Capitulo 4 - O japa boy
Logo que o dia amanheceu, Lithos já imaginou que Marin pudesse estar l�, na mesa de café da manhã com seu mestre. Ficou receosa e com um tantinho de ciúme da amazona. Oras, mas tinha que esquecer aquela paixonite! Aioria em breve se casaria. Mas, não, não era ela. Ao chegar na cozinha foi recebida pelos acenos de Shura e Milo, juntamente com Oria.
- Bom dia. - ela os cumprimentou.
Milo e Aioria a cumprimentaram em uníssono. Shura não respondeu, já que estava de boca cheia, então só acenou.
- Sentaí, Lithos- Milo disse, sem cerimônia, sorrindo.
Ela sentou-se, indecisa no que comer no meio de um monte de coisas gostosas. Frutas, pão, mel, bolo, suco, achocolatado, geléia...
- Lithos, eu te achei um pouco estranha ontem... - Aioria começou.
- Ihhh, acho que exagerei com você naquela guerra de almofadas. Deve ser o meu relógio biológico que ainda não se adaptou, bobão!
Ele sorriu, a preocupação indo embora.
- Heh! É mesmo! Nem pensei nisso!
- Tcs.. Liga não, chica! Esse aí não costuma pensar. Aprendeu muito mal.
Lithos e Milo riram descontraídamente, enquanto Aioria olhava sério para o espanhol. Mas nem este agüentou, soltando uma risadinha.
- Pois eu aprendi a pensar na mesma escola que você, que se formou em burrice- Aioria falou, dando um tapa na numa do carcamano. - E não fala de boca cheia.
- Xii.. Tá dizendo isso só porque tem visita. - foi a fez de Milo.
- Ah é, eu lembro do jeito que ele comia quando era adolescente! Parecia um trator que devorava tudo que via pela frente!
Aioria tomou um gole do suco de laranja.
- Pelo visto, tiraram o dia para zoar comigo. E tão levando a Lithos junto.
- Ela tem futuro nesse ramo, Aioria- exclamou Shura, comendo uma fatia de queijo branco.
- Pois eu estou indo. Vou treinar, seus vagabundos. Tchau pra vocês, filadores de bóia- e saiu.
Logo Shura e Milo levantaram-se apressadamente, "catando cavaco", e correndo atrás de Aioria com pedidos de "ei! peraí!". Lithos deu um risinho, seu olhos encontrando os do Sr. Garan, que acabara de entrar ali.
- É sempre assim- perguntou.
- Geralmente.
No alojamento da amazonas e cavaleiros de prata, Marin também já ia saindo para treinar os novos discípulos quando o telefone tocou. Não ia atender, mas pensou duas vezes. Podia ser algo importante.
- Alô?
- Marin! Mana, me ajuda- a voz, em japonês, era conhecida e parecia desesperada.
Logo Marin a reconheceu.
- Tôma!O que foi? Onde você est�- perguntou.
- Aqui no aeroporto de Atenas. Lembra que te disse que estudaria aqui? Eu ia ficar num campus e tentei pedir umas informações para a aeromoça, mas eu falo muito mal grego. E aconteceu que estou preso nesse terminal desde ontem. Acho que por causa dos meus documentos ou da minha armadura. Não tem ninguém que sabe falar japonês aqui. Marin! Me tira desse lugar!
- Calma, Tôma. Já estou indo para'í. Em meia hora eu chego. Me espera. - tentou acalmar o irmão mais novo.
- Arigatou. Tchau!
- Tchau!
Desligou, já indo trocar de roupa e pensando onde deixar Tôma. Talvez na sala. Coitado do irmão!
Na Casa de Leão, Lithos terminou de ajudar Sr. Garan na cozinha e saiu para dar uma volta pelo Santuário e espairecer um pouco. Sua cabeça estava um turbilhão com tantas "novidades".
Enquanto andava perto do alojamento das amazonas, viu Marin sair apressada e parou ao vê-la.
- Bom dia, Lithos! – exclamou a moça, sorrindo.
- Bom dia, Marin! – Lithos cumprimentou, correspondendo ao sorriso. – Não vai treinar hoje? – perguntou ao notar que a noiva do irmão não estava com as roupas de treino.
- Vou, mas mais tarde. Tenho de ir a Atenas agora... – ela passou a mão pelos cabelos, o semblante preocupado. – Meu irmão chegou ontem do Japão e ficou preso no aeroporto, certamente com problemas por conta da sua bagagem. – a preocupação sumiu com uma gargalhada. – Também trazer uma armadura assim... Ai esse meu irmão! – ela olhou para Lithos. – Você não quer vir comigo? Claro, se não estiver ocupada.
Lithos pensou um pouco, sair com Marin, sua rival? Não ela não podia pensar assim, tinha que afastar esses pensamentos absurdos e ia sim com ela, afinal não tinha nada para fazer e adorava ir a Atenas, mesmo que fosse só para irem ao aeroporto.
- Quero sim! Estou sem nada para fazer e dar uma volta será muito bom! – Lithos sorriu e saiu com a moça em direção a Atenas.
Enquanto iam de ônibus até o aeroporto, Marin ia contando um pouco de sua vida e da de seu irmão, que também era um cavaleiro. Comentou o tanto que ele mudara depois que voltaram a se reencontrar, que ele agora estava alegre e brincalhão; e resolvera se dedicar mais aos estudos.
Chegaram ao aeroporto e Marin se dirigiu a uma das atendentes, mas nem precisou pedir informações. Pode ouvir atrás de si, a voz familiar de seu irmão e a de Lithos exclamarem surpresas e em uníssono.
- VOCÊ!
Virou-se assustada. Observando o irmão e Lithos apontando o dedo um para o outro com cara de espanto.
- Ué vocês já se conhecem? – perguntou.
- Sim. – Lithos respondeu, rindo sem graça. – Lembra do jovem que eu comentei na noite passada?
- Não me diga que...
- Sim, mana, sou eu... E essa ai...– disse apontando o dedo para Lithos. – Nem sequer me ajudou ontem, só ficou rindo da minha cara, enquanto eu passava o maior sufoco para me comunicar com a Aeromoça.
Marin não pode deixar de cair na risada, olhando para o irmão furioso e para uma Lithos muito sem graça pela coincidência.
- Deixem de ser bobos! – ela dizia rindo. – Esse tipo de coisa acontece.
- Sei... – Tôma tornou a dizer.
- Bem Tôma, me desculpe por ontem, sou Lithos. – disse Lithos estendendo as mãos para cumprimentar o rapaz.
Ele a olhou, sério, para depois sorrir de uma forma sincera.
- Desculpada. – disse pegando em sua mão para depois virar-se e abraçar a irmã, levantando-a do chão. – Minha irmã, que saudades...
- Digo o mesmo irmão! – Ela lhe deu um beijo estalado nas faces. – Agora me explica direito o que aconteceu?
- Pode deixar.
Lithos não pode deixar de sorrir ao ver a cena, Marin lhe contara que os dois haviam passado muito tempo longe um do outro... E que só agora, nesses últimos anos é que tinham voltado a se ver. Os dois se amavam muito, pensou... Assim como Aioria a amava, um amor de irmão.
Após algumas horas de espera, Marin finalmente conseguiu convencer que a urna onde estava a armadura de Tôma não continha nenhuma arma e sim uma obra de arte.
Depois de todos os problemas com a alfândega resolvidos, foram almoçar em um restaurante simples no centro comercial de Atenas. Voltaram para o Santuário com a tarde caindo.
- Foi bem divertido o dia de hoje. – comentou Tôma. – Não é todo dia que eu tenho a honra de estar junto de tão adoráveis damas. – disse galanteador.
- Você não perde esse jeitinho safado heim? – Marin sorriu.
- É o meu charme. – disse ele fazendo uma cara de inocente.
- Convencido esse seu irmão heim, Marin? – Lithos riu.
- Eu convencido?
- E como! – as duas disseram rindo.
Entraram no santuário... Marin foi levar as coisas de Tôma para sua casa e pediu que os dois esperassem para subirem juntos até a casa de Leão.
Tôma e Lithos conversavam animados em frente ao alojamento das amazonas. Quando Aioria se aproximou, furioso...
- Pode me dizer por onde andou mocinha? – disse para Lithos. – E quem é esse? – perguntou mais nervoso ainda.
- Eu... – Lithos ia responder quando Marin apareceu. E por incrível que pareça, AMOU ela ter chegado.
- O que houve Oria? – ela disse, a expressão nervosa dele suavizou um pouco.
- Nada de muito grave... – disse irônico, olhando para Lithos. – Só minha querida irmãzinha que sumiu por um dia inteiro e agora esta toda alegre conversando com esse moço, que por sinal eu nunca vi. – disse num tom raivoso.
Marin olhou para seu noivo e tentou se manter séria, perante o ciúme dele ao ver a "irmãzinha" com um rapaz. "Se está assim agora, imagina quando ela lhe comunicar um namoro ou casamento" e começou a rir.
- E o que a outra senhora, que também sumiu um dia inteiro, esta rindo?
- Ai, Aioria... – disse o abraçando. – Lithos saiu comigo, fomos até o aeroporto buscar o meu irmão... – ela riu – ...Que por acaso é esse estranho que você nunca viu e com quem sua irmã estava conversando. – ele ainda olhou torto para o rapaz. – Aioria, esse é meu irmão Tôma. – Marin os apresentou. – E Tôma este é meu noivo e o irmão ciumento da jovem ali.
- Prazer, cunhado. – disse Tôma cumprimentando Aioria e sorrindo da confusão que fora armada.
Os dois se entreolharam e Lithos teve a impressão de ver sair faíscas desse olhar... Mas talvez fosse só uma impressão mesmo. Assim que se apresentaram subiram, os quatro juntos para a casa de leão, tinham muitas coisas a conversar...
Enquanto subiam as escadarias, Lithos reparou nos dois subindo juntos a frente delas. Duas belezas diferentes pensou. Tôma tinha uma pele clara e seus cabelos em um ruivo quase alaranjado que moldava seu rosto e contrastava com os olhos azuis claros, idênticos aos de Marin. Aioria já era moreno, um moreno de sol, que destacava os olhos verdes e os cabelos castanhos claro sempre rebeldes. Sorriu.
- O que foi Lithos? – Marin perguntou.
- Nada não só estava reparando em nossos irmãos. – disse ela, e novamente em seu coração veio a frase: "Mas Aioria não é seu irmão".
Continua...
N.As:
Lithos:
Mais um capítulo pronto... Ehhh... Hummm o que será que vai acontecer agora no Santuário, após a chegada de Tôma? Já deu pra perceber que Aioria é bem ciumento quando um certo rapaz conversa com sua "irmãzinha"... Briga entre cunhados ��' tsc tsc...
Ahhhh, a Lithos comenta sobre o rapaz japonês no capítulo 2, então eu e a Elfa tivemos a idéia de transformar esse rapaz no jovem Tôma... (O Tôma pra quem não sabe, aparece no Filme Tenkai Hen, e é LINDOOOOOOOOOOOO! Detalhe para a máscara da sua armadura... Ai ai.)
Espero que tenham gostado desse capitulo, comentem please.
Abraços
Elfa:
Primeiro, valeu pela reviews! Ela são importantes! Segundo, a idéia do Toma preso no aeroporto foi mais do filme "O Terminal" (que aliás eu só vi o trailer)... Bom, não escrevi muito nesse capitulo, mas... E adorei esse capitulo, imaginem a cena do encontro do Tôma e da Lithos em manga shoujo!
