O lago
1x2 - Lemon
Zechs acordara na manhã seguinte. Ele levou algum tempo para conseguir se mexer, enquanto tentava seu cérebro, antes anestesiado pelo descanso registrar as agulhadas de dor que seus músculos sentiam.
Sua cabeça pesava latejando, até mesmo o simples fato de respirar parecia provocar em si muito desconforto.
Heero era a resposta que seu cérebro buscara. Mas por incrível que pudesse ser ele não sentiu revolta ou qualquer outro tipo de descontentamento com aquela noite. Ao contrario ele sorriu. Seu corpo estava ainda bem ferido devido àquela noite, porem fora sua primeira vez e havia sido com alguém muito especial, afinal Yui crescera como um irmão, embora não tivessem a amizade, mas tinham quase a mesma idade, estavam bem acostumados com a presença um do outro.
Quando Heero entrou no quarto sem bater pegou Zechs sorrindo para o nada com um olhar tolo que não era dele. Mas o susto veio quando Zechs o encarou. De uma forma tão verdadeira, tão terna e afável. Heero foi aquecido por um sentimento novo. Companheirismo.
-Achei que ia me trazer o café. – Zechs comentou ainda sorrindo da mesma forma.
-Sabe a hora que retiram a mesa. Que desça se tiver fome. – Yui o rebateu.
-Esquecei que ainda estou lidando com o boçal. – Zechs comentou.
-Escute. Naquela noite... – Yui o olhou. – Mudou alguma coisa para você? – Que tipo de pergunta era aquela? Se para o próprio Heero havia mudado.
-O que acha? Eu me dei a você. Eu era virgem. – Zechs o olhou. – Não estou lhe cobrando nada. Não sou nenhuma garotinha ingênua que foi enganada por um homem, eu apenas não queria me sentir um lixo. Aquele tipo que o cara só aceita porque está se oferecendo. – Agora Zechs parecia magoado.
-Zechs...
-Yui se for isso, por favor, vá embora e me deixe tentar esquecer aquela noite. Quem sabe amanhã eu consiga te tratar como antes? – Ele abaixou os olhos tristes. Não conseguiria mais esquecer aquilo.
-Está bem. – Heero podia ter dito qualquer outra coisa. Podia ao menos ter dado vazão a seus sentimentos e pedido a Zechs uma chance para tentarem, no entanto, a forma calada e fria era sempre uma boa máscara. Seria melhor perder algo bom a se arriscar, a se mostrar. Assim ele se retirou do quarto deixando um Zechs completamente confuso.
-Merda. O que eu fui fazer? Como pude transar com esse idiota? Como pude deixar me apaixonar? – Ele se perguntou chateado, mas era o melhor dar tempo ao tempo.
Uma semana havia se passado desde a noite de chuva onde Heero e Zechs se entregaram um ao outro. Depois daquilo andaram se evitando, onde um estava o outro não ia, assim os dias passavam, cada um dando um tempo largo para tentar, senão esquecer, tentar ao menos entender o que estavam sentindo nesse momento. Ao fim de exatos cinco dias, tanto Zechs quanto Heero sabiam que estava impossível.
O loiro desceu pela manhã de sábado para sentar-se à mesa farta junto a seu pai. Seus ares estavam pesados, mas ele sentou-se em silencio.
-Viu Heero por ai? – O pai lhe perguntou.
-Não. E nem quero ver. – Zechs o olhou com raiva.
-Ele te faz tanto mal assim? – O pai o olhou.
-A pessoa que mais me faz mal no mundo. – O loiro deu o assunto por encerrado.
-Às vezes temos que enfrentar as pessoas que nos fazem muito mal. – O velho falou olhando seu café denso.
-Do que está falando? – O filho o olhou notando que o pai ficara sério e pálido.
-Eu sei que pode parecer incoerente da minha parte, mas... – Ele nem sabia como falar. –Eu... Recebi uma carta do colégio de seu irmão. Ele vai voltar. – Integro falou trêmulo demais.
Zechs não entendeu. Durante 15 anos seu pai recusara ao menos tocar no nome do outro filho, jogara fora roupas e pertences, e obrigara todos fingir que Duo não existia. As fotos no álbum de retrato onde o menino aparecia foram cortadas, assim era como se aquele irmão não existisse. Porque o aceitaria agora depois de tanto tempo?
-Porque? – O loiro estava com tantas idéias borbulhando na mente, era confuso. Ele socou a mesa com raiva. –Eu preciso entender! – Olhou para o pai, seus olhos lacrimosos e seus lábios contrariados.
-Eu... Sinto muito por você nunca entender minhas razões. – Ele se lamentou.
-Então tenta me explicar! – Zechs gritou. –Tenta explicar o motivo pelo qual afastou Duo da gente? – Ele completou abalado. De seu jovem irmão havia sido retirada a chance de conhecer o seio familiar, a chance de crescer sob a proteção do amor e carinho que um lar de verdade poderia simbolizar.
-Eu sinto muito. – Integro falou.
-Você só sabe se desculpar! Seja o que for eu vou tentar entender. – Ele olhou para o pai esperando uma resposta, porém essa não veio. Zechs balançou a cabeça em negação e se levantou da mesa enfurecido.
-Zechs! – Heero estava entrando na cozinha no momento que ele passou. Não haviam se visto desde a noite que transaram. O que diria ao rapaz afinal?
Eles se olharam, sem ter ao certo o que dizer um ao outro. Eram tão orgulhosos.
-O que é Yui? Já não te disse para não cruzar meu caminho? – O loiro o empurrou correndo.
-Que deu nele? – Heero se perguntou.
-Eu disse que Duo vai voltar. – Integro anunciou.
-Isso não é bom para ele? – Yui deu de ombros.
Zechs apenas não estava preparado para tantas mudanças. Havia muitas coisas naquela história que não fazia o mínimo sentido e ele almejava muito por entender aquilo. Os verdadeiros motivos para seu pai ter segregado sua família.
Yui não fez perguntas. Ele sabia, já havia percebido como aquele assunto feria todos ali, por isso apenas se manteve quieto ouvindo as ordens de Integro. Duo chegaria nesse sábado na parte da tarde. A casa deveria estar a sua espera, afinal fazia 15 anos que ele não voltava.
Integro havia anunciado que Duo chegaria, mas Heero sabia que Zechs estava um tanto quanto chateado. Eles se conheciam há muitos anos. Eles rivalizavam em tudo, era fato, porem se conheciam, afinal como rivais tinham que saber exatamente tudo sobre o outro para poder atacar no momento certo. Heero sabia o local predileto do outro rapaz, haviam sido criados juntos. Era o lugar onde Zechs podia colocar o pensamento em dia.
Era no campo, próximo a sua casa. Ele sempre sentava ali e ficava horas em silêncio.
Yui se aproximou. Talvez conversassem, ou mesmo apenas olhassem o local aterrado.
Zechs viu quando o agregado sentou ao seu lado. – Eu nunca consegui entender os motivos dele. Porque mandou Duo embora ou mesmo porque mandou aterrar o lago. – O loiro comentou ainda olhando para o local onde um dia tivera água.
-Sua mãe morreu nesse lago. Era natural... –Yui respondeu. Porém, não fazia sentido as atitudes tomadas pelo velho.
-Não! Ela amava esse lago. Ela se matou aqui, fugindo de algo que eu acredito que meu pai sabia o que era, mas nunca conseguiu me dizer o que. Por isso ele aterrou o lago, aqui deve ter alguma resposta para a morte dela. É como se ele tivesse tentado de alguma forma apagar o passado. – Zechs desabafou.
-Posso entender. Assim são as fotos de sua mãe que ele retirou das paredes, as fotos de Duo que ele rasgou, e todo o resto, mas seja lá o que for deve dar um voto de confiança a seu pai. – Heero insistiu.
-Eu sei. O problema é que ninguém está pronto para receber o Duo novamente. Eu não sei mais como ele é. O que gosta de comer, se gosta de cobertas à noite, as músicas que ouve, os gostos dele, etc. – Zechs falava ferido. – Meu pai nos tirou esse direito, de nos conhecermos.
-Zechs. Eu acho que perderam 15 anos, mas Duo vai chegar e vocês podem tentar recuperar esse tempo. Apenas deixe as coisas acontecerem. Eu tenho certeza que seu irmão está tão assustado quanto você. – Yui aconselhou.
-Seu baka. – O loiro sorriu. Heero tinha o costume de chamar as pessoas de baka, era coisa do idioma da mãe que ele não conheceu. –Como conseguiu isso? Ser um boçal, um matuto, mas ser um homem tão sensível... – O loiro sorriu.
-Escutando atrás das portas, ouvindo vocês conversarem sentados à mesa. Tudo que eu sou foram os restos... Tudo que sobrou me foram restos. – Yui não tinha o costume de desabafar dessa forma.
Zechs não permitiu que ele falasse tais bobagens. Sem pensar ele se inclinou na direção do moreno lhe beijando os lábios de forma gostosa. De olhos fechados eles se sentiram.
-Eu não sou resto. Estou aqui por inteiro e escolhi me entregar a você, lembra? – Um estranho Zechs apaixonado falou voltando a beijar Yui.
O local não era propício a fazer aquilo que estavam fazendo. Era manhã feita e eles estavam no pátio, mas Yui já estava sobre o corpo de Zechs o beijando com sede, fazendo sua língua entrar naquela outra boca quente e úmida enquanto suas mãos grandes varriam com pegadas firmes partes do corpo do loiro.
Que fossem aos ares as aparências. Entregue àquela sensação Zechs abriu sua blusa se mostrando ao outro rapaz. O peito másculo de pele clara estava sendo oferecido para os beijos e afagos do serviçal.
-Vem, Yui. Me beija daquele jeito. – O loiro sorriu pedindo por algo que Heero lhe fizera na noite chuvosa.
Sem demora o oriental estava chupando os mamilos do filho do patrão que agora deitado no chão apenas gemia sob os toques ousados.
A calça do loiro foi aberta aos golpes enquanto se enroscavam no chão num fogo louco e desmedido. Seria aquilo uma paixão ardente?
Não queriam saber a resposta, apenas iam se amar mais uma vez.
-Heero. Aqui não. – Zechs conseguiu recobrar um fio de sanidade. Estava praticamente nu e de quatro com Yui o beijando e o chupando enquanto já preparava seu ânus para recebê-lo mais uma vez. O problema era que estavam muito expostos.
-Vem. – Heero estava com seu falo em riste quando o tomou pela mão e o puxou para o celeiro, ali não haveria ninguém a incomodá-los.
Zechs sorriu envergonhado, o local não era romântico, mas servia. Ele se deitou sobre as palhas chamando pelo amante, sim porque o podia chamar dessa forma.
-Que estamos fazendo? – O loiro perguntou num gemidinho quando recebeu um chupão no pescoço.
-Amor. – Heero simples explicou roçando seu sexo no sexo médio do loiro.
Ficaram ali por um breve tempo. Não podiam se demorar, ou poderiam ser descobertos. Nus e entregues ao clima, se beijaram e se tocaram. Gemeram juntos tantas vezes naquela manhã.
Quando finalmente deixou o celeiro depois de quase uma hora Zechs saiu arrumando os cabelos loiros e as roupas, passou a mão pela boca assim que lambeu os lábios limpando qualquer resquício de algum líquido que o pudesse comprometer.
Naquela tarde de um sábado tranqüilo o jovem chamado Duo chegou à fazenda. Trazia bagagem pouca e vestia roupas simples em um tom escuro.
Heero o recebeu à porta. Ele era tão... Diferente de tudo que imaginava, não havia fotos dele pela casa, assim sua aparência sempre fora uma incógnita. Já fazia muito tempo que não se viam e as lembranças que trazia de Duo era de um garotinho choroso. Agora via a sua frente um rapaz feito.
Zechs correra para a sala a fim de receber seu irmão, porém vira que haviam mesmo perdido bastante tempo, havia na sala um rapaz alto, um homem de 20 anos.
Duo o olhou com carinho e saudade. Lembrava do irmão.
-Zechs? – Duo sorriu ao homem loiro que acabara de chegar por trás de Heero. –É mesmo você? – Ele estava feliz, finalmente havia o reencontrado. –Está muito mudado.
Duo estava mudado também. O corpo era delicado, porém alto e reformando, a pele sempre clara, os cabelos estavam enormes num marrom quase dourado presos numa trança grossa, mas o que lhe era uma nata característica eram os olhos grandes num azul violeta. Como era lindo aquele jovem.
Eles se abraçaram apertado, havia entre aqueles irmãos um déficit de 15 anos.
Heero apenas os observou abraçados, matando uma saudade que devia ser dolorosa entre eles.
De fato havia um tanto de coisa a se falar, a tarde e entremeio da noite Zechs e Duo trocaram confidências. No quarto preparado para o mais jovem eles conversaram sobre tantas coisas, pincelando as de menos importâncias, sorrindo aos montes.
Mas era inevitável não esbarrarem naquele assunto, no assunto que levara a tragédia a separar aquela família.
-Onde ele está? Se era para fugir de mim porque disse que eu podia vir? – Duo perguntou triste para o irmão mais velho.
-No quarto dele. É tudo muito novo para ele... – O loiro tentou amenizar.
-Novo? Ele teve 15 anos para decidir se eu podia voltar ou não? Malditos 15 anos e só me aceitou agora porque... – Duo perdeu a calma levantando-se da cama.
-Porque? – Zechs o olhou curioso.
Ele não respondeu. Havia uma gama de sentimentos presos dentro de si durante esses anos. Sem resposta ele deixou o quarto batendo a porta, a passos duros Duo se dirigiu pelo corredor ao último quarto, era o de seu pai, lembrava-se bem. Não bateu, se as coisas não tinham mudado tanto seu pai mantinha o costume de ficar lendo com a porta encostada.
Integro quase caiu da poltrona quando Duo entrou. Ele havia recebido as fotos que Duo tirava a cada ano no colégio, sabia exatamente a fisionomia atual do filho, porém pessoalmente a semelhança era bem mais arraigada.
Duo era uma cópia perfeita de sua falecida esposa. Os cabelos de mesma cor, os olhos idênticos, o sorriso, o rosto.
-O que? – Integro se mexeu na cama. Seu coração disparou em uma agonia. Era como se algo escondido tão bem estivesse vindo à tona com a presença daquele rapaz. E os olhos de Duo lhe cobravam, era a mesma cobrança que viu nos olhos da esposa Iara, antes de essa morrer. –O que quer? – Ele conseguiu dizer de forma trêmula.
-O que eu quero? Sabe bem. – Duo o olhou, era raiva o que continha em seus olhos.
-Eu não quero falar. Não quero explicar. – O pai se esquivou tentando evitar aquela discussão.
-Não quero suas malditas explicações! – Duo gritou. – Eu quero apenas entender porque a matou? Porque me afastou? – Ele cobrou.
O silêncio pesado no cômodo pareceu roer o estômago de Integro. Durante anos evitara aquele confronto. –Eu... Jamais...
-Mentiroso. Você a traiu. Ela me contava tudo. Contava-me quando ficava horas chorando comigo em seu colo. Ela me contou antes de se suicidar no lago. Foi por sua causa disso que ela se matou. Ela me disse. – Duo acusava.
-Cale essa boca.
-Eu era muito pequeno ainda, mas me lembro bem da dor dela. Eu... Apenas... Rezei esse tempo todo para eu ter me enganado. Para ser tudo uma confusão da minha cabeça, como tentei acreditar que era tudo mentira. Como quis pensar que eu havia confundido tudo, por ser apenas uma criança.
-Você não sabe de nada... Dos meus motivos. Só via as coisas pela ótica da sua mãe. – O pai tentou falar.
-Quando ela soube que Heero era seu filho, como pode traí-la dessa forma? Eu não entendo. Porque depois disso tudo apagou todas as lembranças dela dessa casa? – Duo praticamente gritou.
-Duo. – Integro estava vencido, a presença de seu filho o subjugava.
Quando a moça oriental que vivia na fazenda havia engravidado de Heero, Integro já era casado com Iara, a mãe de Zechs e Duo, porém eles ainda não tinham filhos.
Por toda a redondeza correu o boato que o bebê da oriental era filho de Integro. Não era apenas boato, era a mais pura verdade.
Uma vez que Iara soubera disso, seu casamento fora drasticamente abalado, porem depois da morte da oriental Iara decidira criar o filho de seu marido. Ela ainda acreditava que poderiam ser felizes, porém não aconteceu assim. Ela nunca havia conseguido perdoar o marido pelo fato da traição, e acabara descontando em Heero toda sua frustração e revolta. Ele era só um bebê quando teve que suportar os maus-tratos da mulher de seu pai.
Integro finalmente havia descoberto que seu filho estava sendo maltratado pela esposa. Aquilo havia abalado definitivamente o casamento e Iara começara a buscar amantes pelos celeiros e campos de serviço. Assim ela surgiu grávida de seu primeiro filho, porém o que ninguém sabia, era que um ano após o nascimento de Heero Integro havia sofrido um acidente de cavalo, o qual o tornara estéril. Quando Iara anunciou a gravidez, Integro já sabia que aquele filho não era seu, porém segundo os passos da mulher, ele decidira tentar esquecer e criar o garoto que ela esperava como sendo seu filho.
Desde o nascimento de Zechs as coisas ficaram muito ruins na fazenda, o clima agressivo entre marido e mulher era constante. Muitas brigas e acusações. Iara continuava derrubando sua raiva sobre Heero, e isso fazia Integro a espancar furiosamente. Eles viveram um verdadeiro inferno, porem, Iara, depois de se deitar em tantas outras camas conseguira se apaixonar de verdade. O homem era um peão da fazenda, servia ao senhor Integro há anos. Iara engravidara desse homem causando a ira de seu marido, uma vez que ele entendia que aquele filho era fruto de um amor.
-Quando ela engravidou do Zechs, eu não podia mais ter filhos. Sua mãe havia me traído com outro homem apenas por vingança, ela queria me fazer sentir o mesmo que ela sentiu quando soube que Heero era meu filho. – Integro estava abalado, porém começou a falar.
-Porque não se separaram? Teria sido menos doloroso para todo mundo. – Duo se sentou na cama, mexer naquele assunto também o machucava muito.
-Os tempos eram outros. Eu não podia me separar, devolver sua mãe na casas dos pais dela. Seria um escândalo na época... – Ele falou baixo, mas talvez tivesse sido o melhor a fazer. –Resolvemos esquecer tudo. A mãe de Heero havia morrido o deixando ainda um bebê. Eu e Iara decidimos criá-lo. Ela estava disposta a esquecer que o menino era fruto da minha traição, mas sua mãe não conseguiu. Ela simplesmente não conseguiu superar isso. – Ele explicou.
-Ela o odiava demais para isso, pai. Minha mãe odiava o Heero. – Duo podia se lembrar da forma que a mãe tratava aquele menino que crescera na cozinha.
-Eu sei. Quando descobri que ela o espancava... Ele era só um bebê. – Integro fechou as mãos com força.
-Você passou a espancá-la também. – Duo falou triste. Ele se lembrava da vida difícil quando criança. Sua mãe sempre chorando machucada.
-Então é isso? O empregado é seu filho? – Duo o olhou. –Mandou aterrar o lago na qual ela se afogou...
-Eu fiz tudo errado. Errei com todos vocês. Errei comigo mesmo. – O homem falou.
-O que houve para você ter aceitado o Zechs e nunca me aceitar?
-Duo. Quando ela engravidou de você a nossa vida estava impraticável. Há dois anos não vivíamos mais como marido e mulher, porem nossas brigas eram constantes... nossa vida era um inferno. A sua vinda apenas foi uma gota final. Eu não suportei a idéia de que sua mãe, minha esposa se deitava pelos matos com qualquer homem.
-Deus... eu...
-Quando ela veio me dizer sobre a gravidez. Ela me disse que estava apaixonada, por um dos meus empregados e que se encontravam quando eu dava as costas, até na mina cama ela havia sido tomada por ele... Tem noção do que foi ouvir isso? – Ele olhou o rapaz. Era doloroso.
-Eu não sabia que havia sido assim. – Duo sabia de coisas daquela época, mas não dos detalhes.
-A gravidez dela era uma morte para mim. Eu... A espanquei constantemente nas nossas brigas. Quando você nasceu eu decidi que era hora de dar um fim naquela loucura de casamento, mas ela não queria.
-Ela... Falava sobre isso quando chorava. Dizia que você queria nos jogar na rua... – Duo o olhou. Ele tinha apenas cinco anos, mas se lembrava da dor da mãe.
-Iara não queria se separar, ela queria todo o dinheiro. – O pai confessou. Era doloroso estar destruindo a imagem de santa que Duo devia ter da mãe, mas era a mais pura verdade.
-Pai? Minha mãe... ela não podia ser assim... – Os olhos violetas de Duo estavam banhoados de lágrimas.
-Sinto muito... Mas ela era pior que isso. Seu pai havia ido embora assim que descobrira que ela estava grávida e isso a fez entender que nunca haviam se amado de verdade. Sem ter aonde ir com um bebê recém-nascido e Zechs nos braços ela decidiu ficar e lutar pela parte que achava que lhe cabia.
-Assim viveram por cinco anos.
-Não havia mais como manter aquela situação. – Ela estava louca.
-Eu sei. – Duo lembrava dos remédios que sua mãe tomava, muitos remédios. –Ela mantinha os olhos vidrados quando falava. – Ele comentou.
-Um dia ela estava tendo uma crise e tentou matar o Heero. Meu Deus. Ela estava transtornada.
Duo viu como um flash passando por sua cabeça. Naquela noite de 15 anos atrás, estava chovendo. Sua mãe havia chorado e tomado remédios durante a tarde toda. Naquele dia ela estava mais alucinada que qualquer outro dia, Duo se manteve no colo dela até pegar no sono. Quando acordou confuso n meio da noite pelos gritos da mãe ele correu até o corredor. Vira Heero encolhido num canto enquanto seu pai e sua mãe lutavam no meio da sala, Duo jamais esquecerá disso.
-Você quer dar tudo para esse bastardo! Quer nos matar para deixar tudo para esse bastardo! Heero é seu filho, seu único filho! Você nos odeia... Apenas ele te importa!
Duo lembrara das acusações que a mãe gritava enquanto era dominada pelo pai. Ele viu que sua mãe perdera a batalha e acabara surrada.
-Não! Papai! – Ele correu até o pai implorando para que deixasse a mãe em paz. – Deixa ela em paz! – Duo berrava.
Iara se desvencilhou do marido e correu. Correu pela noite chuvosa, correu para o descanso final. Encontrado o lago ela se jogou. Seu corpo fora encontrado dias depois. Duo havia chorado na beira do lago esperando a mãe voltar.
Depois daquela tragédia ele nunca mais olhou na cara do pai. Passou a odiá-lo até o dia que Integro resolvera mandá-lo embora de casa e definitivamente esquecer aquilo tudo.
-Aterrou o lago e me mandou embora para esquecer? – O trançado estava chorando.
-O lago foi aterrado por que todas as noites eu sua mãe nadando nas águas geladas. Por noites e noites eu corri até lá, mas não havia ninguém nas águas. Eu tinha que fazer algo para mandá-la embora da minha vida. – Ele falou transtornado.
-Ela não foi. Ela jamais irá. – Duo o olhou cansado.
-Agora entende quem era sua mãe? Nenhum de nós é vítima nessa história toda. – Integro o olhou. –Não vou te pedir desculpas por tudo isso... – Ele completou. –Eu apenas quero que você tente esquecer essa parte ruim de nossas vidas e consiga ser feliz. – O pai aconselhou.
-Não precisa. Meu destino já está selado e se você tivesse que me desejar alguma coisa teria sido há anos atrás quando descobri essa doença... Talvez eu tivesse conseguido aproveitar o que era ter uma família de verdade. – O jovem o acusou. Ele tinha anos de sofrimento em si, isso nunca passaria.
-Nunca é tarde. – Integro se levantou enxugando os olhos úmidos com as costas das mãos.
-Isso tudo que você me contou hoje. É só como se algumas lacunas tivessem se fechado. Mas não muda em nada... Eu odeio você. – O filho falou secando suas lágrimas também.
-Eu apenas lamento por você. Seria melhor aproveitar a vida a que guardar tanto rancor. – Integro falou retomando um tom de frieza.
Antes eu tinha 15 anos para aproveitar a vida, hoje só tenho mais três meses! – Duo gritou com raiva. Estava tremendo. A carga de revelação daquela noite lhe foi pesada demais. Ele correu sem rumo fugindo na noite.
Duo vagou sem rumo. Havia crescido num reformatório religioso, porém agora descobrira que o câncer havia evoluído bastante e que teria apenas uns meses de vida, por isso os diretores pediram para seu pai deixá-lo voltar para casa, ao menos nessa fase terminal, uma vez que sempre fora um grande desejo seu a volta ao lar.
Ele caminhou na noite quando avistou um casebre, havia uma pouca iluminação que dava a entender que o dono do lugar devia estar acordado. Duo não sabia ao certo o que o levara àquela casa, talvez fosse até perigoso, porém havia certas coisas que uma pessoa num estado fatal não temia mais. Ele queria apenas gastar o pouco tempo que ainda lhe restava.
O jovem se encolheu com um vento cortante que passara assim que se aproximou da porta de madeira.
-Olá? – Ele chamou um pouco inseguro, porém a figura que surgiu diante de si era ninguém menos que Heero Yui. – Oi. – Duo sorriu.
-Oi. Aconteceu alguma coisa? – Ele não pode entender o que levou o rapaz a vir a sua casa uma hora daquelas.
-Apenas estou sem sono. Se me puder fazer companhia. – Duo falou entrando na pequena casa.
Heero apenas o olhou passar.
-Você mora aqui? Porque não num quarto lá em casa. – Duo perguntou se deitando na cama, que ficava logo na sala.
-Eu... Prefiro. – Heero não sabia o que fazer. O rapaz estava agora deitado na sua cama e o interessante era que não tinham nenhuma intimidade. – O que quer aqui? – Ele voltou a questionar desconfiado.
-Ninguém prefere viver assim. Não seria melhor morar lá em casa? – Duo o olhou. – Ou uma cama bem mais quente e macia que essa? – O rapaz lhe sorriu com malícia.
-Onde quer chegar? – Yui não estava gostando daquela intimidade que Duo ousava.
-Você não tem senso de humor, empregado? – O trançado falou sério o comendo com os olhos violetas.
Heero não respondeu. Aquele menino invadia sua casa e ainda o humilhava. Seria alguma sina de família todos terem uma implicância com ele?
-Sabe... Na capital você faria muito sucesso. – Duo sorriu retirando os sapatos os jogando em um canto e sorrindo malicioso para Heero. –É um homem bonito, viril, esses músculos todos... – Duo seguiu seu joguinho agora retirando as meias e abrindo a calça jeans de tom escuro.
-O que pensa que... – Heero foi interrompido quando a calça de Duo veio em sua direção. Na cama o rapaz sorria agora ajoelhado abrindo os botões da blusa negra.
-Apenas fique quieto porque eu estou tentando me divertir. – Duo gemeu fingindo sensualidade jogando a blusa para Heero.
Decidido que aquele garoto era completamente louco Yui se aproximou, ia o vestir e levá-lo em casa, mas errou ao se aproximar, Duo se jogou em seu pescoço o desequilibrando, os dois caíram sobre a cama numa posição muito entusiasmada.
O rapaz mais jovem estava seminu. Ele sorriu abrindo suas pernas escorrendo seu corpo para debaixo do corpo forte do empregado.
-Sempre foi uma fantasia minha ser possuído por um serviçal. – Duo o beijou sem aviso.
Heero era bem mais forte, e até mesmo rude, mas ele fora tomado de um total assalto quando aquele furacão humano invadira sua casa. Ele teria tentado repelir o menino e evitar aquele beijo, porém a proximidade dos dois corpos. O gosto da boca daquele rapaz ali tão solícito, tão accessível. Ele não teve como recusar aquele prazer e completamente rendido apertou as mãos em volta da cintura do menor afundando sua boca e língua na de Duo.
Aquilo era tão inesperado, porém era apenas uma noite de sexo, e já estavam tão excitados que nenhum dos dois pensaria em voltar atrás.
Duo não tinha a mesma força que Heero, porém moveu seu corpo montando sobre o maior. Sorriu vitorioso abrindo ágil a camisa que escondia aquele peito robusto do oriental.
-Nossa! – O trançadinho deixou escapar enquanto desceu para beijar aquele peito e mordicar os mamilos que logo se enrijecerem com o contato da saliva morna.
-Arrhhh... – Heero gemeu com aquilo. O menino montado sobre seu corpo o levava a loucura com aqueles carinhos, como era bom se sentir o centro da atenção de alguém. Sem se conter Yui se esticou apertando as nádegas pequeninas de Duo sentindo como eram macias.
-Eii. Seu tarado gostoso. – Duo sorriu dando um tapa na mão grande de Heero que quase cobria uma de suas nádegas. – Eu me divirto aqui. Lembre-se disso. – O menino voltou a chupar aqueles mamilos.
-Ahhh... Ainda mais isso. Um furacão dominador. – Heero pensou não sabendo se estava pronto para aquilo. Ele vivia numa cidade pequena e o comportamento das pessoas da cidade grande ainda lhe incomodava, às vezes, esse jeito precipitado e arrogante de sempre querer mandar nas situações que os rapazes da cidade tinham ainda o deixava inseguro, porém não negaria que estava adorando aquela loucura.
Em poucos minutos estavam já os dois seminus e Duo admirava a beleza do corpo escultural de Heero, era um homem divinamente belo, porque não dizer apetitoso? Mas o que mais impressionava o trançado era o tamanho daquele falo de Yui que se mostrava sob a cueca.
Duo abaixou a cabeça e começou a mordiscar aquele falo semi-ereto, ele abaixou a cueca de Heero a deixando cair por aquelas pernas trabalhadas do empregado e sorriu admirando-o, mas logo passou a beijar aquela peça perfeita de baixo pra cima. Chupava lentamente a extremidade e as bolas macias e mornas. Arrancava do moreno gemidos curtos e excitados.
O trançado continuou a chupar aquele falo por um tempo indeterminado. Yui por sua vez sentiu-se indo a um mundo de sensações, seu falo duríssimo na boca de Duo passou a inchar e sem aviso ele ejaculou.
Sentindo o primeiro jato em sua boca Duo teve o ímpeto de parar, porém não o fez, queria ver até onde levava aquela situação.
Heero gemeu forte gozando dentro da boca do menino, seu gozo era forte. A cada ejaculada enchia a boca de Duo de seu líquido quente e viscoso.
O cheiro de sêmen percorreu o ambiente enquanto o mais jovem se esforçava para beber aquela semente que já começava a escorrer por um canto de seus lábios, mas ele não fez por onde deixar se perder aquele preciso líquido sorvendo com gosto.
-Seu... vadiozinho. – Heero se jogou na cama cansado e sorridente. Havia derramado dentro da boca daquele jovem quase desconhecido sua excitação. –Então você gosta de leite? – Ele sorriu de lado olhando um Duo deitado ao seu lado também.
-Seu vulgar. – O menino o beliscou em um dos mamilos. – Não se sinta o melhor, não faço isso com todos, apenas com os bonitos, assim como você. – Duo confessou se voltando para o rosto do moreno e sorrindo.
-Como você faz isso, garoto? Vai chupando um cara que não conhece... – Heero recuperou um pouco o fôlego, vendo como havia sido louca aquela situação.
-Eiii... Eu te conheço, só faz tempo que não nos vemos. – Ele riu acariciando o peito de Heero.
-Que seja. – Yui suspirou desistindo de tentar entender aquele jovem.
Heero estava ofegante ao seu lado. Duo o olhou finalmente e sentando-se na cama passou a deslizar suas mãos pelo corpo musculoso daquele homem rude.
-Duo. Foi bom o que fizemos, mas eu acho que já fomos longe demais. – Heero se sentou preocupado.
-Então quer dizer que depois disso tudo não me quer mais? – A carinha que Duo fez não admitia recusa. – Agente ainda nem brincou por trás. – Duo sorriu de forma maliciosa enquanto descia a mão pela virilha do rapaz segurando o falo entre os dedos, era enorme, grande como nunca havia visto. Gostoso de fazer a palma da mão passar por cima. Assim o mais novo ficou naquele carinho, usava as duas mãos, vez subia, vez descia na extremidade daquele sexo. Heero ainda tentara evitar tal coisa, mas realmente o garoto sabia exatamente como tocar um homem. Fosse lá onde tivesse aprendido sabia fazer com maestria.
-Está gostando, né? Agora eu quero gostar também. – O trançado gemeu seguindo seu carinho. –Faz em mim também. – Duo pediu.
Ainda um tanto quanto relutante Heero levou sua mão grande na direção do falo menor de Duo que já despontava em riste.
-Isso... – Duo fechou os grandes olhos sorrindo. O contato da mão grossa de Yui na pele sensível de Duo o fazia gemer. Eles se perderam naquele carinho, tanto um como outro estava assumindo um tom de prazer que jamais fora alcançado por ambos.
Assim ficaram perdidos. Um tocando no falo do outro. Havia tanto erotismo na cena ousada.
-Arff... Heero. Acho que... – Duo gemeu se contendo. –Acho que cansei da brincadeira... Eu quero que me faça seu. – Duo Maxwell, era o nome daquele rapaz, uma vez que renegara o sobrenome do pai, ele tinha um olhar atrevido e as atitudes muito ousadas. –Estou cansado de brincar. – Seus olhos brilharam atrevidos e ele se sentou sobre as coxas grossas de Heero, suas mãos espalmaram o peito musculoso do empregado. – Esse teu cheiro... De homem... – Duo o lambeu levemente sobre os lábios e depois atacou aquela boca para um beijo.
Heero se assustou de início, o rapaz montado em seu colo parecia dono da situação e uma coisa que Yui nunca havia experimentado era uma relação onde a outra pessoa dominava, porém estava gostando daquilo.
O beijo que trocaram, ao contrário do que podia se imaginar foi longo, lento e afável. As bocas se tocaram, e as línguas úmidas e quentes se moveram de forma quente.
Quando finalmente aquele beijo selou, eles se olharam com certo tom de cumplicidade.
-Você... Parece-me... – Yui o olhou confuso. Duo havia praticamente o atacado naquela noite, agia de forma erótica e ousada, mas o beijo que acabavam de travar era doce. Tão calmo e gostoso.
-O que foi? – Duo sorriu o beijando nos lábios de forma amena.
-Eu senti que você é no fundo... Assim por trás dessa ousadia toda, apenas um menino. – Yui sorriu acariciando o rosto de Duo.
-Ah... Então quer dizer que tenho aqui um serviçal bruto, mas que é muito sensível? Como pode ser isso? Alguém que não foi a escolas e viveu parte da vida numa fazenda de interior ser assim tão perceptível?
-Aqui eu cresci vivendo das sobras de sua família, as sobras de suas atenções, as sobras de carinho. Passei muito tempo apenas observando, Duo.
-Entendo. Grandes observadores. – O mais jovem falou. – Acabam se tornando tão observadores a ponto de registrar um detalhe mínimo na personalidade das pessoas.
-Acho que você matou a charada. Eu consigo perceber as pessoas...
-Não é disso que eu preciso hoje, Heero Yui. – Duo encolheu o sorriso. – Eu hoje não preciso que saibam o que se passa por trás de meus olhos violetas... Preciso apenas de um corpo, de um cheiro másculo como o seu.
Heero havia entendido o recado, uma vez que Duo o atacara os lábios para um beijo mais feroz. Fechando seus olhos Yui se deixou afundar naquela boca, suas mãos grandes apertaram delicadamente a cintura de Duo o puxando contra seu corpo maior. Assim ficaram por tempos.
Estavam bem excitados. Ereção com ereção.
Apesar de tudo Yui achou como Duo era apertado, sofrendo bastante no processo, era como se fosse a primeira vez do menino, assim Heero achou. Embora todo o cuidado que teve em lhe lamber aquele orifício íntimo, passar sua língua nos músculos fechados do ânus até que ele se abrisse, ainda assim Duo gritou de dor quando aquele falo do empregado se alojou em seu interior.
-Ahhhhhhh... – O jovem estava suado e trêmulo quando a carne rija do empregado bateu com força nas suas entranhas. Os olhos violetas dele se fecharam rápidos e sua testa franziu. Ele suspirou pesado algumas vezes mantendo seus lábios entreabertos, por onde escapavam gemidos de dor.
Yui notara o sofrimento pela expressão de Duo, mas o garoto estava tendo exatamente o que buscou, porém não ia suportar um amante que estivesse sentindo apenas dor.
-Quer que pare agora? Eu posso tirar devagar... – Heero falou sinceramente preocupado, afinal não era nenhum cafajeste para ter prazer numa relação tão sôfrega ao parceiro.
-Aii... - Duo gemeu o olhando. Sua vista chegava a estar turva de dor. –Você me surpreende. – Ele gemeu. –Eu quero que faça! – Foi como uma ordem.
-Tem certeza que agüenta?
-Vamos, Heero. Meta-me sem pena. Eu quero sentir tudo... – Duo gemeu.
Impulsionado por aquelas palavras e pelos olhos de Duo Heero não teve pena. Ele passou a sentir prazer no que fazia, Duo havia lhe dado a carta branca para o usar com esgotamento. Assim Yui passou a se arremeter dentro do outro cada vez mais forte, como se não houvesse limites aquele ânus.
Duo não mais protestou, uma vez que sentia dentro de si um homem o metendo com força e vitalidade. O prazer logo lhe tomou assumindo o controle da situação. Estavam fazendo sexo, apenas sexo sem mais nada.
Quando gozaram juntos Yui retirou seu pênis de dentro o rapaz. Duo gemia alto perdido no mar de prazer que aquela relação havia os enviado. Ele abriu as pernas do Yui o sugando com vontade, mais uma vez sentia o gosto daquele viscoso e quente líquido. Chupava o falo trêmulo de Heero até tirar desse a última gota que fosse daquele esperma grosso. Enquanto sugava o empregado Duo se masturbava, e assim acabara gozando sobre o corpo do outro, e assim, exauridos eles se deixaram cair sobre o colchão duro da cama daquela tapera.
Por um tempo as respirações fortes eram as únicas a serem ouvidas.
Heero se virou encarando o rosto de Duo, que agora jazia calmo, diferente do furacão de antes. Um filete grosso de esperma escorria pelos lábios do jovem.
-Ou você é louco ou é tarado. – Yui arriscou.
-Não gostou? – Duo sorriu.
-Claro que sim. Não é sempre que um homem pode sentir dessa forma, se sentir dentro de outra pessoa. – Heero completou olhando para o teto. – Foi ótimo o que fizemos.
-Eu sei.
-Limpe sua boca. – Heero pediu se sentando e encostando-se ao espelho da cama.
Duo o seguiu sentando, enquanto passava a mão limpando o pouco líquido que no orgasmo deixara escapar.
-Hum... Estranho, você parece ter uma urgência tão grande. Como se lhe restasse pouco tempo. Pediu-me para ter possuir com força, porque queria sentir... Alguém que queria só um corpo para uma noite de sexo, não pede para sentir. – Heero falou pensativo sentando na cama.
-Escuta. Se eu quisesse um psicólogo... – Duo quase levantou o tom de voz, mas voltou atrás. –Está bem... – Ele ergueu as mãos em derrota. – Eu escolhi um cara lindo, mas que achei que seria capaz de me comer sem abrir a boca. Escolhi a dedo um serviçal de meu pai, mas acabei com um sensitivo enrustido.
-Você... É... No mínimo engraçado. – Heero sorriu de lado.
-Nossa. Isso foi o maior elogio que alguém já me fez.
-Alem de tudo é cínico. – Yui continuou sorrindo.
-Não faço por mal. – O trançado ficou sério.
-Eu sei. Você soa alguém que precisa de atenção... Cinismo é uma arma contra as dores do mundo.
-Acho que você conhece mesmo as pessoas... Eu... Ajo assim como uma defesa. Não quero me ferir, não agora que... – Duo se calou.
-Ficou triste. O que há afinal? – heero havia percebido que Duo estava escondendo alguma coisa e parecia ansioso para por tudo para fora. Ele parecia querer encontra alguém com a qual pudesse se abrir.
-Eu apenas estava pensado que falamos demais. Já deu tempo de recuperar o fôlego... Isso é... Se você agüentar mais uma. – O trançado sorriu de forma dissimulada, queria fugir daquele assunto, afinal queria apenas sexo naquela noite.
-O que? Eu tenho pena de você que vai chorar feito um bebê de novo. – Heero rolou para cima do corpo menor, aceitando a evasiva do garoto em não querer falar sobre o que o perturbava.
-Idiota. Queria ver se você tivesse um troço desse tamanho entrando por um buraco de uma agulha. Você nem tem idéia de como dói, às vezes parece que vai rasgar tudo por dentro. – Duo explicou divertido.
-Você quem pediu daquele jeito. Mas agora vai ser do meu jeito. – Heero sorriu.
-Não senhor. Essa é minha noite. – Duo sorriu de volta. – Eu mando por aqui, mocinho. Sou o filho do chefe. – Ele brincou mudando de posição com Heero. – Eu vou te dominar essa noite. – Falou estando montando sobre as coxas de Heero novamente. Abaixando a cabeça passou a beijar e mordicar os mamilos do jovem musculoso, provando aquela pele molhada de suor, excitando cada músculo perfeito daquele corpo.
-Duo... – Heero gemeu sob o peso daqueles carinhos.
-Quieto, seja um bom menino... – Duo gemeu mordendo com força um dos mamilos de Yui.
-Arrhhh... – O maior gemeu com a mordida. Sua mão maior espalmou a nádega de Duo. –Seu baixinho, filho da mãe. Quer me matar?
-Não ainda... Antes agente vai trepar. – Duo falou sorrindo.
De fato eles treparam. Heero o tomou mais uma vez e agora com Duo subindo e descendo sobre seu falo. O garoto estava tão excitado quanto da primeira vez. Heero o puxava cada vez mais para si, o fazendo sentar com extrema força em sua carne dura, entrando cada vez mais fundo, querendo quase rasgar aquelas carnes tão úmidas e macias. Mas uma vez eles se entregaram àquela sensação embriagante de ter o corpo tomado pelo delírio do prazer, mais uma vez gozaram juntos, como dois amantes amigos e cúmplices.
A noite foi longa e excitante. Nenhum dois parou para pensar quanto era estranha e incomum a situação de mal conversarem e já transarem daquela forma, mas Duo parecia ter pressa, muita pressa.
Naquela noite ainda fizeram amor mais vezes, tiveram novos orgasmos e muito gozo.
Já era quase dia quando Duo praticamente desfaleceu sobre a cama. Estava arrasado como um dia sonhou que ficaria.
-Finalmente. – Ele gemeu. –Finalmente estou todo esfolado por tanto sexo... – Ele se virou dando as costas para Heero.
Era bem estranho aquele menino maluco. Heero notou tantas marcas naquela pele tão linda. As nádegas escorriam tantos filetes de sêmen e sangue, o corpo do jovem estava marcado pela noite de sexo vigoroso, mas não deixava de ser uma visão ainda excitante.
-Eu ainda podia te comer mais uma vez. – Yui falou quase numa perversão ao pé do ouvido do mais jovem.
-Seu tarado. Você não vê o estado que me deixou? Estou todo ardido... – Duo gemeu cansado.
-Você quem pediu... Disse que suportava... – Heero gemeu também.
-Não provoca... – Duo sorriu fraquinho.
-Tá... Todas as vezes que eu comi você fez cara de dor... Achei que ia me borrar... – Yui continuava o provocando.
-Seu grosseirão... Aposto que jamais suportaria levar uma dessas como eu levei hoje... Duvido que conseguiria, ia gemeu feito um gatinho... Mas... – Duo se ergueu retomado de ânimo. –Seria legal... Você veria como é gostoso. – Os olhos violetas pedintes encararam o japonês.
-Como? Eu? – Heero arqueou uma sobrancelha. Havia ouvido dizer que era mesmo algo muito gostoso para a pessoa que era tomada. Havia uns pontos que levavam a um mundo de prazer indescritível. Mas será que devia? E com aquele louco?
-Eu não vou te machucar, como você fez comigo. – Duo sorriu o beijando nos lábios. – Vou ser tão carinhoso... Por favor. – Ele voltou a beijar o outro de forma insistente.
Heero sempre teve aquela curiosidade e experimentara tantas coisas novas com aquele menino nessa noite, seria talvez aceitável terminar aquela sessão de sexo com uma iniciação anal. No fundo ele queria e alguma coisa naqueles olhos violetas lhe dizia que podia mesmo confiar.
Em pouco tempo um Heero extremamente tenso se via de bruços sobre uns travesseiros. Duo arrumara um óleo que o rapaz tinha em casa e agora o acariciava, tocava as nádegas duras do trabalho físico, os músculos que aos toques iam amainando a tensão. Quando o empregado estava solícito, suspirando excitado com os toques carinhosos, um dedo foi escorregando com muito cuidado para dentro do ânus virgem de Heero e como era quente ali, o dedo, por fino que fosse ficava prensado por aquelas paredes macias.
Yui gemeu alto, ele nunca soubera como era bom fazer aquilo, mas um simples dedo o havia feito sentir uma onda forte de tesão no pé do estômago, e se espalhava por todo seu corpo como uma onda de calor. Ele fechou os olhos com força quando o segundo dedo brincou gostoso dentro de si.
Não passou muito tempo para ambos gemerem naqueles carinhos, Yui passou a mexer de forma excitante seu quadril. Uma vez que estava devidamente preparado e excitado o próprio Heero pediu que Duo o tomasse, mas de uma forma que ele também pudesse sentir.
-Duo... Eu também quero sentir, tudo que você puder me dá. – Heero gemeu muito excitado.
O trançado suava tendo seu próprio falo muito rijo e dolorido. Heero estava preparado para recebê-lo, assim foi se pondo pelo orifício do empregado, sentindo as pregas se abrirem lentamente, com cuidado, como se o ânus de Yui o estivesse tragando delicadamente, centímetro por centímetro, até finalmente escorregar de vez para dentro se alojando as carnes do jovem moreno.
-Duo... – Heero gemeu e ambos pararam para um ar. Para que o apertado canal se acostumasse com o intruso.
-Tudo bem? – Duo se preocupou, mas tinha noção que não o machucaria.
-Vamos... Disse que me faria sentir. – Heero empinou seu traseiro contra o corpo de Duo sentindo o falo se mover dentro de si.
-Tudo bem. – O trançado gemeu pegando equilíbrio com as mãos apoiadas nas costas de Heero e passou a meter com força naquele ânus que cada vez mais o aceitava deixando um deslizar gostoso.
Mais uma vez gozaram e dessa vez com Heero gemendo e se contorcendo de uma forma que ele nunca imaginara fazer. De fato era prazerosa demais aquela posição. Sabia que Duo o fizera se sentir confortável e acariciando. Sua iniciação não poderia ter sido melhor.
Esgotados eles desfaleceram com a chegada do Sol.
Hina (Viajando)
