Fanfiction by Luthy Lothlorien ®
» Anime : Shaman King (1998 – Hiroyuki Takei)
» Gen.: Drama/Angst/Tragedy/Romance/Adventure
» PG.: 13
» Pairing : Faust VIII X Eliza »
(Aviso : Alguns capítulos possuem conteúdo - light - hentai)
FROM WISHES TO ETERNITY
By Luthy Lothlorien ®
- Capítulo III -
---...Novembro do ano de 1989...---
A noite estava terrívelmente fria, e poucas eram as pessoas que arriscavam sair de suas casas naqueles dias. Não só por causa do frio, mas também pela notícia que circulava pela cidade, de que um ladrão estava assaltando casas de pessoas de maiores posses.
Poucas eram as notícias como esta, a respeito de ladrões e roubos naquela cidade, e, talvez tenha sido este o motivo que levou Fausto a comprar sua mansão para ele e Eliza morarem naquela região : a tranqüilidade que o lugar oferecia. Contudo, a tranqüilidade estava abalada por conta desses recentes acontecimentos.
Naquela noite em especial, na qual sua clínica particular estava para ser inaugurada, Fausto estava muito feliz. E não era para menos. Sua amada Eliza havia se curado há cerca de três meses de uma doença praticamente incurável, que certamente tiraria sua vida, graças aos esforços dele, por amor à ela. Além disto, finalmente sua clínica estava para ser inaugurada e a fortuna herdada de sua família só fazia aumentar por causa de sua fama como médico cirurgião de grande competência, apesar da pouca idade. Seus amigos, apesar de poucos, eram de confiança e tinha boas relações com pessoas importantes na área da medicina. Enfim, não faltava absolutamente nada para Fausto.
"...E depois que a clínica for inaugurada e tudo estiver em ordem, nós vamos fazer uma viagem... Você escolhe o lugar, meine liebe..." Diz Fausto à sua amada, segurando suas mãos delicadamente.
"...Não me vem nada à mente agora... Mas...Tem certeza de que será bom viajar agora?... A clínica nem bem ficou pronta... Será prudente?" Ela pergunta, com sua voz que, para ele, soava como a voz de um anjo.
"Claro que sim! É para comemorar a nossa vitória sobre a doença que queria tirar você de mim...E também para comemorar tudo de bom que tem acontecido em nossas vidas... Vai ser bom para você conhecer mais do mundo para pôr em prática os idiomas que você sabe falar..." Ele responde, sempre sorrindo.
"Bem... Então...Que tal algum lugar do Oriente?... Japão?... A cultura e os lugares de lá são lindos!" Ela diz com um brilho especial nos olhos que o deixa mais contente.
"Então amanhã mesmo eu vou falar com o agente de viagens... Quero que seja perfeito como foi na nossa lua-de-mel!" Ao terminar de falar, ele nota que ela ficou levemente corada. Ele percebe que é pelas lembranças do que aconteceu durante a lua-de-mel. Eliza sempre foi muito reservada quanto a esta parte do relacionamento deles. "Ficou corada por que, meine liebe?...Se quiser, podemos fazer tudo de novo!" Completa ele, com um sorriso nada inocente.
"Johann!..." Ela responde corada. "Teremos tempo para falar disto depois..."
Fausto acha graça na forma como ela se comportava. Era exatamente este comportamento dela que ele achava mais admirável e, claro, uma das razões pelas quais se apaixonou por ela. Depois de uma risada, que ele sabia que ela não havia encarado como ironia, mas como uma forma de demonstrar que ele estava feliz, Fausto já se preparava para beijá-la, quando ouve o telefone tocar. Depois de atender, ele volta a falar com Eliza, meio resignado.
"Não vai acreditar..."
"Se não me contar, não vou mesmo..." Diz em tom de brincadeira. Ele ri e responde :
"Uma emergência... Tenho que ir agora ao hospital geral da cidade... Houve um acidente de trânsito. Parece que tem muitos feridos aguardando atendimento..."
"Mas... Logo agora?... Daqui a pouco vai começar a festa de inauguração da clínica! E... Além disso, você não é mais médico do hospital geral..."
Ele olha-a com um ar meio desaprovador às palavras que ela acabara de dizer e ela completa por ele. "Já sei... Tudo bem, desculpe, meine liebe... Estou sendo egoísta... Há vidas a serem salvas... ..."
"Não tem que se desculpar, meine liebe... Eu sei que deve ser ruim para você estas situações... Mas eu prometo que não vou demorar!" Ele diz, abraçando-a forte.
"Está bem, você sempre cumpre o que promete... Então, vou aguardá-lo aqui mesmo..." Ela diz sorrindo, entregando a ele a maleta contendo os equipamentos de primeiros-socorros.
Antes de sair, ele olha para ela com um olhar cheio de amor, recebendo o olhar dela em troca. Era impressionante como ele conseguia se perder no azul cristalino dos olhos dela todas as vezes que trocavam olhares. Ela segura a mão dele enquanto ele vai até a porta, onde se despedem dizendo, ambos ao mesmo tempo : "Ich Liebe Ditch..." Ele vai se afastando enquanto sorri, certo de que, quando retornar da emergência, ela estará esperando por ele, como sempre esteve...Linda, com o sorriso e o olhar mais lindos de todo o mundo. Ele fecha a porta. As mãos se separam... Para sempre... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
---...Novembro do ano de 2002...---
Ainda atônito e sem a menor idéia do que fazer, com sua amada esposa abraçada a si, Fausto não tinha nada a articular, nada a falar, apenas a abraçava quase que instintivamente, segurando-a forte contra seu peito nú. Sem ter a menor noção de quanto tempo ficara abraçado à Eliza, Fausto começa a desfazer o abraço, ainda com os olhos arregalados, como se fosse uma criança desamparada que acabara de ver um fantasma diante de si. Era como se ele se recusasse a acreditar na verdade que se desdobrava feliz diante dos seus olhos, a de que sua amada esposa estava viva novamente.
Viva novamente!... Sim, ela estava viva, ela respirava, ela falava e se movia... Tudo como era da última vez em que ele a viu com vida.
A própria Eliza não conseguia compreender nada do que se passava. Em um momento, tinha plenas lembranças de estar em um lugar florido, como se fosse um imenso jardim, tendo a (triste) consciência de que já não possuía mais um corpo físico, tendo, portando, encontrado-se com a única certeza de todos os seres vivos : a morte. Mesmo que uma realidade triste, ela sabia que era um espírito e sabia que estava longe de seu amor, mas o que a confortava era a certeza do reencontro algum dia...
Porém, agora, ela não mais se via naquele jardim, não mais sentia o peso da tristeza em si, como se toda aquela dor da separação forçada houvesse sido apagada e cicatrizada. Ela tocava seu próprio rosto e sentia sua matéria, sua carne... Estava viva... Estava quente... Mas como? E ainda havia todas aquelas imagens que vira quando tocou com a ponta dos dedos a mão de Fausto. Muita confusão havia na mente dela.
"Então... Então ele... Ele não mentiu para mim... Ele não mentiu!" Vibra Fausto, finalmente conseguindo articular alguma coisa, abraçando-a mais forte, certificando-se de que não está diante de uma ilusão.
"J-Johann... ... O que está acontecendo?..." Ela, então, pergunta, com uma voz que soa um tanto desprotegida.
Fausto não responde com palavras. Sorrindo e chorando de felicidade, ele abraça-a, e, acariciando os cabelos dela por trás da cabeça, sentindo que ela estava perfeita como sempre esteve antes daquela tragédia, ele a beija como se fosse aquele o primeiro beijo deles. E era... Um beijo para o recomeço... Um beijo para selar um passado de dor e iniciar uma nova era para as vidas deles... A chanse do recomeço, o sonho de Fausto aconteceu!
...Horas mais tarde...
O casal estava agora em uma das salas de jantar do castelo, sendo esta muito requintada, com decoração colonial, móveis de madeira envernizada e tons escuros aos cantos da grande sala, tendo um espelho ricamente emoldurado acima de cada um dos móveis. Os tons dos móveis contrastavam com as cores das paredes e da mesa de jantar, que eram feitos de mármore claro, sendo a mesa recoberta por um tecido sóbriamente decorado.
Sentada ao lado de Fausto na imensa mesa de jantar, onde muitas qualidades de frutas, pães de vários tipos, sucos, e frios para o acompanhamento estavam dispostos, Eliza servia-se da comida como se jamais houvesse visto antes!
Fausto não estava surpreso com o apetite voraz de sua esposa, porque, em seus estudos sobre necromancia, havia a ressalva de que, quando a necromancia era realizada com sucesso e a pessoa que antes estava morta volta à vida, tal pessoa passará por um período de apetite grandioso, como se fosse uma criança em desenvolvimento. Outros "efeitos colaterais" também seriam notados com o passar do tempo.
O necromante apoia o queixo sobre os punhos fechados e os cotovelos na mesa, enquanto observa Eliza saciar sua fome, exibindo um olhar apaixonado para ela. Ela sente-se um tanto incomodada pela constância do olhar dele, e fica um pouco corada.
"...P-Por favor, meine liebe, não me olhe assim... Eu fico sem-graça..." Diz enquanto leva à boca um guardanapo.
"...Eliza, não me peça para não olhá-la... Não agora... Não agora que eu posso vê-la de novo sem fazer qualquer esforço para isso..." Ele diz mantendo o olhar e o sorriso.
"Pareço até uma recém liberta de um cativeiro que passou fome...
D-Desculpe a miha falta de educação, Johann..." Ela fala com a cabeça baixa.
Ele levanta o rosto dela com imensa ternura e diz, com o olhar mais compreesivo do mundo :
"Não há o que desculpar, Eliza... Eu já sabia que isso aconteceria, esta fome quase insaciável... Há muita coisa que eu tenho de lhe explicar, meu amor... E eu vou fazer isto assim que você acabar seu lanchinho... E, de certa forma, você estava cativa, sim... De um "seqüestro" que nunca deveria ter acontecido... Mas agora já acabou!"
Depois que Eliza fêz sua "primeira" refeição após ter retornado (de maneira tão inesperada) à vida, ela e seu amado foram até o terraço do Castelo, de onde puderam ver juntos o início da bela tarde na qual o sol ainda brilhava, mas sem força para fazer aquela região germânica sentir calor.
Daquela altura, era possível ver o rio que circundava a cidade, as belas e encorpadas árvores que ficavam à margem daquelas águas e as casas dos moradores daquela região, um pouco abaixo de onde ficava o Castelo. Tal imagem dava a impreessão de ser como um reino Medieval, com a cidade situada ao redor da moradia do rei. O imenso campo de trigo situado na parte posterior ao Castelo estava tão dourado quanto os cabelos dos dois amantes.
Aquela tarde seria reservada para todas as explicações que responderiam as perguntas que estavam na mente de Eliza. E, obviamente, para as juras de amor interrompidas há muito tempo, mas que agora estavam prontas a serem retomadas, com a mesma paixão que nunca se apagou.
(...Continua...)
----------Nota----------
SE ALGUÉM AINDA TIVER PACIÊNCIA DE LER ATÉ AQUI... Antes, eu quero agradecer por terem aguardado a fic até agora, e peço para que não desistam dela pelo fato de eu ter deixando-a parada tanto tempo! Muita coisa para fazer! Mas agora vou atualizar com mais freqüência e desculpe MESMO para aqueles que aguaradam o capítulo 3. Eu sei que é chato mesmo aguardar um capítulo que parece nunca sair! Eu também acompanho outras fics de outros autores que parecem ter esquecido delas, deixando a gente na expectativa...
OBRIGADA MESMO! O/
(Luthy Lothlorien)
