HARRY POTTER E O OLHO DA ESCURIDÃO
Avisos da autora sobre as atualizações:
Nota da Autora (1): Vou deixar aqui o mesmo relato que posto no meu site para explicar a demora nas atualizações, tanto da série Varinha de Prata quanto da fanfic "Os Pergaminhos de Nossa Existência".
N/A (2): Sobre o que aconteceu comigo... Muito simples, e muita gente já sabe, pois expliquei pelo MSN... Na semana da minha última atualização eu avisei que entraria em um novo estágio e é verdade. Fiquei até o início desse mês por lá e não tive condições de tocar em um centímetro das fics. Ia para a faculdade das sete e meia às onze da manhã, chegava em casa à uma da tarde, às duas eu entrava no trabalho, chegava em casa lá pelas nove, nove e meia da noite e caía dura no colchão, morrendo de cansaço, isso quando não tinha que estudar para minhas provas. Fim de semana era feito para resolver meus trabalhos inúmeros da faculdade e tentar ver meus amigos, afinal também preciso manter minha vida social, não é mesmo?Agora que eu saí do trabalho, a faculdade está apertando, pois o final do semestre está aí e sou coordenadora de alguns trabalhos, e tenho de ter o controle de tudo que acontece... Então, vocês podem imaginar o estresse que estou passando! Também tive alguns problemas de saúde nesse meio-tempo, como uma crise forte de bronquite (na verdade, ainda estou com a crise) que eu não consigo andar da sala para a cozinha sem ter de parar no caminho para respirar; descobri que estou com cálculo renal (e meninas, a dor dizem que é parecida com a de parto.. É PRA SOFRER MESMO!), e o pior de tudo: peguei uma pneumonia DAQUELAS! Quase fui internada... Perdi quase duas semanas de aula, foi uma confusão só... Pneumonia é sério demais, pode até matar se eu não cuidar... E como estou com essa crise de bronquite, tenho que me cuidar direitinho para não virar outra pneumonia, pois se eu pegar de novo, ela volta pior e aí é internação na hora! Sim, eu tenho uma saúde frágil... Risos
N/A (3): Agora, sobre as atualizações. Não, eu ainda não fui capaz de finalizar o capítulo 37 da Olho. Já tenho quase 20 páginas prontas, mas o capítulo ainda não está terminado... Como estamos na reta final, teremos capítulos ora longos, ora curtos... E esse é um daqueles um pouco maiores... Então, só posso pedir que aguardem mais um pouco...Entretanto, disponibilizarei aqui uma das cenas do capítulo, ok? Só para vocês terem mais alguma coisinha para ler até que possa terminar o capítulo... É, se não me engano, a cena 4 do capítulo, a primeira da batalha final da Ilha dos Ciclopes. Espero que gostem!
N/A (4):E é claro, tenho que agradecer toda a paciência e pedir mais um pouquinho disto, de todos vocês que deixam reviews aqui, que me mandam e-mails e que me pegam no MSN. Estou tentando fazer o possível, mas está difícil. Espero terminar logo o capítulo 37 e postar no site e aqui para todos vocês... Desde já, agradeço muito a compreensão! Beijos! Angie
CAPÍTULO 37
CENA 4
WOOSH...
Suas pálpebras piscaram levemente, como se estivesse entrando em sono profundo, mas ainda quase lá. Havia um som distante, de algo que se movia, que se aproximava e então, afastava-se novamente. O ciclo se repetia outra vez. Estava deitada, certamente. E seus lençóis se movimentavam como um suave navegar. Estava suada, pois sentia o corpo úmido, quase molhado.
WOOSH...
As pálpebras piscaram outra vez, algo mordiscando sua roupa com gentileza. Sentia em várias partes de seu corpo, atingindo-a lentamente, ao mesmo tempo, na ponta de seus pés até o limite entre seus ombros e o pescoço. Metade de seu rosto não parecia enfiada em um macio travesseiro, como o da sua cama, e sim em alguma substância pegajosa e também úmida. Fria demais contra sua pele.
WOOSH...
Havia também um 'escorrer' distante, como se alguém deslizasse sobre um ringue de patinação no gelo. E um dos sons que ela mais adorava... Aquele em que as folhas se moviam tão delicadamente contra a água da chuva. O som de uma garoa, o anseio do início de uma tempestade... Parecia se intensificar, assim como aquilo que atingia toda a extensão de seu corpo, antes com gentileza, agora com nervosa inquietação.
Não havia mais razões para seguir com aquele pensamento distante, aquele sonho persistente, as sensações que lhe pareciam tão deliciosas e que começavam a incomodar. As pálpebras piscaram fortemente desta vez, e então ela abriu os olhos, pensando em como aquela manhã deveria estar nublada, já que não havia a costumeira luminosidade sobre sua cabeça. Não conseguiu abri-los em totalidade, embaçados, e fechou-os. Seu dormitório também parecia estranhamente silencioso, não fosse pelo som que lhe agradava tanto, o som da chuva. Apertando as pálpebras, com dificuldade para notar a manhã lá fora, pela sua janela, Ametista conseguiu, finalmente, despertar.
Abriu os olhos, o embaço sumiu e pôde enxergar.
WOOSH...
― AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! ― o grito soltou-se de sua garganta com toda a força imaginável em suas cordas vocais.
Havia um homem olhando para ela. Boiando naquelas águas negras que a envolviam. Ele tinha a pele enrugada pelo tempo que deveria estar imerso naquela água toda, os olhos tremendamente arregalados em pavor, a boca aberta, enquanto a água entrava e saía com toda a liberdade de seus pulmões. Um morto, imerso em águas negras, olhando-a despertar de um sono sem sonho. Era impossível de processar tudo que acontecia à sua volta. Porém, era claro distinguir sua cama na Sonserina para aquele lugar odioso e, no mínimo, digno de pavor. Ainda com o grito solto querendo outra vez pular de sua garganta, ela ergueu-se rapidamente de onde estava deitada e olhou ao redor.
Mortos.
Centenas deles.
Corpos boiando... Defuntos... Misturados naquela água negra...
Todos absolutamente mortos.
Ametista não soube por que permanecia em pé ali. Segurou a respiração e procurou entender o que acontecera para estar ali.
Era noite. Possivelmente, três horas após o pôr-do-sol. O céu estava escuro, sem lua e sem estrelas, tomado por nuvens negras que despejavam todo o conteúdo ali, sobre ela. A chuva estava se intensificando e ela olhava para cima, para os lados, e não podia encontrar um ponto de referência a Hogwarts. A noite estava escura e deprimente como um céu do litoral no inverno. Não havia nada, somente a chuva, agora se transformando em tempestade.
Seus dentes começaram a baterem uns contra os outros, a pele fria e inundada em água, colada contra sua roupa, deixando-a em similaridade com um estado febril, pela reação de seu corpo. Ela se batia sem parar, gelada e com medo. Sim, estava com muito medo, e odiava ter de admitir isso para si mesma. Contudo, largada naquele lugar, sem entender o que se passava ou como fora parar ali, não encontrava motivos razoáveis para não perder o pouco de controle que ainda restava. Passando os braços pela fronte e abraçando o próprio tórax, na tentativa frustrada de amenizar o frio que sentia, Ametista pensou no que seus pés estavam afundados. Somente a lembrança de seu despertar a deixou de estômago enjoado.
Guiando seus olhos para baixo, para o monte de água tão escura, Ametista podia observar as gotas da chuva batendo contra a superfície. Existiam centenas de homens como aquele. Imersos. Mortos. Eram os mais diversos corpos, de crianças, de velhos, e jovens que deveriam ter muitas perspectivas, assim como de bebês... Como poderiam bebês estarem imersos naquela água nojenta, suja e aterrorizadora? A mesma água em que ela estivera adormecida.
Tinha que sair dali, tinha que deixar aquele lugar, encontrar-se, descobrir o porquê de estar lá. Mas então, não foi muito preciso para que as lembranças voltassem à sua mente. Os gritos de Ronald Weasley espalharam por toda a escola que sua irmã mais nova havia sido raptada. No mesmo momento, desconfiou. Não, teve a certeza. Ametista foi atrás do raptor, do seqüestrador, numa fúria infinita e numa certeza absoluta. Uma certeza que era somente sua, pelo visto, já que o sonserino fazia parte, supostamente, do esquadrão dos Aprendizes, daqueles que foram escolhidos e decidiram abraçar a guerra. Draco Malfoy tinha seqüestrado Gina Weasley em seus pensamentos e em seu mais profundo, tinha esta certeza. E naquela noite, quando adentrou gatuna pelo quarto de Malfoy e o surpreendera, ganhara sua aposta interna. Todas as conversas cheias de jogadas implícitas, de mensagens subliminares que ele tentava deixar passar. Assim, cumprira sua missão. Encurralou-o, provocou-o, fez Malfoy confessar, não dizendo, mas agindo. Bastava o sonserino ter pedido, feito um único desejo. Ametista achava-se, no topo de seu convencimento, que estava muito mais preparada para enfrentar Voldemort do que qualquer Gina Weasley poderia estar. "Você só pensa desse jeito agora, pois foi ela quem Harry beijou naquela noite", soou em sua mente, fazendo-a negar veemente e reafirmar que sim, se achava muito melhor do que Gina. Ao menos no quesito feitiços. Mesmo que a mesma tenha sido possuída por Voldemort há anos.
A última lembrança em sua mente, portanto, era de Malfoy agarrar seu braço e a vassoura, e voar para longe de Hogwarts, até que, em certo ponto do trajeto, perdeu a continuidade e a consciência. E acordara ali.
O som da chuva insistia em bater contra seus ouvidos e penetrar nas águas escuras, enquanto Ametista tornava-se para trás. Era como se uma espessa camada de névoa abrisse à sua frente, e ela fosse capaz de ver. Não muito longe de suas pernas imersas entre os corpos estava um píer. Uma saída daquele horripilante cemitério flutuante. Era somente alcançá-lo... E havia muito mais a ser alcançado. Parecia um castelo, longe, no alto daquela ilha. Sim, havia uma ilha ali, logo após o término do píer. Ou, ao menos, era o que parecia ser o monte de terra com uma enorme e longa escada sem fim. Árvores circundavam a escadaria, e ela sabia então de onde viera o som da garoa contra a folhagem. Ametista notou que havia mais além daquela escadaria, como o tal castelo, mas suas pernas fraquejaram ao passo que pensou sobre o que poderia encontrar ali. Perguntou-se que razão a trouxe, por que fora pedir isso para o maldito Malfoy. Voldemort estaria lá em cima, a algumas centenas de degraus, mas lá em cima, próximo demais. Você pediu que ele a trouxesse para cá, então, vá! Vá, encontre Voldemort, solte Gina e faça alguma coisa até que cheguem e possam destruir Voldemort, antes que ele próprio a destrua, exatamente como fizera com sua mãe e sua avó.
Ametista ergueu uma de suas pernas, retirando lentamente a canela, o tornozelo e então o pé da água imunda e escura. A chuva já havia encharcado toda sua roupa provavelmente até sua alma, e ela tentou dar um passo em direção ao píer. Abraçando a si mesma ainda, Ametista sentiu algo agarrar seu tornozelo esquerdo, quando estava prestes a caminhar naquele lago mórbido. Mordendo o lábio inferior, soltou-se e olhou para trás e para baixo, encontrando a mão do mesmo homem que vira no seu despertar puxar seu tornozelo para ele. No momento, não era apenas o som da chuva que tomava conta de seus ouvidos. Podia ouvir gritos, sussurros, desesperos e desatinos, clamores por socorro e ajuda, escândalos por morte e por dor, pelo fim da maldição.
A sonserina não era capaz de acostumar-se e, agora, distinguir aquele som odioso. A única coisa que parecia motivá-la a sair dali era a mão que envolvia seu tornozelo, puxando-a de volta para o fundo das águas negras. Os gritos de desespero enchiam seus tímpanos, e era como se pudesse sentir a dor e agonia daquelas vítimas, daqueles corpos imersos. Deveria haver alguma maldição ali, pois todos pareciam mortos há cinco segundos, e agora começavam a gritar e clamar e se levantar.
Não havia muito que fazer, se não tornar-se por completo para trás e socar, com toda a força existente no seu punho direito, o rosto daquele ser. O corpo caiu para trás, sem antes urrar de dor, enquanto outros se erguiam para pegá-la. Ametista puxou a perna com toda a força possível e fez questão de correr para longe, pisando sobre muitos rostos e corpos, ainda que tentasse ignorar esta visão logo abaixo de seus pés. Havia dois ou três também à sua frente, e ela simplesmente ergueu suas mãos e socou um deles da mesma maneira que o outro, bem no meio do rosto, enquanto deu um chute e logo uma joelhada em tantos outros. Ametista nunca foi uma lutadora, não tão boa quanto diziam Gina Weasley ser, mas seus socos e tapas sempre foram atrações, como aquele em Malfoy. "Mas ainda sou melhor que ela em feitiços e maldições".
Não demorou até que chegasse, finalmente, ao píer. A estrutura enfraquecida de madeira tomada pela água negra e possuída por aqueles corpos rangeu assim que o corpo de Ametista subiu nele e correu para longe. Escorregou assim que seus sapatos entraram em contato com o lamaçal que se formou da terra com toda aquela tempestade, e tomando seu equilíbrio de volta, tornou-se para o lago negro. Não havia nada por perto, a não ser aquela ilha. Deveria estar tão longe da costa, e o oceano parecia se estender diante de seus olhos, unidos naquela névoa e cortina de água. Não havia nada por perto, a não ser as árvores e a escadaria que se estendiam logo atrás de seu corpo. Assim que a terra, agora lama, encerrava-se, uma longa escadaria de pedra subia a colina. Uma escadaria com, possivelmente, quinhentos degraus ou mais.
Enquanto controlava a própria respiração do pânico que se instalara em seu corpo desde o despertar, Ametista pensou em como seria subir todos aqueles degraus. Apertando os braços contra a fronte mais uma vez, suspirou e ganhou confiança. Perguntou-se rapidamente sobre sua varinha e passou a bater as mãos contra o corpo, procurando-a. Somente naquele momento percebeu que sua varinha estivera ao alcance do homem nas águas, dentro da longa meia branca ― agora, um misto cinzento e barrento ― até a altura de seus joelhos. Retirou-a e armou-se.
De varinha em riste, Ametista começou a subir os degraus. Parte deles estavam bastante escorregadios, devido à forte chuva que se estendia desde que a jovem despertara. Pisando duro contra a superfície de pedra desnivelada, a sonserina passou a observar as longas e altas árvores que a acompanhavam pela extensão da escadaria. Não saberia defini-las, mas possivelmente seriam pinheiros, daqueles que servem para árvores de Natal. As folhas se moviam com velocidade contra o vento da tempestade, e Ametista sentiu a necessidade urgente de um casaco. Seu corpo estava tão gelado e molhado... A mão esquerda ergueu-se até o braço em riste e passou a friccioná-lo. A camisa branca da Sonserina, acompanhada da gravata, não oferecia nenhum conforto para sua pele fria. As juntas começavam a doer e imaginou como fora burrice não trazer um casaco. Ainda que estivessem na primavera, nunca era demais uma proteção. Foi então que algo piscou e brilhou diante dela.
A jovem parou o ritmo. Olhando para o ponto em que imaginou ter visto algo piscar, sacudiu as pálpebras e apertou os olhos para tentar ver melhor contra todo aquele aguaceiro caindo sobre sua cabeça. Não havia nada... Mas ela podia jurar que havia algo ali. E então, do lado esquerdo de sua visão, piscou novamente. Tornou-se veloz para tentar captar, mas era um brilhar e apagar rápido demais para que pudesse capturar. Engolindo em seco, desejando que a chuva parasse, Ametista resolveu ignorar aquilo e continuar seu trajeto. Desta vez, o ritmo era ligeiramente mais rápido, e ela não soube nem explicar a razão da aceleração. Precisava subir logo.
O único problema era que o tal 'brilhar e apagar' começou a acontecer com maior freqüência e em maior quantidade. Era como se houvesse uma chuva de estrelas cadentes ou então como aquele céu que vira na Torre de Astronomia junto de Harry no Ano-Novo de seu quinto ano. As estrelas piscando, misturando-se com os fogos de artifício trouxas de toda a parte do mundo. Brilhava e sumia depressa demais. Ela apertou o passo, quase subindo correndo todos aqueles degraus. Tinha alguma coisa no meio daqueles pinheiros e ela fugiria e correria o máximo possível.
Sua burrice foi olhar para trás. Havia uma coisa logo ali, a poucos metros dela. Uma coisa grande.
Ametista arregalou os olhos e quase diminuiu o ritmo, chocada com aquilo. Era uma coisa do tamanho de Hagrid... Não, bem maior que ele. Era como um daqueles gigantes que viu no jornal. Um verdadeiro gigante. Ele andava com muita demora, quase como se rastejasse. Ametista foi tomada por um terror muito maior do que aquele no oceano lá embaixo. Um pânico começou a se espalhar pelas suas estranhas, e acabou por diminuir o passo. Tinha de ver o que era aquilo. Estendendo a varinha na direção do gigante, respirou com dificuldade, dizendo:
― Lumus
Diante de seus olhos, a pequena varinha prateada iluminou o pequeno espaço formado entre a coisa e ela. E, de fato, não era um gigante. Pois, gigantes não possuíam somente um olho no meio da cabeça e mais nada. Ametista suprimiu uma outra reação escandalosa, e fez questão de não demorar mais um minuto ali. Tornando-se para trás, com a varinha luminosa dentre seus dedos, correu. Subia dois degraus da mesma vez, três se preciso, subia veloz e cada vez mais, para longe daquilo. Os brilhos entre os pinheiros eram levemente ofuscados pela varinha, mas ela ainda podia vê-los por ali, esperando para revelar-se.
Bastou cinco dezenas de degraus ultrapassados em correria para Ametista largar a varinha no chão e levar as mãos diretamente nos ouvidos. Um lamurio desesperador foi ouvido, como se houvesse centenas de pessoas gritando juntas no mesmo tom elevado, como um enxame de abelhas rainhas, prontas para atacar. O som era alto demais para suportar, então ela caiu de joelhos na escadaria e ralou-os fortemente. Ignorando a dor e o sangue que possivelmente apareceria logo ali, ela tentou inutilmente tampar os tímpanos daquela infernal canção demoníaca.
Ametista ergueu a cabeça e observou os degraus que ainda faltavam. Duzentos, talvez. Apenas mais alguns degraus até o encontro que Voldemort aguarda desde que o Turbatio Sanguinis caíra em suas mãos, e ele realizara a maior obra de sua vida. O início da conquista do mundo... E ela impediria isso de alguma maneira. Nem que fosse com a própria vida. Entretanto, antes que pudesse dar um novo passo, sentiu mãos frias pegarem-na pelas costas e erguerem seu corpo do chão. Ela gritou e bateu as pernas, mesmo que não fosse capaz de ouvir o próprio chamado, abafado pelos sons que aqueles seres colocavam para fora. Um formigar começou a se espalhar por todo o corpo, e pensou que perderia a consciência. Suas pernas e braços ficavam moles, logo desmaiaria. A pressão caía... E então uma forte luz tomou forma diante de seus olhos e ela caiu contra o chão, batendo os joelhos e o rosto outra vez contra a escadaria, perdendo finalmente toda a noção de espaço e tempo.
