(Cap7)
2006
Ele acordou todo dolorido. Colocou as mãos no chão e tentou se levantar, mas quando foi firmar os joelhos sentiu uma dor tão aguda como se um prego tivesse sido enfiado nele. Gritou e caiu novamente. Conseguiu virar e ficou de costas, quieto, esperando a dor passar.
Eles aproveitaram enquanto ele estava torturando-o e foram até o escritório dele. Era o único lugar da casa onde estava o telefone. Um deles ficou vigiando a porta e o outro foi ligar.
"Caiu na caixa postal".
"Deixe um recado. Pode ser que a gente não consiga mais ligar de novo".
"Pronto. Vamos".
Eles saem procurando não tirar nada do lugar, mas não viram a câmera escondida em cima da porta que filmou tudo o que passou ali.
Brass estava chegando de uma prisão quando viu que seu celular estava sem bateria. Passou em sua sala, deixou-o carregando e foi até a sala de reuniões.
Nick foi para casa e tentou descansar. Não conseguiu parar de pensar que o Grissom estava sendo torturado. Pensou no que tinha lhe acontecido. Que prisão em que eu me coloquei. Quero melhorar e não consigo procurar ajuda desde daquela vez que fui abusado. Preciso superar isso. Voltou ao laboratório.
Sara tinha eliminado dois dos quatro furgões suspeitos. Eles pertenciam ao frigorífico agora e estavam pintados de branco a mais de seis meses. Faltavam mais dois quando Nick chegou para ajudá-la.
"Você não devia estar em casa descansado?"
"Tomei um bom banho e não conseguia dormir mesmo. Melhor vim ajudar do que tomar remédio para dormir".
"Está certo. Temos esses dois: William Kirts mora em Lauglin e Maxwell Smart mora em Henderson".
"Vamos verificar primeiro o senhor Smart".
"Ok".
Enquanto isso Warrick e Greg chegaram ao laboratório e encontraram Catherine. Ela também não conseguiu descansar, não com o Grissom desaparecido.
"Olá rapazes. Soube que acharam um corpo".
"E um bilhete também".
Falou Warrick, mostrando a evidência em um saco plástico transparente.
"Vou analisar para ver se encontro digitais"
"Eu vou verificar o banco de dados para esta marca de pneu".
"Bom, eu vou com você Warrick. Depois veremos o corpo".
"Greg, sala de reuniões daqui a uma hora".
"Certo".
Enquanto eles foram analisar as digitais, o Doutor Robbins limpou o corpo e o preparou para a necropsia. As digitais eram de Adam Seirly, condenado por assalto e estava em liberdade condicional. Catherine ficou indignada.
"Bom, muito bom. Temos quatro suspeitos, todos em liberdade condicional, e ninguém sabe onde eles estão".
"Nós sabemos, junto com o Grissom".
Ele também não gostou da notícia. Mas pelo menos sabiam quem eram os envolvidos.
"Vamos até o necrotério".
Quando entraram o Doutor tinha acabado de começar.
"Olá, Al'.
"Podemos acompanhar?"
"Claro".
O doutor começa a gravar:
Homem, caucasiano, 58 anos, estatura 1,80m, peso 98 Kilos. Marcas roxas por todo o corpo, olho direito inchado. Sinais de espancamento. Nas mãos havia abrasões de 4 cm, parecem ser de algemas. Um furo no abdômen, com sinais de pólvora, indicando um tiro de curta distância. Nos joelhos, calcalhares e em seis pontos das costas havia sinais de queimaduras, todas do mesmo tipo e profundidade, indicavam que foram feitas ao mesmo tempo.
Warrick o interrompeu por um instante.
"Como poderiam ser feitas essas dez marcas?"
"Teria que analisar a pele embaixo desta e verificar a extensão. Pela minha experiência: choques elétricos usando algum tipo de fio e grudado na pele".
Warrick gelou, Catherine fechou os olhos e depois disse.
"O senhor pode estimar quanto tempo faz?"
"Pela cicatrização, eu diria que uns oito dias".
"Isto daria, oito menos seis, que foi no segundo dia".
"Sim. No caso do Griss, seria hoje", falou Robbins com a voz embargada.
Warrick olhou para o doutor e pensou Caramba, eu pensando que o meu maior problema foi meu casamento as pressas. Agora não quero magoá-la mas também não quero mais ficar com ela.Minha prisão é bem mais suave do que está sendo a do Griss.
Catherine ouviu o que o doutor disse, pensou que nesse mesmo instante ele poderia estar recebendo choques. Uma lágrima correu pelo seu rosto. Simplesmente saiu e foi até a sala do Grissom. Olhou para os vidros contendo as espécies e troféus dele, sentou-se na frente da mesa vazia e chorou.
John McNeal saiu do porão rindo como sempre e voltou ao seu escritório. Ligou a tevê e passou as últimas imagens gravadas. Viu dois dos seus homens ligando para alguém. Resolveu que era hora de despachá-los.
