Possibilidades
Capítulo 5: Sentimentos
A chegada de Tôma trouxe muitos assuntos à tona, e Marin acabou ficando para jantar na casa de Aioria junto de seu irmão. Era impressionante ver como Lithos e Tôma se entendiam bem, apesar do pequeno embaraço de antes.
Aioria reparava a cena com atenção, sua irmã conversava com o irmão de Marin com um entusiasmo notável à distância e o jovem também correspondia da mesma forma. E não sabia por que, mas aquilo o incomodava, ele sempre fora ciumento, só que o ciúme que agora sentia era um tanto "forte" demais.
- Aioria? – Marin o chamou pela segunda vez. – Está nos ouvindo?
- Como? – ele se assustou virando-se para a noiva.
- Estava dizendo que seria legal se Tôma e Lithos pudessem ir com a gente na tal boate que o Milo falou. – ela sorriu. – O que acha da idéia?
- Se eles quiserem ir, não tem problemas. – Aioria deu um sorriso amarelo.
- Eu adoraria. – Tôma respondeu. – Faz tempo que não saio.
- E você Lithos? – Marin perguntou.
- Também gostaria de conhecer essa boate. – disse se levantando da mesa. – Tôma por que não deixamos nossos irmãos um pouco a sós? – ela sorriu sem graça. – Acho que já velamos muito. – Tôma também sorriu sem graça e se levantou, caminhando junto com Lithos até a saída da casa de leão.
Aioria ainda tentou de certa forma impedir, mas Marin fez um gesto pra que ele os deixasse.
- Oria... – ela começou séria.
- Hum?
- Eles só foram conversar, disfarça esse ciúme que ta dando pra notar a quilômetros. – ele se assustou com o tom sério dela.
- Desculpe. – ele respondeu sem jeito. – Mas... – Marin se aproximou e o calou com um beijo, ao qual o leonino respondeu com paixão.
- Estava com saudades. – ela respondeu sorrindo.
- Eu também. – Aioria sorriu abraçando novamente a amazona e a puxando para outro beijo.
- Seu irmão é bem ciumento. - Tôma disse sentando-se num dos degraus da escada, sendo acompanhado no gesto por Lithos.
Lithos ainda pensou em dizer que Aioria não era seu irmão, que só tomara conta dela desde que era criança, mas ficou em silêncio.
- Eu é que deveria ter ciúmes de deixar a minha mana a sós com ele. – Tôma sorriu e Lithos tornou a reparar no belo sorriso que tinha o rapaz.
- É, mas acho que não ia adiantar... Eles vão se casar esqueceu? – ela sorriu.
- E ela nem me consultou... – ele fingiu uma cara de bravo. – Mas deixemos os pombinhos pra lá, e me diga Lithos, sempre morou aqui no Santuário?
- Não. – ela virou-se para ele. – Tinha dez anos quando mestre Aioria me trouxe para morar aqui.
- Mas, vocês não são irmãos? – ele perguntou, em tom curioso.
- Sim e não. – ela passou as mãos pelo cabelo, meio sem jeito. – Aioria me adotou como irmã quando perdi meu pai.
Tôma ficou sério, como se só agora pesasse as lembranças ruins que havia trazido a tona.
- Desculpa, não queria lhe trazer lembranças ruins.
- Não tem nada do que pedir desculpas, isso não me traz tristeza, apenas saudade. – ela sorriu de forma sincera. – Foi o mestre Aioria que ajudou a mim e a meu pai e eu sei que de onde ele estiver meu pai olha por mim.
- Aioria parece ser uma pessoa muito boa. – Tôma sorriu sincero. – Marin fala maravilhas dele e agora você também.
- É porque é verdade. – ela sorriu. – E você Tôma, me conte um pouco da sua vida. Sei que só recentemente você voltou a ver Marin.
- Falar sobre a minha vida... Não tenho grandes coisas a dizer sobre ela, nem algo do qual eu tenha orgulho. – ele disse triste.
- Sempre tem algo.
- Ou não, como a Marin já te disse eu sou um cavaleiro, ou melhor, um anjo. – Lithos o olha sem entender nada. – É como são chamados os cavaleiros da minha ordem, os cavaleiros celestiais.
- Então...
- Eu não sou um dos defensores deste santuário. – ele sorriu sem graça. – Eu era um dos defensores da deusa Ártemis. – o olhar do rapaz se perde por um momento. – É por isso que digo, não tenho grandes coisas a falar sobre o meu passado. Você deve saber que Ártemis atacou o santuário há algum tempo não?
- Não. Eu não sabia... Desde que fui para o colégio interno, Aioria nunca me informava sobre as batalhas. – o semblante dela se torna sério. – Acho que para me proteger.
- Que bom que ele sempre te protegeu... Eu não pude fazer isso, ao contrário, cheguei a atacar minha própria irmã.
- Você não deveria saber o que estava fazendo, na certa... E passado é passado Tôma, você ama muito a sua irmã e o que quer que tenha feito já foi esquecido. – ela sorriu e o abraçou com carinho, num gesto espontâneo.
Tôma se sentiu bem no abraço da garota, fazia tanto tempo que não se sentia tão bem como agora. E ela tinha razão, as coisas passadas não deviam mais ser trazidas sempre à tona isso só o fazia sofrer... E estava fazendo de tudo para corrigir seus erros.
- Obrigado. – ele respondeu quando se separaram.
Lithos sorriu, a presença do rapaz fazia muito bem a ela...
Noite de boate. Marin e as demais meninas se reúnem no quarto de Marin, rindo alto, se maquiando e se vestindo para saírem. Lithos chega logo depois, encontrando Tôma no meio do caminho.
- Vai lá nas meninas? – ele pergunta saindo de casa.
Lithos sorri.
- Vou sim. Tão fazendo muito barulho?
- Você nem imagina.
E ouvem uma risada alta e escandalosa vinda lá de dentro.
- Entra lá! – o rapaz diz num tom cordial.
A moça repara que o ruivo ainda está de chinelos, um jeans meio puído, roupas de ficar em casa.
- Você não vai, Toma?
- Não. – balança a cabeça. – Vou ficar aqui. Nem comprei convite. Mas vai lá e aproveite a boate.
Lithos concorda, sorrindo para o amigo, embora desejasse que ele fosse. A companhia de Tôma, que tinha quase a mesma idade que ela seria ótima.
- Tudo bem. Bom, então vou lá. Até mais.
- Até.
Tôma segue seu caminho e Lithos entra no alojamento procurando de onde vinham as vozes. Encontrou Marin fazendo piastra em Shina, enquanto esta pintava as unhas dos pés. Sara penteava o cabelo, tentando prende-lo no alto, Dido retocava as unhas de Shina.
- Oi! Nossa, tava ouvindo as risadas de longe. - diz, entrando com sua bolsa.
- Lithos, pensei que nem viesse! – Marin lhe cumprimenta.
- Não se distrai não, Marin! Se você queimar o meu cabelo... – Shina ameaça, a cabeça cheia de pregadeiras.
Marin balança a cabeça rindo.
- Sou profissional. Di, me ajuda aqui, vou arrumar meu cabelo.
Peixes pega o aparelho e continuou a passar no cabelo de Shina.
- Lithos, quero ver sua roupa! – ele fala, sem desconcentrar do cabelo da Cobra. – Shina, vê se fica parada também.
A menina de cabelos arroxeados sorri, pegando a bolsa e colocando as roupas encima da cama.
- Pensei em ir com esse tomara-que-caia vermelho... Mas não sei...
- Com essa saia rodada fica ó-ti-mo. Preto combina com qualquer coisa. – ele responde. – Vai ficar linda.
- Vai alisar também, Lithos?
- Ah não, Sara, meu cabelo vai ficar muito escorrido. Ele já é bem liso.
Lithos ajudou-a a prender o cabelo, e as duas, para adiantar começaram a se vestir. Sara com uma bata azul e calça jeans escura.
- Deixou o Kiki com quem?
- Com o Shaka. Sabe como ele é, não gosta muito de boate. Mas disseram que deve tocar alguns remix de músicas indianas.
- Gente, vocês não sabem quem eu vi hoje, perto da casa do Carlo...
Afrodite faz suspense terminando uma ultima parte do cabelo de Shina. Lithos olhando para ele, tendo toda a certeza de que a carapuça serviria para ela.
- Diz logo, biba! – Cobra está impaciente.
- A mocinha aí, num climinha com o irmão da Marin. Cuidado pra não virar cunhada dupla, eihn, Marin?
As meninas riram e Lithos ficou vermelha, tentando remediar a situação muito mal entendida.
- Nhaaa... Nada a ver, Afrodite. Eu e o Tôma somos amigos, viu?
- Isso justifica a ciumeira do Oria. – Marin disse, brincando.
- Amizade é o primeiro passo. Não vê nossa amiga ruiva aqui? De simples conhecida até noiva, eihn? – e piscou para a amazona.
Lithos fica sem graça. Tôma é um rapaz bonito, inteligente, simpático, mas era apenas um amigo novo e já muito querido. Mas é do Leão que ela gosta e isso lhe dá uma pontinha de ciúmes.
- Gente, vê se se apressa! A gente tem só mais vinte minutos, eihn? – Sara avisou.
A boate Poison foi inaugurada recentemente, mesmo assim faz tanto sucesso quanto as mais tradicionais boates de Athenas. Hoje a noite seria uma boa mistura. Um dos DJs era mestre em dance e rave. Outro, muito famoso na região, gostava de misturar sucessos de radio e mixá-los. Também era fã de música indiana e por isso, surpresas de mixagem nesse estilo estariam garantidas.
Lá pela meia-noite a boate já fervia. Os cavaleiros chegaram em três carros. Um dirigido por Mu, aonde vinham, além dele, a esposa Sara, Lithos e Aioria e Marin. Outro era Shura quem dirigia, acompanhado de Shina, Afrodite e Máscara da Morte e o solteiríssimo Milo, já prometendo que a noite seria ótima. Noutro, Aldebaran no volante, além dos gêmeos e da esposa de Saga (os dois carregados de sarcasmo) e também Aioros.
Entram na boate, os casais abraçados. Os solteiros olhando para os lados. Demora um pouco até acharem uma mesa vazia e puxarem cadeiras para tanta gente, mas poucos foram os que se sentaram. Dido começou a ouvir a voz de um homem, seguido de uma mulher.
- Ahh! Satisfaction! Eu TENHO que dançar essa música!
E lá se vai o peixinho pela multidão de dançarinos que se mexia ao ritmo da música e das luzes piscantes e coloridas. Carlo se levanta logo, indo atrás dele.
- Shura, pede Sex on the Beach pra gente. Depois volto aqui.
- Ê drink mais batido. Tá, vai lá amico.
Os solteiros também partiram para pista, mas quando começa "The Killer's Song". Hora de partir para a caçada. Não demora muito até a mesa estar praticamente vazia. Apenas Mu e Sara, Aioria e Marin. E Lithos.
- Vai lá dançar, Lithos! De repente tem até um gatinho lá te esperando! – Marin brinca.
Aioria fez um bico.
- To de olho, eihn, Lithos! Vai lá, mas juízo!
Sentindo que estava sobrando ela foi até o barman, pedir apenas um batida de pêssego. Está começando achar que não foi boa idéia ter vindo na boate. A menina observa de longe a mesa onde estava anteriormente. Aioria cheio de carinhos para Marin, cochichando algo no ouvindo dela, ou por causa da musica alta, ou por causa do conteúdo da mensagem. Sem chance... Devia desistir logo dele que já era praticamente casado. A amazona de águia está certa. Quem sabe não achava alguém? Era melhor parar com esse amor platônico.
- Não precisa só ficar olhando, pode ir dançar também... – sente cochicharem no seu ouvido e se vira.
- Quem... Tôma!
Lithos sorri ao ver o amigo e lhe abraça, falando no seu ouvido:
- Pensei que não viria...
- Resolvi vir.
- Eu estou totalmente deslocada aqui. – ela comentou com sinceridade, oferecendo um pouco da bebida, que ele aceitou.
- Somos dois. Nunca fui de sair para boate.
Até que começou a tocar "Twist and Shout" em versão remix.
- Quer vir, dançar Lithos? – Tôma repara que ela já esta cantando a música.
- Você vem comigo?
- Claro, vamos lá!
E vão até a pista, sem perceber que perto dali, na mesa, alguém muito ciumento os observava.
Continua...
N/A ElfaUfa! Demorou mais saiu! Desculpem pelo atraso, eu estava com tantas pendências e com poucas idéias. Não vai acontecer novamente! Bem, parece que o Leãozinho está bem ciumento, eihn? No que vai dar isso?
Lithos Demoramos, mas ta ai mais um cap. A correria anda mta e fica difícil estar atualizando rápido... Mas vamos tentar! Lithos é uma garota de sorte... O Toma é tão lindo! Pena que o Oria não gosta mto dele...
