N/A: Bem, como de costume, esse é meu presente de aniversário para vcs :D

Título: Luz e Sombra

Autora: Ligia Maria Araki

Disclaimer: Não são meus, e blá blá blá.... Pertencem a Jk, Warner, e blá blá blá... Não vou ganhar dinheiro com eles... Blá blá blá --

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Capítulo 19-Antigas Lembranças

"Chega um momento,

em que as coisas vão longe demais para serem consertadas,

quando o amor seca e o coração endurece na rejeição..."

Morris West-O preço da Honra

Mark estava sentado em sua mesa pensativo. A cena de Hermione indo embora no meio do expediente não lhe saia da cabeça. Nunca, em toda sua vida profissional, ele esperou que isso fosse acontecer algum dia. Podia dizer que conhecia Mione, e conhecia-a muito bem. Era uma mulher forte que não se deixava intimidar por qualquer coisa. Já havia enfrentado advogados, juízes, e nos tempo de faculdades, professores de igual para igual, então, simplesmente ir embora não se encaixava no estereotipo de mulher forte. Não se encaixava na personalidade de Hermione.

E era exatamente por conhecer Hermione muito bem, que ele também sabia de seus pontos fracos. E um dos pontos fracos dela, se não fosse um dos únicos, era justamente o passado.

Passado... Chegava a ser ridículo dizer isso, mas era uma das poucas coisas que com certeza absoluta faria Hermione desabar.

E logicamente, Mark não poderia deixar de ficar furioso, por um fato muito simples. Mione era seu porto seguro. Se ela desabasse, sim, ele estaria lá para não deixá-la cair no chão, mas não era fácil ver um dos seus pilares de sustentação simplesmente desabar...

E foi pensando justamente nisso que Mark foi até o escritório de Hermione, sabendo que iria encontrar o responsável pelo repentino surto da amiga.

Não deu outra. Harry estava sentada em sua mesa, lendo um jornal, tranquilamente, como se nada de anormal tivesse acontecido. E isso fez Mark ficar ainda mais irritado.

-Potter. - Mark começou nervoso. - Não sei o que você pensa que é, mas com certeza não passa de um babaca.

Harry abaixou o jornal, e olhou Mark por cima dos óculos, tempo suficiente para registrar a presença dele na sala.

- Boa tarde para você também Rudson. - Harry disse monotonamente.

-Não seja cínico, Potter! E não finja que não tenho por que falar assim com você!

-Ah! Então você tem um por quê? Adivinha só... Eu não me importo. - Harry disse finalmente abaixando o jornal e dobrando-o.

- Claro que eu tenho um por que! Você não tem direito algum de fazer uma coisa dessas com Hermione! Acha que não sei por que ela foi embora?

-Ela foi embora, e, logicamente, ela passou na sua sala para chorar as mágoas? Estamos numa escola agora? Você é uma espécie de diretor? Vai me suspender?-Harry disse sarcasticamente.

- Não, ela não fez isso, Potter! Embora ela tenha muito mais sentimentos do que alguém como você, ela não precisa se fazer de vítima para os outros.

- Não é o que parece, afinal, você não está aqui tomando as dores dela?

- Só faço isso porque ela MERECE que alguém se importe com ela, o que obviamente não é o seu caso, não é Potter?

-Sim... Realmente não é meu caso. - Harry disse em tom baixo e sério. -Diferente dela, eu sei me defender sozinho. Não preciso correr chorando para ninguém.

- Não precisa mesmo? Então porque ficou arrastando asa pra a Fisher?

- O que a Kathy tem a ver com isso? - Harry perguntou sem entender.

- Ah, vai me dizer que não saiu com ela só porque Hermione a odeia? Ah, desculpe, talvez você tenha saído com ela porque não tenha conseguido pagar ninguém melhor, não é? - Mark falou provocativo.

- Tem razão, eu ao contrário de certas pessoas, não tive dinheiro suficiente para comprar Hermione. Diga-me, Mark, quanto você pagou por ela? Ah! Sim, desculpe, ela geralmente não cobra para amigos... É por conta da casa... -Harry devolveu no mesmo tom.

Isso foi a gota d'água. Foi como toda a raiva que Mark estava segurando se extravasasse. E ela se extravasou de uma forma bem concreta. Um soco em cheio no rosto de Harry, fazendo com que seus óculos voassem de seu rosto e seu corpo colidisse de costas contra a parede.

-Como você ousa, seu filho da puta? - Mark disse quando Harry acertou a parede. - Eu não sei há quanto tempo você conhece Hermione, mas claramente não a conhece o suficiente para saber que ela não é uma das vadias com quem você anda!

-Não é vadia? Ela dorme com todos seus amigos. Primeiro foi Rony, depois eu, e agora você. Se você não chama isso de puta, eu chamo. - E terminado, foi a vez de Harry partir para a ignorância e ir para cima de Mark.

Uma coisa a qual ele aprendeu, e aprendeu muito bem, se formando com louvor na academia de aurores, foi lutar.

Agarrou Mark pelo colarinho, acertando um soco também em seu rosto. Antes que Mark pudesse se recuperar, Harry foi mais rápido, e deu uma chave de braço no moreno. Enquanto o sufocava, Mark conseguiu falar:

- Ah, é por isso então... O ciúme dói, não é, Potter?

Harry se irritou ainda mais com que Mark disse, e apertou ainda mais a força em torno do pescoço dele. Não sabia da onde havia surgido essa raiva, mas sabia que queria machucá-lo o máximo que conseguisse.

Mas nesse momento, a porta da sala se abriu, e por ela, passou Susan.

-Harry, eu... -Ela parou ao ver a cena no meio do escritório. - O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?- E ao terminar, ela rapidamente fechou a porta para que ninguém visse a cena deplorável em que os dois se encontravam.

- O que vocês dois tem na cabeça?-Ela disse indignada. - Potter, solte-o.

Muito relutante, Harry soltou Mark, empurrando-o para longe. E Susan continuou falando:

- O que vocês dois estavam fazendo? Acham que estão aonde, no colegial para se engalfinharem desse jeito? Isso aqui é um ambiente de trabalho, não um ringue de luta livre!-Susan disse brava.-Harry, você deveria dar o exemplo.-Ela disse num tom desaprovador.

-EU DEVERIA DAR O EXEMPLO?-Harry perguntou irado. - Então esse idiota entra aqui, e ACHA que tem o direito de me ofender por livre e espontânea vontade, e eu deveria dar o exemplo?

-Sim, você.-Susan falou como se fosse a irmã mais velha dos dois.- Que tipo de profissional quer ser se não consegue controlar sua raiva? E você Mark,- Susan falou se dirigindo para Mark. -O que você iria fazer se ao invés de eu entrar nessa sala, fosse Phillip? Você é sócio dessa empresa, não pode sair aos socos com alguém!

Os dois não disseram uma só palavra. Estavam ofegantes por causa da briga, e se fitavam com ódio.

-Eu digo que você deveria dar o exemplo Harry, porque eu e você sabemos que você não aprendeu a lutar para sair aos tapas com alguém de seu ambiente de trabalho.-Susan diz como se falasse algo mais a Harry.

Harry não diz uma palavra, abaixando a cabeça entendendo o que ela quis dizer.

Susan virou-se para Mark e disse

-Mark, vá até a cozinha pegar um pouco de gelo e coloque sobre seu olho. Vai ajudar a não deixá-lo tão roxo...

Mark foi em direção a porta, mas antes de sair, virou-se para Harry e falou:

-Sabe de uma coisa Potter? Não te conheço e nem faço questão de conhecer... Mas eu só consigo ter pena de você. Pena por você ser uma pessoa desprezível, uma pessoa a qual ninguém agüenta viver muito tempo perto. Uma pessoa que não tem amigos nem pessoas as quais realmente se importem com você... -E antes que Harry pudesse responder, ele fechou a porta atrás de si.

Quando Susan percebeu estar sozinha com Harry na sala, perguntou:

-Harry, afinal, o que aconteceu?

-Não é da sua conta. - Harry respondeu seco.

-Ao contrário do que Mark falou, eu me importo com você Harry. - Susan disse num tom apaziguador.

-Eu sei. Mas não quero falar sobre isso. - Harry disse ainda nervoso.

Susan se aproximou de Harry e falou:

-Olha para mim Harry.

Ele a ignorou o que ela disse, mas Susan insistiu.

-Olha para mim Harry, deixa eu ver seu olho.

Muito relutante, ele acabou olhando para ela.

Susan então pegou a varinha que ela escondia no bolso interno do blaiser, e apontou para o olho machucado de Harry, dizendo o feitiço curador.

Constrangido, Harry murmura um "Obrigado", ainda sem olhar para ela.

-Harry... -Susan começou.- Você não precisa se fechar para tudo. Existem sim pessoas que se importam realmente com você, mas fica difícil ajudar quando você se fecha para num mundo só seu. -Susan tentou dizer num tom compreensivo.

-Eu não preciso de ajuda. - Harry disse, curto e grosso.

-Eu não acho. Eu acho que pede desesperadamente por ajuda. Seus atos, suas palavras, seu jeito de lidar com os problemas, com as coisas... você implora por ajuda, por compreensão...

-Isso é neurose da sua cabeça. -Harry falou friamente. - Se eu precisasse de ajuda, eu pediria.

-Não, você não iria pedir. - Susan disse como se falasse o óbvio para ele.

-Talvez Mark tenha razão. - Harry disse num tom baixo, como se não quisesse admitir isso. - As pessoas não se importam verdadeiramente comigo. Sirius e Lupin só se importam porque sou filho do meu pai. E você, por que... bem... você sabe o por quê. - Harry diz isso ainda sem olhar para ela.

-Não diga uma idiotice dessas. - Susan falou ligeiramente brava. - Você sabe que isso não é verdade. - ela disse, passando a mão nos cabelos revoltos dele.

-É sim... É a pura verdade. - Harry disse tristemente. - Ninguém tem motivos para se importar comigo. Ninguém se importa realmente. Ninguém tem um motivo real para se importar.

Susan podia sentir a tristeza emanando dele. Sem saber mais o que fazer, ela o abraçou.

-Harry, pára de fazer isso com você. Por favor, pára. - Ela disse abraçando-o mais forte. - Por que você não vai para casa descansar? Você parece precisar disso. -Ela terminado soltando-o.

-É... Talvez seja o melhor. - Ele ainda não olhava para ela.

-Isso, vá, tome um banho, relaxe, vai te fazer bem. - Ela disse sorrindo, olhando para ele.

Pela primeira vez ele olhou para ela. Olhou e se sentiu grato por ao menos ela tentar compreendê-lo.

-Obrigado. - Harry disse sinceramente.

-Às ordens. - Ela disse sorrindo, soltando-o.


Harry, não sabia dizer a quanto tempo ficou rodando pela cidade de carro, mas pareceu ser muito. Depois de tanto rodar pelas ruas de Londres, resolveu parar por um minuto, no lugar que ele costumava freqüentar sempre, o Ocidente.

Entrou e sentou-se no balcão como sempre fazia. O Bar man aproximou-se dizendo:

-Boa noite, sr, Potter. O de sempre?

-Por favor, Joey .-Harry diz apático.

Joey colocou uma dose dupla de vodka no copo, e se afastou.

Harry ficou um tempo olhando para o copo, ainda pensando. Parou um momento e olhou em volta as pessoas do Pub. Não era um lugar mal freqüentado, era um lugar até com certa classe. Os mesmos senhores sentados nas poltronas, fumando charuto e bebendo scoth, provavelmente diretores, presidentes e vice-presidentes de empresas importantes. O mesmo senhor, de aproximadamente quarenta anos que sempre se sentava sozinho perto da janela, e seus drinks com guarda-chuvinha. Às vezes via pessoas estranhas ao local, e geralmente elas se sentavam no balcão como ele. Joey, o Bar-man, secando uns copos... O mesmo bar-man desde a primeira vez que havia pisado no local. Às vezes, o moreno se perguntava, qual eram os motivos daquelas pessoas estarem ali. Fugiam do quê? Será que alguma deles tinha o mesmo problema que ele?

Bebeu um gole da sua bebida, ainda pensando o quanto a sua vida não tinha sentido. E começou a se sentir irritado. Que a vida dele não tinha sentido, ele sempre soube, mas nunca ele havia pensado tanto no assunto como agora. Era um pensamento chato, que ficava martelando sempre em sua cabeça. Era como se o perseguisse... Estava cansado já.

Harry sabia muito bem quando esse pensamento havia começado, foi quando ele aceitou trabalhar nessa maldita missão. E agora, sentado ali, pensando nisso, ele não achava mais que tudo aquilo valia as suas tão sonhadas férias.

Terminou de tomar o conteúdo do seu copo, e chamou Joey novamente, pedindo outra dose.


Eram oito horas da noite, e Mione estava vestida num pijama confortável. Havia acabado de sair do banho, e resolveu que hoje seria um dia para relaxar. Não faria nada, a não ser assistir televisão e comer chocolate, como uma mulher normal faria, depois de um longo e exaustivo dia de trabalho. Sentou-se no sofá procurando um programa legal na TV. Como ela não tinha muito tempo para ter televisão, não poderia assistir nenhum dos milhares de seriados que estava passando, não os acompanhava. Noticiário, ela queria distância, então se decidiu por um filme, que havia acabado de começar.

Mas sua tranqüilidade não demorou muito para acabar, a campainha estava tocando. Jogou a cabeça no sofá, cansada. Ela sabia que era Mark, com certeza querendo conversar por ela simplesmente ter saído no meio do expediente.

Muito relutante, levantou do sofá e berrou um: "Já vai", enquanto colocava os chinelos e o hobe. Foi andando até a porta, e nem se preocupou em olhar pelo olho mágico quem era, sabia que era Mark.

Quando abriu a porta, ela quase pulou para trás tamanho o susto que levou.

Parado, na frente de seu apartamento, estava Harry, com as mãos apoiadas no batente da porta, olhando para ela muito sério.

A primeira reação dela foi bater a porta na cara dele, mas ele foi mais rápido e colocou o pé impedindo-a.

-Precisamos conversar. -Harry disse com a cabeça baixa, sem olhar para ela.

-Não precisamos, não. Não tenho absolutamente nada para falar com você. -Ela disse forçando a porta no pé dele.

-Não. Nós precisamos, me deixa entrar por favor. -Harry disse olhando-a nos olhos.

-Não, para quê? Não tenho nada para falar para você, vá embora. -Mione disse irritada agora.

-Temos muito que conversar. -Harry disse, finalmente colocando a mão na porta, forçando a ficar aberta. - Você sabe disso. Eu não vou sair daqui enquanto nós não conversarmos.

Hermione sabia que não poderia lutar contra a força de Harry, e acabou deixando-o entrar.

- O que você quer? Me ofender mais ainda? - Ela disse com a cara fechada. - Você já fez o suficiente,

- Não. Não é nada disso... -Ele disse com a voz meio estranha.

- Você bebeu? - Ela perguntou incrédula.

-Não. - Ele respondeu na hora.

-Não seja idiota, você bebeu, o que é agora? Se não bastasse me ofender sóbrio, você resolveu descobrir como é fazer isso bêbado? - Ela perguntou ácida, mas ele não respondeu.

Hermione parou na frente dele e cruzou os braços. Ela não sabia se existiria palavras ou modo suficiente de mostrar sua raiva. Ela estava literalmente puta da vida. Então, ela, levando sua vidinha, decidida deixar o passado para trás, quando esse indivíduo que, que agora estava parado dentro da sala de sua casa, de repente resolve aparecer novamente na sua vida. E se já não bastasse ele trazer todo o passado a tona, o passado que ela havia decido esquecer, Harry ainda se achava no direito de ser um ser desprezível, melhor que todos, dizendo coisas as quais machucavam. E agora ainda tinha que aturar ele bêbado... isso tudo só podia ser uma alucinação. Ou quem sabe um pesadelo.

- Eu não tenho a noite toda, portanto, seja lá o que você tem para falar, melhor dizer logo. - Hermione disse de cara fechada.

- Me desculpe. - Ele falou com a voz baixa.

Hermione piscou várias vezes, achando que não tinha ouvido direito. Ele estava se desculpando?

- Como? Acho que não ouvi direito... - Ela disse incrédula.

-Me desculpe. - Ele repetiu mais alto, olhando nos olhos dela, querendo que ela acreditasse nele.

Mione soltou uma gargalhada sarcástica.

-Então, você acha que vir aqui, e simplesmente pedir desculpas, vai adiantar alguma coisa? - Ela disse irada.- Como se vir aqui, e dizer um:" Me desculpe" vá apagar anos de sofrimento e dedicação em vão, de frustrações, o que você quer afinal? - Ela estava quase berrando agora. - Um bêbado arrependido você virou agora? Nossa Potter, você realmente chegou ao fundo do poço.

Harry passou as mãos pelos cabelos nervosamente. É, não seria fácil.

- Ok, pode xingar, falar, atacar, fazer o que quiser. Se isso for fazer você me ouvir, eu não me importo. - Harry fala olhando para ela.

-Essa é a questão Potter... Eu não quero te ouvir. Eu não quero mais saber de você, será que isso é tão difícil de entender? Não quero ouvir desculpas, justificativas, eu nem ao menos quero xingar você. Porque eu olho para você, no homem que você se tornou e eu só consigo ter pena. Nada mais que isso. Um dia, há muito tempo atrás, eu quis entende o que acontecia... Hoje eu não me importo mais.

Harry respirou fundo. Ele saiu àquela noite, e depois de muito pensar, ele tinha um objetivo. E claro, pretendia cumprir esse objetivo. Se depois de falar tudo que ele tinha para ouvir, ela não o desculpasse, tudo bem, mas ele iria falar tudo que tinha para falar.

-Vim aqui esta noite com um propósito, e eu acho que você me conhece o suficiente para saber que não vou sair daqui, enquanto não cumprir esse propósito. - Harry falou sério, querendo mostrar que ela não iria convencê-lo tão fácil.

-Já disse que seja lá o que você tem a dizer, não quero ouvir! Não entendeu, ou quer q eu desenhe? - Hermione também respondeu séria, cruzando os braços.

-Você não tem que se esforçar muito. É só sentar e ouvir, isso não machuca. Quando eu terminar, se você realmente mantiver a posição de não se importar, eu vou embora, se quiser até saio do escritório, enfim, sumo. Mas não antes que você me escute.

Mesmo sabendo que não iria mudar em nada, Hermione achou melhor sentar e ouvir o que ele tinha a dizer, porque como ele mesmo falou, não sairia de lá antes que dissesse tudo. E quanto mais rápido Harry terminasse, mais rápido ele iria embora.

-Muito bem, pode começar. -Mione disse se sentando.

Então Harry parou um momento. Agora que ela tinha aceitado, simplesmente não sabia por onde começar. Eram tantos anos de rejeição, pouco caso, cachorradas, tristezas, dor... Não sabia mais se valia a pena estar ali. Hermione não parecia estar disposta a ouvir muita coisa, e ele nem ao menos sabia por onde começar.

Olhou mais uma vez para a mulher sentada à sua frente com cara de poucos amigos, e então lembrou-se de tudo que já haviam vivido juntos. Era tanta coisa, uma vida inteira. Suspirou. Claro que valia a pena... Se era para tentar fazer as coisas ficarem como era quando estavam em Hogwarts, valia, afinal de contas, tinha sido a única vez na vida que ele fora feliz.

- Primeiramente eu gostaria de me desculpar por hoje. Eu... eu não quis dizer realmente aquilo.- Harry tentou fazer sua voz parecer o mais sincera possível.

- É só isso? - Hermione respondeu indiferente.

- Não. - Harry respondeu prontamente. - Claro que não... Eu sei também que venho sendo um idiota, um canalha nos últimos anos... Eu sei que vai ser difícil me perdoar por todos esses anos, mas se eu pudesse voltar atrás eu realmente faria tudo diferente. - Agora ele olhava para ela, esperando. Sabia que estava prestes a levar outro tapa na cara, mas ele iria tentar até o final.

Hermione levantou uma sobrancelha, ainda olhando para ele. Agora ele estava arrependido? Claro, se arrepender é muito fácil. Perdoar que era difícil. Realmente Mione não entendia o que foi que tinha dado na cabeça do homem a sua frente. Horas antes ele estava a chamando de vadia, e agora ele estava arrependido por tudo que havia feito, e viera pedir desculpas? Isso chegava a ser até irônico...

-Algumas horas atrás você estava me ofendendo, e agora está pedindo desculpas? O que fez mudar de idéia? A Bebida?-Ela falou sarcasticamente.

-Não. Isso não tem nada a ver, por que é tão difícil acreditar em mim?-Harry falou meio que na defensiva.

-Talvez porque nos últimos tempos você não tenha se comportado como uma pessoa arrependida? Talvez porque você seja falso e cínico, e por último talvez porque eu não confie mais em você. - Hermione respondeu brava.

-Eu acabei de dizer, eu sei que fui um idiota, um cretino, eu reconheço, todos tem direito de errar! - Harry falou mais energicamente.

-Ah! Sim, lógico, todos têm mesmo o direito de errar, mas não tantas vezes como você. Já ouviu aquele ditado: "errar é humano, persistir no erro é burrice"?

-Já, já ouvi sim. Eu teria parado antes, se eu tivesse percebido meu erro antes. - Harry respondeu na defensiva.

Hermione dá uma risada irônica, e fala:

-Então, de repente todos se afastando de você, não foi o suficiente para perceber que o errado era você?

-Não. Não foi, porque talvez nessa época fosse justamente o que eu queria.

-Ok... Na época era justamente o que você queria... Agora que se viu sozinho, agora que percebeu que ninguém mais se importa com a sua pessoa, que cansou, é muito fácil vir na porta de todos, com a cara mais lavada do mundo e dizer: "Olá. Eu sei que faz muito tempo que não nos falamos, mas gostaria de pedir desculpas por ter sido idiota!"

-Não estou fazendo isso com todos. Estou fazendo isso apenas com você. -Harry falou sério.

-Só comigo? Então, você vai me perdoar Harry querido, mas isso não é o suficiente. -Ela falou ácida.

-Qual seu problema? Me arrepender não é o suficiente?-Harry falou nervoso.

-Não, não é. - Ela respondeu simplesmente.

-Mas foi o suficiente para Rony. -Harry afirmou.

-Não compare seu caso com o dele. -Hermione falou brava. -São duas coisas completamente diferentes.

-Sim, muito diferentes, então poderia me dizer qual é a diferença, porque sinceramente eu não estou vendo diferença alguma. -Harry fazia um esforço para não aumentar o tom de voz.

-Simples. Eu sei que ele realmente se arrependeu. -Hermione respondeu com aquele ar "sabichão" que ela tinha em Hogwarts.

Harry riu. Não podia acreditar que naquilo. Ok, ele tinha errado. E tinha errado muito mesmo, mas Hermione perdoou Rony com uma facilidade enorme. Não entendia o porquê daquela resistência.

-Você "sabe que ele realmente se arrependeu"... Me desculpe mas fiquei na mesma.-Harry disse cruzando os braços.

-Eu vi nos olhos dele que está arrependido. A fala dele mostra isso, os modos dele mostram isso. Pelo amor de Deus, ele voltou para recuperar a filha, ele tem uma mulher e filha! Rony tem uma vida, sabe o que é isso Potter?- Hermione terminou maldosamente.

-Não. Eu não sei o que é isso.-Harry falou sinceramente.- E estou dizendo que estou arrependido, ainda não deu para notar?

-Não. O que você fez hoje não é coisa que uma pessoa 'arrependida" faça.-Ela disse fechando a cara.

-Ah! Por favor!-Harry falou exasperado. -Eu já pedi desculpas por hoje.

-Não é o suficiente.

-O que você quer? Que eu me ajoelhe?-Harry falou um pouco mais alto.

-Não. Isso também não vai adiantar. -Hermione falou secamente.

Harry solta um suspiro exasperado e vai em direção a janela. Havia começado a nevar e nevar muito forte. Ok, tudo bem, ele sabia que ia ser difícil, mas estava quase impossível. Não entendia o porquê dessa resistência dela. Estava começando a ficar sem saída...

-O que você quer que eu faça então? - Harry perguntou ainda olhando pela janela, com a voz baixa.

-Não sei se tem algo para ser feito. - Hermione respondeu indiferente. - Talvez não tenha mesmo mais nada a ser feito, talvez devêssemos deixar tudo do jeito que estava. Você no seu canto e eu no meu. Estava dando certo antes, aliás, minha vida estava ótima antes de você aparecer. Foi só você dar as caras e pronto, tudo começou a dar errado. - Hermione terminou com a voz baixa.

-Não, eu não acho isso. -Harry finalmente virou-se na direção dela, ainda perto da janela. - Eu não acho que não há mais nada. Acho que nós temos que tentar, ou você esqueceu tudo que vivemos em Hogwarts.

-Sim. - Ela disse finalmente olhando para ele. - Eu esqueci. Eu fiz questão de esquecer.

-Por quê? - Harry perguntou sem entender.

-Porque isso foi quando eu era feliz. Quando minhas únicas preocupações eram os estudos, os deveres, quando nós éramos três. Três amigos e não três estranhos. Não vejo sentido ficar lembrando disso, quando eu vejo que a realidade é bem diferente. - Pela primeira vez na noite, a voz dela continha algum sentimento verdadeiro. A tristeza.

-Não entendo. - Harry disse dando uma risada. - Se você pensa assim, se não queria reviver o passado, por que perdoou Rony? Se você me desse uma abertura, veria que eu realmente estou arrependido. Quem sabe poderia voltar tudo a ser como era antes.

-Não vai voltar a ser como era antes.

-E por que não?

-Porque você mudou, Rony mudou, eu mudei. Não tem como voltar a ser como foi um dia, passaram muitos anos... Muitos anos de dor, de mágoa, de tristeza. - Hermione disse olhando para o chão. - Sem contar que não seremos mais um trio como antes. Eu sei que você não está disposto a desculpar Rony tão cedo.

- Eu não pretendo desculpá-lo mesmo. - Harry disse friamente. - Nem hoje, nem nunca.

- Qual é seu problema? - Hermione perguntou irritada. - Você vem aqui me pedir desculpas. Agora porque eu tenho te perdoar, e você não pode perdoar Rony? Ele errou tanto quanto você.

-Eu perdi a confiança nele. - Harry disse agora sentando-se no sofá, na frente de Hermione.

-Eu perdi a confiança em você também, no entanto, você está aqui me pedindo desculpas. - Ela respondeu de cara fechada.

Harry apoiou os braços na perna e enterrou a cabeça neles. Estava começando a ficar cansado daquilo. Eles discutiam, discutiam, e sempre acabavam na mesma.

-Não vim aqui para discutir sobre Rony. - Harry falou cansado.

-Foi você que trouxe o assunto à tona, não eu. - Hermione falou na defensiva.

-Estamos sempre voltando ao mesmo ponto. - Harry disse jogando a cabeça no sofá.

Hermione não disse nada. Talvez Harry não tivesse dado conta da gravidade das coisas que havia feito para ela. Talvez ele achasse realmente que um simples pedido de desculpas, fosse apagar tudo o que ele fez, e ainda fazia com ela.

-Então você realmente achou que fosse chegar aqui e só dizer: "Me desculpe", que eu desculparia num estalar de dedos? - Hermione falou um pouco brava agora.

Harry falou ainda com a cabeça jogada no encosto do sofá.

-Não. Mas não achei que você fosse ser tão relutante.

-O que você queria? Tapete vermelho e um abraço? -Ela falou irônica.

-Dispensaria o tapete vermelho, mas o abraço seria legal. - Harry falou agora olhando para ela.

Ela dá uma risada irônica e fala

-Claro... E isso iria apagar todos esses anos. Uma pena que as coisas não sejam tão fáceis assim.

Harry bufou e olhou para o teto. Ok, ele já havia pedidos desculpas por todos esses benditos anos, mas ela parecia querer continuar com esse assunto. Agora, Hermione parecia se esquecer que ela não havia sido a única que sofreu no passado. Agora, ele estava lá, não estava? Não estava ali tentando se redimir? Queria fazer as coisas direito dessa vez, mas parece que não era suficiente. O que Hermione também se esquecia era que não era fácil estar lá àquela noite. Isso significaria que Harry estava dando sua cara à tapa. Sem contar que isso também mostrava que iria abrir as feridas, elas ficariam expostas.

-Você acha que o passado é doloroso apenas para você?-Harry falou sério olhando para ela.

-Não. Mas você não tem realmente idéia do que eu passei todos esses anos, não é?

-É para isso que eu estou aqui. Para resolvermos isso. Inclusive, e, sobretudo o passado.

Hermione levantou do sofá e começou andar pela sala em silêncio. Parte dela queria realmente dizer a Harry todo o inferno que passou em Hogwarts, durante a guerra e agora. A outra parte queria enxotá-lo porta a fora.

Então ela parou para analisar melhor a situação. Não seria fácil reviver os sentimentos do passado e abrir as feridas novamente. Mas uma raiva inexplicável começou a crescer dentro dela. Uma raiva mais parecida com revolta.

- Muito bem, você quer falar do passado, vamos falar do passado! - Hermione disse irritada. - Você faz idéia de como você conseguiu estragar minha vida em Hogwarts? Não, você não deve saber. Eu passei anos pensando sobre isso... A única explicação ACEITÁVEL que encontrei foi que você estava realmente muito ocupado sendo "O Harry Potter", que esqueceu de todo o resto, não é mesmo?

-Ah! Então era isso que você achava? Que eu sempre quis ser herói? - Os olhos deles se escureceram depois disso. Como ela podia pensar que ele sempre quis ser herói?

- Eu não me importo com o que você QUIS SER Potter, eu me importava com o que você não fez esforço algum para não ser! Não entende? Você teve uma grande chance, mas não aproveitou! Poderia ter sido diferente, sabia? Nós poderíamos estar juntos ainda, mas você não fez nada para evitar que nos separássemos.

- O que queria que eu fizesse? Que, quando você terminou comigo, eu caísse aos seus pés implorando para que voltássemos? - Harry falou bravo. - Agora a culpa é minha que nós terminamos? Caso você não se recorde, foi VOCÊ que quis terminar.

-Sim, eu me lembro disso. E eu me lembro também de você ter saído da sala sem nem ao menos me deixar EXPLICAR o porquê estava fazendo aquilo. - O tom de voz dela ia aumentando cada vez mais.

-E o que você queria que eu tivesse feito? -Agora era Harry que estava indignado. - Ter esperado pacientemente você virar para mim e dizer: "Harry, querido. Me desculpe, mas vou trocar você pelo Rony". Pelo amor de Deus, ninguém tem sangue de barata dessa forma!

-E como você pode ter certeza que eu ia falar isso? - Estava difícil manter a voz num tom civilizado. - Você nem ao menos ficou para me ouvir! Eu nem comecei a falar e você simplesmente saiu da sala!

-E o que diabos então você ia me falar então. - Harry falou agora se levantando também.

-Eu ia dizer que estava confusa. - Hermione falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. -Naquela época eu nem ao menos sabia se queria mesmo ficar com Ron!

-Ah! Claro, tudo bem então. - Harry falou dando uma risada irônica. - E por isso, que algum tempo depois, eu encontrei você nos braços dele. E claro, fui EU que não me esforcei, sim, a culpa é minha. -Ele terminou irônico.

-Qual é o seu problema? Como você julgar uma coisa que você nem ao menos sabia. Mas a grande questão nem foi aquela noite. Porque embora você tivesse se distanciado, ter ficado frio, indiferente, isso é o de menos. O que não justifica o que você fez depois. Aliás, não justifica mesmo!

-Como assim o que eu fiz depois? - Harry perguntou confuso.

-Durante a Guerra. - Hermione respondeu simplesmente.

-Então você realmente ACHA que foi a única que sofreu naquela merda de guerra?-Harry perguntou incrédulo.

-Não seja ignorante e não distorça minhas palavras. -Hermione falou completamente sem paciência. - Eu não disse que fui a única que sofreu. Aliás, essa época foi a pior. Porque eu acreditei que as coisas poderiam mudar. Eu acreditei que quando aquele inferno acabasse, as coisas realmente seriam diferentes. Mas então tinha você, um idiota com nariz empinado, que andava por aquele castelo, todo prepotente, que não se esforçou para mudar absolutamente NADA mais uma vez.

-Eu não me esforcei? Eu não me esforcei? - Harry falou indignado.- Não me deixavam sair daquela porcaria de castelo, tinha sempre alguém me vigiando, inclusive você. Isso sem contar nas milhares de informações que todos escondiam de mim. Sabe o que eu sentia? Eu sentia que ninguém ali dentro estava mesmo se importando com o que eu achava, o que eu estava sentindo, o que eu estava passando. Eu iria servir apenas na hora do "juízo final". Afinal de contas se eu morresse que diferença faria?

-Ah! Claro, e você realmente acha que servia apenas para ser "sacrificado"? Não seja idiota, achei que fosse mais inteligente. Nós não deixávamos você sair do castelo e não contávamos tudo para te poupar!- Hermione havia definitivamente perdido toda a compostura. Estava a muito falando alto, em algumas horas berrando. -Você ia ficar com a pior parte, ou seja, derrotar Voldemort, não queríamos você se preocupando com outras coisas.

-Sim, e realmente essa foi uma ótima forma de me mostrar isso. -Ele falou sarcasticamente.

-Acho que cometemos um erro terrível. -Hermione falou ironicamente. - Deveríamos mesmo ter deixado você sair do castelo e participar das missões. Quem sabe seu "sofrimento" não acabaria antes, não é mesmo? Foi sempre assim... Para você foi sempre, eu, eu, e, eu mesmo. E quando foi pensou em MIM? Ou nas outras pessoas que estavam naquela guerra e se preocupavam com você?

-Pelo amor de Merlin, PORQUE VOCÊ ACHA QUE EU ESTAVA LUTANDO NAQUELA MERDA DE GUERRA?-Harry disse finalmente perdendo toda a paciência que restava, chegando mais próximo dela.

-Você tem uma forma engraçada de mostrar preocupação Harry. -Ela falou dando uma risada irônica. - Não parecia que você estava assim TÃO preocupado... Mas muito bem, já que reclamou tanto que NINGUÉM se preocupava com o que VOCÊ estava sentindo e passando, quando foi que VOCÊ mostrou que se preocupava comigo? - Ela disse acusadoramente. - Ou está achando que eu não senti nada disso que disse? Mas no meu caso, foi realmente muito pior, porque eu sentia que estava lutando por nada. Rony tinha se tornado um comensal, e você, naquele ser desprezível, que andava pelo castelo dando ordens, se achando superior, e só me dando patadas.

-Se sentia realmente isso, então porque você continuou lutando?-Harry perguntou irritado

-PORQUE EU ME IMPORTAVA COM VOCÊ! - Agora além de berrar ela estava a beira das lágrimas.- PORQUE EU ACHAVA QUE DEPOIS QUE AQUELE INFERNO ACABASSE AS COISAS SERIAM DIFERENTES, QUE VOCÊ FOSSE MUDAR! Mas não... é lógico, mais uma vez eu fui ingênua demais imaginando que você poderia mudar, que as coisas seriam diferentes. Eu via o Harry que cresceu comigo, aquele menino maravilhoso com um coração maior que o mundo, se transformando num monstro. Que não se importava com mais nada além dele mesmo. Mas eu fiquei lá... Eu lutei, eu tentei... Mas hoje eu vejo que eu só servi como uma meretriz para você não é Harry? Eu servia apenas à noite quando você ia ao meu quarto, porque o resto do tempo, eu não servia para nada, estava preocupado demais pensando no que VOCÊ sentia. - Agora ela não segurava mais e chorava. Chorava por tudo. Pelo passado, pelo presente. Chorava porque ela estava cansada daquilo, sempre voltava, querendo ou não. - Até que eu casei. Eu cansei e larguei o mundo bruxo. As únicas pessoas que me prendiam nele era você e Rony. Ele havia sumido, e você cada vez pior, cada vez mais distante, mais cruel, mais indiferente, atacando todo mundo sem motivo algum. E então você vem me dizer que VOCÊ SOFREU? Não, EU sofri. E eu fiquei com raiva. Raiva de você e de mim. -Ela tinha voltado a berrar, com as lágrimas descendo abundantemente pela suas faces. - Raiva porque eu tentava e não tinha mudanças, raiva porque toda vez eu deixava você pisar em mim. E mesmo depois que eu saí de lá, eu mantive esperanças, esperanças de que você visse seu erro, assim como Rony e então, nós iríamos consertar as coisas como tínhamos feito em todos esses anos, e mas, quando fui obrigada a perceber que nada mais seria o mesmo... - Hermione riu, um sorriso sarcástico misturado com a dor - você não tem idéia de como eu fiquei, de como eu ainda fico. Como você acha que pode ser tão fácil eu te perdoe? - Pergunta dando alguns passos até ele, Hermione tremia dos pés a cabeça mais ainda forçava-se a ficar em pé para encará-lo - Eu tinha planos, Harry, planos nos quais você - ela respira fundo, seu dedo indicador batendo no peito de Harry com força - sempre esteve incluído e então, eu vi que não tinham mais amigos, não tinha mais Harry e Hermione, que era somente eu e mais ninguém. - Hermione fechou seus pulsos e se pôs a cabeça no peito de Harry, suas lágrimas molhando a roupa preta dele, este se sentia incapaz de fazer qualquer movimento, concentrado nas palavras da mulher a sua frente.

- E eu te odeio! - ela diz se afastando um pouco de Harry, seus pulsos fechando-se sobre o peito dele, e socando-o com o máximo de força que conseguia juntar ali, agora. Queria causar a ele um pouco da dor que fora passar todos aqueles anos fugindo do passado, passado que ela um dia pensara poder se lembrar com sorrisos e olhares sonhadores, mas que ele ajudara a ser somente cheio de tormentos e dor - Te odeio por ter me deixado sozinha depois de tudo o que eu fiz por você, depois de tudo o que nós passamos. Por você esquecer do que você realmente é. É tão difícil de entender que eu não queria ganhar prêmios por solidarismo? Eu só queria que você fosse feliz e se preciso, eu daria o melhor de mim pra que isso acontecesse. Eu queria que você pudesse entender, mas é claro que você não conseguiu, que você nunca vai entender o que é isso, afinal, você só vive para esse joguinho que criou para machucar as pessoas, não é? - Perguntou por fim sabendo que não conseguiria nada socando-o. -E eu te odeio muito mais por ter voltado, e por ter feito tudo o que você fez até agora. Continuar sendo esse idiota que só pensa em você, que acha que o mundo gira em torno do seu umbigo, por ter feito as lembranças voltarem... POR QUÊ VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR EM PAZ? - Ela termina gritando e batendo nele com mais força. -EU ESTAVA MUITO BEM, MAS VOCÊ TINHA QUE APARECER E TRAZER TUDO ISSO DE VOLTA, EU TE ODEIO, TE ODEIO, TE ODEIO! -Enquanto ela chorava e berrava ela batia ainda mais em Harry gritando, e socando seu peito.

Harry estava sem ação. Ele sabia de muitas coisas que Hermione estava falando, mas não tinha uma idéia do quanto isso significava. Agora ele entendia o porquê dela estar sendo tão relutante, tão dura com o pedido dele, e isso o fez sentir ainda pior. Ela tinha razão em muita coisa do que estava dizendo, ele havia sido um canalha mesmo, mas não iria continuar assim. Queria mudar, queria que sua vida mudasse, queria ser feliz de novo, queria poder saber que tinha amigos, e ele iria fazer qualquer coisa para que isso acontecesse.

Hermione fechou os olhos deixando mais algumas lágrimas caírem, sentindo-se um pouco mais leve. Já tinha falado sobre tudo o que tinha acontecido, sobre cada sentimento que ainda a atormentava para Mark que se mostrara um bom ouvidor todas às vezes em que ela tinha precisado, tinha chorado nos braços do amigo, sempre prometendo que não voltaria a derramar uma lágrima sequer por aqueles que a tinham feito sofrer e depois de longas tardes em profunda depressão, ficava um pouco melhor, mas hoje, nada se comparava à aquele choro de hoje.

Toda a frustração, o ódio, desespero, agonia, desesperança, decepção estavam reunidos em suas lágrimas, e da mesma forma com que desciam livremente por sua face demonstrando sua tristeza, banhando o seu rosto pálido sentia como se parte do que guardara fosse levado junto.

Ele tentou abraçá-la, mas Hermione não queria deixar, tentava se desvencilhar-se dele, mas ele insistiu, até que finalmente, acabou desistindo,(quem desistiu?S) encostando sua cabeça no peito de Harry. Ela chorava muito, estava cansada.

Ele acariciava seus cabelos enquanto murmurava muitos pedidos de desculpas. Ela tremia em seus braços, e Harry daria tudo para fazer com que aquela dor dela passasse. Finalmente entendeu o mal que causou, e ele só queria morrer. Hermione não merecia isso, e estava começando a achar que realmente não merecia uma segunda chance, mas se ela cedesse, não faria que ela se arrependesse.

Afastou o rosto dela de seu corpo. Ela estava vermelha, seus cabelos meio bagunçados, e seus olhos muito vermelhos. Enxugou as lágrimas que insistiam a cair de seus olhos, e ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, enquanto dizia:

-Eu realmente sinto muito Hermione. De verdade, me desculpe, eu não fazia idéia realmente do que eu havia feito. Mas eu estou arrependido, eu quero mudar isso. Eu quero ter você de volta na minha vida, eu quero mudar, eu vou mudar, você tem que acreditar em mim. -Ele olhava com seus olhos verde esmeralda brilhantes, profundamente nos olhos dela, querendo que ela acreditasse nele. -Eu quero consertar todas as besteiras que eu fiz, eu só te peço uma chance, a última.

- Você ainda não entendeu? Não há mais o que consertar!

- Uma chance. Só isso que eu peço pra você. Se você mesmo assim ainda acreditar que eu não mudei, que eu posso mudar, então eu desapareço da sua vida, se você quiser. Vamos tentar mudar, ou você estará cometendo...

- O mesmo erro que você na noite que virou as costas pra mim e não me deixou chance de explicar. - Hermione diz, encarando-o com olhos vermelhos por causa do choro. Ela sorriu, um sorriso triste, talvez, o mais triste que Harry já a tinha visto dar. -Pra você ver como o mundo dá voltas, como a vida é irônica.

- Hermione, - ele chamou indo até o sofá onde ela está sentada com os cotovelos apoiados no joelhos e as mãos no rosto, fitando o chão. Harry ajoelha-se na frente dela - olha pra mim - pede segurando o queixo dela.

- Me dá um motivo. - Diz encarando-o, determinada, agora foi a vez de Harry fitar o chão e de Hermione fazê-lo encará-la, da mesma forma que ele a tinha feito fazer.

- Eu sinto falta do que éramos, eu sinto falta de você, sinto falta de nós.

Era tarde da noite já e Hermione estava deitada em sua cama, no seu quarto, enrolada em muitos cobertores. Estava um frio fora do normal, porque além da nevasca forte lá fora, seu aquecedor, ainda, estava quebrado.

Mas ela não se importava com o frio. Estava realmente pensando numa certa pessoa que estava deitada no sofá de sua sala, Harry.

Mione não havia deixado Harry ir embora, justamente pela nevasca que estava àquela noite. Era tão forte que ela via uma coisa branca homogênea do lado de fora da janela, e não iria deixá-lo sair de carro com um tempo daquele. Não estava completamente segura se realmente havia o perdoado, mas não queria que ele se arriscasse. Talvez por não ter certeza disso, que ela havia deixado ele no sofá ao invés de colocá-lo no quarto de hospedes.

Suspirou e olhou para a janela vendo a neve cair. Hermione se sentia exausta, seu corpo estava cansado, havia sido um longo dia. Mas por mais que seu corpo pedisse descanso, sua mente parecia não querer descansar tão cedo. Aquela noite significava muita coisa.

Significava que talvez as coisas fossem diferentes daqui para frente, mas será que a dor e o sofrimento iriam passar? Será que havia feito a coisa certa? Será que não iria se arrepender?

Harry nunca havia pedido desculpas por nada, muito menos pedido outra chance. Isso deu a ela uma pouco de esperanças que as coisas mudassem. Não que eles voltassem a ficar juntos, mas pelo menos que voltassem a ser amigos.

Sentia falta de tantas coisas... Sentia falta da amizade, sentia falta do companheirismo, das risadas, das aventuras... Não que não sentisse falta do namoro, dos carinhos, dos beijos, das carícias, mas isso era uma coisa que havia realmente perdido qualquer esperança á muito tempo mesmo. Não por achar que não fosse mais acontecer, mas por achar que ela mesma não deixaria isso acontecer novamente.

Bem, tinha que levar em conta que agora que havia reencontrado Harry e Rony, não deixou de ficar pelo menos um pouco feliz. Ver que eles estavam bem, não haviam morrido ou qualquer coisa assim, a deixava um pouco tranqüila. Durante muitos anos de sua vida desejou que as coisas voltassem a ser como eram antes, mas depois de tantos anos, tanto tempo, havia desistido completamente de qualquer expectativa. Agora ela via um fio de esperança, uma luz no fim do túnel.

Sem que percebesse, começou a sentir suas pálpebras pesadas, e começou a fechar os olhos... Não queria mais lutar contra o sono, queria e precisava dormir...

Estava caminhando pelos corredores do castelo apressadamente. Já era mais de três horas da manhã e estava até agora em reunião com a ordem ajeitando os últimos detalhes para o "grande" dia de amanhã, ou melhor, de hoje. Sabia que não conseguiria dormir, mas precisava de um banho. Um banho gelado, estava uma noite abafada. O verão estava terrível esse ano. Lembrou-se da grama já com tons amarelados quando entrava em seu quarto. Será que hoje choveria?

Fechou a porta do quarto enquanto se dirigia ao banheiro. Ficava feliz que Dumbledore dera a ela um quarto com banheiro. Não saberia se teria forças para ir até o banheiro tomar um banho. Queria tomar um banho e deitar em sua cama, quem sabe dormir um pouco...

Ficou horas embaixo do chuveiro. Sentia a água batendo nas suas costas e a tensão se dissipando um pouco. Amanhã seria um longo dia. Haviam localizado onde Voldemort estava escondido, ou seja, significava que a "grande batalha final" estava prestes a acontecer.

Saiu do chuveiro e foi para o quarto. Um vento quente entrava pela janela e se sentiu meio irritada por um momento. Porque não chovia? Odiava deitar quando estava quente, nunca conseguia dormir realmente bem.

Procurou uma camisola na armário. Achou uma perfeita, era fina, com certeza ajudaria a amenizar o calor. Colocou-a e deitou na cama. Olhou para a janela e podia ver algumas nuvens no céu. Esperava que essa noite finalmente chovesse.

Ela não estava conseguindo dormir. O calor era insuportável. A brisa eventual que soprava pela janela, servia apenas para espalhar ainda mais o ar quente dentro do quarto.

Sentia-se uma verdura tenra, cozinhando no vapor. A camisola fina, grudada ao corpo, incomodava. O suor havia molhado o lençol. Estava definitivamente impossível dormir naquela noite tão abafada. Bufando, ela se levantou e foi até a janela.

Observou o lago refletindo a luz da Lua como um espelho, em toda a sua placidez. Sentiu inveja dos seres que ali viviam. "Pelo menos não se preocupam com o calor, ou a falta de vento", pensou. Sorriu pela ironia.

Havia estado submersa naquele lago há alguns anos atrás, e agora tudo parecia tão estranho, distante e surreal, que Hermione quase não podia mais se reconhecer como a mesma pessoa.

Ela respirou fundo e desejou por alguns segundos ter seguido por um caminho diferente. Ter feito escolhas diferentes, e, sobretudo, ter tido maior força de vontade para manter aquilo que ela julgava correto. "Devia cair uma tempestade bem fria", desejou olhando para as esparsas nuvens no céu.

Então, resignada, decidiu voltar para a cama. Foi nesse momento que o vento resolveu mudar, e anunciar uma chuva. A pele dela, quente e suada, arrepiou-se. Ela se encolheu e voltou para a cama, puxando agora o lençol sobre si. "Nem sempre a gente deve desejar as coisas com tanta intensidade", se lembrou mentalmente de uma frase que Harry havia dito certa vez a ela, e amaldiçoou-se novamente por tudo que havia acontecido entre eles.

O vento agora, gelado, zunia por entre as cortinas do dossel, assoviando fantasmagoricamente, e ela olhava para as sombras sinistras se formavam no teto. A luz prateada da Lua estava morrendo aos poucos, dando lugar a escuridão.

Uma tempestade se aproximava. O pedido dela havia sido atendido. Como da outras vezes. E, como das outras vezes ela, não sabia se aquilo era realmente o certo.

A janela começou a bater e a ranger irritantemente. Hermione puxou a coberta para a orelha, mas antes pôde ouvir um outro barulho. Com o canto dos olhos viu a porta do quarto se abrir suavemente, e, com um estrondo, se fechar.

"Teria sido obra do vento?", pensou em vão, tentando enganar-se. Suspirou. Ela sabia que não tinha sido o vento. Deveria fingir que estava dormindo então? Não. Ele a conhecia demais para saber que ela não dormiria com todo aquele barulho.

Mesmo assim, manteve os olhos fechados. Fechados não. Apertados, cerrados, contraídos de medo. Medo dele. Medo de si mesma.

Por fim, sentindo-se observada demais, despojada de sua privacidade, manifestou-se irritada.

- Pro inferno... Eu sei que você está aí. Com que direito você entra no meu quarto desse jeito? - reclamou abrindo os olhos e olhando na direção do nada.

- Com o direito que você me deu, me informando a senha para abrir a porta - o "nada" respondeu de volta. Ela sentou-se na cama, furiosa.

- Você e Ron sabem essa senha por uma questão de segurança. Por Merlin, será que você não sabe o que é uma emergência? - ela deu uma pausa. - E quer sair debaixo dessa capa de invisibilidade estúpida? Já está me enervando falar sozinha e não "olhar" para você... - completou rolando os olhos para cima. Uma gargalhada cortou o silêncio, e uma figura masculina preencheu o vazio de onde o riso havia surgido.

- Para o seu governo, Hermione Granger, eu sei muito bem o que é uma emergência. Eu fui treinado para isso esqueceu...

- Nós fomos - ela o interrompeu.

- Que seja... - ele prosseguiu. - Mas a novidade é que você queira olhar para mim... - ela arrancou um dos travesseiros da cama e atirou nele, furiosa. Harry se esquivou e riu. Apanhou o travesseiro do chão calmamente, sacudindo-o, como se este estivesse coberto de pó.

- Tsc, tsc, tsc... Não devia fazer isso. Não faz bem aos nervos ficar desse jeito... - ela prendeu a respiração. Estava prestes a esganá-lo, e isso tornava as coisas mais excitantes para ele.

- Não, não, não. Eu não vou me aborrecer com você. Me recuso a me aborrecer com você de novo. É inútil... - disse resignada.

- Inútil por que você não é capaz de resistir a mim? - ele perguntou cinicamente, colocando o travesseiro no colo, sentando-se ao lado dela. Ela o observou com uma expressão triste, e não furiosa como ele esperava após o comentário.

- Se você soubesse o quanto isso é cansativo... - ela tentou disfarçar as lágrimas que se formavam em seus olhos, mas obteve ajuda da chuva, que de repente começou a castigar a parede leste da construção de pedra, entrando pela janela e ensopando todo o tapete.

Ela se levantou de um salto, tentando empurrar as duas bandas da janela, sem muito sucesso. A camisola encharcou-se, e, mesmo na penumbra, era possível enxergar o contorno do seu corpo.

Harry foi até ela, e, com um empurrão fechou as duas partes da janela. Nesse instante, os dois começaram a ouvir um barulho de algo sendo alvejado contra a madeira. Estava chovendo gelo.

Hermione estava gelada. O vapor saía de sua boca, condensando-se, enquanto ela batia queixo. Harry puxou-a para perto da lareira e, com um pequeno feitiço, acendeu o fogo, jogando um pesado cobertor em volta da garota.

- Desculpe o mau jeito, Mione... - ela espirrou em resposta. - Eu não sei o que acontece comigo. Eu... - as lágrimas agora desciam pela face pálida de frio da garota. - Eu não quero magoar você de novo, mas eu sempre acabo fazendo isso. Eu sou um idiota imprestável... - silêncio. Ele imaginou que ela não falaria mais com ele, quando os lábios dela finalmente se moveram timidamente.

- Não é verdade... - ela disse olhando para frente. O olhar vago, perdido em algum ponto distante enquanto olhava a lenha crepitar e arder na lareira. No passado, ela sabia que as coisas não haviam acontecido como ele estava falando.

Ele esperou que ela olhasse para ele, mas ela não o fez. Então ele gentilmente segurou-a pela pontinha do queixo, virando o rosto dela delicadamente para ele, olhando-a nos olhos.

-E por que não? - ela franziu a testa.

-Por que não o que, Harry? - suspirou resignada.

-Por que não é verdade? - ela fechou os olhos e meneou a cabeça.

-Esquece... Você não entenderia mesmo... - ela deu um muxoxo.

-Teste-me então... - ela olhou para ele de cima à baixo. Então abriu um sorriso enigmático. Colocou uma das mãos no rosto dele, quente e vermelho, pela proximidade do fogo.

Harry não esperou que ela fizesse mais nada. Segurou a mão dela com força, beijando-lhe a palma e puxou-a para si. Hermione tentou ceder à princípio, mas o calor do corpo dele era convidativo demais para que ela recuasse.

Ele começou acariciando-lhe a curva do seio de leve, sem pressa. Ela gemeu baixinho, fazendo-o sorrir satisfeito. Ele deitou por cima dela, beijando o pescoço e a curva do ombro de levinho.

-Era esse o teste que você tinha em mente, Harry? - ela perguntou sorrindo para ele. - Por que se for esse você sabe muito bem que já passou. E com um "excede expectativas" merecido...

-Excede expectativas? Hermione Granger, você não imaginava o meu talento? - sussurrou no ouvido dela depois de contornar-lhe o colo com a ponta da língua. Hermione se arrepiou.

-Eu imaginava sim. Mas eu não me convenço facilmente. Para dizer a verdade não estou totalmente convencida... - ele mordeu a ponta da orelha dela, e então abriu a camisola dela de uma só vez.

-Eu vou te convencer então... - colocou as duas mãos no corpo dela. Passando uma delas por dentro do decote recém-aberto, e a outra pela coxa contraída de prazer da garota.

Rapidamente as carícias esquentaram, e quando eles se tornaram um só o calor que invadiu o quarto os manteve aquecidos mesmo quando a lareira já havia apagado.

Ficaram deitados em silêncio. Ela, deitada nos braços dele, e ele a abraçando. Hermione fechou os olhos e desejou que aquele momento não acabasse nunca, mas ela sabia que era como desejar algo impossível. Talvez jamais pudesse mostrar com palavras o quanto se sentia bem, feliz, calma, protegida estando nos braços dele.

-No que você está pensando?-Harry perguntou enquanto acariciava o braço nu dela.

-Nada.-Ela responde não querendo dizer a ele o que realmente estava pensando.

-Você não parece estar pensando em nada... -Harry diz instigando-a a falar.

-Estou pensando em como as coisas são difíceis para nós. -Ela acaba finalmente falando.

-Bem, em se tratando da minha pessoa, realmente as coisas nunca são fáceis. -ele responde em tom baixo.

-Eu sei. Mas por um momento eu queria que as coisas fossem diferentes... -Hermione fala com uma voz melancólica.

-Um dia elas vão ser Mione. -Harry diz beijando o topo da cabeça dela.

-E quando será esse dia?-Ela diz saindo dos braços dele, olhando-o nos olhos.

-Não sei... Mas ele vai chegar, eu sei disso.-Ele fala beijando-a levemente nos lábios.-Agora tente dormir. Amanhã será um longo dia...-Termina fazendo-a deitar novamente em seus braços.

Ela acordou de repente sentando-se na cama. Olhou para o relógio ao lado de sua cama. Ele marcava quase 4 horas da manhã.

Voltou a deitar-se puxando mais as cobertas sobre si, sentia frio.

Começou a pensar sobre o sonho que acabara de ter. Fechou os olhos sentindo o quanto havia ele havia sido real. Era como se ela pudesse sentir-se molhada, os beijos de harry, as mãos dela, a segurança, a felicidade, o amor, os beijos.

Engraçado pensar sobre o que aquela noite havia significado. Era como se fosse a primeira vez que a visita de harry fora diferente. Como uma despedida. Sem brigas, sem discussões ou gritaria, palavras cínicas, irônicas. Foi a primeira vez que ela pode ter certeza que ele sentia alguma coisa. Harry foi gentil, foi carinhoso, foi como se o antigo Harry estivesse de volta.

Foi a partir daquilo que havia criado esperanças que as coisas poderiam ser diferentes, que ele pudesse mudar. Mesmo que no dia seguinte, mais uma vez ela tenha acordado sozinha, sabia que aquela última vez havia sido diferente.

Fechou os olhos. Será que as coisas realmente poderiam ser diferentes?

Agastou as cobertas e levantou-se da cama, indo em direção a porta. Abriu-a e olhou pelo corredor onde podia ver a sala. Harry dormia encolhido, apertando o sobretudo sobre si, ainda de óculos. Parecia realmente com frio, talvez as cobertas que ela havia dado a ele não tivessem sido suficientes.

Voltou ao seu closet e pegou mais um edredon grosso indo em direção a sala. Quando chegou perto dele, sentou-se na mesinha de centro, velando seu sono.

Era engraçado vê-lo dormindo. Parecia que todas as barreiras que havia construído em torno de si, desabassem, e ele era apenas Harry. O Harry que ela conheceu, não aquele que havia se tornado.

Com todo cuidado do mundo retirou os óculos do rosto dele. Colocou-o do seu lado, pegou as cobertas e estendeu sobre ele. Esperava sinceramente, do fundo do coração, que realmente as coisas mudassem.

-Espero Harry, que saiba aproveitar a chance que eu estou te dando.-Ela falou baixo, num sussurro, enquanto acariciava os cabelos revoltos dele.-Não estrague tudo de novo, por favor...

Dando uma última olhada nele, ela vira-se voltando para seu quarto. Antes de fechar a porta, Harry sussurrou da sala, como que em resposta.

-Não vou estragar. -Ele sorriu de olhos fechados. É, ela iria dar a ele outra chance.

Continua-

N/A2: Esse foi um capítulo, um tanto quanto... Triste. Primeiro pq escrever ele não foi fácil, e segundo que a minha beta Gala me abandonou! :'( hauhauhaa, ok, isso foi melodramático, mas é a mais pura verdade. Não o fato dela Ter me abandonado, pois a gala é o tipo de amiga que jamais te abandona... Mas porque eu devo muito a ela, por milhões de motivos, principalmente por Luz e Sombra. Eu posso dizer com amsi absoluta certeza que a fic não teria chegado até aqui sem ela... Emtão, Gala, muito Obrigada por tudo ;)

N/A3: Com a saída da gala, ganhei outra beta, a Isa, a qual me ajudou tanto, que até fizemos um plano, e agora eu posso dizer que Luz e Sombra terá mais ou menos 25 capítulos.... Os quais eu estou trabalhando já, e escrevi alguma coisa do capítulo 20 já. Minha meta é terminá-lo até as férias J

N/A4: Agora vamos aos agradecimentos :P

Franci Flom: Muito Obrigada pelos seus elogios, moça, e sabe, eu acho que a massafera também concorda com vc, sobre deixa a Mione com o Mark... mas se já não tivesse programado uma continuação pra Luz e Sombra, poderia até ser que eu fizesse um side com isso... :P

Caaarol: Olha eu prometo tentar terminar o capítulo 20 até o fim das minhas férias.... :P

Fernando Miaise: Poxa moço, muito obrigada - Sabe é dificíl ver homens lendo minha fic :P

Deyse: DEYYYYSSEEEEEE!!!!!! Ligia Pula na Deyse tudo bom moça? Nossa, que saudades, como estão indo as coisas com vc?:P DEYYYYSSEEEEEE!!!!!! tudo bom moça? Nossa, que saudades, como estão indo as coisas com vc?:P

LuSp: hauhuahha Moça, vc não acha que morrer é um pouco forte? :P Adorei a sua review, vc pode deixar sempre que vai me deixar feliz da vida :P Sabe, vai Ter um final feliz esse capitulo, foi bem... lavação de roupa suja, mas espero que vc ainda ache q no fim, valha um final feliz XD

Sara Lecter: Ah! Moça eu adoro suas reviews elas sempre são grandes XD. Olha, o mark não é bruxo não... a Mione conheceu ele quando fazia faculdade de direito! Ainda bem que vc quer o final feliz, pq tem várias pessoas querendo um final M/M :P Não que não seja legal, mas eu ainda sou H/H de coração :P Vou tentar atender suas expectativas, espero não Ter decepicionado com esse capítulo -

Bebeta Malfoy: Moça, eu tb acho que H² é o melhor shipper :P E não se preocupe, no capítulo 20, o Draco vai Ter um destaque maior -

Angela Miguel: MOÇA, MAIS UMA VEZ EU VOU DIZER: EU ATUALIZEI UM CAPÍTULO D AMINHA FIC HOJE, E VOCÊ?:P Tem gente achando que você desistiu de escrever a fic... :P

Mary Black : hauhuahaa é engraçado ver as opiniões das pessoas... umas querem a Mione com o Mark... outras querem matá-lo XD hauhauahaa tadinho eu adoro o Mark...

Larissa: Bem, aqui está o capítulo 19... e o 20 até final de fevereiro de Deus quiser.

Poly Malfoy: Ah! Eu tb amo o Mark XD. Bem, eu que criei, tenho que amá-lo XD. Agora a Hermione está bobinha?/ Engraçado, nunca tinha ouvid isso XD Ah! Moça, mto obrigada pela sua review e pelo seu apoio - Realmente é complicado atualizar quandoe stou em aula... XD

Ana Paula: Poxa Obrigada, e eu fico feliz que você esteja gostando )

Aya, minha afilhada do Coração: AYYYAAAAA :D Afilhadinha, deixe sempre reviews, para deixar sua Dinda contente :P

Srta. Granger Potter; Nhai moça, para queme stava sem palavras eu entendi tudinho XD Muito Obrigada pela review, e espero que tenha gostado desse capítulo.

Shadow, a Senhora das Sombras : Nossa, seu nick é realmente demais, amei ele . AH! Sim, olha sendo sincera, de uma pessoa que odeia o Rony, realmente foi mais fácil escrever ele de Comensal :P Aliás outras cenas dessas virão, espere só ;)

Mddie: hauahauhauahaa Sua review me lembrou a Dea.... Mto Obrigada por ela -

Maira Granger É, eu demorei um pouquinho... Mas olha é meu presente de aniversário para vocês -BruBru: Nossa comentaram minha fic tanto assim no 3V? No forum? Nhai, fico felizpor não Ter te decepicionado - E espero que vc tenha gostado desse capítulo :DJ: Sim, nossa, realmente ela havia chegado num impasse:P Bem, o próximo capítulo eu espero demorar menos... até o final de fevereiro XDVanessa: Ai que bom que vc esteja gostando da minha fic... talvez agora eles não vão brigar assim de novo, mas ainda terão algumas discussões XD Mto obrigada pela review!SuSu-RJ: Ah! Facul é uma PUTA presão... quando vc chegar lá, vc vai ver, é horrivel!

Mas sim, um dos capítulos foi com uma musica do Linkin park... eles são mesmo mto fodas, adoro eles XD Não fui no shoew deles... mto triste, adoraria Ter ido!Wendy: A senhora anda sumida dos fóruns... o que aconteceu? Enjoou?:P

Mari Gallagher Ah! H² é " O SHIPPER" :P Meu, eu amo eles, são perfeitos juntos... :P

Lilian Pendragon heheeheh espero que tenha achado minha fic bizarra de uma forma boa XD Desculpe pela demora, eu estou tentando enrolar menos sabe... :P

Letih Ggranger : AHHHHH! Um Pespelho! :P Vc lê um espelho!!!!!! :D Poxa, as vezes eu acho que as pessoas esquecem daquela minha fic XD Que bom que vc gostou fico feliz XD

Bem gente é isso aí... Então espero que todos tenham gostado, e eu estou vindo com uma novidade... eu estou traduzindo uma fic o/

E antes que todo mundo venha me dar broncas, quero que saibam que ela está quase toda traduzida, não vai tirar tempo nem de L&S nem de Um Espelho :D

N/A5: Por falta de tempo, só irei indicar uma fic... que é MUITO FODA!

- Regillus Avernus- Da Jesse.... procurem aqui no , pq vale a pena, meu deus .

N/A6: Agradecimentos a Luciana Trindade pela parte Nc.... Ou quase isso :P Moça, valeu, Amei :D