Pois é...A Yoko é mesmo muito má. Vamos lá a ver como é que a Saki se safa...

Shaoran olhou para Sakura incrédulo. Não queria acreditar. Sakura não sabia o que dizer.

- Sakura, como é que...

- Shao, juro! Não sei como o teu relógio foi parar à minha mochila.

- Não sabes? Pois eu sei. - Disse Yoko atirando mais lenha para a fogueira. - Tu roubaste-o. Não tenho a menor duvida.

- O que estás para aí a dizer? Eu nunca faria isso! Muito menos ao Shaoran!

Com esta frase Yoko ficou ainda mais mal disposta.

- Xiao Lang, tu não vais acreditar numa ladrazinha mentirosa pois não?

Shaoran não diza nada. Não, Sakura não seria capaz. Essa história estava muito mal contada. As evidências estavam todas contra Sakura. Só o coração de Shaoran dizia que que ela estava inocente. Mas será que devia confiar no seu coração?

Sakura saiu dali, com olhos rasos de lágrimas. Yoko não conseguia esconder a sua satisfação.

- Saki, eu conheço-te desde bebé e sei que nunca farias uma coisa dessas. Vais ver que tudo se resolve. - Dizia Tomoyo enquanto tentava consolar a prima que não parava de chorar.

- Já sabem da ultima? Aquela Yoko fez queixa ao professor Terada. - Anunciou Chiharu.

Shaoran aproximou-se do grupo. Doia-lhe muito ver Sakura sofrer. Tinha de lhe mostrar que acreditava nela.

- Ora, ora, o betinho-mor. Era só o que faltava. O que queres? - Reclamou Takeshi.

- Sakura, eu...

- Se não acreditas nela, podes dar meia volta e bazar! - Disse Chiharu.

- Mas eu acredi...

- Não ouviste? BAZA! - Disse Takeshi. Já detestavam Shaoran. Agora, depois desta situação, odiavam-no cada vez mais.

- Takeshi, deixa-o falar... - Suplicou Sakura.

- Saki, ele já deu problemas que chegue.

Shaoran afastou-se, triste, vendo em Sakura um olhar de pura desilusão.

Como fazia todas as tardes, Yoko foi até a casa de Shaoran.

- Olá, querida Yoko. Como vais? - Cumprimentou Niang.

- Muitissimo bem. - Disse Yoko.

- Então, conta coisas.

- Pois bem, desta é que a Kinomoto não se safa. Arranjei um esquemazinho para a afastar do Xiao Lang.

- Fizeste bem. Ela tem que aprender que não é a rapariga certa para um rapaz de boas familias como o Xiao Lang.

- Acha que ele vai voltar para casa?

- Depois disso, é provavel que sim. Conta-me tudo. Estou morta de curiosidade.

Shaoran foi dar uma volta. Não lhe apetecia encarar Sakura. Tinha medo de lhe dizer algo que se visse a arrepender. Sabia que Sakura era inocente. Mas como safá-la? Tinha de a a judar.

- Oi, Shao!

Era Sano.

- Então, problemas?

- Muitos.- Respondeu Shaoran.

- Isso não pode ser, amigo! Levanta esse astral! O que se passa? - Sano fazia tudo para se mostrar animado, embora se notasse que estava preocupado com o rapaz.

Shaoran contou-lhe o que se passou.

- Isso é uma cena muito marada. - Comentou Sano. - Só há duas hipóteses. Ou a Sakura é mesmo culpada, o que eu duvido, ou alguém pôs o relógio dentro da mochila dela, de proposito, só para a incriminar.

- Só pode ser isso. Temos de a ajudar.

Na escola, os murmurios e os segredinhos àcerca de Sakura não cessavam. Sakura já se sentia desconfortavel.

- Eu sabia. essa pacóviazinha nunca me enganou. - Dizia Yoko para quem a quisesse ouvir.

- È para tu abrires os olhos, Shao.

- Masaru, Yoko, fazem-me um favor? - Pediu Shaoran. - CALEM-SE! A Sakura está inocente.

- Xiao Lang, o teu relógio estava na mochila dela.

- Eu sei. - Disse Shaoran de maneira a que todos os presentes o ouvissem.- Fui eu que o pus lá!

Sakura e o seu grupo fitaram-no mudos de espanto.

- Shaoran, isso é verdade?

- Claro que é. Foi para te oferecer.

" Espero que cole. " - Pensou Shaoran.

Sakura ficou radiante e, instintivamente, sem pensar, correu para junto de Shaoran e deu-lhe um grande abraço, perante os olhares embasbacados dos colegas e o olhar furioso de Yoko.

- Então, vão parar agora com as boquinhas? - Inquiriu Tomoyoo seu grupo.

- Bom, podemos admitir que o Shaoran é um tipo porreiro. - Admitiu Takeshi. - Mas arranjou um sarilho dos grandes! A Saki podia ter sido castigada!

- Takeshi.

- Ele apenas subiu um ponto na nossa consideração por ter safado a Sakura. Ninguém nos garante que ele não tenha feito aquilo para acusar a Saki e depois se tenha arrependido.

- Vocês andam a ver muitos filmes,é o que é.