Título: Luz e Sombra

Autora: Ligia Maria Araki

Disclaimer: Não são meus, e blá blá blá.... Aquela palhaçada de sempre...

e-mail: r.araki@uol.com.br

Capítulo 16 -

Estava uma noite muito bonita. A brisa noturna fria e o céu límpido faziam com que aquela madrugada tivesse um toque especial.

Eram quase três horas da manhã e Harry não parecia estar com sono, muito pelo contrário, Ele estava sentado no parapeito da varanda de seu apartamento, com os pés balançando ao vento, no último andar do prédio, que era relativamente alto, sentindo o vento bater em seu rosto.

No som, tocava música clássica num volume altíssimo.

Desfez o nó da gravata com uma das mãos e depois disso, deixou que a melodia entrasse por seus ouvidos, acompanhando a música com as mãos.

Harry não era muito fã de música clássica, mas achou que aquele era um excelente dia para ouvir.

Encheu mais uma vez o copo com Vodka e voltou novamente seu olhar para o céu e as lembranças ao que havia acontecido aquela noite, fechando os olhos. Sorriu ao lembrar de como havia deixado Hermione nervosa. Realmente havia conseguido o que queria.

Ele não queria pensar naquele momento sobre a informação que havia conseguido tirar dela. Não... Hoje ele apenas gostaria de "brindar" o quanto havia sido bem sucedido. Tirar Hermione do sério, a ponto de fazê-la perder a compostura, não era qualquer um que conseguia.

Não podia negar que tinha sido divertido vê-la apavorada, gritando, segurando o banco do carro com força e vê-la fechar os olhos toda vez que quase batia em um carro. Hermione deve ter pensado que morreria naquele dia, mas Harry jamais faria algo para feri-la.

Por mais que Harry não quisesse admitir, no fundo ele sabia que Hermione era uma das únicas pessoas com quem ele poderia contar. Ele sempre deu um jeito de saber o que acontecia na vida dela. Sempre dizia pra si mesmo que era apenas para saber quando ela iria procurá-lo e pedir ajuda. Mas, na verdade isso tudo era apenas um desculpa para esconder a sua preocupação. Por mais que ele quisesse acreditar que não moveria um dedo para ajudar, Harry sabia que não pensaria duas vezes antes de ajudá-la.

Ele não estava bravo ou irritado com as coisas que ela havia revelado naquele dia, pelo simples fato de que não queria pensar muito naquilo agora. Sabia que aquela era a Hermione que ele conhecia. Sabia também que caso precisasse ela estaria fazendo a mesma coisa.

O moreno estava ainda sentando, tomando sua Vodka, e fazendo gestos com a mão, os quais acompanhavam a música. Realmente, era uma belíssima noite.

Então, de repente, um começo de arrependimento veio. Talvez fosse a bebida que finalmente estivesse fazendo efeito, ele não sabia ao certo. Será que ele se arrependia?

A noite estava tão bonita e límpida quanto aquela. Já era bem tarde, quase uma da manhã, e Harry estava sentado no parapeito da janela observando as estrelas. Hermione havia marcado aquele encontro, e pelo tom sério, ele sabia que era uma coisa importante, e algo dentro dele sabia que não iria gostar.

Hermione andava muito estranha nos últimos tempos. Quase não falava, sempre estava ocupada, e quando ele tentava conversar com ela, para ver o que estava acontecendo, sempre desconversava, ou falava que não era nada, que estava muito cansada... Cansada... Ele estava ficando cansado de tudo aquilo, e sempre trazia um sentimento de culpa. Como se ele estivesse fazendo algo que não a estava agradando, ou fazendo alguma coisa errada.

Então, ele escutou a porta da sala se abrir, porém não se moveu. Continuou olhando para o céu, de costas para a porta, como se não tivesse percebido.

- Harry?- Hermione chamou, meio hesitante.

Ao escutar a voz de Hermione entrando em seus ouvidos, Harry fechou os olhos, e um sentimento de angustia se apoderou dele. Agora ele tinha certeza que o que quer que ela fosse falar, não iria agradá-lo nem um pouco.

- Sim. - ele responde sem se mover.

- Nós podemos conversar? - a voz dela nunca pareceu tão doce e tão calma. Isso só estava fazendo ele se sentir ainda pior.

- Agora você quer conversar? - sua voz saiu irônica, por menos que ele tivesse a intenção.

Pelo modo que Harry estava se comportando, Hermione percebeu que aquela conversa não seria nada fácil. Ela começou lentamente a caminhar até onde ele estava sentado, e quando chegou, colocou uma mão em seu ombro. Ela sentiu os músculos dele ficarem tensos.

Nas últimas semanas eles acabaram se distanciando mais do que já estavam distanciados. No começo, quando Hermione começou a "fugir" de Harry, ele ainda fazia de tudo para estar junto dela. Quando eles tinham tarefas de monitoria separada, Harry arranjava um jeito de acabar a sua parte antes e ir ajudá-la. Esperava ela chegar na torre depois da sua ronda, acompanhava-a até a classe quando tinham aulas separadas, e chegou até a perder alguns poucos treinos de Quadribol. Ela estava sempre inventando desculpas, mas ele foi bastante insistente. Harry estava sempre querendo saber o que estava acontecendo, mas Hermione não tinha coragem de dizer. Mas parece que Harry havia entendido, pois nos três últimos dias eles mal se falaram. E quando se falaram, foi apenas assuntos de monitor, ou alguma bobagem sem importância.

Hermione observava o namorado e se sentia a pior pessoa do mundo. Ela podia sentir o quanto ele estava triste, magoado com o comportamento dela, e ainda tinha o fato de ela haver beijado outro homem. Harry não merecia aquilo, com certeza.

As últimas semanas haviam sido horríveis para ela também. Num dia ela beijou Rony, e viu que talvez não sentisse tudo aquilo por Harry. Depois ainda tinha o fato de que ela se sentia culpada, triste e confusa, e acabou passando aqueles dias não só se distanciando de Harry, mas de Rony também. Ela sabia que o ruivo queria conversar sobre o beijo, mas ela apenas queria colocar os pensamentos em ordem. Na verdade, ela queria era sumir, ir para um lugar bem longe.

- Harry... por favor... - Hermione falou baixo. Sua voz não passava de um sussurro.

- Pode falar Hermione, eu estou ouvindo. - a voz de Harry era seca.

- Olha para mim, por favor. - a voz dela era suave como um veludo.

Quando Harry se virou, e sentou-se de frente para ela, ele olhou de uma vez nos olhos dela. E isso foi suficiente para que ele tivesse entendido o que ela queria com aquele encontro.

- Pronto. Pode começar. - Hermione estava estranhando muito o modo que Harry estava falando. De repente ele ficou tão diferente, ela jamais imaginou que ele pudesse falar com essa frieza, essa indiferença. Harry nunca foi de esconder ou disfarçar os seus sentimentos.

- Harry. Bom, você deve ter percebido que as coisas andam meio estranhas entre a gente... - Hermione nunca pensou que seria tão difícil essa conversa.

- Sim, e daí? - Hermione não estava gostando do que via nos olhos do namorado.

- Bom, Harry, eu nem sei como eu vou te dizer isso, mas... - ela não terminou de falar, ele a cortou antes disso.

- Você quer terminar, é isso? - ele perguntou seco. Hermione estava ficando realmente muito assustada com o Harry o qual estava na sua frente. Ele não tinha nada do Harry que ela conhecia.

- É, mas Harry... - mais uma vez, ele não a deixou terminar.

- Por mim, tudo bem. - ele disse indiferente. - Há muito tempo que o que nós tínhamos não pode mais ser chamado de namoro. - terminando de dizer isso, ele pulou do parapeito da janela e seguiu para a porta.

Hermione sabia que aquilo seria muito difícil, e ela estava preparada para muitas reações que Harry, possivelmente, teria. Agora essa que ele estava tendo, sinceramente, nunca havia passado pela cabeça dela. Ela tentou pará-lo, segurando o braço dele.

- Harry, por favor, eu não quero que você saia assim, eu preciso explicar algumas coisas... - Hermione sabia que se ele saísse daquela maneira, provavelmente ela perderia ele como um amigo e isso ela não queria.

Ele olhou para o braço que ela estava segurando e depois, com os olhos brilhando de raiva, disse:

- Um pouco tarde para isso, não acha?

- Harry, por favor, você não está compreendendo a situação... - Hermione não conseguia encarar aqueles olhos verdes que ela tanto gostava. Estava doendo ver o que tinha neles.

- Estou sim, não sou idiota. Você está terminando, o que mais eu deveria compreender?

Ela segurou um pouco mais forte o braço dele e fechou os olhos. Deus, como isso estava sendo difícil.

Não que ela não gostasse dele. Mas ela estava tão confusa...

- Eu só gostaria de saber, o que eu fiz de errado. Eu fiquei esses últimos dias apenas pensando nisso. Onde eu errei. - agora ela podia sentir tristeza e mágoa na voz dele. E isso a machucava da mesma forma que doía nele.

- Não foi você. - ela olhou para ele e tinha os olhos cheios de lágrimas. Ela se aproximou mais dele, ainda segurando a manga de seu uniforme. - O problema sou eu, você foi um namorado maravilhoso Harry. - com a mão livre, ela tocou no rosto dele. - É que eu estou tão confusa... Eu não queria te machucar... - ela estava sendo sincera.

Harry fechou os olhos ao sentir a mão de Hermione em seu rosto. Ela não tinha idéia do quanto isso estava doendo. Quando eles começaram a namorar, Harry achou que aquela era a primeira vez na vida em que realmente era feliz, e se sentia completo. Agora era como se tudo que ele sentia estivesse sendo arrancado dele. Começava a duvidar se não havia algum Dementador naquela sala vazia, porque ele se sentia como se houvesse um.

Ele se afastou bruscamente dela, quebrando o contato. Quando ela olhou novamente para ele, não reconheceu aquele brilho. Aquele brilho e aquele olhar com o qual ele passou a olhá-la desde então.

- Acho que agora é tarde para isso, não é mesmo, Hermione Granger? - a voz dele parecia gelo, de tão fria. Ele apenas continuou seu caminho até a porta, deixando-a sozinha com suas lágrimas.

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Harry estava sentado na sala dos monitores, olhando a lista de objetos proibidos, e acrescentando a "listinha" a mais que Filch havia passado, quando Hermione entrou na sala.

Fazia três meses que eles haviam terminado, e só depois de um mês que eles voltaram a se falar. Antes, nem assunto de monitoria eles discutiam. Eles sempre eram dados por meio de "recados" ou escritos em papel, ou por outro monitor.

- Harry, você poderia me fazer um favor?

- Fala. - ele respondeu sem tirar sua atenção dos papéis.

- É que eu acho que não poderei fazer a ronda hoje... Você poderia fazer sozinho?

- Tanto faz, pode ser. - ele respondeu indiferente.

- Ok, muito obrigada.

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Harry já havia feito a sua parte da ronda, mas mesmo assim ele continuou andando pelos corredores. Ele andava sem sono mesmo nesses últimos dias, e criara o hábito de andar à noite pelo castelo. Às vezes ele até pegava sua vassoura e voava, mas esta noite ele estava com um sentimento estranho. Sabia que se ficasse tempo a mais na sua ronda, pegaria muitos alunos fora das camas, e descontaria pontos.

Era estranho ver Harry Potter pensando assim, tendo prazer em descontar pontos de outras casas. Ele mesmo achava estranho, mas agora se sentia assim e pensando nisso, ele viu que o chapéu seletor tinha motivos quando quis colocá-lo na Sonserina.

Era a terceira vez que ele passava pelo mesmo local e já pegara quatro pessoas fora da cama. Dois da Sonserina e dois da Corvinal. Dois casais para ser mais exato. Harry não conseguiu deixar de pensar em como esses alunos eram idiotas. Ele mesmo freqüentava todos os "esconderijos" com Hermione quando eles namoravam e portanto, sabia da maioria deles. E foi utilizando desse conhecimento, que ele apenas fez ronda nesses lugares.

Quando Harry se sentiu satisfeito pelos pontos que retirou, resolveu voltar para a Torre e tentar dormir.

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- Rony, eu não acho uma boa idéia a gente ficar aqui. Olha que horas são, nós podemos conversar depois.

- Ah, Mione, larga de ser desmancha prazer. Você tem me evitado durante muito tempo depois daquele beijo. Temos que conversar sobre o que aconteceu. Você sabe disso!

Hermione olhou para ele durante alguns instantes, um pouco indecisa. Mesmo tendo terminado com Harry, ainda tinha uma estranha sensação de o estar traindo estando com Rony. Era estranho.

- Tudo bem! - respondeu por fim. - Mas onde está o Harry? Ele já está dormindo não é?

- Claro. - respondeu o ruivo, mentindo descaradamente. Não queria que Hermione se preocupasse com Harry Potter logo no momento mais importante para os dois!

- Muito bem, então. O que devo lhe dizer sobre o que aconteceu conosco?

- Que tal começar pelo princípio. Você gostou de me beijar?

- Ei seu convencido! - exclamou ela, um pouco vermelha. - Se você pensa que eu vou te dar esse gostinho está muito enganado.

Eles riram juntos por alguns instantes, quebrando completamente o clima de tensão que existia minutos atrás. Começava a se formar entre eles uma estranha sintonia.

- Sabe... - começou Ronald. - Acho que devemos experimentar nos beijarmos mais vezes.

- Você acha? Eu considero uma boa idéia. Embora eu odeie admitir, foi muito bom.

- Sabia que você tinha gostado.

- Larga de ser um idiota convencido, Rony.

Ele sorriu novamente mas essa expressão logo se desfez, dando lugar a um olhar carinhoso na face do ruivo. Hermione baixou o olhar, com as bochechas corando furiosamente.

- Sabe Mione, eu sempre gostei de você, sempre pensei em você, antes como amiga, antes como uma segunda irmã, mas de uns tempos pra cá eu penso em você como uma mulher.

Ela levantou o olhar, um brilho se formando nos olhos cor de avelã.

- Comigo é a mesma coisa, me sinto estranha todas as vezes que estou perto de você, é assim meio... - mas antes que ela terminasse Rony a puxou para perto de si e a beijou de um modo que a surpreendeu.

Hermione tentou se afastar a princípio, mais por impulso do que por vontade, mas logo relaxou sentindo os lábios do ruivo sobre os seus. Aquilo era bom, muito bom. Nunca em sua vida poderia imaginar que gostaria de beijar Ronald Weasley. Tudo bem que ele se movia de forma completamente diferente da de Harry e que não sabia o que fazer exatamente com as mãos... mas afinal... Porque ela estava pensando nele justamente agora? Ela daria tudo para estar com Rony uns momentos atrás, e agora o ficava comparando com Harry Potter? O que estava acontecendo com ela? O Rony do seu lado, dizendo que gostava dela, e ela desejando beijar outro garoto? Que confusão estava a sua mente.

Em poucos instantes, ela esqueceu os próprios pensamentos e se entregou ao momento. O salão comunal estava pouco iluminado e só havia os dois ali quebrando o silêncio com os barulhos dos beijos. Hermione inclinou a cabeça para o lado direito e entreabriu os olhos por alguns instantes. Seu coração disparou de repente e ela se afastou com violência de Rony, deixando-o assustado.

- Meu Deus, Mione, o que foi?

Ela nem chegou a responder a pergunta, pois ele seguiu o olhar dela e se virou em direção à entrada do salão comunal. Ali, parado e em silêncio, estava Harry, com as mãos fechadas e os músculos tensos. O rosto escondido nas sombras parecia guardar uma grande mágoa e ódio. E o casal nem precisou vê-lo para perceber isso.

- Harry... - sussurrou Rony, involuntariamente.

- Harry, a gente só... eu e Rony, nós... - Hermione se levantou de repente, indo na direção dele. Sentia uma estranha necessidade de se explicar.

Harry Potter nunca imaginara que iria presenciar uma cena romântica entre os dois amigos. Sentia a raiva dominar seus sentidos, e quando Hermione veio em sua direção tentando explicar a situação, ele simplesmente começou a caminhar em passos rápidos na direção das escadas que davam para os dormitórios. Sem nenhuma palavra, nem comentário ou ataque de histeria. Ele não podia fazer nada. Há muito tempo se perguntava pelos motivos do término do namoro com Hermione e agora sabia: ela estava apaixonada por Ronald Weasley, seu melhor amigo. Ou seria ex?

Hermione tentou se interpor entre Harry e a escada, mas ele foi mais rápido, se desviando dela com habilidade. Ela tentava inutilmente atrair a atenção dele, pronunciando frases impensadas, mas não adiantava. Ele não queria ouvi-la, e agora que ele havia desaparecido em meio ao corredor escuro que dava direto para cima, ela tinha que se contentar com o deslumbre do olhar gélido que ele lhe dera. Ela temia pelo que ele estava sentindo, já era a segunda vez que ele a fitava com tanto ódio!

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Quando as lembranças deixaram a mente de Harry, ele conseguiu ter apenas um pensamento. É, ele não se arrependia.

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O vento fazia as cortinas do quarto balançarem. O corpo na cama se virou bem preguiçosamente, abraçando um travesseiro. Muito lentamente, os olhos castanhos foram se abrindo e a primeira coisa que viram foi o relógio. Dando-se conta das horas, de repente Hermione se levantou num salto. Pulou rapidamente da cama, indo em direção ao banheiro.

Enquanto fazia sua higiene matinal,ela se xingava pelo atraso.

A noite havia sido péssima. Devido ao estresse que ela havia passado na noite passada, demorou um tempo até pegar no sono. Na verdade ela havia demorado bastante, e o sono não havia sido um dos melhores.

Quando ela terminou de se arrumar, viu que não havia tempo para metrô, então chamou um táxi. Vinte minutos depois ela estava entrando no saguão do prédio onde se localizava o escritório em que trabalhava.

Entrou em sua sala, com a correspondência e o jornal do dia na mão, quando escuta uma voz:

- Você está atrasada. - Harry disse, olhando-a por cima dos óculos.

Hermione deu um grito pelo susto e virou-se bruscamente, largando boa parte dos papéis que estavam em sua mão no chão. Então, a irritação começou a tomar conta novamente de seu corpo. Estava virando rotina já estar constantemente com raiva quando Harry estava por perto. Parecia que ele tinha o dom de fazê-la ficar nesse estado apenas por estar respirando no mesmo espaço quadrado que ela.

- Potter. - ela respondeu de cara fechada, e com extrema irritação na voz. - Você nunca chega no horário, por que resolveu fazer isso justamente hoje?

Harry abaixou a pasta que estava examinando e a observou, divertido.

- Deixa eu ver se eu entendi. Se eu chego atrasado eu levo bronca. Se eu chego no horário também?

Ela não disse nada, apenas bufou indignada, abaixando-se para pegar os papéis que haviam caído.

Quando havia se sentado e começou a abrir a correspondência, ouviu novamente a voz que tanto a irritava nos últimos meses.

- Algum motivo pelo atraso? - Harry a olhava debochado e sua voz tinha um tom de ironia. - Uma noite difícil, talvez...

Hermione respirou fundo, tentando ignorar aquelas palavras, e não precisou se esforçar muito, pois de repente Mark adentrou a sala e pela cara dele, ela podia dizer que ele estava com problemas.

- Mione, você está muito ocupada?

- Não muito, por quê?

- Eu precisava de ajuda.

- Ok, só um minuto.

Geralmente Mark sairia da sala e esperaria na sua, mas ele continuou parado no meio da sala de Hermione, o que a fez pensar que realmente tinha um problema muito grande. Então ela nem se demorou muito no que estava fazendo, mesmo porque ela queria muito sair da sala.

Só quando estavam na sala de Mark, Hermione teve uma noção do desespero do amigo.

Mark era um homem vaidoso. Na verdade, às vezes sua vaidade fazia com que fosse confundido com gay, mas a verdade era que ele era um homem muito masculino. O seu tom de voz, seus gestos, seus atos, seu modo de lidar com as coisas faziam com que todas as dúvidas fossem esclarecidas.

E estranhamente, hoje, Mark estava muito estranho, a começar pela roupa. Com toda certeza, a gravata não combinava com a camisa e muito menos com o terno. A postura ereta e confiante tinha dado lugar a uma postura cansada e triste. Hermione realmente teve a certeza quando Mark sentou-se na mesa, abriu a gaveta e pegou o maço de cigarros, acendendo um.

- Então? - Hermione começou.

- Eu preciso de sua ajuda. - ele não olhava para ela. Mark estava olhando para um ponto fixo na sua frente, como se ignorasse a sua presença.

- Isso eu já entendi. - ela respondeu divertida, mas Mark não riu. Apenas continuou olhando para frente.

- Lembra do caso da companhia aérea em que eu estava trabalhando?

- Lembro. O que tem ele?

- Eu não vou conseguir ganhá-lo. - Mark informou com a voz cansada e baixa.

- Bom, Mark, você deveria saber melhor do que ninguém que na nossa profissão nem sempre a gente ganha. - Hermione respondeu numa voz calma, tentando assim passar alguma ajuda ao amigo.

- Hermione, esse será o terceiro caso seguido que eu perco. Phillip não está feliz com isso, e esse fato pode atrapalhar minha sociedade na firma.

- Tudo bem, se é esse o problema, eu te ajudo.

Hermione sabia que não era só esse o problema de Mark. Ela sabia que tinha algo mais, e que ele não estava querendo contar.

Calmamente, ela deu a volta na mesa, apoiando o corpo nela, de frente para ele. Retirou o cigarro da mão dele, apagando no cinzeiro, e esse gesto fez com que Mark finalmente olhasse para ela.

- Mark, você é meu amigo. Nós nos conhecemos desde quando? Da faculdade? - ele não disse nada, apenas acenou com a cabeça. - Então, eu acho que o conheço o bastante para dizer que esse não é o único problema. Porque não me diz o outro motivo que o está deixando assim?

Mark deu um suspiro e apoiou os braços na mesa, enterrando a cabeça nas mãos, num gesto cansado, e disse:

- Linda me deixou noite passada. - a voz dele era hesitante, como se tivesse receio de dizer a verdade. Como se tivesse medo de mostrar que havia fracassado.

- Oh, Mark! Eu sinto muito... Eu achei que as coisas estavam indo bem com vocês dois.

Linda era arquiteta. Ela e Mark haviam se conhecido há quase dois anos num Pub, durante a comemoração da vitória num caso um tanto quanto difícil. Começaram a namorar e há mais ou menos quatro meses estavam morando juntos. A expressão desolada do amigo fez Hermione se sentir muito triste. Quem visse Linda e Mark juntos, diria que formavam um casal perfeito. E Linda não tinha ciúmes de Hermione, o que fazia a morena gostar ainda mais dela. Ela entendia o relacionamento deles, e era a primeira namorada do amigo que não fazia escândalos ou cenas de ciúmes por causa disso. Muito pelo contrário, elas tinham um ótimo relacionamento.

E Hermione estava muito feliz por esse novo relacionamento do amigo. Mark estava mais feliz, mais jovial, ela simplesmente não entendia o que havia acontecido.

- No começo sim. Depois começaram os problemas do dia-a-dia, tanto problemas com a casa, quanto problemas pessoais meus e dela. Ontem nós tivemos uma briga feia, e ela resolveu dormir fora, e disse que talvez o melhor fosse isso. Que talvez fosse melhor a gente terminar, pois aquilo provava que as coisas não iam dar certo. - Mark mantinha a mesma expressão desolada e olhava para Hermione com os olhos brilhando por ajuda. – Por que de repente está dando tudo errado? Eu sinto como se as coisas estivessem desmoronando... Como se o mundo estivesse desmoronando na minha cabeça.

-Bom, - Hermione começou. – A vida tem altos e baixos... E talvez esteja faltando diálogo, Mark. Falta sentar e conversar sobre os problemas. Se vocês querem ser um casal, não podem continuar se comportando como se ainda estivessem sozinhos.

- Eu me senti tão perdido, tão sozinho. Eu senti como se tivesse perdido uma coisa muito importante na minha vida, quando ela saiu pela porta de casa. Já se sentiu assim?

Enquanto Mark falava, as lembranças a invadiram, por mais que ela tivesse evitado. As manhãs que acordou sozinha e se sentiu usada, Rony vestido de Comensal, quando ela abandonou o mundo mágico para viver entre os trouxas... A única coisa que conseguiu dizer foi:

-Já. Eu já me senti assim.

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Eram quase oito horas da noite quando Draco Malfoy entrou em sua casa. Quando passava pela sala, ele viu sua esposa sentada junto com o filho, em volta de muitos papeis, lápis colorido, giz e tinta. Eles estavam desenhando e se divertindo. Assim que viu o pai, Christian desceu da cadeira, correndo em direção ao loiro, com um lindo sorriso.

- Papai, papai, você chegou! - a voz dele era de extrema felicidade. - Eu desenhei você, olha. - o garoto disse, entregando ao pai uma folha de papel.

Draco pegou a folha de papel da mão do filho, mas por mais que quisesse sorrir, não conseguiu. Era a primeira vez que o loiro chegava em casa e não pegava o filho no colo, fazendo festa. Muito pelo contrário, ele estava sério, e olhando a folha de papel na sua mão disse:

- Muito bonito, Christian. - respondeu sem dar muita atenção ao desenho.

O menino olhou para o pai um tanto triste pela reação dele. Pegou novamente a folha de papel e voltou andando para a mesa, com a cabeça baixa, mostrando seu desapontamento.

Draco, por sua vez, não disse uma palavra a Gina, que estava sentada na mesa com o filho, indo direto para o interior da casa.

Christian falou, com a voz desolada, para a mãe:

- Papai não gostou do meu desenho. - a tristeza era tão grande na voz do menino que isso cortou o coração de Gina.

- Claro que não, meu amor. - a ruiva saiu de sua cadeira e se abaixou perto do filho.-Papai está apenas com alguns problemas, mas eu tenho certeza que ele adorou seu desenho.

Mesmo as palavras da mãe não foram suficientes para fazer o filho se sentir melhor.

Christian olhou para a mãe com seus olhos acinzentados, tão iguais aos do pai, marejados e tristes. O menino realmente era muito apegado ao pai. A verdade era que Christian adorava Draco. Parecia que o menino precisava constantemente da aprovação dele, e quando isso não acontecia, era tomado de uma tristeza muito grande.

- Ei, não quero ver você triste, querido. Você prometeu desenhar a mamãe, e eu ainda não vi esse desenho. - Gina disse numa voz suave.

- Não quero mais desenhar. - Christian respondeu, descendo da cadeira e indo para seu quarto.

Gina não teve outra escolha a não ser ir até o escritório, onde ela sabia que seu marido estaria. E não deu outra.

Draco Malfoy estava de pé, virado para a janela, com as mãos nos bolsos. Ele escutou a esposa entrando no aposento mas não disse uma única palavra, continuando em silêncio, na mesma posição. Então Gina não teve outra escolha, a não ser se sentar na poltrona, esperando o marido dizer alguma coisa.

Eles ficaram naquele silêncio durante alguns minutos, até que Gina se irritou e disse:

- Eu não tenho a noite toda para ficar aqui sentada, esperando você dizer alguma coisa. O jantar sai daqui a alguns minutos, e eu espero estar lá para isso.

- Pode ir jantar, eu não estou com fome, e não estou te prendendo aqui. - Draco respondeu com a voz baixa e grave, ainda olhando pela janela.

- O que aconteceu? - Gina resolveu perguntar, já que o marido não dizia nada.

Nada. O loiro não disse uma palavra, permaneceu mudo, na mesma posição, ignorando a presença da ruiva na sala.

- Foi seu pai de novo? - Gina estava tentando ser paciente, mas realmente estava ficando difícil.

- Você tem um jantar, e como você mesma disse, pretende estar lá para o fato, então o que é que você ainda está fazendo aqui? - Draco argüiu com a voz fria e cortante.

- Quer saber de uma coisa? Eu não estou com paciência para suas criancices hoje, Malfoy. - Draco fechou os punhos dentro da calça ao ouvir o Malfoy. Ele odiava que o chamassem assim, e Gina sabia disso. - Já não basta o que você fez com o Christian hoje? Eu não vou ficar aqui mimando você. Quando você resolver voltar a ser gente e quiser conversar feito um homem, me procure. - e terminando de dizer isso, se levantou e saiu do escritório, batendo a porta atrás de si.

Draco respirou fundo algumas vezes, fechando os olhos e a fúria crescendo dentro de si. Ela não entendia metade das coisas que estavam acontecendo.

Caminhou até sua mesa, abriu a gaveta e retirou uma garrafa com um liquido verde, tomando um generoso gole. Poção calmante. Ele estava tomando com uma certa freqüência, apenas para não ter ataques de fúria com os membros da sua família, que infelizmente não tinham nada a ver com seus problemas no trabalho.

Ele poderia muito bem ter contado a Gina que tinha sido afastado do emprego por tempo indeterminado, até que as acusações sobre ele tivessem sido averiguadas. Dizer isso a sua esposa, porém, significava dizer que tinha falhado, que era um fracassado, afinal, geralmente as pessoas não são afastadas de seus empregos. Ok, a culpa nem era dele, mas elas nem são acusadas. Não que ele achasse que Gina fosse acusá-lo também, ou qualquer coisa assim, mas querendo ou não, aquilo soava como um fracasso em sua cabeça. Um fracasso, cujo responsável era Lúcio Malfoy, seu amado e querido pai.

Pensar em Lúcio Malfoy fez com que a raiva corresse e pulsasse em suas veias. Num ato impensado, ele atirou o vidro da poção contra a parede, e o vidro se espatifou contra ela, deixando uma mancha verde no local. O loiro achou que nunca iria odiar uma pessoa mais do que Harry Potter nos tempos do colégio, mas estava redondamente enganado. Ele odiava seu pai mais que tudo. Tudo o que ele o havia feito passar, o que havia feito a ele, a sua mãe, tudo. Draco achava que a morte era muito pouco para seu pai. E agora que estava fazendo as coisas do modo que achava certo, havia conseguido seu próprio dinheiro, tinha uma família e era feliz pela primeira vez na vida, lá vinha Lúcio novamente estragar tudo.

O loiro ainda ficou um bom tempo no escritório e um turbilhão de pensamentos passou pela sua cabeça. De como mataria Lúcio, até como faria com sua família caso fosse preso, ou as acusações provassem ser verdadeiras. Até que começou a ter dor de cabeça e olhou o relógio, vendo que era muito tarde. Todos deveriam estar dormindo, e talvez ele conseguisse descansar um pouco, mesmo sabendo que isso era praticamente impossível.

Depois de entrar no quarto, tentando fazer o menor barulho possível, se trocar, colocando o pijama, Draco deitou em sua cama, de costas, fitando o teto de seu quarto. Dormir seria praticamente impossível, e pensando nisso, soltou um suspiro cansado.

- Agora você vai me contar o que está acontecendo? - Draco quase pulou fora da cama, tamanho o susto que levou. Estava tão compenetrado em seus pensamentos, e tinha certeza que Gina já estava dormindo, que não esperava que ela fosse falar com ele.

- Gina! - ralhou Draco. - Não me assuste assim.

- Desculpe, não foi minha intenção, mas e então? Vai me falar agora?

Draco não tinha a mínima vontade de falar no assunto agora. Ele queria apenas dormir e acordar vendo que tudo não passou de um sonho ruim, e que estava tudo bem, mas ele sabia que mais cedo ou mais tarde ele teria que contar a Gina o que estava acontecendo.

- Eu... Eu fui afastado do emprego por tempo indeterminado. - ele falou, hesitando um pouco.

- Afastado? Como assim? - Draco sentiu Gina sentar na cama. Um tempo depois, as luzes do quarto acenderam. - O que você quer dizer com afastado?

Muito lentamente, Draco sentou-se também na cama,apoiando as costas nos travesseiros atrás de si, e disse:

- Eu estou sendo acusado de desvio de verbas, - Draco disse sério, com a voz muito irritada. - e até eles verificarem, eu fui afastado.

- Seu pai não está por trás disso, está? - Gina perguntou levantando uma das sobrancelhas, já sabendo a resposta.

- E quem você acha que faria uma coisa dessas?-O loiro fez a pergunta como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- E agora?

- Agora eu espero. - Draco respondeu contrariado. - Eu espero até ser chamado para "prestar contas".

- Mas você não pode ser acusado, Draco, não pode, você não desviou verbas, eles não tem como te acusar de uma coisa que você não fez.

- Virginia, você não conhece Lúcio Malfoy, você não sabe do que ele é capaz! - Draco respondeu, olhando a esposa com os olhos azuis escurecidos. - Se ele quer me ver com problemas, pode apostar que ele vai conseguir.

- Não vai não. - Gina falou, deitando-se no peito do marido. - Não vai, porque ele não pode conseguir tudo que quer. Eu tenho fé que não vai, porque eu acredito em você, e eu acredito que nem sempre tudo dá errado.

- Ainda bem que um de nós pensa assim. - Draco respondeu, dando um beijo no topo da cabeça de Gina.

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Harry estacionou o carro na frente da casa do padrinho às onze horas da noite, como ele pediu. Não entendeu o porquê de ser tão tarde, mas, enfim, lá estava ele.

Depois que ele entrou na casa, Sirius não disse uma palavra até estarem no escritório.

- Desculpe a hora, Harry, mas eu não queria que Jennifer soubesse sobre o que estamos conversando. - Sirius informou num tom tão sério que assustou Harry. Seu padrinho nunca falava assim com ele.

- Não tem problema.

- Não quer tomar alguma coisa? - Sirius perguntou, um pouco menos sério agora.

- Não, obrigado.

Sirius levantou uma sobrancelha, estranhando a resposta.

- Está tudo bem? - Sirius perguntou, ainda estranhando a resposta.

- Comigo? - agora era Harry que estava estranhando a atitude do padrinho. - Bom, comigo está, e com você? - ele terminou com uma voz de quem estivesse falando com uma pessoa meio ruim das idéias.

- Bem, não muito. Não sei se você já sabe, mas eu, o Aluado e o Draco fomos afastados. - Sirius retomou o ar sério de outrora.

- Afastados? Como assim? - Harry perguntou, muito surpreso.

- Estamos sendo acusados de desvio de verbas. - agora a voz de Sirius ganhou um tom muito sombrio. - Lúcio andou "passeando" pelo departamento, inventou coisas absurdas sobre nós. O absurdo chegou a um ponto, onde ele forjou documentos.

- Eu não acredito! - Harry estava de pé agora. - Aquele filho da mãe, eu não acredito que ele foi capaz disso.

- Ele poderia ter feito muito pior. - Sirius comentou, levantando-se e indo até o bar, pegando duas garrafas de cerveja amanteigada e dando uma ao afilhado. - Bom, a questão é: com esse problema eu me viro, mas eu quero que você cuide de outra coisa para mim.

- O quê?

- Bom, eu sou o chefe do departamento, e depois de mim, vem o Remo. Nós estando afastados, você vai ficar no comando enquanto isso.

- Eu, no comando? Como assim? - Harry perguntou sem entender.

- Você é um A-1, Harry. Eu preciso de alguém de confiança para ficar no meu lugar... - mas Harry o interrompeu antes que terminasse de falar.

- Eu não posso! Esqueceu que eu estou trabalhando em outra coisa? Aliás, caso o qual você fez questão que eu trabalhasse. - Harry respondeu, num tom meio acusador.

- Eu sei, eu sei, eu sei, mas eu também não estava esperando isso acontecer. - Sirius defendeu-se levemente irritado. Não que o que o afilhado acabara de falar fosse algo para ficar bravo, mas com tudo que estava acontecendo, qualquer coisa o estava irritando. - Escuta, Harry, eu também já tive que trabalhar em algumas missões mesmo sendo chefe do Departamento, e consegui conciliar as duas coisas, é só saber administrar o tempo. E outra, não vai ser por muito tempo, porque enquanto eu não estiver fazendo nada, eu vou mexer os meus pauzinhos e esclarecer a história do meu jeito. - um olhar determinado, e um pouco ameaçador, passou pelos olhos do padrinho quando ele terminou de falar.

- O que Jennifer disse sobre isso?

- Ela não disse. - Sirius respondeu desviando o olhar do afilhado.

Harry, levantando uma sobrancelha, perguntou:

- Ela não disse? Sirius, você não contou a ela?

- Eu não achei necessário. - Sirius informou, afastando-se do afilhado e voltando a se sentar na cadeira.

- E o que você vai falar para ela? Você vai ficar em casa todos esses dias, e vai dizer o quê? Que cansou de trabalhar? Que resolveu vender produtos pela internet? Vai trabalhar em casa? Qual é, Sirius... - Harry comentou, fazendo uma cara indignada.

- Ela não precisa saber que eu fui afastado, nem nada, ela não entenderia Harry. Ela é trouxa, é relações públicas numa empresa importante, não precisa saber o que acontece no meu trabalho. Jennifer sabe que existem coisas nele que são confidenciais, ela nunca faz perguntas, então não vejo necessidade de preocupá-la com isso. Além disso, eu não pretendo ficar fora muito tempo.

- Ok, a vida é sua, você sabe o que faz. - Harry estava se dirigindo para a porta, já indo embora, quando o padrinho tornou a falar.

- Tem mais uma coisinha, Harry.

- O quê?

Sirius olhou o afilhado e tomou todo o cuidado do mundo para começar a falar.

- Eu soltei Rony hoje.

- VOCÊ O QUÊ?- Harry praticamente berrou a pergunta.

-Shhhhh! - Sirius levantou da poltrona, indo em direção ao afilhado. - Harry, sente-se.

Depois que o afilhado sentou, Sirius continuou a falar.

- Para que eu consiga descobrir alguma coisa, eu preciso que o Rony esteja espionando, e... - o padrinho não terminou de falar, pois Harry o interrompeu com a voz cortante em fúria.

- E você acha mesmo que ele vai espionar alguma coisa? Eu ainda não posso acreditar que você está confiando nele. - Harry fez uma cara indignada.

- Harry, existem coisas que você ainda não entende. Eu espero sinceramente que um dia você possa ser pai e aí sim, você entenderá o que é ter um filho seqüestrado. - Sirius não gostava nem de pensar no que ele faria se algo acontecesse com sua filhinha. Ela era a coisa mais importante que ele tinha, sabia muito bem pelo que Rony estava passando. - Eu acredito nele sim, porque eu sei que ele quer recuperar a filha.

Harry se levantou e começou a andar pela sala, com sua voz cada vez mais nervosa.

- Ah! Claro, e você acha que ele tem sentimentos, é isso? Que ele está super preocupado com a "filhinha que foi seqüestrada" e que realmente quer se redimir? Pelo amor de Deus, Sirius, ele é um Comensal!

- Só porque você não tem sentimentos, isso não significa que todos não têm. - Sirius atacou com uma voz cortante. - Eu acredito nele, e eu preciso dele, e ele vai permanecer solto, entendeu Harry? - agora o padrinho voltara a usar aquele tom autoritário que ele tanto odiava.

- Ok. - Harry disse contrariado.

- E talvez você tenha que espionar Lúcio novamente. Mas não se preocupe, eu já conversei com Rony, e ele vai avisar quando isso for necessário. E eu espero não ter nenhum problema, eu fui claro? - Sirius ainda estava usando o tom autoritário. - Porque o que eu menos preciso agora é de mais problemas.

Ok, ok, ok, como você quiser. - Harry respondeu, saindo do escritório do padrinho, sem se despedir, deixando Sirius para trás apenas soltando um suspiro.

Continua =

N/A2:Bom, vamos lá, aos vários agradecimentos: Primeiro, logicamente a Mary Massafera que foi um amor e fez a capa do capítulo 15 pra mim. Gente, vocês não tem uma idéia do quanto essa menina desenha... Quando eu me encontrei com ela em Campinas, caramba... ela me levou a pasta de desenhos dela pra eu ver, e eu olhava para aqueles desenhos lindos, e coloridos e era difícil pensar que a folha estava em branco, quando ela começou.... Realmente... O.O

Bom, agora, agradecimentos as reviews, e e-mails:a Tânia (sad_star), e moça, FELIZ ANIVERSÁRIO PRA VOCÊ TAMBÉM! ^_^. A Trinity Delacour, a Karol, a minha afilhadinha do core, M@ry J@ne peituda, a Jojo (Eu já disse pra parar com essa trocança de Nick para Den-Chan! hehehehe), a Lady Voldemort (moça, pelo amor de Deus!!!!!O.o Não me faça ter ataques de desespero esperando você atualizar sua fic ^-^heheheh), a Prisilha (é esse mesmo seu nick? Bom, eu não demoro na postagem porque eu euqro moça... de verdade, por mim já tinha acabado Luz e Sombra...), Angela Miguel, TiTa_UnDomiel, bruny, Márcia, Fernando, Suu-Chan, Carol, Maíra Granger, a Lari (minha eterna sogrinha. hehehehe), Thiago, Dark Angel (moça, eu adorei aquela "invasão" que a gente fez no Potterish. hehehhe), Isa, Aya e Tonks (minhas afilhadinhas do core) e Jack! Ah! E a Anne, que escreveu a parte R/H da minha Fic. heheehhe

N/A3: Peço desculpas aos R/H que leram minha fic. Provavelmente vocês devem ter lido essa parte do texto, e pensado:"Nossa, que nada a ver..." Bom, para começo de conversa nem fui eu que escrevi. É que de verdade, eu sou H/H de corpo, alma e coração... Não saiu de jeito nenhum, eu fiquei olhando para a Tela, e até foi bom, pq a Gala disse que me matava caso saísse. hauhauaahua Então, é nessas horas que serve ter 3,4 betas de enredo^-^Foram elas que escreveram para mim (a Anne e a Gala), e elas também são H/H, então... Sorry ^-^

N/A4: Vamos falar de uma coisa não muito legal agora. Não sei se alguém leu a entrevista que eu dei para o 3 Vassouras. Se alguém leu, acho qeu devem se lembrar da parte onde eu digo que escrever era uma diuversão para mim... Pois é, não está mais sendo divertido! Eu estou me estressando profundamente com Luz e Sombra, esses dias isso chegou num ponto que eu coloquei a fic todinha na lixeira pronto para deletar tudo (inclusive esses dois últimos capítulos, e o que eu tinha começado do 17) e mandar tudo para os ares. A pressão ficou forte pro meu lado, porque a fic está chegando no final, e eu tenho um medo enorme de "cagar" (desculpe a expressão) na história logo agora que está no fim, e tá todo mundo esperando "O Final". Eu preciso de um tempo gente, e dessa vez nem é por causa de bloqueio ou qualquer coisa do gênero, eu juro que sei tudo que tem que acontecer de agora até o fim da fic, mas é só que eu estou precisando de "férias". Não acho que escrever na pressão, e na correria, deixaria a história boa, e com certeza vocês se decepicionariam. Veja bem, eu não estou Largando a fic, estou apenas dando um tempo, até eu me sentir pronta novamente para escrever e dar um final pelo menos descente, o qual eu tinha imaginado. E eu também não desisti da continuação que eu tinha Planejado.

Quero agradecer especialmente a Sabrina,a Mary Massafera, a Den-Chan, a Daphne, a Anne, a Dark Angel e a Isa Potter, que foram tão gentis comigo, me entenderam e disseram coisa maravilhosas, as quais me fizeram ver que realmente era melhor dar um tempo, antes que eu surtasse e acabasse largando Luz e Sombra do jeito que está. Muito Obrigada meninas, vocês foram realmente uns amores ^-^

N/A5: Bom, vamos ao recomende, não é? heheehehe

-O Outro Potter (da minha amiga do peito, que eu adoro de paixão, Deaba!)

-Oraculo de Pesadelos da Den Chan, que está uma fofura, e vai ficar ainda mais, quando ela fizer a cena que eu estou pedindo tanto! hehhehe

-O Rei de Griffyndor da Daphne (Arabella) que está ficando demais, embora não seja H/H, mas para as fics da Daphne eu abro uma excessão. heheheehee