Capítulo 13 – A verdade sempre aparece

Tiago chegou não salão comunal com a respiração um pouco ofegante, depois de correr o jardim quase inteiro. Largou-se na poltrona mais próxima e ficou apenas olhando a lareira, até que ouviu uma conhecida voz feminina chamá-lo.

- Tiago!

O maroto não respondeu. Ele sabia que era Lílian, mas não só pela voz. Era também pelo doce perfume que se espalhou pelo salão inteiro, pelo modo como o seu coração disparou. Mas Tiago não respondeu. Além de não querer nem olhá-la, não encontrou sequer uma palavra.

- Eu vi você correndo para cá, aconteceu alguma coisa? – continuou a ruiva, já que havia sido ignorada.

- Você ainda me pergunta? – disse ele finalmente, mas com uma certa grosseria na voz.

- Claro que pergunto, eu não sou vidente, Tiago.

- Ah é, eu esqueci, você é a amiguinha do Snape.

Agora tudo ficara claro para Lílian. Era esse o motivo da revolta de Tiago, o fato de ela ter ficado conversando com o garoto que ele mais odiava na escola.

- Tiago, eu não sou amiguinha dele, me deixa explicar.

- Eu não quero ouvir. Eu não quero ouvir nada, Evans. Já estou cansado das suas desculpas esfarrapadas!

- Pára de ser grosso, eu não dou desculpa esfarrapada nenhuma!

- Ah, não? Você acha que sou burro, que eu não percebi?

- Que você não percebeu o quê?

- QUE VOCÊ NÃO QUIS FICAR COMIGO POR CAUSA DAQUELE SONSERINO IDIOTA! – vociferou Tiago.

Definitivamente, ele agora perdera o controle total. Seus olhos transbordavam de raiva enquanto encaravam Lílian, que estava muito assustada.

- Tiago, eu... Isso é loucura! Eu nunca ia ter nada com ele!

- Eu realmente também pensava assim, mas eu não sou mais otário. Por que você não me contou a verdade? Custava me dizer o motivo real em vez de mentir, me fazer sofrer? Eu sempre fiz tudo para você, tudo, e é dessa maneira que você retribuiu. Muito bem, você conseguiu Evans, eu saí definitivamente da sua vida.

Agora era Lílian quem se descontrolara. Como ele tinha coragem de falar isso para ela, sem saber a história verdadeira? Ela já estava completamente arrasada por ter que abrir mão dele por Belle, e ainda teria que ouvir esses desaforos sem fundamento?

- ÓTIMO ENTÃO, SE VOCÊ NÃO QUER ACREDITAR EM MIM, AZAR O SEU! – explodiu ela.

Os olhos dos dois marejavam de lágrimas, enquanto Lílian deu as costas para Tiago e rumou para o dormitório feminino.

Lílian abriu a porta do seu quarto e se jogou em sua cama, chorando sem parar.
Ficou ali por um bom tempo, até uma de suas amigas chegar.

- Lily! O que foi? – exclamou Ana correndo para abraçar a amiga.

- O... imbecil do... Tiago! – foi tudo o que a ruiva conseguiu dizer, levando-se em conta as milhares de lágrimas que caíam livremente pelo seu rosto.

- Mas o que houve?

- Ele achou que eu não quis ficar com ele porque estava tendo um caso com o Snape! – respondeu Lílian, enxugando suas lágrimas na tentativa de controlá-las.

- Que loucura! E de onde ele tirou essa idéia maluca?

- A Narcisa e a Bellatriz estavam azarando o Snape, então fui lá ajudar e tentei conversar um pouco com ele, só que ele não queria me ouvir. Então, o segurei pelo braço, no que ele riu e disse que "o meu namoradinho não ia gostar", ou algo do tipo. Quando me virei para olhar de quem ele estava falando, vi o Tiago deixando a Belle sozinha e correndo pelos jardins.

- Então, ele interpretou errado a cena?

- Acho que sim. Veio todo frio falar comigo e disse que saiu definitivamente da minha vida. Ana, eu amo o Tiago, mas não vou ficar aturando grosserias sem fundamento da parte dele!

- Calma, tudo dará certo.

- Eu não tenho mais tanta certeza... – murmurou Lílian, recomeçando a chorar.

- Lily, vocês brigaram por besteira. Se pelo menos um engolir esse orgulho bobo e pedir desculpa, tenho certeza que tudo se resolverá em um minuto. – disse Ana para confortar a amiga.

- Por que você diz isso? Que eu saiba, a situação é praticamente a mesma entre você e o Sirius, e não vejo nenhum dos dois tomar iniciativa nenhuma.

- É diferente... – falou Ana com os olhos marejando de lágrimas.

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- Pontas, está tudo bem? – perguntou Sirius, ao entrar no salão comunal e ver o amigo com a cara emburrada.

- Não, está tudo péssimo! – respondeu Tiago, batendo na mesa a sua frente.

- Calma, o que aconteceu?

- A Lílian! Ela está tendo um caso com o Ranhoso! Foi por isso que ela não queria namorar comigo, agora eu entendi.

- O quê? Não delira, Pontas! A Lílian nunca teria um caso com aquela criatura!

- Mas ela está tendo, Almofadinhas.

- Parece que todos os casais agora resolveram brigar... – falou Sirius, largando-se no sofá ao lado da poltrona de Tiago.

O maroto ficou um tempo com o olhar perdido, até que Tiago o despertou de seus devaneios.

- Você e a Ana... Não vão mais voltar?

- Eu não sei... – disse Sirius, suspirando. – Ontem eu ainda estava tomado pela raiva que senti dela, mas hoje... Por todo lugar que eu passo, lembro algum momento de nós dois, da risada dela, do sorriso...

- Almofada, toma uma atitude! Você é ou não é Sirius Black? Vai ficar aí sentado, esperando ela cair do céu?

- Você não entende, Tiago... Eu tenho medo. Medo de pedir a ela para voltarmos, e ela não aceitar! – Sirius deu um longo suspiro, ainda com o olhar perdido, e sussurrou. – Agora eu percebo...

- Percebe o quê? – perguntou o outro maroto, confuso.

- Eu amo a Ana! – disse ele ficando de pé, enquanto seus olhos teimavam em marejar.

- Então vai atrás dela, homem! – falou Tiago, elevando um pouco o tom de voz e sacudindo o amigo pelos ombros.

- Eu... Vou subir para tomar um banho e espairecer um pouco. – disse Sirius, desviando o olhar de Tiago e sumindo pelas escadas que levavam ao dormitório masculino, sem esperar a resposta do amigo.

Tiago largou-se na poltrona que antes estava sentado, e ficou ali, apenas pensando.
Lembrando que por algumas horas, chegou até a levar em conta a idéia de poder namorar Lílian.

"E pensar que eu ainda fiquei imaginando o nosso casamento." – pensou ele, rindo fracamente daquilo que agora julgava ser uma besteira.

Enquanto relembrava algumas coisas que aconteceram, foi despertado de seus pensamentos por uma fina voz que ecoou pelo salão comunal.

- Tiago? Você está acordado? – perguntou a menina, que se aproximava por trás dele.

- Estou, Belle. – disse ele, virando-se para encará-la.

- Hum... Você saiu correndo do jardim aquela hora, está tudo bem?

- Mais ou menos... – falou Tiago, com um leve sorriso triste.

- Você quer... hum... dar uma volta?

- Não Belle, obrigado.

- Ah, vamos Tiago! O que vai adiantar ficar aí nessa poltrona, lembrando da Lílian e sofrendo? Vamos dar uma volta para você relaxar um pouco!

- Tudo bem, então. – disse ele, sem jeito de recusar o convite da garota.

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Sirius bateu a porta do quarto e foi em direção ao banheiro. Recostou-se na parede do chuveiro e tentou deixar que a água morna leva-se sua saudade.
Mas isso não foi possível. Não foi, e nunca seria.

Disso, o maroto tinha certeza absoluta: nunca a esqueceria, nunca.

Nunca conseguiria fazer com que aquela voz parasse de ecoar em sua mente, e tão pouco que aquele sorriso saísse de seus olhos. Nunca esqueceria nenhum detalhe daquela garota e, na verdade, também não fazia muita questão de tentar esquecer.

Hoje preciso de você
Com qualquer humor, com qualquer sorriso
Hoje só tua presença
Vai me deixar feliz

Aquelas palavras não paravam de ecoar dentro dele.

"- ÓTIMO, EU TAMBÉM NÃO FAÇO A MENOR QUESTÃO DE NAMORAR UM CARA CAFAJESTE E MENTIROSO COMO VOCÊ!"

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar
Me dizendo que eu sou causador da tua insônia
Que eu faço tudo errado sempre

"Ah, Aninha, como você estava errada..." – pensou ele, num suspiro.

Ela estava errada e ele também. Afinal, o que ele poderia esperar da ex-namorada? Que ela o visse beijando outra e continuasse sorrindo?

Ele deveria ter insistido, deveria ter feito Ana ouvir a verdade, deveria...

Mas não fez.

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua
Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria
Em estar vivo

"Não fiz e ainda fico assim: me lamuriando por algo que já passou, por vários erros cometidos."

Estava se lamuriando, porque queria.

Porque não fora corajoso o suficiente para tentar reatar o namoro, mesmo podendo levar um fora.
Porque não fora homem o suficiente para engolir seu orgulho.

Porque... não fora desumano o suficiente para esquecê-la logo e partir para outra.

O que ele ainda estava fazendo dentro daquele chuveiro? Ficaria se martirizando ao invés de lutar pelo o que ele queria? Não. Aquele, aquele não era Sirius Black.

E foi com esses pensamentos que o maroto desligou o chuveiro num impulso, saltou para o quarto e, pegando um pedaço de papel e vestindo a primeira roupa que encontrou pelo caminho, saiu correndo pelas escadas a fim de não perder mais nem um segundo.

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- Ana, pensa nisso, por favor. Você e o Sirius têm tudo para ficarem juntos, e nada para mantê-los separados.

Ana suspirou e acenou com a cabeça, como se demonstrasse que pensaria no assunto.

- Já está na minha hora de descer, hoje é a minha vez de fazer a ronda pelos corredores. – continuou Lílian, pegando o casaco que estava em cima da cama. – Fica bem, Aninha. – finalizou ela, dando um beijo carinhoso na bochecha da amiga e sumindo pela porta do quarto, enquanto enxugava suas lágrimas.

- Vou ficar... – murmurou Ana, atirando-se na cama.

Tudo agora parecia estar girando ao seu redor. Os poucos dias que ela passara sem Sirius pareciam uma eternidade. Tudo o que ela queria agora era sair correndo para o dormitório do ex-namorado e pedir para eles voltarem, mas ela não poderia fazer isso.

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito
Nem que seja só pra te levar pra casa
Depois de um dia normal
Olhar teus olhos de promessas fáceis
E te beijar a boca de um jeito que te faça rir

Sem que ela pudesse evitar, lembranças das últimas palavras que Sirius dissera a ela invadiram sua mente.

"- Se você tivesse ao menos me deixado explicar o que aconteceu e te provar que eu não tive essa culpa toda que você está dizendo, veria o tamanho do erro que você cometeu. Nós éramos namorados, o mínimo que você poderia ter feito era me dar a chance de falar, invés de ficar ouvindo cançõezinhas daquele trasgo. Sabe o que eu vim fazer aqui? Te pedir desculpas, tentar novamente te explicar o que realmente aconteceu, dizer que você é muito importante para mim e que eu não queria te perder de jeito nenhum. Mas agora, quem não quer mais reatar o namoro sou eu."

Sirius, mais uma vez, estava certo. Ela não deixara ele explicar nada, não lhe dera nem uma chance se quer. No começo, tomada pela raiva de ver o garoto que ela tanto amava beijando outra, não conseguiu ter tamanho sangue frio, mas agora, mais calma, ela chegou a conclusão que deveria ao menos ter deixado Sirius falar. O maroto disse com tanta convicção que não tinha traído Ana, que ela começou até a duvidar do que seus olhos tinham visto.

"Não, Ana, ele traiu você, pára de ser ingênua." – reprimiu-se ela.

Mas era quase impossível ela deixar de lado a hipótese de não ter sido, de fato, traída. O amor que ela tinha por Sirius era enorme, a saudade que ela sentia dele crescia a cada segundo. Definitivamente, era muito mais fácil tentar acreditar nas palavras dele.

Mas o orgulho, é claro, não a deixava. Como lhe dar um voto de confiança e deixá-lo explicar, se ela o tinha visto beijando outra. O que será que ele tinha a lhe dizer? Será que ele estava falando a verdade quando disse que tinha provas de que ele não havia traído?

As palavras de Lílian começaram a ecoar em sua cabeça.

"Você e o Sirius têm tudo para ficarem juntos, e nada para mantê-los separados."

Então, Ana tomou uma decisão. Seja o que fosse que Sirius supostamente tinha para lhe explicar, para lhe provar, ela ia ouvir. Errara também quando deixou Aaron cantar aquelas coisas para o salão comunal inteiro, ela não tinha a "ficha limpa".
No impulso, para não desistir, levantou-se rapidamente da cama e desceu as escadas que levavam ao salão comunal. Ao chegar no último degrau, deparou-se com um vulto terminando de descer ofegante as escadas do dormitório masculino, Sirius.

Os dois se olharam por alguns segundos e logo em seguida se abraçaram.

Ninguém precisava dizer mais nada, nem explicar ou se desculpar. Os dois sabiam que tinham errado e sabiam que se amavam.

- Sirius! – falou Ana, com a voz falhando devido as inúmeras lágrimas que desciam livremente pelo seu rosto.

- Eu amo você. – sussurrou ele em seu ouvido, pela primeira vez.

Ana se afastou um pouco de seus braços para encará-lo. Abriu um sorriso delicado e o beijou, como que para selar aquele amor.

- Aninha, eu quero te provar que... – disse ele, parando de beijá-la.

A menina colocou o dedo sobre seus lábios, impedindo-o de terminar a frase.

- Eu não quero que você prove nada, Sirius, só quero que você volte para mim.

- Mas eu quero te provar, Ana. Não quero que você fique achando que eu te traí, quando eu não fiz isso.

- Se você está dizendo que não fez, eu confio em você. – ela disse, com a expressão séria.

- Por favor, é só o que te peço.

Ana suspirou e acabou concordando com um aceno.

Sirius colocou a mão no bolso e tirou dele um pedaço de papel amassado. Desdobrou-o e mostrou para ela.

"Me encontre na sala dos Troféus hoje, as 20:00. Peço que não comente desse bilhete com ninguém, é um assunto muito importante e sigiloso."

- Eu recebi isso na hora do almoço, no dia que isso aconteceu. Um garotinho da Lufa-Lufa me entregou.

- Engraçado... Eu não me lembro disso. – falou Ana, tentando se recordar.

- Você ficou na outra ponta da mesa, com a Belle.

- Ah, é verdade. Ela tinha me dito que queria sentar um pouco afastada naquele dia.

- Ana, eu tenho uma curiosidade: como você chegou na sala de Troféus?

- Lembra quando eu fui à biblioteca com a Belle? Então, quando abri o meu livro de Poções, ela me alertou de um bilhete que tinha lá. Quando fui abri-lo, ele avisava que você estava com aquela idiota.

- Ana, você não percebeu? Foi um plano ridículo para separar a gente...

- Mas quem faria isso, Sirius? Quer dizer, provavelmente aquela corvinal imbecil, mas quem conseguiria colocar um bilhete no meu livro?

Sirius ficou alguns segundos pensando, quando várias cenas vieram a sua mente:

- Ana, eu estou com dificuldade em várias matérias, será que você poderia ir à biblioteca comigo para me dar uma ajuda?
- Agora? Mas já está tarde, vamos amanhã.
- É que eu não quero deixar a matéria acumular, os N.I.E.M.S estão mais perto do que nunca!
- Ok, ok... Mas vamos estudar aqui, a gente vai para uma mesa mais afastada para se concentrar melhor.
- Só que eu quero dar uma olhada em uns livros que só tem na biblioteca!
- Vai lá com ela, Aninha. – incentivou Sirius, que tinha acabado de ver a hora e perceber que seria mais fácil ir à sala de Troféus sem a namorada lhe fazendo perguntas.
- Ai, 'tá bom!
- Vou pegar alguns livros no nosso quarto para estudarmos. – disse Belle se levantando. – Vou pegar os seus, porque os meus eu guardei na mala para dar mais espaço ao quarto, ok!

- Por Merlin, Ana! Foi a Isabelle!

- O quê? Não delira, Sirius! – disse Ana, quase rindo daquele absurdo.

- A Isabelle te manteve afastada na hora do almoço, para eu receber o bilhete sem você ver.

- Isso não prova nada.

- Ah, não? Então vai dizer que ela te chamar para estudar aquela hora da noite, insistir para ser na biblioteca, pedir para pegar os seus livros no quarto e ainda por cima supostamente achar um bilhete solto no livro de Poções também não prova nada?

Ana paralisou. Não é possível que a sua amiga fosse capaz de fazer aquilo. Mas... que motivo ela teria para fazer uma coisa dessas?

Ana então lembrou-se de que fora Isabelle quem sugerira para elas começarem a estudar por Poções, coincidentemente justo o livro em que estava o tal bilhete que, aliás, fora a própria Isabelle que achara.

- Sirius! Não é possível... Será que ela seria capaz?

- Estou começando a achar que sim...

- E eu estou começando a achar que ela não quis separar apenas nós dois.

- De quem você está falando?

- O Tiago e a Lílian, Sirius! Eu sei que não deveria te contar, mas a Lily não quis ficar com o Tiago por causa dela. A Belle gosta dele, e as duas combinaram que ninguém ficaria com o Tiago, então. E, bom, não sei se você sabe, mas eles brigaram hoje porque o Tiago achou que a Lily estava tendo um caso com o Snape.

- Eu sei, ele me contou essa loucura. – disse Sirius, depois de se recuperar do espanto da notícia.

- A Lily me contou, vagamente, que o Tiago estava com a Belle quando viu os dois. Será que foi ela que...

- É verdade, eu lembro que eu estava conversando com ele, quando ela apareceu e sugeriu para eles darem uma volta.

- Ai, Sirius... Será que ela realmente fez isso? Não pode ser... nós somos amigas a séculos!

- Eu não sei, Ana... mas parece que tudo se encaixa!

- Eu... não quero julgá-la errado. Vamos esperar ela voltar, e conversamos com ela para esclarecer tudo. Você sabe onde a Belle está?

Sirius acenou com a cabeça negativamente e largou-se no sofá. Em seguida, abriu um sorriso maroto e puxou a namorada para perto dele.

- A gente pode aproveitar para matar a saudade um pouquinho, enquanto espera... – disse, começando a beijar Ana.

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- Ai, estou cansada de caminhar... Você não quer parar um pouco não? – sugeriu Belle, encostando-se na parede do corredor por onde eles, até então, caminhavam.

- Ah... Tudo bem. – disse Tiago, parando em frente a menina.

- Sabe, Tiago... Eu não gosto de te ver assim, triste. Você não merece passar por essas coisas.

Tiago acentiu, sorrindo fracamente. Olhou para os próprios pés e suspirou, visivelmente triste.

- Não sei como a Lílian é capaz de te rejeitar e te fazer sofrer dessa maneira... – continuou Belle. – Eu nunca faria isso com você.

Tiago a olhou, sem entender muita coisa. Belle ia se aproximando delicadamente dele, ao ponto do maroto sentir o seu perfume doce.

Percebendo o que a menina estava prestes a fazer, Tiago voltou a olhar para os pés, tentando desviar-se dela.

Belle percebeu que estava indo um pouco rápida demais, e resolveu tentar comovê-lo.

- Lembra daqueles poemas que você recebeu? – perguntou, encarando Tiago. – Fui eu que escrevi e te mandei.

O maroto rapidamente desviou os olhos de seus pés e olhou para ela, surpreso.

- Você? – perguntou ele, sem entender nada.

- É, Tiago. Eu sei que você nunca percebeu isso, mas eu... Eu gosto de você, e muito.

O maroto ficou olhando para ela, um pouco espantado, tentando digerir aquela informação. Mas, antes que ele conseguisse, Belle já voltara a se aproximar perigosamente. Até que, lentamente, seus lábios se colaram.

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Lílian caminhava pelos corredores daquele imenso castelo, entediada. Tudo o que ela queria era poder voltar para o quente e aconchegante salão comunal da Grifinória e se aquecer um pouco na lareira.

"Droga de ronda chata." – pensou ela, mal esperando a hora de aquilo acabar.

Quando estava quase terminando de patrulhar, ouviu uns sussurros vindos de um corredor um pouco mais à frente. Como seu papel de monitora-chefe era aplicar detenção em quem estivesse fora do salão comunal passado o horário de recolher, Lílian foi caminhando em direção ao lugar de onde vinham as vozes que, por sinal, lhe eram estranhamente familiar.

Ao entrar no tal corredor, deparou-se com um moreno alto enlaçado nos braços de uma loira, Isabelle.

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N/A: Autora sai correndo e se esconde atrás do caldeirão mais próximo, a fim de evitar tomatadas na cara

Calma, gente! Vocês sabem que no final, tudo acaba bem, não sabem! Afinal, o Harry está aí para não me deixar mentir, então é óbvio que o Tiago e a Lily vão se acertar logo, logo – no próximo capítulo, aliás! Adianto até o nome: Daqui até a eternidade

Beijão para todos!