Autora: Ligia Maria Araki
Disclaimer: Não são meus. São da J.K. Rowling, e eu só to pegando emprestado por um tempo.
e-mail: r.araki@uol.com.br
Capítulo 2- O Reencontro
Hermione estava sentada na grande mesa de reuniões de escritório de advocacia que trabalhava.Aos 32 anos ainda era uma mulher bonita,e não aparentava nem um pouco a idade que tinha.
Ela estava um tanto irritada aquele dia.Ontem o seu "chefe" havia chamado-a para entregar um caso novo,o qual ela teria que trabalhar com um outro advogado.E era justamente esse fato que a deixava brava.Desde que se tornara sócia do escritório, nunca precisou de ninguém para trabalhar com ela. Achava que tinha capacidade suficiente para trabalhar sozinha, sem a "ajuda", o "suporte" de alguém. E se todos esses anos ela se mostrou tão eficiente, por que logo agora teria que ter um "parceiro"?
Hermione tamborilava os dedos, impaciente, sobre a grande e elegante mesa de mogno. Assim que terminara Hogwarts, ela se formara na academia de Aurores. E claro, lutou na Guerra contra Voldemort e contra... e contra Rony também. E essa última parte foi que a deixou mais triste. Ron era seu melhor amigo. Um dos seus melhores amigos, junto com Harry. Ela simplesmente ficara triste por ele ter mudado de lado, e, lutar contra ele fora uma coisa muito dolorosa.
Depois que a Guerra terminara, ela era outra pessoa. Aliás, quase todos que lutaram na linha de frente da Guerra, haviam mudado. Todos, principalmente Harry. Ele se tornara uma pessoa fria, séria, sem sentimentos, ficara repentinamente tão maldoso, soltando frases que machucavam os ouvintes, e fechou-se para tudo. Construiu um muro ao redor de si, o qual ela não conseguira quebrar. E bem, depois de muito pensar, refletir, depois de tudo que vivera na guerra, de tudo o que passara, achou que estava na hora de deixar o Mundo Bruxo. Afinal, as únicas duas pessoas que a mantinham nele, haviam se distanciado dela.
Ela foi morar novamente com os pais, e decidira que viveria entre os trouxas desde então. Cursara Direito. Hermione sempre quisera ser advogada e resolveu que jamais faria uma mágica novamente. Tentaria esquecer o Mundo Bruxo, como se nunca tivesse feito parte dele.
Isso funcionou nos primeiros anos, mas como ela tinha muita mágica dentro de si, coisas estranhas começaram a acontecer, por não exercer a magia. Uma vez estava no tribunal, quando o Juiz, aparentemente irritado com algo que ela dissera perguntou: "Srta. Granger. Acha que esse tribunal é um circo? A stra. acha que eu tenho cara de palhaço?". Bem, Hermione não achava que tinha dito algo de errado, e ficou muito brava com o tom que o juiz usou com ela. Mas brava mesmo. Resultado? O Juiz ganhou mesmo uma cara de palhaço, com direito a nariz e peruca. Então começou a fazer pequenas magias dentro de casa, para nenhum juiz mais ganhar uma cara de palhaço.
Mas ela nem imaginava a surpresa que teria dali alguns minutos...
Foi quando a porta da sala se abriu e Phillip,um senhor de 50 anos, o sócio majoritário do escritório, entrou e sentou ao lado dela.
-Bom dia Hermione.-Phill começou sorridente- Como está esta manhã? Aliás, manhã, quase tarde...- termina olhando no relógio
-Bem.-Hermione respondeu seca.
-Ora, Hermione, vamos. Não vai ser tão ruim assim trabalhar com alguém!-Phillip fala de bom humor e sorridente. Ele sabia que ela não ficou feliz em saber que teria um companheiro de trabalho.
-Por que eu terei que trabalhar com outra pessoa? Nunca precisei disso Phillip, sabe muito bem.-Mione agora estava nervosa.
-Claro que sei Hermione. Você é uma das minhas melhores advogadas. Apenas penso que ter ajuda nesse caso seria muito útil.
-E quem é a pessoa com quem vou trabalhar?-Pergunta curiosa.
-Você não conhece.-Phillip fala naturalmente.
Agora Mione estava realmente brava. Ela já não gostava da idéia de ter que trabalhar com alguém, e se ela nem ao menos conhecia essa pessoa, gostava menos ainda. E Phill falava com essa naturalidade.
-Ah! Mas que ótimo! Já não basta eu ter que trabalhar com alguém, coisa que eu nunca precisei, e ainda por cima eu nem conheço essa pessoa? Devo presumir que não é ninguém do escritório, né?-Hermione já estava de pé, andando de um lado para o outro, e sua voz continha irritação clara.
-Não, não é ninguém do escritório. E por favor se acalme, esse nervosismo todo só te trará rugas.-Phillip falava de bom humor. Esse era seu jeito, sempre de bom humor, e sorrindo. Mas quando entrava num tribunal, ele mudava completamente.
-E quem é essa pessoa? E por que ainda não chegou? E por que eu não posso trabalhar com o Mark, por exemplo? Eu o conheço, é meu amigo...
-Já deve estar a caminho. E você, pare de fazer tantas perguntas. Não vai trabalhar com o Mark, porque ele está em outro caso, além do mais, o novato é especialista em direito criminal.
Então a secretária de Phillip, entra na sala.
-Phill, o novato está aqui.
-Mande-o entrar Susan, por favor.
E assim ela fez. E quando o homem entrou na sala, Hermione, simplesmente deixou o corpo cair sobre a cadeira. Seu rosto era de completo choque.
-Harry...-Mione diz num tom baixo.
-Já se conhecem?- Phill pergunta curioso.
-Sim.-Mione diz ainda chocada
-Não.- Harry responde ao mesmo tempo que ela.
-Sim, ou, não?-Phillip pergunta confuso.
-Só de vista, senhor Falcon.-Harry diz sério olhando para Hermione, como quem dizia que era para ela sustentar a história que ele estava dizendo.
-Ah! Por Favor, me chame de Phillip. Não precisamos de cerimônias, somos todos colegas de trabalho.-Phillip diz sorrindo.
-Como quiser.-Harry diz dando um leve sorriso
-Bem, sente-se... Creio que minha secretária já lhe enviou uma cópia do caso. E Olha que cabeça a minha... Está é Hermione Granger, sua parceira.-Phillip diz apontando para Mione que ainda mantinha a expressão de surpresa
-Prazer em conhece-la, Hermione- Harry diz como se realmente só a conhecesse de vista, como se nunca tivessem conversado antes, como se nunca tivessem sido melhores amigos.
-Prazer.-Ela diz apertando a mão dele que estava estendida. "Ele é um ótimo ator", pensou, "Eu aqui com uma cara de boba, e ele finge que nunca me viu antes..."
-Tive ótimas recomendações suas Harry. Por isso chamei você para trabalhar conosco. A minha querida Hermione aqui,-Phillip diz pegando na mão de Mione e sorrindo- É a melhor advogada que eu tenho. Muito difícil ela perder um caso.
-Não duvido nada Phillip.-Harry diz, dando um olhar significativo para Hermione.
-Ah! Sim, minha Hermione é uma mulher brilhante. Para você ter uma idéia, ela foi à pessoa que mais rápido conseguiu ficar sócia do escritório... E olha que geralmente as pessoas esperam anos, e anos. Ela não esperou nem 2...-Phillip diz sorrindo orgulhoso, ainda segurando a mão de Mione
Harry não disse nada. Apenas olhava para Hermione como se estivesse analisando-a. Os anos foram muito gentis com ela. Mas claro, ainda estava a mesma. A não ser pelos cabelos que não eram mais cheios, e sim lisos, no comprimento dos seus ombros. Estava vestida como uma, "mulher de negócios", e tinha a postura de uma advogada. Brilhante.... Ah! Phillip Falcon não sabia quase nada de quanto Hermione podia ser brilhante...
Hermione não estava gostando nada de ver aquele olhar de Harry em cima de si. "Ele não mudara nada, desde a última vez que eu o vi...O mesmo jeito, o mesmo olhar frio..." Ela sabia que precisava fazer algo, para tirar aquele par de olhos verdes, que a olhavam.
-Phillip, acho que...-Hermione hesitou por um momento. Chamaria-o de Potter? Ou de Harry? Bem, o Harry que ela conheceu certamente não era o homem que estava sentado a sua frente. Esse, ela não conhecia, e não fazia questão nenhuma de conhecer.-Acho que o Senhor Potter não precisa que você fique me elogiando... -Mione decidira que sustentaria o mesmo jeito, o mesmo modo de olhar que recebesse de Harry dali por diante.
-Ah! Sim, claro, bem vou deixa-los a sós, bem, para vocês se conhecerem melhor... -Phillip diz levantando-se e saindo da sala.
Minutos passaram e nenhum dos dois disse uma única palavra. Apenas ficaram se olhando por vários minutos, até que Mione resolve falar:
-O que está fazendo aqui?-Hermione estava tão séria quanto Harry.
-Não está vendo? Estou trabalhando.-Harry responde como se ela fosse uma criança que fizera uma pergunta boba qualquer.
-Trabalhando? Não, EU estou trabalhando, vou perguntar mais uma vez. O que você está fazendo aqui?
-Isso não são modos de receber os velhos amigos Hermione. Vim ver como você estava, te ajudar...
-Ah! Além de "frio", "cruel", agora você está ficando cínico?-Ela jamais se esqueceria de como ele havia sido cruel com ela, quando a guerra terminou.-Primeiro: Eu recebo as visitas como bem entender, afinal, quem fingiu não me conhecer aqui, foi você. Segundo: Eu estou muito bem, obrigada. E terceiro: Eu não preciso de ajuda.-Hermione agora estava visivelmente irritada.
-Não estou sendo cínico...-Harry estava com a mesma expressão fria, dos últimos tempos.
-Ah! Potter, não me faça...-Mas Mione não terminou de falar. Harry a interrompeu antes disso.
-Uh!Potter? Sabe, você me chamando assim soa tão estranho... Eu estou acostumado com o Harry.- Se a tentiva era aparecer magoado, Harry não foi bem sucedido. As suas expressões não condiziam com que ele estava dizendo.
-Então trate de se acostumar com o Potter. Afinal, nós "não-nos-conhecemos"-Hermione falava as ultima palavras pausadamente- E então não vejo porque chamá-lo pelo primeiro nome. Nós chamamos os amigos pelo primeiro nome.
-Ah! Então isso significa que eu não posso mais me considerar seu amigo?-Harry mantinha sua pose fria e impassível. Sua voz era baixa, e demonstarava que ele não se importava com a resposta.
-Se importa com isso? Porque não parece.-Hermione devolve no mesmo tom. Em momento algum eles quebraram o contato visual.
Mas Harry não teve tempo de responder a pergunta, porque um homem entrou na sala nesse momento.
-Mione?-Era Mark, seu amigo -Vim perguntar se nosso almoço ainda está de pé. Ou talvez você queira almoçar com o seu novo parceiro...-Mark já estava dentro da sala, caminhando até Harry e Hermione.
Porém Mark percebeu que o ar estava muito "carregado" naquela sala. E olhou para Hermione que estava muito séria. Ele até achou graça, ela tinha essa cara apenas quando estava no tribunal. Talvez ela ainda estivesse brava com o fato de ter que trabalhar com alguém.
Mione, ainda encarando Harry, fala, dirigindo-se para Mark.
-Mark, gostaria de lhe apresentar, o Sr. Potter.-Ela enfatizou o Potter- Ele irá trabalhar comigo naquele caso Halkin.
-Muito prazer em conhece-lo Sr. Potter. Mark Rudson- Diz com um sorriso, e termina estendendo a mão para Harry.
Harry não diz nada, apenas aperta a mão que estava estendida.
E o silêncio voltou a reinar na sala. Mark estava se sentindo incomodado. Qual era o problema? Por que aquela tensão toda?
-Mione?
-Hum?
-Sobre o almoço....
-Ah! Sim. Não Mark, é claro que eu irei almoçar com você.-Vira-se para o amigo e suaviza as expressões.
-E o você Sr. Potter?
Hermione olhou para Mark como se pedisse pelo amor de Deus para não convidar Harry para o almoço.
-Muito obrigado, mas eu tenho outras coisas para resolver durante o almoço.
-Bem, então.-Virando-se para Hermione diz-Vamos?
-Claro Mark!-Diz com um sorriso.
Hermione vira-se para Harry e lança um olhar frio, assim como o de Harry, e sai da sala o deixando para trás sentado à mesa.
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O caminho de ida para o almoço foi feito em total silêncio. Mark até tentou puxar conversa, mas Hermione estava respondendo com monossílabos, então ele acabou desistindo.
Ela por sua vez, virou o rosto para a janela do carro e ficou pensativa. Começou a lembrar-se do passado, de como as coisas aconteceram. Ela namorou Harry durante seu quinto ano. Mas quando chegou ao sexto, ficou confusa. Não sabia mais se gostava do Harry, ou de Rony. Claro que Ron não teve uma reação muito boa quando soube que os dois estavam namorando, e ficou um bom tempo sem falar com eles. Mas logo no começo dos sexto ano, ele a procurara dizendo que gostava muito dela, que ver os dois juntos doía muito, e que na verdade ele parou de falar com seus dois melhores amigos não porque eles começaram a namorar escondido, e sim porque ele estava machucado por perdê-la, e a partir dali, ela já não sabia mais se realmente queria ficar com Harry.
E ficou dias pensando naquela conversa, mas tentou não mudar seu jeito com Harry. Mas claro, ele percebeu que alguma coisa não ia bem. Todavia, sempre que perguntava o que tinha de errado, ela desconversava e dava a velha desculpa que estava "cansada".
Até que um dia, Harry teve que passar o dia fora do castelo, resolvendo algumas coisas com seu padrinho, e Rony e Hermione ficaram o dia todo no salão comunal da Grifinória. Era um sábado muito frio, e dia de visita a Hogsmeade. Mas essas visitas haviam se tornado chatas depois de todos esses anos. E eles resolveram ficar no castelo, fazendo os deveres acumulados, jogando xadrez e conversando. Foi durante as conversas que acabou acontecendo o inevitável. Eles se beijaram. E naquele dia, Mione achou que o mundo iria desabar na sua cabeça. Se as coisas já estavam confusas, depois do beijo então, elas ficaram mais ainda. Ela decidiu por terminar com o Harry, pensou que a partir do momento que duvidara do que sentia por ele, era hora de dar um fim ao relacionamento deles.
Claro que Harry ficou muito magoado. Ele simplesmente não entendia o porquê ela estava terminando o namoro. Gostava muito de Hermione, tinha quase certeza que a amava. Quando ela começou a namorar o seu melhor amigo, aí sim, foi como se tivesse uma mão apertando maldosamente seu coração. Cada vez que ele os via juntos, a mão aumentava a pressão. Sentiu-se traído. E foi dali por diante que Harry começou a mudar. Começou a ficar distante, começou a não se importar muito com as coisas que aconteciam ao seu redor. Começou a construir o muro que, em sua concepção, o manteria longe da dor.
Nas férias de verão daquele ano, foi a primeira vez que Harry fora convidado para ir a Toca, e recusou o convite. Era mil vezes melhor ter que agüentar os Dursleys, do que ver a cena do seu melhor amigo e dela, juntos. Não queria que aquela mão chata apertasse ainda mais seu coração. Já não bastaria a "tortura" que seria vê-los em Hogwarts. Claro que os Weasleys não entenderam a recusa, e fizeram Ron escrever cartas e cartas insistindo que ele fosse. E Harry continuava irredutível. Até eles darem o ultimato. Ou Harry iria, ou eles iriam busca-lo na marra. Mas com essa história de ir, não ir, passou-se muito tempo, e Harry chegou a Toca faltando apenas 4 dias para voltar a Hogwarts. Ninguém perguntou a ele por que não queria vir, todos haviam entendido. E todos também não puderam deixar de notar que ele estava diferente. Não por causa do namoro de Hermione e Rony. Ele apenas estava mudado.
O tempo foi passando, e Hermione percebeu que cometera um erro ao deixar Harry. Ela não gostava tanto assim de Rony, e sua relação com ele começou a passar por muitas crises. Eram brigas atrás de brigas. Ela percebeu que gostava mesmo era de Harry. E que era com ele que ela gostaria de ficar, e depois de muito pensar, foi tentar consertar seu erro. E foi aí que ela percebeu o quanto ele havia mudado.
-Harry? Será que nós poderíamos conversar?-Hermione sentou-se na frente dele na mesa da biblioteca.
-Pode falar.
-Não aqui... Em outro lugar.
-Onde então?
-Não sei... Nos jardins talvez...
-Hermione, se você não percebeu eu estou estudando...-Harry falou impaciente.
-Não vou demorar muito. Prometo.
-Ok.
Quando já estavam nos jardins, eles ficaram um tempo em silêncio. Hermione não sabia por onde começar.
-Então?-Harry pergunta impaciente, mas muito mais curioso.
-Harry... Eu acho que deve saber que eu gosto de você...
Ele olhou para ela como se estivesse falando uma tremenda mentira.
-Tá, e daí?-Harry pergunta indiferente.
-E daí que você também deve saber que eu terminei com o Rony faz alguns meses...
-Não, não sabia.-Ele não estava mentindo. Realmente não sabia dessa notícia.
-Claro que não sabe, se distanciou da gente...
-Eu não me distanciei. Todos os dias eu tomo café, almoço, e janto com vocês.
-Tudo bem, mas é como se você não estivesse lá. Quase não conversa com a gente, sempre está disperso...
-Hermione onde você quer chegar?-Agora sim ele estava impaciente.
-Eu cometi um erro Harry. Nós nunca deveríamos ter terminado. Eu nunca gostei do Rony como eu gostei de você. Pensei... Pensei que eu pudesse ter outra chance... Para consertar a besteira que fiz...
Harry não disse nada. Apenas começou a gargalhar. Hermione olhou estranho para ele.
-Você acha que eu sou um idiota?-Ele fala ainda dando risada.
-Não, claro que não Harry, eu só pensei...
-Se você tivesse pensado antes, poderia ter poupado a si mesma desse papelão.
-Papelão?-Hermione perguntou confusa.
-Sim, papelão. Claro, você deve ter pensando que o idiota do Harry aqui não iria pensar duas vezes em te aceitar de volta..-Elle olhava bravo para ela. Era a primeira vez que Hermione recebia um olhar com aquela intensidade de Harry.
-Eu cometi um erro. E agora eu estou tentando consertar. Nunca errou na vida?
-Me magoou muito sabia Mione. Eu gostava de você. E do nada terminou comigo, e nem ao menos eu soube o que fiz de errado. Não sabe quanto foi doloroso para mim ver vocês dois andando juntos por aí, quando na verdade era eu que deveria estar no lugar do Rony, afinal, eu duvido que ele gostasse de você mais que eu.-Harry agora falava baixo, e sua voz era extremamente magoada.
-Me desculpe Harry... Já disse, cometi um erro. Você não poderia me dar uma outra chance?
-Não. Achou que ia me usar, depois dispensar e eu ia voltar correndo para você? Está enganada... Por que você não vai dar em cima do Malfoy, hum? Aí quando você enjoar poderia dar em cima do Crabbe e o Goyle. Ou quem sabe os três de uma vez...-Harry disse maldoso, lançando nela um olhar irado, levantando-se e indo embora.
Teria doído menos se ele tivesse a esbofeteado. Doeu o modo que ele disse, como se ela fosse uma qualquer. Doeu ele mandar ela dar em cima do Malfoy, pessoa pela qual tinha repugnância. Mas doeu muito mais o olhar que ele lançou a ela. Hermione se lembrara de quanto havia chorado aquele dia.
Mas Harry percebeu que ela ficou magoada com que ele dissera, e como ainda gostava dela, por mais que não quisesse admitir, acabou indo pedir desculpas, e tudo voltou a ser, aparentemente, a ser como era antes.
Até que Rony resolveu mudar de lado. Quando Harry recebeu esta notícia ficou extremamente triste e magoado. Mas esses sentimentos não duraram muito. Logo eles se transformaram em ira. Uma ira que ela jamais vira ele sentir. Por causa disso, a sua confiança para com ele ficara abalada.
Então veio a Guerra. E tudo o que Harry viveu, viu,e sentiu, ficou marcado nele. Toda a frieza, a raiva, a crueldade, acabaram entrando nele. E ele se tornou a pessoa que era hoje.
Uma vez, durante a guerra, ele foi até o quarto dela à noite, aparentemente para conversarem e combinarem o ataque que seria feito a um acampamento de Comensais, e eles acabaram dormindo juntos.Ela tinha perdido a virgindade com Rony, coisa que se arrependera amargamente, mas aquela noite havia sido muito especial. Parecia que era a última noite dos dois, como se eles estivessem indo para a batalha final. No outro dia ela acordou sozinha, e quando saiu para o café, Harry a tratou como se nada tivesse acontecido. Ela tentou conversar com ele sobre o assunto, mas ele sempre se esquivava. Naquele dia, ela realmente havia se sentido como uma qualquer.
Mas eles não tiveram só aquela noite. Durante a guerra, tiveram muitas outras noites, e ela sempre acordava sozinha, e no outro dia, para ele, nunca tinha acontecido nada. No começo até tentou rejeitá-lo, mas Harry a beijava com tanto amor, a tocava com tanto carinho, e sempre acabava cedendo.
A Guerra terminou, e ela pensou que com isso eles finalmente pudessem ficar juntos. Mas estava completamente enganada. Depois que tudo acabou ele foi ainda mais cruel. Hermione tentou de tudo,mas Harry era sempre frio, indiferente e estúpido. Então um dia ela se cansou, e foi aí que decidiu sair de vez do Mundo Bruxo.
-Mione?-Mark a estava chamando.-Hermione, chegamos!
Ela olhou para ele, e seus olhos estavam um pouco marejados. Lembranças, não gostava delas porque a faziam sofrer.
-Está tudo bem?-Mark pergunta preocupado.
-Sim- Mas ele não acreditou nela.
Eles entraram no restaurante e fizeram os pedidos. E o silêncio estava incomodando Mark.
-Hermione, por que não me conta o que está havendo?
-Não está havendo nada Mark.
-Você está muito estranha hoje.
-Não é nada.-Ela sorri para ele- Eu apenas não quero falar sobre isso.
-Não gosto de ver você triste. Por que não tenta me falar qual é o problema? Posso tentar ajuda-la...-Mark fala prestativo.-Tem a ver com o novato que vai trabalhar com você?
-Tem...-Hermione acaba falando, vencida.
Mark não diz nada, apenas olha para ela como se a incentivasse a continuar.
-Você sabe quem é o novato Mark?
-Não... Quem?-Pergunta curioso.
-Harry Potter.
-Oh!-Mark a olha surpreso.-Aquele Harry Potter?-Mark sabia que Mione era uma bruxa. Afinal, o dia que o Juiz ganhou a cara de palhaço, ele estava no tribunal trabalhando com ela. E também sabia de toda a história de quando Hermione estava no Mundo Bruxo. Do que ela passara. Eles eram bons amigos. Ele era o melhor amigo dela agora.
-Aquele Harry Potter.-Hermione diz baixo.
-Eu vou conversar com Phillip, vou tentar convence-lo a deixar eu trabalhar com você nesse caso,-Mark fala sério. Ele era assim com ela, Sempre protetor e prestativo.
-Ora Mark, sabe muito bem que Phillip está realmente decidido a fazer com que eu trabalhe com ele. Nada que você diga vai faze-lo mudar de idéia.
-O que ele está fazendo aqui? Me disse que ele trabalhava lá naquele mundo que você veio...
-É eu também achava isso. Eu gostaria de saber o que ele está fazendo aqui. Por que trabalhar comigo? Mas claro se eu perguntar o mais provável é tomar uma patada. Não vou deixar ele fazer comigo tudo o que já fez, mais uma vez. Desta vez vai ser bem diferente. E poderíamos, por favor, mudar de assunto? Eu realmente não quero falar sobre isso...-diz triste.
-Tudo bem...-E vendo sua cara triste diz.-Hey! Não quero vê-la triste.-Pega na mão dela,acariciando-a e termina.-Vamos, me dê um sorriso...
Hermione, a muito custo acabou, sorrindo para ele.
Harry estava andando pelas ruas de Londres, lembrava-se que por ali havia um restaurante muito bom. Quando ele passou na frente dele, pode ver, pela janela, Hermione e Mark. Esse acariciava a mão dela, e ela sorria. Ele parou e estreitou os olhos, olhando a cena, e sentiu aquela mãozinha apertando seu coração novamente. Fechou os olhos, num gesto triste. Eles... eles lembravam a época que ela namorava Rony, o traidor. "Não." Harry pensou, "Não vou sofrer novamente... Chega disso..." Quando ele abriu as orbes novamente havia raiva nos olhos verdes.
Continua =