Capitulo 7- Evil

Em fim Hatori tinha terminado sua faculdade de Medicina, Akito agora estava com 17 anos e impediu ele de trabalhar fora alegando que ele teria como obrigação cuidar da saúde dela na maior parte do tempo e dos outros familiares no tempo que lhe restava.

Alguns poucos meses depois de se formar, Kana Souma, uma prima distante dele e que também estudava Medicina, veio ser auxiliar dele e aconteceu que os dois acabaram se apaixonando e passavam a maior parte do tempo juntos.

Kana tinha uma melhor amiga, a Mayou e ela veio a se apaixonar por Hatori e se culpava por isso. Foi então que Shigure propôs que ele e Mayou namorassem. Entretanto o namoro era apenas de aparência, mas contribuía para que Shigure se afastasse mais ainda de Akito. Apesar de seus sentimentos por ela serem verdadeiros e profundos, ele já não conseguia se aproximar mais de Akito, visto que Kureno ficava a maior parte do tempo com ela. Shigure simplesmente não compreendia o porque disso. Akito, por outro lado, continuava confusa, jamais se esquecera daquele beijo na chuva, mas chegara a conclusão de que Shigure apenas se aproveitara dela, e acreditava que quem realmente a amava era Kureno que era sempre doce com ela e permanecia fiel ao seu lado; ela também não queria que os outros soubessem que ele havia se libertado da maldição, temia que eles lhe cobrassem as respostas que ela não tinha.

Com exceção de Kureno, ela estava completamente abandonada pelos outros, todos só a visitavam em situações formais e Ren não perdia a oportunidade de todos os dias lhe jogar na cara que ela estava sendo abandonada. Os sorrisos no rosto de Hatori e Shigure a incomodavam, tinha algo de errado com eles, eles estavam longe dela e estavam felizes.

Akito dessa forma foi se tornando melacólica e vivia sempre triste andando pela casa, a maldição, os maltratos da mãe e a solidão a consumiam. Ela ficava doente com mais freqüência, também com freqüência não se alimentava direito e a alegria dos outros a incomodava. Com isso ela foi criando cada vez mais uma barreira ao seu redor, uma barreira intransponível impedindo com que as pessoas se aproximassem dela e alcançassem seu coração, tratando com frieza e maldade a todos que tentavam se aproximar. Sua meta de vida era manter os Juunishi reunidos a todo custo, sua vida era viver em função da maldição, por isso se opunha violentamente a todos que iam contra sua vontade. Em outras palavras Akito tinha se tornado cruel, tinha vestido a mascara de crueldade do Deus, para esconder a criança frágil e covarde que, dentro dela, ainda chorava por ajuda. Os 4 garotos se perguntavam muitas vezes onde tinham errado, onde tinham perdido o controle das coisas, mas eles não enxergavam que eles mesmos e os outros Juunishi foram culpados por isso, sempre tratando Akito como alguém que tivesse alem deles e não como alguém que fosse como eles, parte do clã.

Então aconteceu que um dia Kana e Hatori vieram até Akito pedir permissão para se casarem. Shigure também estava presente. Era isso que estava afastando Hatori dela. Obviamente nenhum dos dois poderia imaginar que ela reagiria tão mal a tudo isso. Descontrolada, sentindo-se sozinha e abandonada ela atira o vaso de flores no chão diante do Hatori, mas o que ela talvez não pudesse imaginar é que os cacos de vidro atingiriam o olho esquerdo dele quase cegando-o. Ao perceber o que acabara de fazer e desesperada com todo o sangue no chão a garota se descontrola mais ainda.

' Alguém como você. Eu não vou entrega-lo a você. Eu não preciso de você. Não preciso de alguém que se quer consegue desfazer essa maldição. Eu não preciso. A culpa é sua se Hatori ficar cego! ( Furuba 2)

Shigure a puxa pelos braços e a tira dali; Akito não estava bem, estava fora de si, essa não era a garota que ela amava, nunca a tinha visto agindo assim.

Ele a leva para o seu quarto, lhe dá um calmante e fica ali velando seu sono, ela queimava em febre e tinha um sono agitado. Shigure a olhava com um olhar triste, ela havia destruído o belo amor entre Kana e Hatori; mas ele não conseguia culpa-la, a culpa não era dela e sim dessa maldição. Hatori também fora incapaz de culpa-la, entretanto Kana se culpava pelo ocorrido e acabara adoecendo e Hatori acabou apagando a memória dela.

Hatori tornara-se melancólico e carregava sozinho a dor desse amor, parecia ter compreendido que seu destino e de todos os amaldiçoados era permanecer ao lado de Akito. Shigure também parecia ter entendido isso. Ambos estavam de volta para o lado de Akito, o único que ainda conseguia ser o mais livre de todos era Ayame e eles não conseguiam entender o porque.

O coração de Shigure ainda continuava fiel a Akito, a promessa de tornar o sonho real ainda continuava viva e ele tentava se reaproximar dela e, apesar de parecer que ela o aceitara de volta, era apenas uma ilusão, pois a garota parecia só ter olhos para Kureno, e Shigure se entristecia com isso.

Ren se aproveitava; cada vez que ela via Shigure triste tentava seduzi-lo, em vão, dizendo que ela era mais bela, melhor e mais experiente que Akito, mas o rapaz se mantinha fiel ao seu coração.