Ariel deixou seu namorado entrar em seu quarto, fechando a porta. Andou até o centro do cômodo, parando ali, enquanto Mushra dava a volta até parar à sua frente.
" Você está me saindo um belo dum rebelde sem calças! "
" Mushra! " revirou os olhos, pondo uma mão na cintura, de modo irritado.
" Hn, mas é a verdade! Não acredito que você me largou por aquela briga e que nem sequer me procurou. " confessou, magoado " Pensei que não ligasse mais pra mim. "
" Não diz isso, Mush, você sabe que eu te amo. " seus olhos brilhavam tristes.
" Hah, garoto! " suspirou, dando meia-volta e voltando-se para ele novamente " Vem, nós precisamos conversar. " falou delicadamente.
Segurou o pulso do menor e o levou até a cama, sentando-o lá e fazendo o mesmo ao seu lado.
" Eu sei que você me ama, Ari, e eu também te amo muito. Mas às vezes você tem umas atitudes... Sei lá, que me deixam meio inseguro. Como você ter fugido depois da nossa briga. Tá certo que desta vez ela foi mais séria; mesmo assim, não era motivo para você me deixar sozinho lá, sem nem me ligar. Ou como não ter contado que você tem um irmão gêmeo. Parece que você não confia em mim ou que nós não temos intimidade. Me diz, por acaso é isso? "
O humor de Ariel só piorou ao ouvir que tinha entristecido seu koi, aquilo não era verdade e o que menos queria era vê-lo com aquele semblante carregado, tão diferente de seu sorriso contagiante que costumava estar em sua face quase que constantemente. Abaixou a cabeça:
" Perode-me, Mush, não queria te deixar assim. Mas você está errado, essas coisas nunca se passaram em meus pensamentos. Eu só não te contei do Quatre porque nunca surgiu a oportunidade, quer dizer, não tem sentido eu chegar do meio do nada e dizer que tenho um irmão, até, porque, nós nunca falamos sobre isso, como é então que eu te contaria? Além do mais... "
" 'Além do mais' o que, Ari? "
" Não queria ficar te falando como eu me dou bem com o meu irmão se você e o seu... Você sabe. Eu... Eu não queria chateá-lo. "
Não costumava demonstrar este seu lado para os outros, gostava de ostentar a aparência de bad boy e não aquela sensível que mostrava agora, a qual somente Mushra, Quatre e algumas de suas irmãs conheciam. A verdade era que toda a sua pose não passava de um disfarce para esconder o menininho frágil e medroso que ele era. E Mushra sabia disso, conhecia aquele garoto melhor do que ninguém, e por isso mesmo via o quanto ele era especial: negara-se a contar de seu irmão tão adorado só para não magoá-lo, já que ele e seu irmão, Chris, não se bicavam.
Sorriu e apertou as bochechas rosadas do namorado, emocionado.
" Ai, que fofura! Como você consegue ser tão perfeito, hein, meu anjinho travesso? "
" Mush! " deu um tapinha na sua mão, para que ele parasse com aquilo, pois já o estava deixando corado. Assim que o outro tirou suas mãos de seu rosto, continuou " Eu só me afastei porque... Porque... Eu não sei, eu estava magoado, precisava ficar um pouco sozinho. Mas, eu juro, todo esse tempo que estive longe, eu senti muito a sua falta. " mirava-o com seus grandes olhos, pedindo com eles que Mushra acreditasse no que dizia, sentira tanta falta dele.
" Vem cá, meu querido. " sorria felicíssimo, cada vez mais lembrava-se porque amava tanto aquele garoto. Puxou-o com cuidado para sua perna esquerda, envolvendo suas costas com o braço também esquerdo, enquanto pousava o direito no ombro do loirinho " Será que você pode me perdoar? Eu fui um tolo em ter brigado feio com você, nenhum de nós merecia aquilo. Então, que tal esquecermos de tudo e não deixarmos acontecer nunca mais? "
O loirinho 2 sorriu, contente por enfim estar bem com o namorado.
" Claro! Mas, Mush, a culpa foi minha... "
" Êh, êh, êh! Nó não íamos esquecer? "
" É, íamos! " n-n
O árabe mais velho sorriu também, apesar de viverem discutindo, combinavam muito bem, e não seria um desentendimento como aquele que acabaria com a bela união. Contudo, ainda via que os aqua-marine estavam nublados, como se algo não lhe estivesse bem. Correu os dedos pela franja loira, delicado.
" Ari, você está com uma carinha triste, e não adiante dizer que não é nada que eu sei que não o é. O que foi, amor? "
" Ahn... Eu... É que... " tornou a baixar a cabeça, tímido " Faz tanto tempo que eu não via Quatre, e tanta coisa mudou... Agora ele tem seus amigos... Até o nojento de um namorado... E eu estava tão deslocado, sem você, no meio dos amigos do meu irmão que eu mal conheço... Aí eu comecei a me sentir como... Como se eu não fizesse parte daqui. "
" Hey, deixe de ser bobo, garoto. " Mushra levou o indicador e o polegar ao seu queixo e, suavemente, o ergueu, obrigando-o a encará-lo " Não diga besteiras, você não é apenas 'parte' da minha vida, e sim ela toda, você é o meu amanhecer, meu calor, meu sorriso, meu abraço. Eu vivo para você e por você. " seus olhos verde demonstravam o quanto era sincero no que dizia " E tenho certeza de que também o é para a sua família, para seu irmão. Você tem amigos que te amam muito, pessoas que só querem seu bem e para as quais você se tornou indispensável. Então, não ache mais que você não faz parte disso, ao contrário, você é 'isso'. "
Os lábios do menino se entreabriram, fascinado pelo o que outro lhe dissera. As palavras consoladoras que saíram de sua boca eram tão românticas e tão verdadeiras que Ariel não conseguiu conter a enorme felicidade que invadiu seu peito, de repente não se sentia mais melancólico. E graças à Mushra, seu amado. Sorriu verdadeiramente, obviamente emocionado, e, esticando-se para frente, envolveu o pescoço do moreno. Encontravam-se próximos a ponto de um sentir a respiração do outro, Ariel lhe sorriu francamente e, num movimento doce e delicado, beijou-lhe os lábios macios.
oOoOoOo
Parou em frente à porta de Trowa. Hesitante e receoso, levou a mão até a madeira, dando suaves batidas.
" Trowa? " chamou, mas como não lhe respondesse, tornou a chamar " Trowa! "
" Vá embora, Quatre! " escutou a voz rouca, provavelmente de choro, vir do lado de dentro.
Sentiu uma batida do coração falhar, Trowa não podia estar falando sério! Tinha medo do que ele devia estar pensando, bem, não propriamente medo, mas ficara realmente triste ao imaginar o que seu amado estava sofrendo nesses minutos. Por isso mesmo tinha que resolver a situação imediatamente.
" Trowa! "
" Vá embora! "
Assustou-se com o grito, ele nunca lhe falara assim antes. Talvez fosse melhor deixá-lo a sós por enquanto, pois ele estava deveras nervoso e poderia nem escutá-lo ou não acreditar no que diria. Contudo, não queria deixá-lo sofrer por mais tempo. Não sabia o que fazer, estava nervoso, suas mãos até tremiam.
Indeciso, resolveu dar um tempo para o garoto e, no dia seguinte, quando as coisas se acalmassem, poderiam ter uma conversa civilizada e assim se entenderem. Foi para seu quarto, que ficava de frente para o do moreno, e deixou a porta encostada, pois o conhecendo do jeito que o conhecia, podia crer que ele abandonaria a casa na primeira chance que tivesse. E isso não permitiria, de jeito algum deixaria o amor de sua vida escapar-lhe assim tão facilmente.
Tirou sua roupa e colocou um pijama de flanela azul bebê, com pequenas estrelinhas douradas, depois deitou-se na cama e se cobriu. Eventualmente não fechou os olhos a noite inteira, preocupado com o koi e, claro, atento a qualquer ruído que viesse de seu quarto: se ele tentasse dar no pé, Quatre o seguiria do jeito que fosse e o impediria de fazer tamanha loucura! Também não conseguia dormir porque aquele fato o deixara triste demais para conseguir ter sono, cada vez que pensava em Trowa imaginando-o com Mushra, supostamente traindo-lhe, seu estômago doía forte, o moreno devia estar pensando horrores de si. E o pior era que sabia o quanto fora difícil para Trowa se entregar a alguém, no caso, a ele, já que ele tinha medo de amar devido ao seu triste passado, no qual não tivera ninguém que o amasse ao seu lado, ou pelo menos não mais. Agora, então, que ele finalmente se permitira amar, achar que fora traído lhe seria terrível. Deduzia que, a esta hora, Trowa jurava para si mesmo que nunca mais amaria, que achava que nunca conseguiria ser feliz.
Seu pobre coraçãozinho doía ao ritmo que esses pensamentos lhe invadiam. E foi com algumas lágrimas que lhe caíam pela face e molhavam o travesseiro ao qual estava abraçado, contraído, que seus olhos pesaram o suficiente para ele poder adormecer. Entretanto, não sabe-se se devido à sorte ou à grande força que unia aqueles dois seres, Trowa não tinha forças para fazer nada, muito menos para fugir. Foi assim que não tiveram as vidas separadas para sempre. Pelo menos durante aquela noite...
oOoOoOo
Enquanto isso, o amalucado Shinigami tinha belos sonhos na sua caminha, abraçado ao seu homem.
Sonho:
Duo caminhava alegremente por um pátio abarrotado de tubos pvc, levando na mão seu obentoo precioso, cantarolando. Um sorriso de retardado não sai de seu rosto, ele é um operário feliz. Então chega até aos outros operários, que estão comendo, próximos aos palanques vermelhos da construção em que estão trabalhando. De repente todos se voltam para Duo, revelando serem todos Heerozinhos felizes. O baka trançado sorri de orelha a orelha, começando a cantar e dançar como os musicais da década de 40.
" Ahhh, a vida é maravilhosaaaa! Maravilhosa como o cobalto de Heeeroo, os pássaros gorjeando e o céu se abrindo! La-la-la-la! "
Ele se agarra numa pilastra e começa a dar voltas. Todos os Heeros vão dançando até ele, cantando:
" A vida é maravilhosaaa! Veja a alegria do mundooo, assim é bem melhoooorrr! Quando se tem um Duo! "
Ele pegam o americano e o suspendem no ar, deixando-o deitado. Duo sente as mãos dos japoneses o segurando e volta a cantar:
" Está chovendo de novo, lalelelele, mas eu tenho tudo o que preciso! "
Os Heeros o colocam de pé e ele sobe em cima do andaime:
" A chuva já não importa mais! Pois eu tenho um amor! Lalalalalala! Alalalala! "
Os Heeros abaixo de si começam a fazer ondas com seus corpos e eles vão se multiplicando, se multiplicando e se multiplicando, todos o venerando.
" Heeeerrroooo! Quando se tem um amor, se é mais feliz! E meu amor rasteja aos meus pés! Meu Heero, meu Heero, amoooorrrr! Se tem amor é bem melhoooorrr! "
" Melhooorrr, melhooorrr, melhorrr! Meu Duo, amorrrr! Nós somos seus, só seus! Amooorrr! É bem melhor com amooorrr! Lálálá! " os Heeros cantam em coro.
Fim do sonho! n-nV
Heero acorda e vê Duo, ao seu lado, com um sorriso bobo no rosto.
" É um baka mesmo! " sorri, vira para o lado e voltou a dormir.
oOoOoOo
Continua...
oOoOoOo
Hehehe, e aí? Hoho, pela primeira vez eu tinha pensado no que ía acontecer antes de escrever. Quer dizer, metade eu tinha pensado, né! Sim, eu só havia pensado no que pôr na parte do Ariel e o resto eu inventei agora. Claro, que obviamente eu esqueci tudo o que eu ia colocar nessa cena que eu tinha pensado! XD Bom, aí eu achei que ia ficar muito pesado se eu colocasse nesse cap. também a cena que o Trow-Trow e o Quat se reconciliam, entaum deixei pro próximo, assim, quem sabe, eu não tenho tempo de pensar em alguma maldade pra pôr, hehe? ;-P
Haha, por falar nisso, como ficou espaço faltando e eu to alegre, pra variar (se bem que eu devia tar triste, neh, porque as minhas mechas rosas que eu acabei de fazer saíram!;.;), eu cabei colocando esse sonho retardado do Duo! Hehe, eu fiquei imaginado ele cantando com voz de Cid Moreira, cuma marmitinha cinza:DD Huahuahuahua!
Bom, e o que estão achando? Logo, logo o Mush vai ter chances de mostrar seu lado maluco e tarado, esperem e verão. Quanto ao irmão dele... Hum, tenho planos pra esse daí... E pro Wu Fofo, que andou meio sumidinho nesses ultimos caps, né, também. Hehe, diga-se que planos bem especiais, de passagem! n-n
E mais uma vez eu não revisei o cap. antes de publicar, enton, perdonem novamente os erros dessa ingrata! E continuem acompanhando, claro! Por falar nisso, deixe reviews pra titia, ok? (Hn, se bem que eu to mais pra sobrinha. ¬¬)
Nhaaa, té mais povão!
Tchauzinhu!
24/09/05--- postando no msm dia que escrevi!XDD
