Capitulo 6- A fuga
' She had those magic eyes you could see from miles around. She wore her summer dresses bright quiet like the sun. she always came in colours. All smiles and daffodils. She let her hair down in the breeze. But every little thing has changed today, little miss sorrow, every little thing turned pale and faded'
Estava calor lá for a o dia estava alegre, era o inico do verão. Os Juunishi estavam de férias e brincavam alegres pela sede. Toda esse bagunça e euforia do verão incomodavam a garota triste que olhava todos com um olhar triste. Akito havia acabado de completar 15 anos, em sua aparência ainda parecia uma garota frágil mas em sua personalidade assumia uma postura madura e cruel diante dos outros e se permitia chorar nos braços do Shigure ou do Kureno por horas. Os dois eram os únicos que ainda permaneciam fieis ao lado dela. Hatori passava boa parte do tempo na faculdade ou dando plantão nos hospitais e Ayame havia saído da sede e tinha aberto sua própria loja de roupas. Os dois visitavam Akito muito pouco; Hatori somente para examiná-la e Ayame apenas esporadicamente. Apesar da ausência dos dois que a magoava, Akito não conseguia traze-los de volta para perto dela, principalmente Ayame que era o mais livre de todos, levava uma vida praticamente normal fora das grades da sede e vinha visitar Akito lhe oferecendo seu chá especial, coisa que poucos tinham o prazer de desfrutar, alem de trata-la com respeito e carinho e pouco se opondo as atitudes infantis dela.
Pois percebendo que a garota estava triste olhando pela janela, Shigure entra no quarto e se aproxima a surpreendendo.
- Venha comigo- diz pegando na mão dela
A garota se assusta- Me solta, para onde vamos?- diz se estressando com ele.
Shigure se aproxima dela e sussurra em seu ouvido- s-u-r-p-r-e-s-a- e a puxa pelo braço
A garota não tem nem tempo de pensar em reagir, sendo puxada por ele para fora de casa, só tem tempo para calçar os chinelos e quando percebe já está nos jardins apenas de quimono. As crianças que brincavam nos jardins observam os dois; pensam em chamar o patriarca para brincar mas desistem ao verem Shigure arrastado Akito. Dessa forma os dois saem da sede
- Shigure, eu insisto que me diga para onde está me levando1- diz imperativa.
- Calma, já estamos chegando, você vai gostar, confie em mim- e dá um beijo no rosto dela.
Caminham em silencio por cerca de 10 minutos ate que chegam a um belo parque. Apesar de já ser verão, ainda existem algumas ultimas flores nas cerejeiras. O clima esta fresco e agradável, pássaros cantam, o céu esta azul. Vários casais passeiam pelo parque, as crianças brincam felizes. Shigure pega nas mãos dela. e a leva para passear pelo parque. No começo ela reclama do calor, reclama que esta cansada, mas logo acaba de distraindo com os pássaros que se aproximam dela. Ela estica a mão e um deles vem pousar em seu dedo, ela sorri acariciando o pássaro, Shigure sorri satisfeito
Chegam até um lago, ela olha maravilhada para os raios de sol incidindo sobre a água azul e cristalina do rio, os patos nadando no lago. Shigure se aproxima por traz dele a surpreende em um abraço, ela não reclama, sente-se protegida nos braços dele. Percebendo que ela reagira bem ao abraço, ele lhe dá outro beijo no rosto; a garota cora.
- Está gostando do passeio, Akito-san?- pergunta ele
- Sim- responde sem olhar pra ele.
- Que bom- ele olha para o lado e vê uma barraquinha de crepe- espere um pouco que eu já volto.
Shigure se afasta e volta instantes depois trazendo dois crepes recheados de chocolate, encontra Akito sentada debaixo de uma árvore brincando novamente com os pássaros. Ele se aproxima, senta-se ao lado dela e lhe entrega o doce.
- Tome, crepe de chocolate, tenho certeza que vai gostar , só tome cuidado que esta quente ainda.
Akito pega o doce e começa a comer, mas se lambuza toda com o recheio. Ele ri dela que o olha de cara feia.
- Esta toda suja de chocolate, deixa eu limpar- ele olha nos olhos dela, então leva a mão até o rosto dela e começa a limpar a boca dela suja de chocolate. Não resiste, se aproxima dela e lhe rouba um pequeno beijo – o recheio do seu crepe estava uma delicia
Akito cora e olha pro chão, Shigure também fica sem jeito.
- Vou buscar guardanapos para nos limparmos –diz e se levanta correndo sem jeito pelo que acabara de fazer.
Volta um tempo depois e entrega os guardanapos para ela sem se quer lhe olhar no rosto. Senta-se ao lado dela em silencio.
- Posso?- diz ela deitando a cabeça no colo dele
- Claro que pode- sorri e começa a mexer levemente nos cabelos negros dela, acaricia seu rosto de feições finas e delicadas.
Passam ali boa parte da tarde. Nuvens pesadas de chuva começam a se formar, trovoes ecoam e raios riscam o céu quase negro. Shigure decide acorda-la antes que eles peguem essa chuva.
- Vamos Akito?- diz ele carinhosamente acariciando o rosto dela para acorda-la- vai chover.
Akito acorda, olha as nuvens negras, esfrega os olhos- não tem problema eu não me importo em caminhar na chuva, nunca tomei chuva antes
- Mas pode ficar doente.
- Não me importo- insiste ela.
- Certo, mas mesmo assim vamos andando- estende a mão para que ela se levante.
Caminham de mãos dadas de volta para a sede, ms na metade do caminho começa a chover forte.
Em questão de segundos os dois estão enxarcados. O quimono da garota que era branco fica semi-transparente e cola em seu corpo revelando suas formas. Shigure a observa por completo, a garota cora mas não desvia o olhar; ele observa as curvas suaves e delicadas de seus quadris, da cintura dela, as formas de seus seios. Nunca a tinha visto nua mas podia imaginar o quanto seu corpo tinha se tornado belo e atraente, definitivamente, a garotinha que ele vira nascer tinha se transformado em uma bela mulher. Sua vontade era lhe arrancar as vestes e possuí-la ali mesmo, mas estavam no meio da rua, apesar de a rua estar deserta.
Ele se aproxima dela, coloca a mão sobre os seios dela por cima do quimono mesmo e os acaricia, desce as mãos até sua cintura e a beija apaixonadamente.
' Anyone who ever kissed in the rain,
Knows de whole meaning' ( Roxette)
Após segundos que parecem uma eternidade os dois se separam. Shigure ainda ao olho nos olhos, acaricia seu rosto.
- Eu amor você, isso é definitivamente verdade- diz ele.
A garota sorri.
- Vamos embora antes que você fique doente – e a puxa pela mão
Os dois adentram a sede correndo, enxarcados e sorrindo. Felizmente a sede estava deserta. Chegam ate o quarto de Akito, lá dentro estão Kureno e Hatori os esperando.
- Onde vocês estavam?- pergunta Hatori bravo- e olha o estado em que se encontram. Vão logo tomar um banho, cada um em seu quarto e depois voltem aqui que quero conversar com os dois.
Shigure vai para sua casa tomar um banho certo que levará uma bronca de Hatori. Akito, completamente constrangida pega roupas secas e também vai tomar banho. Demora muito tempo lá dentro se lembrando da tarde com Shigure, do beijo roubado na beira do lado, do beijo na chuva, do jeito que ele a tocou; um sentimento bom lhe invade seu corpo.
Um tempo depois ela sai do banheiro já usando roupas secas, não tem coragem de olhar para Hatori, Kureno e nem Shigure que acabara de voltar.
- Então, onde foram?- pergunta Hatori bravo.
- Achei que ela estava triste e a levei para passear no parque- responde Shigure
- Você é um irresponsável Shigure, sabe que ela não pode sair da Sede, sabe que ela tem uma saúde frágil, e mesmo assim a levou para passear num parque e voltam ensopados.- continua ele bravo
- Fui eu quem quis andar na chuva- retruca ela
- Sai daqui Shigure, você vai acabar matando-a assim, nunca mais se atreva a fazer algo assim. Se Akito ficar doente a culpa será sua, seu irresponsável.
Kureno tem o mesmo olhar para com Shigure e o rapaz sai triste do quarto se ao menos olhar para Akito, sente-se um tanto culpado por ter colocado a vida dela em risco e por ter beijado ela. Começava a se questionar se agira certo, afinal ela ainda era uma garota e ele um homem, ele a tinha visto nascer e a carregara varias vezes no colo.
De fato Akito acabara ficando gripada por conta da chuva e ficara vários dias de cama, mas ela não se importara em ficar doente, tinha sido por uma boa causa. Kureno estava o tempo todo ao lado dela, mas quem ela queria ali era Shigure, seu corpo estremecia ao se lembrar do beijo, do toque. Mas o rapaz também tinha ficado doente e não tinha vindo vê-la.
Uma semana depois os dois haviam se recuperado da gripe e voltaram a se ver, mas Kureno e Hatori, desconfiados dos dois, sempre estavam por perto e os dois nunca conseguiam ficar a sós. A vontade de Shigure era agarra-la, possuí-la, fazer com que aquele sonho que o sufocava se tornasse verdade. Mas ele não sabia se essa era a vontade de Akito também, pois a garota nunca arrumava uma maneira de os dois ficarem a sós.
Akito, por sua vez, sentia-se confusa, os dois eram gentis com ela como seu pai, mas ela estava dividida entre a paixão desenfreada por Shigure e o amor doce do Kureno que estava sempre ao lado dela. Shigure parecia não entender ou perceber a confusão que acontecia no coração da garota. Para ele, ela estava interessada em Kureno e o passeio com ele no parque fora apenas uma distração. E mesmo que ela sentisse algo por ele, também ele não aceitaria dividi-la com ninguém e muito menos ser um pai para ela, por isso decidira se afastar dela, com o coração partido.
Nota da autora: eu estava empacada na fic e de repente e desenterrei alguns cds do Roxette e ouvindo ' Little Miss Sorrow' surgiu a inspiraçao para a minah fic. 'Anyone' também me inspirou para a cena do beijo. Espero que tenham gostado desse capitulo kawaii Akky-Gure...e desculpem pelas cenas um pouco mais pesadas, mas a fic está perdendo sua inocencia conforme Akky vai perdendo a dela.
