Na casa de banho da escola, Sakura estava a lavar as mãos, até que Yoko apareceu.
- Precisamos de ter uma conversinha, minha sonsa.
Sakura nem passou cartão.
- Mete uma coisa na cabeça. - Começou ela com o nariz empinado. - Ao contrário de ti, eu sou superior. Por isso, não te metas no meu caminho. Estás a ouvir? Sabes de uma coisa? Aquilo que o Shaoran sente por ti é temporário. Coitadinho. Deste-lhe a volta à cabeça e agora é o que se vê. Ele nem sequer gosta de dreadzinhas sonsas. O Shaoran merece muito mais.
Sakura continuava a não lhe ligar nenhuma.
- O Shaoran só vai ter uma namorada. E essa vou ser eu. Por isso, se te meteres entre nós, vais ter muitos problemas.
- Isso é uma ameaça?
- Não. É um aviso. É que o Shaoo adora-me! Adora-me mesmo. Somos bastante compativeis. Há muita coisa que nos une. Ele está caidinho por mim.
Sakura não disse nada. Só tinha vontade de rir na cara dela. Realmente era triste. Como é que ela podia pensar que Shaoran estava interessado nela? O rapaz deixara bem claro que não sentia nada por ela. Mas aquela cabecinha de ovo estrelado não percebia isso.
- Por isso, afasta-te do Shaoran e reduz-te à tua insignificância. Deixa-nos em paz e volta para os teus amiguinhos parvos.
Ok, já tinha aguentado o suficiente. Falar dela é uma coisa mas dos seus amigos...Aquela era a ultima gota.
- Olha, vamos a ver se nos entendemos. se não sabes dizer nada agradavel aos outros, é melhor não dizeres nada, caso contrário, não ficas inteira. - Não ficaria mesmo, até porque apesar de Sakura ser mais baixa e franzina do que Yoko, era mais forte e atletica. Mal Yoko fecharia as mãos para proteger o verniz e já Sakura lhe teria dado na cara. - E já agora, não tenho culpa de o Shaoran não gostar de ti. Ninguém manda nos sentimentos dele, certo?
E saiu, acabando com a conversa.
Mimi saiu da sala e viu Yumiji, ali encostado a um canto como sempre.
- O-olá, Mimi.
- Oi. Tudo bem?
- Olha, tenho uma coisa para ti. - Disse ele dando-lhe um papelinho. Era um poema de que Mimi gostava muito.
- O- obrigada. É mui... - Yoko estava ali. - ...O que é que pensas que estás a fazer? Pensas que é com papelinhos que me conquistas? Deixa-me em paz, saloio!
Yoko ria à gargalhada.
- Vês? Connosco ninguém se mete!
Yumiji ficou destroçado. A rapariga de quem gostava tanto odiava-o e desprezava-o. Mas porquê? Fizera algo de errado.
- Muito bem, se é assim que queres... - Cheio de raiva e de tristeza, foi para o pátio sem sequer olhar para Mimi, que apanhou o papel do chão.
" Coitado. Fui muito estupida com ele..." - Pensou Mimi.
- Isso é verdade? Tu namoras mesmo com a Kinomoto?
- Sim. Porquê?
- Porque não devias! Ela é...
- Ela é o quê?
- Nada. - Corrigu Masaru, antes que disesse alguma coisa de que se arrependesse. - Poque é que não andas com uma miuda mais...gira? Como a Yoko.
- Eu não gosto da Yoko. Ela não tem nada a ver comigo.
Yoko era muito diferente de Shaoran. Ele era mais rebelde, gostava de poeirada e saltos
radicais, enquanto que Yoko não podia ver uma nodoa na roupa que desatinava, e saltos, só os dos sapatos. Para não falar que tinha uma personalidade que não lhe agradva nada.
- Pronto. Tu é que sabes. Mas depois não te arrependas!
Sano andava pelo corredor, assobiando e com as mãos nos bolsos.
- Ora, ora. O mundo é pequeno. Nunca pensei em ver-te aqui, minha túlipa.
- Nem eu.
- Sabes que eu já estava com muitas saudades tuas?
- Pois, pois.
- É verdade. Como é que te chamas?
- Anna. Anna Van Pelt. - Repondeu a holandesa.
- Lindo. Um dia hei de ir a Amestar...Au!
Uma valente pisada no pé de Sano interrompeu-os.
- Realmente, não tens emenda!
- Kaoro, precisas de ser tão bruta?
- Deixa a rapariga em paz e vamos para a biblioteca estudar! - disse ela fulminando-o com o olhar.
- Estás com ciumes, boneca?
- Quais ciumes, quais carapuça! Desde quando gosto de parvinhos engatatões como tu?
´- Não sabes o que perdes. - Disse ele entrando na sala.
