Copyright: Saint Seiya e seus personagens pertencem á Masami Kurumada.

Esclarecimento: Lithos é personagem da Saga G, então... Seria bom revirar sua estante e saber quem ela é.

Possibilidades

(By Elfa and Lithos of Lion)

Capítulo 1: Volta ao lar

Uma jovem arrumava silenciosamente as malas, guardando cada pertence com muito cuidado e carinho. Aproveitando para olhar mais uma vez toda a extensão daquele quarto, onde havia passado os últimos nove anos de sua vida.

- Pronto à última peça de roupa, guardada! – sorriu.

Seu olhar parou sobre a escrivaninha, onde se visualizava um porta-retrato, andou até lá e pegou o objeto nas mãos com lágrimas nos olhos.

- Ainda não acredito, não acredito que vou voltar pra casa. – abraçou o porta-retrato contra o peito, as lágrimas descendo abundantes. – Ah!! Como eu senti falta de vocês durante todos esses anos.

Seguiu com o objeto nas mãos, secando as lágrimas, e em seguida guardou-o na mala e a fechou. Pegou-a em suas mãos e saiu do quarto o trancando.

Viu algumas colegas vindo em sua direção, sorriu alegremente para elas, suas amigas, ia sentir a falta delas... Tinha certeza.

- Então chegou mesmo à hora de sua partida minha amiga? – a mais velha do grupo perguntou.

- Sim Ana, vou voltar para casa e logo será sua vez, não é mesmo? Vou sentir sua falta. – abraçou a colega.

- Como queria que você ficasse até o dia de minha partida. – a amiga sorriu tristemente abraçando a colega com mais força.

- Se fosse possível, mas eu já me formei e a regra é clara: Estudantes formadas, rua. – ela riu, fazendo as outras rirem junto. – E vocês, não se despedem de mim?

As demais colegas se aproximaram e a abraçaram, todas juntas, prometeram não deixar de manter contato nunca. Não importava se elas iriam para longe uma das outras, não iriam perder uma amizade cultivada durante tantos anos.

Acompanharam a amiga até o portão de saída e esperam com ela até que o táxi chegasse. Ao entrar no carro acenou mais uma vez em despedida e ficou com os olhos presos no prédio antigo, seu colégio, até que este sumisse de sua vista.

- Para onde, senhorita? – o motorista a trouxe de volta a realidade.

- Aeroporto.

- Ok.

O motorista conversou com ela durante toda a viajem, sobre os mais diversos assuntos, mas ela não notou nenhum, apenas respondia as perguntas.

Chegou ao aeroporto e se encaminhou até o portão de embarque, apresentando sua passagem.

- Lithos Crysaris; aqui está passaporte, visto, passagens. Tudo correto, seu vôo sai daqui a meia hora se não houver maiores contratempos.

- Obrigada! – sorriu.

Após apresentar os documentos necessários seguiu para o saguão de espera, não sem antes dar uma passada pelo W.C.

Parou por lá e ficou durante algum tempo a se olhar no espelho, tinha mudado muito nesses nove anos, em quase nada lembrava aquela garotinha pequena e frágil que perdera pai e mãe e fora acolhida por um cavaleiro de ouro. Lithos agora era uma mulher, uma jovem mulher, o corpo esguio, cabelos caindo alguns dedos abaixo do ombro, presos delicadamente em uma trança. Sorriu ao notar mais uma vez essas mudanças, mas seu sorriso e seu olhar ainda eram os mesmos, ainda guardavam a inocência e a esperança que sempre demarcaram sua personalidade. Ouviu soar o aviso de embarque, sentiu-se nervosa, não pela primeira vez, desde que Sr. Garan ligara e confirmara com ela sua volta, ela se encontrava tensa.

- O que será que Mestre Aioria dirá quando me ver? – sorriu tensa e seguiu para o portão de embarque.

Depois de nove anos, voltaria à Grécia...

Fim de tarde no Santuário. Um dos alunos correu até o cavaleiro que o treinava, um pouco cansado.

- Mestre Aioria, já tá escurecendo. Tá bom por hoje, né? – pediu o garoto, um pouco sujo.

Aioria sorriu.

- Certo, Hector. Podem descansar! Amanhã a gente continua!!! – falou para os outros.

Num minuto o ginásio do Santuário já estava vazio. Leão pegou uma toalha limpa, secando a testa suada. Depois de inúmeras batalhas, era gostoso dedicar-se por um tempo a ensinar jovens aspirantes a cavaleiros. Gostava de lidar com aquelas crianças.

Aliás, sempre gostou de crianças. Tanto que acabou cuidando de uma. Lithos... fazia já alguns anos que a mandara para um colégio interno. Tinha sido uma boa idéia afasta-la dos anos tensos que transcorreram no Santuário. Não se perdoaria se acontecesse algo com ela. Às vezes recebia cartas e ligações da menina e ela parecia estar sempre muito feliz, sempre contando coisas que lhe aconteciam.

- Melhor eu ir tomar um banho. – disse, colocando a toalha nas costas e indo para casa.

Entrou na casa de Leão indo até o banheiro tirar aquela roupa suada do corpo.

Sr. Garan lhe disse que Lithos chegaria mais ou menos por esses dias e estava ansioso com sua ligação. Comprara um grande pote de sorvete de chocolate – o preferido dela – para que tomassem juntos, enquanto ela contava novidades. Queria ir busca-la pessoalmente no Aeroporto. Mas será que ela o reconheceria? Ahh... claro que sim. Aioria tinha mudado muito pouco. Ou pelo menos isso ele achava.

Banho tomado, ligou a televisão para assistir a mais um programa chato. Televisão esses dias era uma coisa meio boba e nem um pouco produtiva. Mas... fazer o que? Até tinha chamado Marin para sair hoje, mas a ruiva estava um tanto quanto ocupada com algumas amazonas novatas. Quem não gostou nada disso foi Shura. O espanhol estava interessado em Shina e tinha pedido á Aioria para saírem num encontro duplo. Só assim para a italiana aceitar. Hoje não podia fazer nada pelo amigo, mas talvez amanhã combinava alguma coisa, algum jantar ou festa para irem e ajudar Capricórnio. Se bem que Marin não gostava muito de festas, mas um jantar num restaurante fino iria muito bem. Não que Aioria tivesse tanto dinheiro, mas seria bom sair com a amazona de Águia.

Fechou os olhos, curtindo a sensação de corpo limpo e pensando nas coisas boas que fizera ao lado de Marin. Desde a amizade verdadeira, até o início do namoro... A amazona era uma pessoa integra e séria, que ele adorava muito. Ele também era responsável, mas ao contrário, de vez em quando caía na gandaia com os baladeiros do Santuário – Milo, Máscara da Morte, Afrodite e Shura. Mas o lance tinha virado compromisso sério. Agora era mais raro "cair na night". Como Afrodite tinha dito "Tá virando careta, eihn, Oria?" Parecia que aqueles programas ficavam chatos sem ela.

- Mestre Aioria? – a voz da Sr. Garan o chamou de volta a realidade.

Aioria abriu os olhos e o fitou.

- Sim?

- Lithos ligou enquanto você estava treinando as crianças.

Os olhos de Aioria tomaram um brilho especial.

- Ela chegou?

- Está para chegar. Disse que ia demorar uma meia hora. Quer que eu vá busca-la? – perguntou.

- Não precisa, Garan. Eu mesmo vou.

Dizendo isso, Aioria foi até o seu quarto, trocou de roupa e foi descendo as casas do santuário. Era horrível eles não terem carros para todos... Quando saiam, era um custo pegar emprestado os carros de Camus, Shura e Afrodite. O primeiro porque sempre falava mil coisas para fazer desde que Milo foi multado (ele pegou o carro sem permissão). O segundo porque nunca estava com o carro disponível (boa desculpa essa...). Já Afrodite, tinha mesmo um ciúme enorme da sua Mercedes-Benz. Peixes gostava tanto de carros quanto gostava de rosas. Costumava ser gentil e brincalhão, mas quando o assunto era o carro... Enfim, só se acertavam quando tinha balada para ir. Aí juntava todo mundo em todos os carros e pronto. Obrigavam Camus a dirigir!

Bem, nada como enfrentar um bom ônibus no horário do rush. Agradeceria muito se além de terem golpes na velocidade da luz, os cavaleiros também se movessem tão rápido. Já ia descendo Gêmeos quando teve uma idéia. Chegou até a casa de Mu, chamando por ele.

- MUUUU! MUUUUU!!!!

Demorou algum tempo até o ariano aparecer na sua frente.

- Que foi, meu amigo? Em que posso te ajudar?

- Será que dava...

- Te teleportar até o aeroporto? – perguntou, antes de Leão responder. – Desculpa, não deu pra evitar.

- Tudo bem. Pode ou não?

- Claro!

Num mesmo instante, Aioria já estava lá, no banheiro masculino. Ainda pensou porque ele tinha mandado-o para lá, mas era mais discreto que um homem aparecer de repente no meio do portão de embarque. Então foi até a seção de desembarque esperar a garota.

Olhou o relógio.

"Tomara que o vôo não tenha atrasado", pensou.

Esperou mais um tempo e foi comprar um suco. Quando voltou viu que o avião já tinha chegado. Olhou para os lados, vendo os passageiros passando. Onde estava aquela baixinha magrela? Esperou mais um pouco e nada. O último passageiro era uma moça de estatura mediana usando óculos escuros, de corpo esguio e cabelos presos em uma trança, que carregava uma única mala.

- Com licença. – disse abordando-a.

A moça parou, virando-se para ele e colocando os óculos em cima da cabeça.

- Não veio nesse vôo nenhuma menina baixinha, não? O nome dela é Lithos...

Ela abriu um grande sorriso.

- Lithos? – perguntou um tanto incrédulo, sem ter certeza se era mesmo ela.

- Eu mesma, Mestre Aioria.

- Nossa! – ele sorriu. – Você cresceu bastante! Pensei que ainda fosse uma menininha...

Leão a abraçou e atravessaram o aeroporto, alegres, em meio a novidades, histórias de quando ela era criança e várias perguntas. A todo o momento Aioria reparava nos gestos que ela fazia e em seu jeito de falar. Era uma jovem encantadora.

Continua...

Nota das Autoras: Chegando a conclusão que: Duas mentes insanas trabalham melhor que uma... Ou, criam coisas ainda mais insanas... Está ai o resultado: Um fic Lithos e Aioria!!! Esperamos que vcs gostem