No outro dia quando chegava ao laboratório, de novo ouviu seu nome sendo gritado.

"Grissom, venha aqui".

Virou-se e viu Ecklie com um envelope na mão e apontado para ele.

"Sim, Ecklie. Mas não precisa gritar que eu escuto bem".

Eles entraram na sala dele e ele jogou o envelope na mesa.

"O que é isso, Grissom?"

"Um envelope".

"Abra e veja o que tem dentro".

Grissom abriu e tirou 4 fotografias, todas dele em posições, digamos, comprometedoras transando com uma mulher e a última delas parecia que ele estava estrangulando ela. Abriu a boca e não falou nada, apenas engoliu em seco.

"Isto é um absurdo, nós encontramos ela morta e suas digitais estão na garganta dela e agora essas fotos?".

"Eu não lembro de nada".

"Bela desculpa. Está despedido. E não saia da cidade porque é suspeito de assassinato".

"Mas.."

"Sem mas. Pegue suas coisas e saia".

Grissom sabia que era inocente. Mas por hora, apenas levantou e saiu. Foi até a sala dele e pegou o que era mais pessoal, inclusive sua tarântula. Suspirou, olhou ao redor, nunca tinha imaginado sair assim. Estava saindo quando encontrou Nick.

"E ai, cara? Como está?"

"Fui despedido e sou um possível suspeito de homicídio".

"O quê?"

"De alguma forma alguém armou contra mim e acabei caindo como um pato".

"Posso fazer alguma coisa?"

"Avise a Sara para mim que eu descobri o que aconteceu. Ela vai entender. E também conte que Ecklie me despediu, eu vou estar em casa".

Saiu cabisbaixo, não queria encontrar mais ninguém. Tinha que traçar um plano para provar sua inocência.

Ele chegou em casa, colocou a caixa ao lado do sofá e sua tarântula na mesa. Estava com enxaqueca, tomou um comprimido e deitou. Dormiu e teve pesadelos, flash de coisas que não lembrava ter acontecido.

Ele entrando num quarto carregado, uma moça ruiva deitada na cama, ela sobre ele, flashes, depois ele sobre ela, suas mãos amarradas no pescoço dela. Alguém gritando.

Ele acordou assustado. Meu Deus, será que eu a matei?Seu coração parecia querer sair pela boca, sua respiração era rápida, ele estava suando. Sentou-se, se acalmou e foi até o banheiro para se lavar. Voltou a sala e viu que havia uma mensagem na secretária.

Grissom, é a Sara. Precisa tomar cuidado achamos impressões suas e sêmen seu num caso de estupro com morte. Encontre-me no café em frente ao laboratório às 16 horas, estou depondo num caso. Beijos, te amo.

Agora ele teve certeza que o não foi pesadelo, eram lembranças de alguma coisa que aconteceu. Olhou a hora e viu que tinha tempo até encontrar a Sara, resolveu voltar na casa de Lady Heather. Seja o que for, foi lá que aconteceu.

Estava saindo de casa, quando Brass chega com um mandado.

"Sinto muito, Griss. Mas tenho que levá-lo a delegacia e este mandado é para sua casa".

Grissom leu e entregou suas chaves para o outro policial, enquanto entrava no carro de policia atrás. Eles foram para a central onde o detetive Vartann aguardava-o na sala de interrogatórios.

"Sente-se".

Ele se sentou, Brass ficou à direita dele e Vartann estava de frente. Do outro lado do espelho, Greg e Warrick olhavam o ex-chefe ocupando a posição de suspeito. Vartann iria conduzir o interrogatório.

"Nome completo".

"Gilbert Grissom".

"Trabalho".

"Agora, estou desempregado".

Brass olhou para ele com um ponto de interrogação. Grissom completou.

"Fui despedido".

"Onde estava ontem entre 10 da manhã e meio dia?"

"Não lembro".

"Se não cooperar, posso prendê-lo para averiguações".

"Sinceramente, eu não lembro. Antes disso estava na casa de Lady Heather, tinha ido investigar um caso para Ecklie. È a última coisa que me lembro".

"Certo, você foi visitar uma suspeita. Fez o quê exatamente lá?"

"Ela apresentou-me a todos seus empregados, deu-me uma lista e fomos tomar chá".

"Tomar chá? Convenientemente depois disso você não lembra de nada?"

"Eu diria incoveniente, eu lembro de ter tomado o chá e quando fui levantar, desmaiei. Acordei em meu carro no banco de trás e estava estacionando aqui em frente".

"Alguém lhe viu?"

"Sara. Foi ela quem me achou".

Vartann estava irritado, ele não conhecia o Grissom e achava que ele poderia ter matado ela, se dopado e ficar esperando que alguém o achasse.

"Muito bem, você tem alguma prova de que foi dopado?"

Grissom lembrou que Sara tinha mandado sangue dele para exame.

"Sara, tirou uma amostra do meu sangue e mandou-a analisar. Não sei se está pronto".

"Muito bem, fique aqui Senhor Grissom. Nós já voltamos".

Eles saem e Vartann pergunta se tem o registro da amostra dele e hora que foi tirada.

Nick estava chegando com os papéis na mão.

"Foi tirada ontem às 12 horas e 15 minutos pela CSI Sara Sidle que a entregou para exame".

"E o que encontraram?"

"Uma quantidade 25 vezes maior que o normal de Lexotan "

"Sei que é um poderoso tranqüilizante".

"Mas esta formulação era para casos onde a pessoa síndrome de ansiedade e

podem induzir a amnésia anterógrada ()".

"Fale minha língua".

"() Esquecimento de fatos recentes".

"Ele poderia ter tomado isso sozinho?"

"Sim mas esse medicamento foi manipulado em uma farmácia especializada que tem registro dos pacientes. Em particular, isso pertence a Lena Dorn".

"A moça que foi estuprada e morta".

"Sim".

"Isto não responde a minha pergunta".

"Se ele tivesse tomado sozinho em menos de um minuto estaria dormindo, e dormiria assim durante duas horas pela quantidade encontrada no sangue dele".

"Então ele poderia ter tomado sozinho, deitado no carro e esperar alguém encontrá-lo".

"Sim, mas então ele não estaria em condições de matar ela. Segundo a necropsia ela foi morta entre 10h30 e 11h30 e por asfixia mecânica causada por uma corda".

Warrick se colocou entre Nick e Vartann para acalmar os ânimos.

"Significa detetive, que ele estava tão dopado que mal conseguiria abrir os olhos quanto mais enforcar uma pessoa".

"Portanto ele é inocente".

"Da morte talvez, mas tenho fotos dele. Então ele é cúmplice e vai ficar preso".

Eles olharam para o Brass que fez sinal para eles depois conversarem. Vartann entrou na sala e comunicou que ele não tinha matado a moça, mas estava prendendo-o por cumplicidade, as fotos colocavam ele na cena do crime. Ele apenas abaixou a cabeça não podia fazer nada agora. Pelo menos tenho certeza de que não a matei.

Ele foi levado para a cela.