-No que posso te ajudar?-ela perguntou com um sorriso doce nos lábios.
-Eu gostaria de um amuleto.-ele respondeu observando-a com atenção.
Ela não evitou, ter aqueles olhos violetas pousados sobre si, era demais, então, corou violentamente.-É... Que tipo?
-Amor.-ele disse olhando para o lado.Estava corado.
-Sim...-ela se virou e pegou uma linda pedra rosa claro.-Além, de sorte no amor, este amuleto traz felicidade, é só leva-lo para onde for...-ela começou.
Ele colocou a mão sobre a mão dela que segurava a pedra.
Os dois ficaram ainda mais vermelhos.
-Vou levar este.-ele disse.
Ela se afastou, abaixando e pegando uma pequena caixinha, colocou o amuleto dentro.-Custa apenas cinco ienes.-disse.
Ele a pagou.-Obrigado.-sussurrou pegando a caixa com a pedra e a colocando no bolso.
Fitaram-se sem parar.Ele não conseguiu evitar...-Qual é o seu nome menina?
-Kagome... Hi...-ela não terminou a frase, ele não esperou, não conseguiu.Aproximou-se a beijou.Ver aqueles lábios era convidativo demais, estava louco, nunca havia feito isso, nunca.
E o mais estranho fora vê-la retribuir.Afastaram-se ofegantes.
-E o seu nome...?-ela perguntou piscando.
-Meu nome?-ele repetiu.-Me chame de Inuyasha.-passou a mão pela face dela, virou-se e foi embora a deixando ali, com uma expressão confusa no rosto.
Mas, ela não era a única pessoa, a estar confusa.
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-Como?-ela berrou.-Me diga que é mentira, Sango... Só pode ser mentira.
-Não, não é. -Sango disse angustiada, ver sua amiga assim, era horrível, ainda mais quando Kagome sempre sorria, sempre.
-Sua mentirosa!-Kagome exclamou aos berros se levantando do sofá e com força derrubando o vaso com flores e outras coisas da mesa do centro da sala.
-Por favor, se acalme.-pediu em vão.
-É uma brincadeira de mau gosto, não?-as lágrimas começaram a brotar de seus olhos.-Sua idiota!Idiota!Fale logo que eles não morreram, fale.
-Kagome, eu não tenho culpa.
-Por favor, Kagome, a senhorita Sango não tem culpa alguma.-disse Miroku.
Kagome caiu ajoelhada no chão e com força empurrou a mesa de centro a fazendo virar, apoiou-se no sofá.Tudo aquilo era o inferno... Só podia ser o inferno.
Sango se abaixou.Abraçando a amiga.-Por favor, eu sinto muito.Porém, não fui eu que escolhi isso.-ela a abraçava com carinho.Enquanto, Kagome se derramava em lágrimas.-Respire fundo.
-Souta só tinha dez anos, apenas, dez anos.-ela soluçava.-Como pode ser assim?Ele era apenas, uma criança!Uma criança!E mamãe... Como viverei sem ela?Por que eles me deixaram?Por quê?
-Eu já passei por isso.Por favor, chore o quanto quiser.Chore.-Sango não evitou, também tinha lágrimas nos olhos.
Era tão difícil vê-la assim.
Miroku se afastou um pouco para atender ao telefone.E logo voltou.
-Sesshoumaru acabou de me ligar.-disse.
Sango o encarou confusa.Enquanto, Kagome segurava suas vestes com força.
-Ele disse que Ji-chan já foi operado.
Kagome começou a olhar para Miroku.Este deu um longo suspiro antes, de começar.-Ocorreu... "Quase" tudo bem.
-Como assim?-Kagome perguntou eufórica.
-Ele... Desculpa, Kagome.Ele ficou em coma.
-Ah!-Kagome soltou um grito agudo, e se agarrou com mais força a Sango.-O que vai ser de mim, agora?Eu não tenho ninguém, ninguém.
-Kagome... Sentimos muito.-disse Miroku, caminhando até as duas.Agachou-se e as abraçou.Naquele instante nada importou.
Ficaram ali os três abraçados, sentindo muito e chorando.
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-Então, vai ser assim?-ela perguntou nervosa.
-Sim, Kagome.Eu como seu advogado tenho isso a dizer.-falou Miroku.-Você irá morar com seu irmão mais velho.
-O que?-ela se sentiu extremamente desconfortável naquela poltrona, naquela sala fria.
-Bem, descobrimos que antes de se casar com sua mãe, seu pai teve um filho com a ex-esposa.E como você ainda é de menor, irá morar junto á ele.Sango até se ofereceu para você morar com ela... Mas, primeiro vem à família, e ele com certeza, é o seu parente mais próximo.
-Certo.-ela disse com receio.Não estava gostando dessa história.Nadinha.-Quando vou morar com ele?
-O mais breve possível.
-Por quê?
-Bem...-Miroku sentou-se sobre sua mesa, acendeu um cigarro.-...Não desejava te contar isso, porém, me parece que talvez, o carro de seus familiares não tenha simplesmente batido e pronto.
-Como assim?-ela perguntou confusa.
-Estou querendo dizer, Kagome.Que o motivo do carro de seus familiares ter batido, fora sabotagem.
-Não pode ser... Quem faria isso?-Kagome perguntou esbugalhando os olhos.
-Isso é o que eu realmente, eu quero saber.-disse Miroku soltando um pouco de fumaça pela boca.
-Certo.-ela afirmou.-Arrumarei minhas coisas.E amanhã se possível eu mudarei para casa de meu irmão.
-Assim, que é a Kagome que eu conheço.-ele disse colocando a mão sobre o peito dela.O que resultou um bom tapa na cara de tal.
-E este é o tarado que conheço.Não faça mais isso Miroku.-ela disse se levantando.
-Desculpe, não resisti.-ele disse massageando o lugar atingido.
-Pense melhor na próxima vez.-ela avisou, acenando e indo embora.
Ele deu meia volta pela mesa, e sentou se em sua cadeira, a rodou e ficou olhando pela janela, o sol que brilhava lá fora.Fechou os olhos se ajeitando melhor na cadeira.
-Quem pode ter sabotado o carro da família Higurashi?Quem?-se perguntou ainda de olhos fechados.
Isso seria seu novo mistério...
Sorriu.
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Kagome parou na frente daquela casa... Casa?
Não... Só se for mansão.Era enorme.
Viu na caixa de correio o escrito: Higurashi.
Era estranho descobrir depois, de 16 anos que tinha um irmão.Que acaso, viera primeiro que ela.
Suspirou, tocando a campainha.
Esperou ansiosa.
Era muito desconfortável isso, como era estranho.Era horrível!E se ele não a quisesse lá?
E se... Ele e ela não se dessem bem?
Oh!Meu Deus... O que iria acontecer?
Será que ele era legal?
Como ele seria?
Como?
-Senhorita Higurashi?-perguntou uma voz feminina tirando Kagome de seus pensamentos confusos.Tantas coisas estavam acontecendo...
-Sim?
-Bem, entre.Eu sou Rin Yamazaki.-disse a moça.-Vou leva-la até os aposentos do senhor Higurashi.
-Olá.Meu nome é Kagome.Bem, meu sobrenome você sabe... Bem...-ela estava confusa.
-Tudo bem.-a moça deu uma risada.Apontou para as bagagens dela e um homem de rabo-de-cavalo e olhos azuis veio pegar as malas.Que eram apenas três, depois, pegaria o resto.-Kouga, leve até o quarto dela.
-Está certo.-disse ele saindo dali.
-Por favor, me acompanhe.-ela pediu.
E em silêncio Kagome a acompanhou.
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O lugar era enorme, subiram a escada que havia na entrada.A moça chamada Rin parou em uma das portas, a qual saiu o tal Kouga.
-Este é seu quarto.-disse.
Kagome ficou com a boca entreaberta.Era um luxo... Tudo!A cama, a penteadeira, a poltrona.
-Aquela porta é seu closet... E a outra o banheiro.-apontou Rin.
-C-Certo.-Kagome gaguejou.
Nunca havia visto tal luxo.Era tão estranho... Além, de descobrir que tinha um irmão, este era rico... Meu Deus!
Onde o mundo iria parar?Onde?
Ela teve uma imensa vontade de correr e pular na cama, que parecia muito fofa e confortável.
Mas, resistiu a tentação.
As paredes tinham um tom rosa, bem claro.Aliás, tudo ali era rosa, tirando a penteadeira que era branca, as bordas do espelho cheio de enfeites dourados e pratas.
-Tão lindo!-Kagome exclamou alegre.
-Ainda bem que gostou.Eu que decorei.-disse Rin com sinceridade.
-Você tem bom gosto.-Kagome a elogio.
-Obrigada.-agradeceu Rin.-Bem, vamos.O senhor Higurashi me mandou lhe levar para a biblioteca.
-Tá.-Kagome disse com os olhos brilhando.
Seguiu novamente Rin, mas, sem antes olhar para o tal quarto, tão lindo.
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A biblioteca não era longe dali, três portas depois, do seu quarto.
-Bem, ele ainda não está aqui.-disse Rin apontando para uma poltrona.
Kagome se sentou nesta, meio embaraçada.
-Se importaria de esperar aqui?-perguntou Rin.
Kagome não conseguiu responder.Olhou ao seu redor, as prateleiras cheias de livros...
Ela suspirou.
Gostava de ler... Mas, pelo jeito seu meio-irmão gostava muito mais.Tinha livros de tudo que era assunto.Romance, de Comédia, Terror e até de auto-ajuda.
Ela não evitou, e sorriu.Se pudesse iria ler todos os livros dali.Veremos, não?
Rin percebeu que Kagome estava enfeitiçada pelos livros e educadamente refez a pergunta.
Kagome engasgou.-Sim... Claro... Desculpe... Não queria... Eu...-ela realmente, se complicou, mal sabia o que falar.
Rin soltou uma risada.-Tudo bem.Deve ser estranho tudo o que está acontecendo com você.
-É... Um pouco.-Kagome respondeu olhando para o chão.
-Bem, eu preciso ir.Mas, não se preocupe, se quiser me achar é fácil.Meu quarto é só descer as escadas, a porta ao lado, escrito: "Rin".Fácil, não?
-Sim.-Kagome riu.Mas, logo tampou a boca.Quem poderia saber se Rin não pensaria que ela estava rindo dela e não do que ela falou?
-Pode rir.-isso a tranqüilizou.-Bem, eu vou indo.E conte comigo sempre, certo?
Kagome balançou em "sim" com a cabeça.
Rin caminhou até a porta.-Leia qualquer livro...-piscou dando um sorriso.-Outra coisa, Higurashi é um garoto mimado, ele fará de tudo para te irritar, por isso, não ligue muito para ele.
-Claro.-Kagome afirmou confusa.
-Até breve!-dizendo isso, saiu do aposento.Deixando ali uma Kagome muito intrigada.
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Kagome sentou-se em uma cadeira, colocou o livro sobre a mesa e começou a ler o livro, um dos seus prediletos: Romeu e Julieta.
Já tinha lido milhões de vezes, mas, não se cansava.
Nunca!
Era um livro maravilhoso.Trágico, mas, romântico.Se Julieta tivesse acordou só um pouco antes, teria sido bem melhor... Mas, o destino nos prega cada peça.
Como agora havia lhe pregado.
Sua mãe e seu irmão mais novo haviam falecido.E seu avô estava em coma, tinha chance de voltar ao normal, mas, eram poucas.Que a deixava quase descrente.
O medo da solidão invadia seu coração toda vez que lembrava do dia que havia recebido a notícia.Agora, mais essa... De que havia sido uma sabotagem... Descobriu que tinha um irmão rico.E ele não aparecia logo, para ela matar a imensa curiosidade de ver o rosto dele.
Sango disse que era para ela ligar quando chegasse na casa do irmão.Mas, achava melhor pelo menos falar com ele.Em vez de ir usando o telefone da casa dos outros.Ele ainda não era intimo dela.
E Rin... Ela parecia uma pessoa muito legal, Kagome havia gostado dela.Gostado muito.
-Então, aqui está você...-escutou uma voz masculina, com certeza era seu irmão.
Sorriu.Finalmente, veria o rosto dele.Cada traço.E poderia compara-lo para ver se ele parecia com ela.Uma felicidade estranha que há muito tempo não sentia nasceu em seu coração.
Era só se virar e encarar o rosto dele.Mas, estava tremendo.E se ele não gostasse dela?E se...?
Era melhor não pensar assim.
-Ei... Você vai ficar aí sentada para sempre?-ele perguntou mal-humorado.-Posso pelo menos saber seu nome?
Ela fechou o livro, depois, o leria até o fim, com certeza.Respirou fundo e dando um grande sorriso se levantou.
E virou-se.-Meu nome é Kagome...-seu sorriso murchou ao ver quem era.
Não podia ser...
No rosto de ambos uma expressão cheia de temor, intriga e espanto.
-Inuyasha.-ela murmurou balançando a cabeça negativamente.
-Kagome.-ele fez o mesmo.
Era impossível.Impossível.
O garoto que tinha beijado um dia antes do ocorrido com sua família era seu meio-irmão.
Ela levou a mão à boca horrorizada.-Eu não posso acreditar que é você...-os olhos se encheram de lágrimas.
E ele deixou a boca entreaberta.
Por Deus... Ele era seu meio-irmão.O garoto que beijou era do sue sangue, era seu meio-irmão, como?
Não conseguia acreditar.Havia com certeza, cometido o pior pecado de sua vida...Eles eram pecadores, apenas, pecadores.
--Continua--
-.-.-.-
Comentem.Beijocas.Dani
