrindo para as três amazonas que agora faziam parte do grupo que estava no ultimo templo. – Tenho algo pra falar;

-Se for alguma irmã da Srta Aishi que precisa de um mestre eu me candidato; Milo disse tomando a frente, tirando risos de todos.

-Irmã eu não tenho, mas acho que Eros ou Anteros gostariam de passar uma temporada aqui, só acho que isso não vai ser muito favorável para você, Escorpião; Aishi falou rindo junto de todos.

-Não! Não é necessário; Milo falou prontamente agitando as mãos freneticamente.

-Não é bem isso; Athena também ria, não era a primeira e nem seria a ultima que o Escorpião ia dar um fora.

-Aconteceu algo Srta? – Shion perguntou, como seu habitual tom sério, digno do Grande Mestre.

-Nada que seja preocupante; ela sorriu. – Só queria lhes avisar que o santuário estará recendo uma pessoa muito importante e que se instalará aqui.

-E quem seria? – Saga perguntou, demonstrando uma estranha inquietação.

-Algum problema? – Kanon lhe sussurrou e recebeu um aceno negativo com a cabeça.

-Ela viveu aqui a mais ou menos treze anos atrás e teve que se afastar quando ocorreu a batalha contra os titãs; Athena fez uma pausa. – E creio que Marin, Aiolia e alguns cavaleiros se lembram dela; Athena disse sorrindo, ao ver que a amazona de Águia olhá-la interrogativamente.

-...; Aiolia olhou a deusa, visivelmente confuso.

Os cavaleiros estavam com uma enorme interrogação.

-Há quanto tempo mestre Aiolia? -uma jovem disse ao subir o ultimo degrau do templo. Cabelos verdes na altura dos ombros, olhos violeta extremamente expressivos, mas ainda sim, demonstravam a inocência de uma criança em completa harmonia com o sorriso maroto de uma mulher adulta.

A ansiedade fazia com que ela fraquejasse, a muito desejava voltar, alias, se dependesse dela nunca teria abandonado o santuário, mas quando as coisas se complicaram, Aiolia havia pedido que ela partisse junto com o senhor Garahn.

Mas há pouco tempo recebera uma carta de Athena pedindo que ela retornasse ao santuário se assim o desejasse, pois as guerras haviam acabado por completo. Por um momento pensou em não retornar, não sabia como as coisas estavam, muito menos quem encontraria lá alem de alguns cavaleiros que conheceu outrora vivendo com o irmão mais velho.

Algumas pessoas ela conhecia só de vista. Mú, Aldebaran, Shaka, Milo e Kamus já eram velhos conhecidos. Os outros a olhavam intrigados. Seus olhos correram pelo terraço e cruzaram com os olhos verdes intensos do cavaleiro de Gêmeos, mas a jovem desviou rapidamente com a face corada.

-Seja bem vinda de volta Litus; Marin falou reconhecendo com um sorriso a jovem que mudou a vida do insensível e rebelde cavaleiro de Leão.

-Há quanto tempo Marin; a jovem de cabelos verdes aproximou-se da amazona, antes de lhe abraçar.

-Quem é ela? – Saga perguntou confuso para o irmão, que deu de ombros.

-Ela é a irmãzinha do Aiolia, que vivia aturando ele naquela época que ele tinha aquela fixação por cabelos ruivos; Milo respondeu se aproximando com um sorriso maroto.

-Hei! O que você ta falando, seu inseto de rabo torto; Aiolia reclamou, visivelmente envergonhado.

IV – Epílogo.

Aquele era o marco do primeiro de muitas aventuras, romances, tragédias e divinas comédias escritas a ferro e bronze especialmente para aqueles cavaleiros. Uma nova Era começava para aqueles que antes de serem defensores de Athena também eram humanos, merecedores de paz. Uma vez que uma porta se fecha, outra se abra, assim faz-se o equilíbrio. Ou se preferirem a Harmina. Para todo erro cometido, sempre existe uma Segunda Chance, basta apenas aproveitá-la.

E como dizia o grande Richard Wagner e agora eu adapto a moda Saint Seya.

Aqui termina a trilogia sobre Kamus e Aishi, em seus primeiros passos pela nova Era, desde quando se conheceram até se reencontrarem. A todos os amantes deixo minhas muitas saudações, aos sonhadores, aos enamorados, aos ciumentos e a todos aqueles que o desejo morde, aos divertidos, aos enlouquecidos, a todos aqueles que leram essa história.

Se não disse a todos tudo o que desejava, disse pelo menos o melhor que pude.

Fiz o que fiz com o intuito de embelezar e ilustrar da melhor maneira possível para que no fim pudesse agradar aos amantes e de estes aqui encontrarem com que deleitar o coração. Possam eles daqui tirar reconforto contra as traições, contras as injustiças, contra as dores, contras as lágrimas, contra todos os desgostos que a vida pode lhes causar e só o que posso dizer é que:

O show deve continuar...

#Fim#

Domo pessoal

Infelizmente a Troca Equivalente acaba aqui, porem eu descobri uma coisa, escrever fics é um esporte extremamente viciante, então a continuação já esta pronta e pelo menos mais dois projetos estão a caminho. (eu sei, não devo ser muito normal por ficar escrevendo tanto assim, mas fazer o que, EU AMO ISSO). Bom, sinceramente espero que tenham gostado dessa fic. Procurei dar o melhor de mim, já que essa é minha primeira fic de Saint Seya e dessa acabaram surgindo mais duas antecedentes.

Obrigada de coração todo o apoio que recebi ao escrever essa fic, os novos amigos que fiz e principalmente todas as pessoas que pude conhecer por meio dos maravilhosos comentários que me estimularam a continuar.

Antes de ir tenho só um recadinho pra dar, a continuação chama-se Entre Mudanças e Desejos. Espero que gostem. O nome dos capítulos e a musica na ultima cena de Kamus e Aishi é a Beauty and Beast da Celine Dion que me inspirou parcialmente a escrever essa fic. Então como disse antes, o show deve continuar.

Kisus

Já né...