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Capítulo 2: Mudanças

Olhou pela janela do avião e viu, logo abaixo, a cidade de Atenas aparecer triunfante, sentiu-se gelar novamente, pouco depois a aeronave pousava.

Os passageiros desembarcaram, alguns apressados, outros nem tanto, Lithos demorou um pouco para tomar coragem e se levantar para sair do avião. Meia hora antes havia ligado para Sr. Garan avisando o horário de desembarque e ele animado comentara com ela que certamente seria mestre Aioria a ir buscá-la.

Saiu pela plataforma e parou ao avistar lá fora o moreno de olhos claros, a buscar por alguém com os olhos. Sorriu, não era tão difícil reconhecer o mestre...

- Senhorita? – ouviu a aeromoça a chamar – Sente-se bem?

- Hum? Como? Sim, sim, estou bem. – respondeu antes de seguir enfim para a saída.

Nem reparara que era a última passageira ainda no corredor de desembarque.

Ao sair notou que seu mestre caminhava até ela, e a abordou...

- Com licença. – foi a primeira coisa que ele disse.

Lithos virou-se para ele, colocando os óculos escuros em cima da cabeça.

- Não veio nesse vôo nenhuma menina baixinha, não? O nome dela é Lithos...

Não pode evitar, sorriu ao notar que mestre Aioria não a havia reconhecido.

- Lithos? - ele perguntou incrédulo.

- Eu mesma, Mestre Aioria. – Sorriu ainda mais...

- Nossa! – ele sorriu – Você cresceu bastante! Pensei que ainda fosse uma menininha...

Com a confirmação, Aioria a abraçou e saiu com ela atravessando o aeroporto. Ambos alegres e cheios de novidades a contar.

Lithos prestava atenção em todos os gestos e palavras que seu mestre dizia enquanto caminhavam juntos até a saída do Aeroporto. Reparava o quanto ele havia mudado, estava mais forte, alto, a pele queimada pelo sol, ainda mais belo do que a imagem guardada em suas lembranças. E seus olhos irradiavam felicidade, além de manter aquela bondade que era dela tão conhecida.

- E então Lithos, preparada para pegar um ônibus lotado? – ele sorriu – O Mu é safado, nem esperou para nos teleportar de volta.

- Passar por Atenas na hora do rush será divertido, ainda mais que a companhia ajuda. – disse ela passando os braços, pelos do mestre.

- Então vamos. – ele completou com um sorriso.

Aproveitaram para dar uma volta pelo centro comercial de Atenas, apreciando cada coisa e conversando muito. Lithos não pode deixar de reparar como as mulheres da cidade faltavam avançar em cima de seu mestre e de como olhavam para ela como se quisessem matá-la.

Da mesma forma que Aioria notou que os rapazes não passavam por eles, sem antes olhar sua irmãzinha de cima a baixo, não se atreviam a dizer nada... Mas os olhares denunciavam tudo o que queriam falar...

Também, pensou voltando a reparar nas mudanças gritantes de sua irmãzinha, ela havia se tornado uma bela jovem. Os cabelos em um tom arroxeado, os olhos castanhos, o rosto perfeito, combinados com uma delicadeza única de se movimentar e falar. Nem de longe lembrava a pequena Lithos, a não ser quando sorria.

- Que foi Mestre Aioria? – ela o trouxe de seus pensamentos.

- O quê?

- Estava perdido em pensamentos é?

- Um pouco... Que tal irmos para casa? Garan deve estar nos esperando, ele está muito feliz com sua volta, diz que agora a casa de leão vai tomar brilho de novo.

- Ahh Sr. Garan, senti tantas saudades dele. – ela sorriu.

- Só dele é? – disse Aioria num tom de ciúmes.

- De você também. – disse ela dando-lhe um beijo na bochecha.

Seguiram para o Santuário, onde Lithos pode notar as eventuais mudanças. A princípio Mu sentado à porta da casa de Áries junto de uma moça, esta deitada em seu peito, enquanto um garoto de cabelos vermelhos os abordara cheio de gracinhas.

- Kiki deixa a gente passar! – disse Aioria.

- Vai ter de me apresentar à bela garota primeiro Leão. – o moleque sorriu.

- Kiki para de brincadeiras. – Mu o repreendeu.

- Sou Lithos. – ela se apresentou. E você?

- Kiki.

- Prazer Kiki.

- Vamos Lithos se for entrar nas gracinhas de Kiki não saímos mais daqui. – disse Aioria.

- Lithos é você? - Disse Mu se levantando. – Como cresceu.

Após alguns minutos de conversa e de Mu ter apresentado sua esposa, Sara, finalmente prosseguiram a subida até a casa de leão, passando pelas demais casas do caminho.

Na casa de Touro podia-se ouvir o samba canção e Aldebaran cantando em alto e bom som. Este não havia mudado tanto, riu Lithos.

Na casa de gêmeos, bem... Ali era uma novidade à parte; primeiro porque Lithos nunca chegara a ver a casa ocupada. E Aioria aproveitou para explicar quem morava lá e como eram. Iam desviando de alguns pratos que ora ou outras voavam pelo corredor.

- Quem é que mora aqui Mestre Aioria? – disse desviando de um prato.

- É o Saga e sua esposa Terpsícore, além do irmão Kanon... – Aioria riu – Kanon é o que ta rindo feito doido. Depois irei te apresentar a eles.

Lithos não pode deixar de sorrir ao ouvir as risadas e uma voz forte gritando MULHER!!!! E depois do grito mais pratos quebrados.

Na casa de câncer, mais surpresas, primeiro um Máscara da Morte sorridente (ele sorrindo?) que pintava uma tela do lado de fora da casa e depois o belo homem que saíra da casa, os cumprimentando e entregando alguma coisa para o outro que o puxou para um beijo.

- Eu disse que teríamos muitas novidades. – Aioria ria divertido da cara de Lithos.

- Aquele é mesmo o Máscara da Morte que eu conheci? E o outro se me lembro é...

- Afrodite. Ele e Máscara da Morte são casados.

- Casados? – ela perguntou surpresa.

- Isso mesmo, já tem uns dois anos.

À porta da casa de leão, Garan esperava por eles, com uma cara meio brava.

- Pensei que não viessem jantar aqui. – disse ele bravo, para em seguida derreter-se em sorrisos. – Lithos, não acredito, como cresceu, disse apertando a garota em um abraço.

- Mudou muito, não acha Garan, nem a reconheci no Aeroporto. – disse Aioria sorrindo.

- Vai me dizer que achou que ela era um garoto novamente? Se foi isso, vai precisar de óculos mestre.

- Garan... – disse Aioria.

- Olha só para ela, se confundiu precisa mesmo de óculos.

Garan caiu na gargalhada, acompanhado logo depois de Lithos e em seguida após se recuperar do rosto vermelho, Aioria também caiu no riso.

- Vamos entrar, logo o jantar estará pronto. – disse Garan, pegando a mala das mãos de Aioria e entrando pela casa. – Vou colocar em seu quarto Lithos.

- Tudo bem, Sr. Garan.

Ao ver o outro se afastar, Aioria sorriu e fez festa nos cabelos de Lithos.

- Que tal um pouco de sorvete de chocolate antes do jantar? – ele perguntou baixinho.

- Mestre A... – Aioria pousou os dedos nos lábios da menina.

- Ele não vai ver.

- Então ta. OBA, sorvete de chocolate... Eu amo sorvete de chocolate. – Aioria a arrastou para a cozinha.

Pegou o pote e o colocou nas mãos dela, em seguida pegou duas colheres e continuou a arrastando de volta para a sala.

- Onde os senhores pensam que vão com esse pote de sorvete? – disse Garan em um tom severo.

Lithos se apressou em colocar o pote nas mãos de Aioria, para apontar para ele em seguida e dizer.

- A culpa é dele.

- Minha?? Você também queria sorvete.

- A idéia foi sua, eu disse que Sr. Garan não ia gostar, e você sabe que ele não gosta que a gente ataque os doces antes do jantar.

Aproveitando a discussão, Garan tirou o pote das mãos do mestre e seguiu para a cozinha para terminar o jantar.

- Então a idéia foi minha não é mesmo?? – disse Aioria pegando disfarçadamente uma almofada do gigantesco sofá.

- Claro que foi.

- Então isso é guerra!!!! – disse antes de mandar a almofada na cara da menina.

- AHHH!!!! Como pode fazer isso?? – disse uma Lithos descabelada e pegando outra almofada para revidar o ataque. – Se você quer guerra então vai ter.

E começou uma guerra de almofadas voando, vasos quebrando, uma cena típica de rixas em família. Garan ria divertido da cozinha... E pensava o tanto que Lithos marcava aquela casa com sua presença.

- Essa danada fez falta mesmo!!! – disse ouvindo os gritos se misturarem a gargalhadas.

Neste instante ouviu a porta da cozinha ser aberta devagar, surpreendeu-se ao ver Marin...

- Mestra Marin!!! Não esperava que viesse hoje. – disse sorrindo. – Aioria comentou cheio de pesares sobre as novas aprendizas que chegaram hoje.

- Olá, Sr. Garan!!! E chegaram mesmo, mas são disciplinadas e a organização no dormitório não foi tão traumática como eu esperava. – sorriu. – Mas que gritos são esses?

- Ah, a pequena Lithos que voltou... E já estão brigando ou brincando, tudo por um pote de sorvete.

- A Lithos, Aioria comentou sobre a volta dela há alguns dias atrás.

- Por que não vai lá? Talvez consiga acabar com a guerra!! – Garan gargalhou divertido.

- Pode deixar. – disse dirigindo-se para a sala.

Se segurou para não rir ao ver a cena, Aioria e Lithos pareciam duas crianças, rolando no chão dando almofadadas um no outro. E quando foi se aproximando mais, qual não foi a sua surpresa de ser pega por uma almofadada bem na cara.

Lithos levantou-se espantada, reconhecendo a visitante, pedindo desculpas.

- Ai me desculpe, mas não foi culpa minha, o culpado é esse leão de circo! – disse apontando para Aioria, que morria de rir no chão. – E pare de rir de mim.

- Não tem problemas Lithos, lembra-se de mim? – disse Marin tentando se manter séria e abraçando a menina.

- Mas é claro que lembro, como iria me esquecer, Amazona de Águia.... Mas, cadê sua máscara? – perguntou assustada.

- Athena aboliu. – disse Aioria respondendo pela amazona.

- Isso mesmo. – Marin sorriu. – Você cresceu muito Lithos, está diferente, se tornou uma bela jovem.

- Obrigada!!! – respondeu Lithos sorridente.

Começaram a conversar sobre uma ou outra história do passado, enquanto Aioria atazanava Lithos por ela estar com os cabelos desarrumados. Logo as duas se juntaram para atacar o leão cheio de graça.

- Lithos!!! – ouviu uma voz a chamando.

- Sim.

- Pode me ajudar a colocar a mesa? – Garan perguntou da cozinha.

- Mas é claro.

Saiu deixando os dois a sós, Marin e Aioria aproximaram-se ainda sorrindo e se abraçaram, para depois trocarem um beijo.

- Está feliz com a volta dela não é mesmo? – Marin perguntou acariciando os cabelos de seu leão.

- Muito. – disse ele enquanto passava as mãos pela face dela. – Prometi que cuidaria dela sempre e me sentia mal por tê-la deixado longe por tanto tempo, mesmo sabendo que foi a melhor escolha.

- Eu sei... – respondeu Marin.

- Mas, agora me diga, e as novas aprendizas?

- Dei um jeitinho de organizar tudo bem rápido, estava com saudades de um certo cavaleiro sabe. – ela sorriu beijando-lhe levemente.

- Que bom que deu um jeitinho. – sorriu. – Porque este cavaleiro também estava com saudades de uma certa amazona.

Não foi preciso pensar. Aioria aproximou o rosto do dela, tomando-a nos lábios. As mãos afagavam os cabelos ruivos da amazona. Ainda tinham algum tempinho até Garan e Lithos trazerem tudo. Ele fechou os olhos, enquanto Marin passava a mão na sua nuca, adorava esse carinho. Era por esses e outros momentos que ela parecia tão especial.

De repente... Crack!

Aioria virou para trás acompanhando o som de vidro quebrado. Sua irmãzinha estava parada, totalmente vermelha.

- Lithos...

- Ai, desculpe... Como eu sou descuidada...- disse, abaixando e recolhendo os pratos. Suas bochechas entregavam o embaraço.

Marin sorriu e se aproximou.

- Aioria, vá ajudar o Sr. Garan que eu junto esses cacos com ela, certo?

- Tudo bem... Ah, Lithos, liga não... Eu vivo quebrando uns pratos de vez em quando...

Marin sorriu, enquanto Aioria ia até a cozinha.

- Isso é verdade! Quando fomos jantar com Shaka foi um desastre.

A grega olhava o rosto de Marin, enquanto ela recolhia as coisas. Como é que não percebera que ela e Oria estavam juntos? O que ela que ela tinha de tão especial? Ai... ficara tão sem graça de ter interrompido os dois... E aí ficou sem ação... Droga!

Tudo limpo e organizado, os três sentaram-se á mesa. Garan alegou que não estava com muita fome e um monte de desculpas e foi realizar seus serviços. Lithos fez algum esforço para sempre sorrir e brincar (apesar de ainda estar sem-graça).

- Então, Lithos... como foi a viagem? – perguntou Marin, comendo delicadamente.

- Um pouco cansativa. Mas até que foi legal. - Lithos tomou um gole do suco de laranja e continuou - Tinha um japonês do meu lado, tentando falar com a aeromoça. Era engraçado, porque ela não sabia nada de inglês.

- E não trouxe nenhum presente não?

- Nhaaa!! Aioria! Você me taca um monte de almofada e ainda quer presente!

Ele olhou para Marin apontando para Lithos.

- Olha só como ela fala! Ainda não esqueci do sorvete, Lithos. Você, sua traidora, logo tratou de me culpar!

Marin sorriu, balançando a cabeça. Esses dois...

- Bom, mas tenho uma novidade vinda da casa de Escorpião. – anunciou o Leão.

- Ihhh... lá vem...

- O Milo arrumou uns ingressos praquela boate nova e chamou a gente pra ir.

- Boate? – perguntou Marin.

- Segundo ele, um presente antecipado.

Lithos estava sem entender nada.

- Ué, aniversário do Oria eu sei que não é... É seu aniversário, Marin?

Marin fez uma expressão de estranhar a pergunta.

- Aioria, não contou para ela?

- Ihhh... nem tive tempo...

Tudo aconteceu em câmera lenta. Marin virou-se para Lithos e num sorriso pronunciou uma frase inocente, mas definitiva:

- Lithos... Eu e seu irmão estamos noivos.

Continua...

N/A: Eu (Elfa) não tenho muito a acrescentar. Escrevi muito pouco nesse capítulo. Sobre a cor do cabelo da Lithos, a xará dela (a Lithos) que reparou no tipo de sombreamento que o Okada usa no episódio G e viu que a tonalidade do cabelo dela é igual a do Mu... Viciada!!! Então, não discordo (apesar de eu sempre imaginar cabelos "normais" nos mangás)!