" Ele pode ser seu irmão, mas não é seu fantoche. " Trowa condenou.

" Muito menos seu. Se vocês terminarem, não terão mais nada, mas nós seremos irmãos para sempre, não importa o que aconteça. "

Trowa estreitou mais ainda seu olhar, se é que isso era possível.

" E quem disse que nós vamos terminar? " soltou o veneno.

Ariel estava prestes a responder, quando Quatre se manifestou, gritando.

" Parem, vocês estão me machucando! " saiu correndo para o jardim, chorando.

Ariel ficou estático ao ver seu irmão sair daquele jeito. Sentiu certo remorso, mesmo não querendo admitir, de tê-lo feito chorar, e correu atrás dele. Trowa também se entristecera com aquilo, porém, deixaria os dois irmãos a sós, para conversarem e se entenderem; depois se acertava com seu pequeno koi. Foi para seu quarto e jogou-se na cama, precisava retomar a calma.

Quatre cansou-se de correr e largou-se debaixo de um grande carvalho, tampando o rosto com as mãos. Não queria que as pessoas que mais amava no mundo brigassem, isso o magoava muito. Sentiu alguém ajoelhar-se junto a si e logo depois suas mãos foram tiradas de seus rosto delicadamente, forçando-o a encarar seu gêmeo.

" Quat... " por sorte já o conhecia muito bem e sabia como fazê-lo parar " Vai, me fala o que você tem vontade, juro que ouço tudo quietinho. "

Fungou um pouco antes de se abrir, contendo o choro:

" Não gosto de vê-los assim, eu os amo muito e... E me machuca saber que vocês não se gostam. "

" Hun... " fez-lhe um cafuné " Não é que eu não goste dele, kawaii, apenas é muito difícil para mim aceitar que vocês têm um caso. "

" Não é um caso! Nós somos namorados e nos amamos muito. Se você não acredita, pergunte ao Trowa, ele vai dizer que me ama e que nós vamos continuar juntos, sim. " seu rosto estava vermelho, queria tanto que Ariel confiasse em Trowa.

" Quatre... Eu sei que vocês se gostam, mas ainda sim não é fácil! É impossível eu não ficar apreensivo, sabe-se lá se ele algum dia ele não vai te fazer sofrer! Eu não posso permitir que ele te magoe, se ele fizer você chorar, eu nem sei do que sou capaz. Além do mais, cê acha que é simples aceitar que tem alguém que toca seu irmão mais do que você mesmo já tocou na vida? Poxa, Quat, é difícil! " sentou-se, apoiando os braços nos joelhos.

" Eu... Eu te entendo, mas isso... Isso, assim é a vida. Você não pode me impedir de viver. Trowa não vai me roubar de você, jamais. Seu lugar já tá muito bem protegido aqui " levou a mão ao peito " Quanto ao resto... Se não for com ele, será com outro, isso é algo inevitável, e é melhor que seja com Trowa, que eu amo demais e é tão bom pra mim, do que outro alguém que pode nem se importar tanto assim comigo quanto ele se importa. "

Ariel abaixou a cabeça, fixando o olhar na grama.

" Eu sei... " falou baixinho " Quatre, eu sinto muito, eu sei que não sou seu dono, só que eu não posso deixar de me preocupar e ter ciúmes. " desabafou, seu irmão era um dos únicos que conhecia sua segunda face.

Quatre se aproximou dele, dando-lhe um beijinho na bochecha.

" Eu sou muito grato por isso, Ariel, acredite. "

O mais velho ergueu o rosto, mirando o loirinho com um meio sorriso.

" Hahaha, tá bem, kawaii. Mas você tem que prometer não ficar se agarrando com ele na minha frente. "

Corando, respondeu:

" Prometo. Agora, vamos? " levantou-se e deu a mão para o outro fazer o mesmo.

Assim que estavam em pé, Ariel pôs-se a andar em direção ao portão.

" Você não vai entrar? "

" Vou dar uma passeada. Não me espere tão cedo. "

Quatre o viu se afastar, o coração apertadinho por ter deixado seu irmão daquele jeito. Contudo, sabia que estava certo e que precisava deixar claro de uma vez por todas que amava o moreno.

Entrou em casa e foi ao quarto do koi, batendo levemente na porta.

" Trowa? "

Ao ouvir a doce voz lhe chamando, abriu a porta para o menino. Sorriu para o namorado e entrou, sentindo a porta se fechar atrás de si. Trowa caminhou até ele, abraçando-o pelas costas.

" Como está? "

" Bem. " levou sua pequenas e macias mãos às do latino, que se encontravam entrelaçadas entorno de seu pescoço " Sabe, conversei com Ariel. "

" Mesmo? E o que houve? "

" Hun, ele tem medo que você me faça sofrer. "

" Ele não deve se preocupar com isso. Pra quê que eu ia fazer sofrer a pessoa que é a minha vida? "

Quatre soltou-se de seu abraço e beijou-o demoradamente. Suas mãos pousaram em sua nuca e sua cabeça recostou-se em seu largo peitoral:

" Obrigado, Trowa, realmente obrigado. "

Trowa apenas sorriu, fazendo-lhe um carinho no cabelo. Adorava aquele garoto e nunca se perdoaria se o machucasse. Gostava de seus amigos, mas só havia uma pessoa pela qual ele faria de tudo, a única pela qual ele choraria, a única que lhe importava mais que qualquer coisa e, por esse exato motivo, jurara a si mesmo que nunca feriria aquele anjo caído. E sabia que Quatre precisava ouvir tais palavras, que precisava delas para reconfortar-se e sentir-se menos culpado depois do que conversara com o irmão. Afinal das contas, não custava nada dizer aquilo, pois além de ser a mais pura verdade, não era sempre que expunha seus sentimentos.

oOoOoOo

Ariel estava sentado ao balcão de uma boate, um copo de uma bebida qualquer pelo começo. Sentia-se só e carente, queria apenas estar ao lado de uma pessoa. A discussão com o irmão só o arrasara mais. E, nesse momento, tudo o que queria, tudo o que precisava, era dele.

" Ah, como eu queria que estivesse aqui... " suspirou, dando uma tragada na bebida.

" Por que tive a impressão de que te encontraria num lugar desses? " uma voz grossa soou atrás de si.

Voltou-se assustado, alargando um lindo sorriso ao reconhecer o dono da voz. Levantou-se do banquinho, num pulo, abraçando-o fortemente.

" Ei, ei, calma meu hentaizinho, nós estamos no meio de um bar. " provocou, acariciando-lhe os fios claros.

" Que bom que veio. Senti sua falta. " confessou.

Não sabia direito o que ele fazia lá, mas ficou imensamente feliz em tê-lo ali. Precisava tanto dele, era tão bom aquele abraço, tão acolhedor.

" Também senti a sua, garoto problema. "

Ariel soltou-se, fazendo bico:

" Já disse para não me chamar assim! "

" Esquentadinho! Vem cá. " puxou-o para si novamente " Tinha certeza de que você estaria enchendo a cara em um buteco qualquer, choramingando a minha ausência. "

" Ora, seu... Deixe de ser convencido, eu não estava bebendo por sua causa. "

" Ah, não? Sei, conta outra, você não agüenta nem dois dias longe de mim, vai, fale a verdade. "

" Do que você está falando, seu presunçoso? Já faz uma semana e eu nem ao menos te liguei. "

" Olha como fala com os mais velhos, pirralho. "

Ariel bufou, irritado, odiava quando lhe chamavam assim.

" Eu não sou droga de pirralho coisa nenhuma! E o que você está fazendo aqui? "

" Como 'o que eu estou fazendo aqui', seu pivete mal-educado! Isso é o que eu ganho por me preocupar com você! " reclamou, indignado.

" Bem, ninguém te pediu pra vir atrás de mim. " respondeu, cético.

" Mas faltou muita palmada na sua educação! "

" Vá pro inferno! " empurrou-o.

Não conseguiu e nem tentou entender o que se passou dentro de si naqueles poucos instantes, só sabia que se irritara novamente e, num impulso, saiu da boate, que àquela hora já estava lotada de jovens.

" Ah, vamos começar com tudo isso de novo! " suspirou, levando a mão ao rosto, em sinal de cansaço.

Saiu, à procura do garoto, enquanto era assediado por uns e outros, sem dar um pingo de importância aos atrevidos. Não tinha vindo de tão longe para morrer na praia. Aquele loiro ia aprender de uma vez por todas uma lição, ah, se ía!

oOoOoOo

Continua...

oOoOoOo

Uhnnn... Esse cap. saiu meio capenga porque eu acabei de ler uma deathfic do Nichol e isso me deixou abalada até agora! Uiiii, a fic era tão linda e meiga... Porque o Nichol tinha que morrer? TT.TT ... Bom, pelo menos isso me deu boas idéias para IsaacxNicci "olhar malicioso emitindo raios gama para o computador" Muahahahahaha!

Nhé, voltando à fic, e aí, quem será esse cara misterioso? Descubram no próximo cap.! Agora história tá começando a se desenrolar, yehh! – se bem que eu ainda não sei os rumos que ela vai tomar oo" – Hehe, e no cap. 5 eu aprontei uma pro Q-chan que só vendo! Huhuhu! ;D

Nossa, eu nunca pensei que fosse tão fácil escrever só quatro págs. por cap. Tá saindo td bem rapidinho assim. Outra coisa que eu reparei é que essa fic tá parecendo as primeiras fics yaoi que eu li... Hehe, engraçado.

Então, continuem acompanhando pra ver que fim isso leva, e não se esqueçam de deixar um coment, isto é, se quiserem.

Agora xô ir comer meu pão com goiabada. "Que, eu vou msm! u-u"

Matta ne!

25/08/05