Capítulo 11 – Old Bailey

Foram pelo menos 20 minutos que Severus passou sozinho numa salinha ao lado da corte, ainda sob o impacto dos acontecimentos. Ele jamais esperaria ver Draco testemunhar a seu favor. Por um lado, ele sentiu uma satisfação interna ao ver alguma maturidade no garoto. Sem contar que ele estava genuinamente tocado pelo gesto do rapaz. Aquilo tinha sido uma coisa bem decente a se fazer, talvez o primeiro gesto de decência que Draco fizera em toda a sua vida. Restava saber se isso teria ajudado alguma coisa em seu julgamento.

Severus tirou um minuto para se dar conta de que não fazia a menor idéia de como Draco estava vivendo: depois da morte de Narcissa, todas as possessões dos Malfoy tinham sido confiscadas. Mas certamente Narcissa deveria ter deixado alguma reserva de dinheiro ou propriedades a seu filhinho querido, talvez em nome de alguma outra pessoa, ou coisa parecida. Draco falara em morar fora, talvez ele tivesse se imposto um auto-exílio.

Ele mal teve tempo de pensar nisso, pois foi logo levado de volta à sala de julgamentos e amarrado à cadeira mágica. Dessa vez sua entrada fez o público silenciar. Claro que o silêncio não durou muito quando a próxima testemunha entrou.

Harry Potter. Maldita lista alfabética.

Queridinho da mídia, Harry Potter foi interrogado por sua conselheira-mor, a Srta.Granger. Severus revirou os olhos ao ser obrigado a presenciar o espetáculo de embevecimento da platéia diante de Potter, como se tudo aquilo fosse um grande espetáculo. Potter não decepcionou seu público e angariou ainda mais simpatias relatando a sua dor ao perder aquela que seria a futura Sra. Potter, capturada por Comensais antes que o espião de Voldemort dentro da Ordem da Fênix fosse descoberto.

Severus não pôde evitar um peso em seu coração ao se lembrar do episódio. Ele não soubera de nada, não tivera tempo para articular uma saída, uma ajuda, uma intervenção. Ginny Weasley fora torturada durante horas, traída por Mundungus Fletcher por um punhado de galeões. Foi com uma satisfação selvagem que Severus passara à Ordem a informação e a prova de que o traidor tinha recebido o equivalente a 30 dinheiros, conforme um ditado Muggle que sua tia Moreen lhe ensinara. O ex-Mestre de Poções lamentava sinceramente não ter podido salvar a única filha dos Weasley. O estado lamentável do corpo mutilado da jovem após a selvageria dos Comensais ainda assombrava Severus em pesadelos vívidos, a voz rouca da moça implorando que a matassem soava em seus ouvidos.

Ao pensar nisso, ele observou Potter detidamente. Fazia tempo que não via o rapaz, a última vez tinha sido durante a batalha final e aquela dificilmente era a ocasião mais propícia para reparar no aspecto do salvador teen do mundo bruxo. Mas havia algo sombrio em Potter, algo depressivo. Aquele não era mais o mesmo rapaz que fora seu aluno, de coração aberto e expressão franca. Não, ele tinha se estragado, com um dano emocional irreparável. Mais uma cicatriz para Harry Potter. O coração de Severus se amargou diante disso. Ele podia não gostar de Potter (afinal, tratava-se do filho de James), mas não desejava isso.

No todo, o depoimento de Potter não tinha sido tão devastador quanto Severus imaginava. A audiência ficara presa em seus assentos (o Wizengamot incluído) enquanto ele relatava a caçada às horcruxes. A lembrança fez Severus estremecer. Após décadas de espionagem, foi naquela hora que Severus mais teve medo. Medo mesmo, medo de verdade, medo real. Porque aquilo era o mais importante a ser feito, nada mais importava. Se eles não achassem e destruíssem todas as horcruxes, nada faria sentido. E o Lord das Trevas venceria.

Felizmente, eles acharam os malditos artefatos contendo a alma do Lord das Trevas. Harry Potter fez questão de ressaltar que ele jamais teria conseguido descobrir o modo de derrotar o Lord das Trevas sem a ajuda de Severus. Ele repetiu três vezes que Severus tinha matado Bellatrix Lestrange antes que ela o matasse, e, logo em seguida, salvou a vida de Harry mais uma vez, fazendo o Lord errar a pontaria de uma maldição particularmente debilitante. O Lord das Trevas urrou de fúria ao ver a traição de Severus, um som que o ex-Comensal jamais se esqueceria enquanto vivesse. Sua mente vagueou enquanto o Rapaz-Que-Matara-Voldemort admitia relutantemente ter desconfiado de Severus depois da morte de Dumbledore, mas durante a caçada às horcruxes tudo tinha se esclarecido.

Só faltaram aplausos quando Harry Potter finalmente desceu do banco das testemunhas. Severus tentou lançar-lhe um olhar patenteado de desprezo, mas o rapaz o encarou com tanta intensidade que ele sentiu-se todo perfurado por dentro.

E foi quando a testemunha seguinte entrou que Severus percebeu a importância da lista alfabética.

Quando a viu entrar, Severus perdeu o controle. Helena fazia isso com ele, fazia-o perder o controle. E ela estava ali, andando até o banco das testemunhas, ar abatido, os grandes olhos verdes transbordando tristeza.

Ele se dirigiu a Aberforth:

– Não! Ela não! – Severus se debateu, e as correntes mágicas se apertaram ainda mais para restringir-lhe os movimentos. Ele ignorou a dor, num súbito acesso de ira. – Você não tinha o direito, Aberforth! Deixe-a fora disso! Eu não vou permitir! Não vou...! Deixe-a em paz!

Alvoroço tomou conta da sala inteira, a ponto de sufocar os gritos do acusado. Como ela não tinha sido anunciada, a audiência se perguntava quem era a mulher de cabelos avermelhados e o presidente da sessão vociferou:

– Ordem! Ordem! Sr. Advogado, se seu cliente não se controlar, ele será removido do recinto!

Mas Severus não continuou sua explosão de fúria, porque as correntes que o prendiam apertavam-no tanto que ele estava ficando sem ar e não podia mais gritar. Ele se debateu ainda, mas, antes que desmaiasse por falta de ar, conseguiu se deter. Estava cianótico pela falta de ar e pela ira, que o deixara quase à beira de um ataque apoplético.

Ela se sentou no banco, os olhos verdes cheios de amor a encará-lo, enquanto a ordem era restaurada no recinto. Percy Weasley aproximou-se para ministrar as requeridas três gotas de Veritaserum. Rufus limpou a garganta, já cansada de tanto gritar por silêncio, e avisou:

– Que esta seja a última interrupção desta sessão. Se não houver ordem para os trabalhos, o recinto será evacuado de todos os que estiverem causando a perturbação. Agora, por favor, a testemunha deve dizer seu nome para o escriba Percy Weasley.

– Helena Anne Sharp, Meritíssimo.

– Pode me chamar de presidente, madame. A defesa pode inquirir a testemunha.

Foi Hermione Granger quem se adiantou para interrogá-la:

– Posso chamá-la de Helena?

– Com certeza – ela sorriu. Parecia calma, notou Severus.

– Helena, o nome que você deu ao escriba é o seu nome perante o mundo bruxo?

– Sim, é verdade.

– Mas você tem outro nome?

– Sim. Entre Muggles, eu sou chamada de Helena Anne Snape.

Mais alvoroço na platéia, mas foi quase engraçado ver que um único olhar severo de Rufus fez todos se aquietarem. Aparentemente, ainda estavam todos em choque.

– Você é parente do acusado?

– Sou sua esposa.

Murmúrios altos. A Srta. Granger ignorou-os:

– Isso quer dizer que o casamento não é reconhecido perante a lei bruxa?

– Eu presumo que sim, mas eu não sei responder com certeza porque não entendo muito de leis bruxas. Eu sou o que vocês, bruxos, chamam de Muggle.

O burburinho cresceu, mas a surpresa foi tamanha que Scrimgeour esqueceu-se de advertir a platéia e dirigiu-se diretamente a Helena, incrédulo:

– Muggle, a senhora disse?

– Sim, senhor.

– Sem poderes?

– Foi o que eu disse.

– Nem um pequeno feitiço?

– Não, senhor.

– Então, é só casada com um bruxo?

– Bom, eu não sabia que Severus era um bruxo até alguns dias atrás. – Murmúrios.

– Ele mentiu para a senhora, então?

Helena deu aquele sorriso doce que tanto aquecia o coração de Severus, olhando para o marido, e garantiu:

– Ele só pensava em proteger sua família, senhor.

Hermione Granger pigarreou discretamente:

– Er, se me permite, Sr. Presidente, posso continuar a interrogar a testemunha?

Houve risadas abafadas e o ministro da Magia se deu conta então de que estava absolutamente contra as normas do protocolo. O escrivão Percy Weasley tentava controlar seu olhar de censura para o ministro, que disse, constrangido:

– Claro, Srta. Granger, por favor, continue.

– Helena – Hermione não perdeu tempo –, como você descobriu que tinha se casado com um bruxo?

– Eu não via meu marido há cerca de dois anos – começou Helena, na sua voz agradável. – Então, fui procurá-lo.

– Conte como isso aconteceu.

A audiência ouviu um relato sucinto das peripécias de Helena para chegar ao mundo bruxo, e Severus sentiu seu coração se apertar por saber que tinha sido responsável por todo o sofrimento da mulher a quem amava. Ele estava tão emocionado que se sentia um tanto quanto entorpecido, como se fosse outra pessoa a assistir a um drama que não lhe dissesse respeito. A audiência, contudo, reagira de maneira diferente. Eles acompanhavam avidamente a narrativa de Helena e Severus percebeu que essa era a intenção de Aberforth ao chamar Helena para testemunhar: reverter a disposição do público em relação a ele.

Se a estratégia seria vitoriosa, só o tempo diria, mas naquele exato momento, Severus quis acreditar que daria certo e que ele podia ousar em sonhar com um futuro com Helena quando o julgamento terminasse. Ele não se permitira pensar nisso em Azkaban, porque ele tinha certeza de que jamais a veria de novo. Mas, por mais impossível que isso parecesse, ela aparentemente não desistira dele.

Como não amá-la? Como ser digno desse amor?

No seu pequeno devaneio, Severus perdera o fio da meada do depoimento de Helena, e viu que a audiência estava emocionada. Não era para menos: Helena estava chorando. Ele não pôde deixar de ver a ironia que era ver outras pessoas tendo a mesma reação que ele. Quando Helena chorava, seu coração sangrava. Aparentemente, a audiência também.

Havia grande movimentação entre os membros do Wizengamot. Griselda Marchbanks trocava constantes cochichos com Rufus Scrimgeour. Hermione fez mais algumas poucas perguntas e passou a palavra a Mad-Eye Moody. O ex-Auror chegou perto dela com uma expressão que fez Severus se arrepiar de irritação. Ele se mexeu na cadeira e as correntes mágicas o apertaram.

– Então, moça – Moody andou na frente dela, o olho mágico girando furiosamente –, você parece ser uma surpresa da defesa, hein? – Helena nada disse, até porque ele não tinha feito nenhuma pergunta e limitou-se a encará-lo. – Não pense que eu não sei o que vocês pretendem.

– Desculpe, eu não sei o que senhor quer dizer.

– Quero dizer que a senhora não sabia que seu próprio marido era bruxo até alguns dias atrás?

– Exato.

– E fazia dois anos que não o via?

– Sim, senhor.

– Então, na verdade a senhora só está aqui para tentar amolecer o Wizengamot, não é verdade? – Ele se aproximou dela, erguendo a voz. – Está aqui para chorar essas lágrimas de crocodilo e tentar fazer com que a gente boa do mundo bruxo sinta pena de um assassino, de um Comensal da Morte assassino frio, cruel e covarde? Esse é o golpe da defesa, não é verdade! Usar os seus olhinhos cheios de lágrimas para tentar enganar o povo!

Severus não sentiu quando sua visão se turvou, não soube dizer como ele se mexeu, estando acorrentado à cadeira, mas as correntes de repente se apertaram em torno de seu corpo e ele ouviu gritos, gritos que ele levou alguns segundos para perceber que eram seus, e o tumulto se formou, e ele ignorou as correntes quase entrando por sua pele, cortando-o, e de repente sentiu sua mágica se acumulando.

Silencio!

O feitiço lançado por Scrimgeour o deixou mudo, e aparentemente aquilo foi o que bastou para acalmar os ânimos na sala, embora o mesmo não se pudesse dizer dele. Mesmo sem poder emitir um som, Severus estava todo vermelho, debatendo-se mudamente contra as correntes, produzindo apenas o som de tilintar do metal, sua magia acumulando cada vez mais.

– Este é meu último aviso – advertiu o ministro da Magia. – Se o acusado não puder se controlar, será retirado do recinto e julgado à revelia. A testemunha pode responder à pergunta.

A contragosto, Helena desviou o olhar de seu marido, com seus olhos verdes que estavam cheios de água, e usou-os para encarar Moody, sem se intimidar:

– Por favor, poderia repetir a pergunta? Não acho que tenha entendido.

O olho azul mágico revirou, num brilho frio e cruel:

– Moça, eu só quero saber como você pode contribuir com esse julgamento se você mesma disse não saber de coisa alguma sobre o caso!

– Eu posso lhe dar o motivo.

– Motivo?

– A motivação de meu marido em todos esses atos.

– E qual teria sido?

– Tudo que Severus fez sempre foi pensando em sua família. Ele nos protegeu esses anos todos, sempre nos manteve seguros. Sacrificou-se e arriscou-se para assegurar que seus familiares morassem num mundo mais seguro. Sei que ele não deve estar gostando disso que estou dizendo, mas estou convicta de que é a verdade. Ele pensava em nós, na segurança de seus filhos.

Um frisson percorreu a sala. Moody estreitou os olhos nela:

– Filhos? Snape tem filhos?

Severus agitou-se, as correntes tilintando furiosamente. Helena não se intimidou.

– Sim, nós temos filhos. E eu preciso acrescentar que Severus sacrificou-se tanto por nossa segurança que sequer pôde conhecer o nosso caçula. Ele mal conhece as crianças. – As lágrimas voltaram. – Mas eu disse a elas que papai está fazendo um trabalho muito importante: deixando o mundo mais seguro para todos nós. E que ele ama muito todos nós, por isso é que ele está fazendo isso.

Snape a encarou e sentiu seus próprios olhos se umedecerem. Seus filhos, que mal o conheciam, estavam sendo preparados a sentir orgulho dele. O mundo bruxo inteiro o desprezava, mas Helena queria que eles tivessem orgulho do pai. Só Helena seria capaz de fazer isso.

Moody, porém, não deu o braço a torcer:

– Ou seja, você realmente não tem nada a dizer e seu testemunho é inútil. Sr. Presidente, eu não tenho nada mais a perguntar a essa senhora.

Ele voltou para o seu lugar e usou o olho mágico para encarar Helena, que permaneceu sentada na sua cadeira. A chefe do Wizengamot ainda cochichava algo com o ministro, que assentiu e empertigou-se. Scrimgeour pigarreou e empostou o vozeirão para anunciar:

– Bom, normalmente a testemunha estaria dispensada, mas há um pequeno problema com respeito à observância do Estatuto Internacional de Sigilo da Magia da Confederação Internacional dos Bruxos. Portanto, vamos detê-la para fazer-lhe algumas perguntas. Depois do interrogatório, a Sra. Snape será levada para o Escritório de Desculpas para Muggles e devidamente obliviada.

Um alto tilintar se ouviu, pois Severus começou a se agitar como nunca antes. O burburinho recomeçou na sala e Aberforth se ergueu com uma agilidade espantosa:

– Sr. Presidente, eu peço que reconsidere essa decisão. A Sra. Snape tem família, incluindo crianças pequenas que dependem dela. Obliviá-la vai prejudicar suas tarefas de mãe. Além do mais, seus filhos e outros membros da família são bruxos. Os demais parentes de Severus também têm magia, mesmo que desconheçam o mundo bruxo. Não pode obliviar todos eles!

Helena se descontrolou:

– Não, por favor, não façam isso!

– Lamento – foi a resposta seca do ministro. – Aurores, por favor.

Dois homens altos e fortes avançaram para a cadeira dela, Severus freneticamente se agitando. Ele começou a ver vermelho, a não ouvir direito o que se passava. O mundo começava a ficar totalmente distorcido. Ele tremia dos pés à cabeça.

– Sr. Presidente! – Aberforth ergueu a voz e o tumulto no recinto aumentou. – Isso é uma arbitrariedade! A Sra. Snape não cometeu qualquer crime para ser levada por Aurores, como uma criminosa.

– Não! – Ela olhou para os lados, procurando uma saída, mas os homens avançavam contra ela. – Por favor, me ajudem!

Helena parecia encurralada, assustada e indefesa.

Um estalo alto e seco se ouviu, como se o nível de magia no ambiente de repente tivesse mudado. E tinha. Toda a magia acumulada de Snape de repente se liberou, num surto tamanho que o libertou das correntes mágicas e sobrepôs-se ao inibidor de magia da cadeira do réu. Ele se pôs de pé e um grito surgiu na multidão:

– Ele está solto!

Pânico se instalou, ainda mais depois que, mesmo sem varinha e sem precisar pronunciar uma palavra, Severus fez os dois Aurores que avançavam contra Helena se erguerem no ar, de ponta-cabeça, as capas penduradas em pleno ar. Ah, as delícias de um Levicorpus não-verbal.

A confusão tinha se instalado no recinto, pessoas em pânico gritando e querendo fugir, como alguém tivesse soltado uma Manticora na sala repleta. Até as autoridades pareciam estupefatas, hesitando um minuto antes de soltar a ordem:

– Detenham-no!

Não houve tempo.

Com dois passos, Severus chegou até Helena e abraçou-a de maneira protetora. Sentiu o corpo dela tremendo e acariciou suas costas, tentando fazê-la parar de soluçar. Baixinho, ela sussurrava seu nome, agarrada a ele. Naquele instante mágico, os dois, abraçados, se isolaram da gritaria em que se transformara a sala de audiências.

Severus sentiu uma agulhada nas costas, e imediatamente a dor se espraiou para os membros superiores, imobilizando-os. Ele olhou o rosto de Helena, que o encarava, alarmada. Ela disse alguma coisa que ele não ouviu direito, apenas o som mavioso da sua voz entrou-lhe nos ouvidos, um pouco distorcido, aparentemente. Aliás, o mundo todo parecia se distorcer diante dos seus olhos, o chão de repente veio ao encontro de seu rosto enquanto seu corpo inteiro parecia preso de alguma forma. A voz de Helena parecia mais aguda e ele quis responder, mas sua língua não se mexia. Ele sentiu o perfume dela a seu redor mais uma vez e, com um suspiro feliz, mergulhou na escuridão que se aproximava.

PS – Old Bailey é o nome da High Criminal Court de Londres, o tribunal mais tradicional para julgar causas criminais na Inglaterra.