"Now it's just to late, and we can't go back
I'm sorry, I can't be perfect"
"Agora é tarde, e nós não podemos voltar atrás
Desculpe-me, eu não consigo ser perfeito" – Simple Plan - Perfect
O silêncio predominava no primeiro café da manhã que Natsu e Hatori passavam juntos. Os dois mastigavam lentamente a comida que ela preparou. A loira mantinha uma expressão calma em sua face, mas por dentro estava uma pilha de nervos. Não estava acostumada com aquele silêncio e parecia que Hatori estava bravo com ela. Após levantar a cabeça e olhar para o moreno diversas vezes, coisa que ele mesmo ignorava, resolveu quebrar o silêncio com sua voz melodiosa.
"-Senhor Hatori! Me-me desculpa! Eu não tive a intenção de quebrar a sua xícara! Eu lhe peço mil desculpas! Prometo que coisas assim nunca mais vão acontecer!" – disse, juntando as mãos e abaixando a cabeça rapidamente. Tal movimento fez um dos palitos voar e cair ao seu lado. Ela olhou assustada para Hatori que a olhava com um misto de confusão e surpresa. Pegou rapidamente o objeto caído e pediu mais desculpas. O coração praticamente disparado.
"-O que você está querendo dizer?" – perguntou, confuso.
"-É que eu... O senhor deve estar muito bravo por eu ter quebrado sua xícara! Aposto que era de estimação! Mas eu prometo que quando arranjar um trabalho eu compro uma igualzinha! Eu só quero que o senhor não fique mais bravo comigo! Esse silêncio estava me deixando afoita! Não gosto que as pessoas fiquem bravas comigo, sabe...!" – continuou, falando rapidamente, mas parou quando Hatori fez um aceno com a mão, pedindo que ela parasse de se desculpar.
"-Eu não estou bravo com a senhorita. Não sei de onde você retirou que eu poderia ficar bravo só porque você derrubou uma xícara minha. E é completamente normal eu ficar calado enquanto como. Não precisa se preocupar á toa. Além do mais a senhorita está doente e não deveria se exaltar tanto." – explicou calmamente, enquanto Natsu se acalmava ao ouvir que ele não estava bravo. Ela meneou a cabeça positivamente, voltando a comer. Hatori não sabia, mas já tinha visto alguém um pouco parecida com Natsu.
Terminaram o café e, mal Hatori saíra da mesa, Natsu já retirava a louça suja e limpava a mesa. Ela lavou e secou tudo rapidamente, voltando para a sala com um lindo sorriso estampando seu rosto. Parecia que lhe agradava, e muito, poder ajudar nas tarefas domésticas da casa de Hatori.
Sentou-se de frente para o moreno, que tinha pegado um livro para ler. Ficou observando ele virar calmamente as páginas, com os óculos um pouco abaixo da ponte do nariz, suas orbes verdes compenetradas no papel. Ele tinha retirado o paletó e afrouxado o nó da gravata, desabotoando dois botões da camisa, dando-lhe um ar mais despojado. Ela não tinha percebido como, mas estava praticamente hipnotizada com aquela visão do moreno. Estava pensando em ir até seu novo quarto e trocar de roupa, mas ficar ali observando-o pareceu-lhe mais tentador.
Quando deu por si, o moreno já tinha desviado seu olhar do livro e a olhava também. Talvez fosse porque estava tão imóvel, ao fato de que não tinha parado quieta desde que chegaram, fez ele desviar brevemente sua atenção á loira, que olhava Hatori com uma expressão serena no rosto. Natsu abaixou a cabeça, extremamente ruborizada.
"-A senhorita está bem?" – perguntou, estranhando a atitude da garota.
"-S-sim, senhor Hatori! E-eu vou para o quarto que o senhor reservou para mim..." – anunciou, se levantando.
"-Se quer se trocar, suas roupas que estavam em seu antigo apartamento, já se encontram no quarto. O banheiro a senhorita já sabe onde é." – comentou, se acomodando melhor no sofá, ainda olhando para a loira, que acenava com a cabeça, subindo graciosamente os degraus da escada que levavam ao andar de cima.
OoO
Entrou no quarto, ainda um pouco receosa, e sentou á sua cama. Era grande, o colchão era fofo e os lençóis macios. Tudo era azul. As paredes, o jogo de lençóis e até as cortinas. Os móveis de mogno se harmonizavam com a cor do local, balanceando os tons.
Natsu se deitou e pegou seu ursinho de pelúcia: um coelhinho rosa todo esfarrapado. Foi sua mãe que o tinha dado. Em uma época em que toda a família era unida. Abraçou-o forte, pensando em como tudo chegara naquele ponto. Em pensar que começou quando ela esbarrara em Hatori, fugindo da escola. Um sorriso surgiu automaticamente em sua face.
Apesar daquela expressão sempre séria e mal-humorada, ela sabia que por dentro ele devia ser uma pessoa que se importa muito com os outros á sua volta. Talvez fosse esse jeitinho que a fez ficar admirada pelo médico. Em pensar que ele era somente um médico da família Souma, na qual pertencia agora. Ele a atendeu, não cobrou nada e ainda queria acompanhar seu quadro médico. Naquele momento ela se sentiu um pouco culpada. Se tivesse voltado para o consultório no dia marcado, tomado certo os comprimidos, quem sabe não tivesse pegado uma pneumonia forte e ficado anêmica. Se bem que, se Momiji não a tivesse encontrado naquele beco, não estaria morando com Hatori e tendo uma família, da qual não conhecia muita coisa, mas era apenas uma questão de tempo.
Suspirou e se levantou vagarosamente. Aquela cama dava vontade de ficar deitada o dia inteiro. Abriu as portas do guarda-roupa e se assustou: desde quando tinha tantas roupas? Era uma coisa muito estranha. Poderia ser um presente de boas vindas ao novo membro da família. Eram peças tão lindas e os sapatos não ficavam pra trás. Seu pai nunca tinha dito que possuía uma família tão rica.
Pegou algumas peças novas, para fazer uma surpresa á Hatori e foi até o banheiro.
Provavelmente só havia aquele banheiro na casa. Em cima da bancada tinha muitos vidros de perfume e loções. Hatori era muito vaidoso. Ela abriu um que escolheu a dedo, virando a tampa vagarosamente, conhecia muito bem o quanto era desastrada. Levou o vidrinho próximo á seu rosto e inalou seu perfume. Com certeza Hatori tinha bom gosto, aquele aroma de musk era inebriante. Fechou seus olhos, a imagem do médico se formando em sua mente; o momento em que ele a examinava na sala, tocando levemente sua pele com sua mão, tal cautela parecia que Natsu era de louça frágil.
Abriu os olhos castanhos rapidamente, não acreditava que estava pensando daquele jeito sobre Hatori, os dois eram parentes agora! Aceitava que o tinha achado charmoso desde a primeira vez que tinham se trombado, mas isso já estava ficando fora dos limites. Na viagem do hospital até a casa em que se encontram, tinha flagrado a si mesma várias vezes olhando intensamente para moreno.
Fechou o pequeno vidro e o colocou no lugar. Despiu-se e tomou um banho, nem tão rápido e nem tão longo; secou-se e se vestiu com as peças de roupa que tinha escolhido antes, se olhando no espelho acima da pia. Tinha ficado uma bela combinação de tons, com certeza surpreenderia o médico.
OoO
Na sala, Hatori fechava o livro, colocando-o sobre uma mesinha ao lado do sofá. Passou a mão sobre o cabelo, tirando a franja de cima do olho esquerdo, mas a mesma voltando ao lugar de sempre. Observava o chão, a visão meio fora de foco. Pensava na loira que acabava de subir as escadas.
Era óbvio que se preocupava com ela, mas tinha algo mais. A cada vez que ela lançava aquele sorriso infantil e meigo, suas pernas fraquejavam um pouco. Não, aquilo não podia estar acontecendo novamente. Seria mais uma mulher que sofreria por ele. Apesar de tudo, achava que o destino já havia lhe dado felicidade demais para um membro dos doze signos.
Amou uma mulher em sua vida, já tinha sido o bastante. Mas era um pouco cedo para se tirar conclusões precipitadas. Apenas o tempo irá dizer o que realmente ele estava sentindo pela loirinha de olhos castanhos.
Mas uma coisa estava certa: Akito foi muito estranho em sua decisão. Não era possível se saber o que se passava pela mente calculista do moreno. Com certeza estaria arquitetando algo para Natsu. Não deixaria ela entrar para a família tão facilmente. Só restava á Hatori zelar pela égua dos doze signos, para que não sofresse muito nas mãos de Akito.
Levantou-se, arrumando sua camisa. Ainda precisava voltar ao consultório, Natsu estando em sua casa ou não. Ia chamar a loira, quando a viu descendo a escada.
Ela descia delicadamente os degraus. Usava uma saia de pregas sobrepostas que chegava um pouco acima de seus joelhos, em um tom lilás-claro; uma blusinha branca com babadinhos no decote princesa; uma sandália também branca, de tiras finas, fazendo suas pernas aparentarem ser mais grossas do que eram. O cabelo já seco, reluzia á luz do sol que entrava pelas janelas, fazendo os cachos mais dourados, dando o aspecto de fios de ouro. A pequena estava deslumbrante, apesar do modelito casual que vestia.
Hatori não escondia sua surpresa em ver Natsu tão bela e graciosa. Olhava-a compenetrado, há muito tempo que não via imagem tão linda sorrindo daquele jeito para si. Naquele momento era Natsu que estranhava o jeito que o moreno a observava. Corou levemente ao sentir as orbes verdes percorrerem cada centímetro de seu corpo, suas mãos que seguravam uma bolsa bege, ficaram um pouco inquietas e começaram a arrumar sua saia, em busca de alguma parte do tecido que estivesse desajeitada.
"- Senhor Hatori, há algo errado?" – perguntou um pouco receosa.
"- Ah... Não. Desculpe-me." – pediu, desconcertado pelo modo como olhava a garota – "Está muito bela, Natsu." – elogiou.
"-... O-obrigada... Senhor Hatori" – agradeceu, sentindo suas maçãs do rosto pegarem fogo. Ser elogiada pelo médico era um privilégio. Não era muito do seu costume dizer tais coisas.
"- Não precisa me chamar de 'senhor', Natsu. Apenas Hatori basta."
"- Sim, Hatori." – concordou, descendo as escadas, ficando frente á frente com o moreno – "Então... Vai á seu consultório hoje?" – perguntou, mordendo levemente o lábio inferior.
"- Sim, por que?" – perguntou desconfiado, algo no tom de voz esperançoso de Natsu dizia que ela esperava uma resposta negativa.
"- Ah... É que eu gostaria que o senhor me acompanhasse até minha escola. Para dar alguma justificativa pelas minhas faltas, sabe..." – contou, abaixando sua cabeça.
"- Tudo bem... Mas agora você não vai mais estudar naquela escola. Vamos transferi-la para outra. Em que outros membros da família Souma estudam... A não ser que você queira continuar na sua antiga escola..."
"- Não!" – quase gritou, só de pensar na possibilidade de poder sair daquela escola onde todas as meninas a odiavam, um fio de esperança brilhou em seus olhos – "Eu adoraria ir para uma escola em que pessoas de minha própria família estudam. Seria uma honra... Quando poderei fazer o teste para transferência?"
"- Bem... Não vai ser necessário, já que eu dei uma olhada em seu boletim, suas notas são exemplares, a escola não vai pedir um teste se olhar seu histórico." – declarou, olhando a loira ficar desconcertada com a notícia que ele olhara seu boletim. – "Não se preocupe, suas notas são muito boas mesmo. Olha, se quiser, poderemos pegar a transferência agora. Tenho tempo ainda." – se ofereceu, vendo aquela expressão feliz no rosto da loirinha.
"- Se não for muito incomodo para o senhor... Eu adoraria! Muito obrigada, Hatori! – disse, abraçando o médico abruptamente.
E a mesma cena se repete. O moreno se assusta levemente, não estando acostumado a tamanhas explosões de afeto. Mas por algum motivo, ele correspondeu ao abraço da menina, passando seus fortes braços por sua frágil cintura. Natsu, ao sentir o toque do moreno, apertou levemente mais forte suas mãos nas costas dele, encostando sua cabeça em seu ombro. Parecia um casal de namorados.
Passados alguns minutos, Natsu levantou sua cabeça, seu olhar indo de encontro ao de Hatori. Ele a olhava de um jeito diferente. Aqueles orbes verdes estavam transbordando carinho. Um sentimento que ele jamais pensaria que voltaria aos seus pensamentos. Foi uma coisa automática, impensada, mas ele foi se aproximando mais do rosto de Natsu, suas mãos ainda em volta de sua cintura, trazendo-a pra mais perto de si. A loira estava estranhando os atos do médico, mesmo sabendo o que ele realmente pretendia, mesmo sabendo que queria que ele completasse o gesto, colocou suas mãos sobre o peito dele e o empurrou um pouco.
Hatori, sentindo delicadas mãos de encontro ao seu peito, acordou do transe em que se encontrava. Talvez fosse por carência, mas não estava acreditando que quase tinha feito aquilo com Natsu, uma garota bem mais nova que ele.
Afastou-se um pouco, totalmente desconcertado. Passou a mão no cabelo, olhando meio perdido para a loira, que estava de cabeça baixa.
"- Perdoe-me... Eu realmente... Não queria..." – tentou desculpar-se, mas não encontrava palavras.
"- Tudo bem, Hatori. Eu... entendo. Não precisa ficar assim." – disse, fazendo um gesto para que Hatori se acalmasse, um sorriso calmo surgindo em sua face.
"- Ah... Tudo bem... Mesmo? Eu não devia ter feito isso com a senhorita... Me sinto muito culpado... Eu a deixei constrangida..." – perguntou, mexendo as mãos, inquieto.
"-Claro! Não fique se culpando. Já passou... Mas, que tal nos apressarmos agora, hein? Você acabará chegando atrasado em seu escritório." – sugeriu, puxando Hatori pela mão. Ela poderia estar esbanjando confiança, mas por dentro estava um tanto quanto insegura. Por um momento ela queria que ele a beijasse, mas estava muito cedo para que coisas assim acontecessem. Talvez fosse melhor que ela não o abraçasse com tanta freqüência daqui em diante.
O moreno concordou com a cabeça e pegou seu casaco e o de Natsu, abrindo a porta da casa.
OoO
No fim de semana...
Ainda era madrugada e Hatori estava sem sono. O médico se levantou e foi andando vagarosamente pelo corredor, odiava ficar com insônia. Passou pelo quarto da loirinha e percebeu que a porta estava aberta, o vento frio entraria livremente pelo quarto desse jeito, só piorando seu estado. Natsu provavelmente esquecera de fechar, do jeito que era desatenta. Ele olhou entediado e voltou para fechar a porta. Ao segurar a maçaneta, viu a pequena encolhida na cama, o lençol caído ao seu lado. Respirou fundo, entrou silenciosamente e pegou o pano. Antes de cobri-la, fitou suas belas formas sobre o pijama curto, coisa que evitava sempre que ela acordava trajando essas miudezas. Ela se mexeu levemente, ficando de bruços, tremendo um pouco mais.
O moreno se sentia estranho. Sentia-se estranho por estar no quarto da menina, de madrugada e olhando como a mesma era magnificamente linda. Balançou a cabeça negativamente. Não eram horas para ter esses pensamentos despudorados. A cobriu e saiu do quarto, fechando a porta ao sair.
Logo de manhã, Natsu já estava acordadíssima e preparava o café-da-manhã alegremente. Tinha acordado antes de Hatori, coisa que fazia sempre. Arrumou tudo certinho na mesa e subiu as escadas para chamar o médico. O incidente do começo da semana já tinha sido completamente esquecido pelos dois.
Estava mais eufórica por ser seu primeiro fim de semana como um membro da família Souma. Hatori havia lhe contado mais coisas sobre os outros membros, deixando-a mais curiosa para conhecê-los. Ainda mais que eles iam passar esse fim de semana na casa de Shigure, o cão do Juunishi. Também ficara sabendo de Tohru, uma garota que não pertencia á família e morava junto com Shigure, com a aprovação de Akito. Queria conhecê-la, ao que Hatori tinha dito que se pareciam muito, não fisicamente, mas no jeito de ser.
Chegou á frente do quarto do médico e bateu na porta. Ouviu alguém murmurar um "pode entrar" ou algo assim. Ajeitou o pijama: um conjuntinho roxo, sendo que o shortinho era extremamente curto, mas não podia fazer nada, apesar de não se sentir nem um pouco envergonhada de se vestir assim na frente das pessoas.
Abriu delicadamente a porta e deu de cara com Hatori vestido com apenas uma toalha em torno de sua cintura. O moreno acabara de sair do banho e secava os cabelos; apesar de estar se enxugando, algumas gotas de água ainda permaneciam em seu tórax definido, dando-lhe uma aparência incrivelmente sensual, bem diferente da sóbria habitual. Natsu desconhecia esse lado de Hatori, nem sabia que ele podia ter um corpo tão bem definido.
Mais que depressa, se virou, o rosto em fogo. O moreno apenas a olhava um pouco confuso, não sabia o porquê dessa atitude brusca.
"- Algum problema, Natsu?" – perguntou, terminando de arrumar sua franja.
"- Ah...! Não... É que eu não sabia que o senh... Você estaria nesses trajes. Desculpe-me, eu volto daqui a pouco, quando você estiver vestido." – disse rapidamente, colocando a mão na maçaneta, pronta para ir embora. Hatori, entendendo o motivo da súbita atitude de Natsu, soltou um sorrisinho.
"- Ah... Não se preocupe, eu não me importo. Mas já que está aqui, me diga o que quer" – falou, desviando seu olhar de Natsu, quando tinha fitado a loira seus olhos deram de cara com aquela peça minúscula, que dava mais ênfase á parte traseira dela.
"- Sim! Eu vim avisar que o café da manhã já está pronto! Se você já quiser descer..." – anunciou, se virando, sorrindo. O mesmo sorriso que deixava qualquer um sem fôlego.
"- Claro... Pode deixar, já estou descendo. Agora se me dá licença..." – concordou, mostrando suas roupas em cima da cama, indicando que iria se trocar.
"- Tá! Claro! Então... Eu vou me trocar também! " – disse, se retirando rapidamente do quarto do moreno, com o coração acelerado. Quase tinha deixado que Hatori visse o quão ficara maravilhada com seu corpo. Recompôs-se e foi até seu quarto, arrumando a cama e se trocando. Vestiu uma calça boca de sino jeans e uma bata azul bebê, de mangas longas, pois estava um pouco frio.
Desceu e esperou o moreno terminar de se trocar. Arrumou novamente os pratos, vendo se tudo estava perfeito. Não queria que Hatori pensasse que não sabia fazer as coisas direito.
O moreno desceu as escadas, vestindo um terno formal verde escuro, do mesmo tom de seus cabelos. A elegância sempre presente em seu jeito de vestir e de ser. Sentou-se á sua frente e começou a comer lentamente, como era de costume. Natsu não gostava disso. Estava acostumada á longas conversas no café-da-manhã, com seu pai, mas isso era apenas uma questão de tempo para que se acostumasse. Seu pai não estava mais entre os vivos e Hatori era sua família agora.
Passados alguns minutos, os dois já estavam dentro do carro e indo a direção á casa de Shigure. A loirinha estava agitada e não parava de se mexer.
"- Não precisa ficar tão inquieta. Quando os conhecer melhor, verá que não é preciso toda essa animação quando vier para cá novamente..." – comentou Hatori, começando a se incomodar com a inquietação da garota.
"- Ah... Sim. Desculpe-me, Hatori..." – respondeu de cabeça baixa, tentando se conter.
Ao chegar, Hatori estacionou o carro e falou para Natsu ir entrando, que iria pegar algumas coisas dentro do porta-malas. A loirinha consentiu com a cabeça e, ajeitando sua mochila em cima do ombro esquerdo, se aproximou da porta. Eles iam dormir lá hoje.
Ainda um pouco insegura, bateu na porta duas vezes. Após alguns instantes a porta se abriu, um homem colocou a cabeça para fora, verificando quem batia á porta. Seus olhos cinzentos se cruzaram com os castanhos brilhantes de Natsu e faiscaram levemente, enquanto que os da loira se assustaram e ela deu um passo para trás. Hatori chegou atrás de Natsu, estranhando o modo como se encaravam.
"- O que está acontecendo aqui, Shigure? Não vá me dizer que já conseguiu assustar a menina logo cedo..." – perguntou Hatori com a voz cansada.
"- Hã? Não... Eu não fiz nada, ainda... Ela é a Natsu?" – o moreno meneou a cabeça positivamente para Shigure e ele se virou para Natsu – "Então agora eu sei seu nome, não é, loirinha...?"
Natsu o encarava com uma expressão de susto e tremia levemente. Pelo jeito os dois se conheciam.
"- Hatori... Esse é o Shigure que você tinha dito?" – perguntou, se posicionando atrás do médico.
"- Sim... Por que?" – respondeu, confuso.
"- É que nós já nos conhecíamos... Se eu soubesse que ele era o Shigure da família Souma, não teria vindo... Ele já tentou abusar de mim quando eu estava indo para a escola... Ele passou a mão no... meu... bumbum..." – revelou, ficando levemente envergonhada.
"- Ah... Não foi pra tanto... Você não queria dizer seu nome... Eu apenas tentei induzi-la á isso..." – defendeu-se o cão, gesticulando com a mão.
"- Abusando de uma colegial? Francamente, Shigure, não pensei que você chegasse á tanto... Não se preocupe, Natsu. Ele não vai fazer nada com você aqui, pode deixar..." – o moreno tentou tranqüiliza-la, passando seu braço por cima do ombro da garota e lançando um olhar censurado para Shigure.
"- Ah... Então... Já que nos apresentamos... Vamos entrar, sim?" – convidou Shigure, dando passagem aos dois. Natsu foi na frente com Hatori bem colado á seu corpo. O médico murmurou um "depois eu preciso falar seriamente com você" ao cão, que sorriu sem graça, uma gota na parte superior da cabeça.
OoOoOoO
Oi, zenteee!
volta gloriosa
Então... Ai, droga! Eu não queria ter que repartir esse cap ao meio, mas foi preciso... ¬¬ Primeiro pq fazia muito tempo que eu não atualizava e Segundo, pq iria ficar muito grande se eu colocasse tudo que eu queria só nesse cap aqui... Mas paciência... Intrigas e paixões só no próximo cap...
Gente, desculpa a demora! É que a escola nova está tomando muito tempo e imaginação de mim... Ç.Ç E ainda tem aqueles assuntos emocionais e talz... (lembranças dolorosas)... Então eu vou fazer uma coisa...! Eu vou dar mais ênfase á essa fanfic, pq eu tenho ela certinha na cabeça e ela não vai passar de seis caps, pelo menos eu acho, sabe... Mas, depois dela (por ordem de imaginação fértil) vem a Amor e Traição e depois Meu doce Vampiro... Essa última, pessoal... EU vou postar dois caps de uma vez, tá? É a que mais está recebendo comentários, sabe... E o povo tá aflito pra uma continuação... u.u
Peço lhes desculpas, mas eu prometo que não vou demorar pra voltar á ativa novamente, tá..! n.n
(Dedicado á uma pessoa especial... Bah, por mais que você me faça sofrer, eu sempre vou te amar, tá!)
Bjos, qianças!
