" Trowa... " teve medo de perguntar " Você não acredita em mim? "

O moreno o encarou por uns instantes antes de responder à sua pergunta.

oOoOoOo

Esperou por uma resposta que não veio. Então tornou a perguntar, baixinho.

" Trowa, você não acredita em mim? "

Os olhos esmeraldas brilharam tristemente, ferindo como uma agulhada no coração do loirinho.

" Acredito. " sussurrou.

" A... Acredita? Oh, Trowa! " seus olhos ganharam uma alegria sem tamanho e, num gesto de felicidade, jogou-se em seu pescoço, abraçando-o.

Trowa sentiu as lágrimas quentes de Quatre molharem seu pescoço, um arrepio percorreu seu corpo. Delicadamente separou o menino de si. Quatre fitou-o com seus grandes olhos, ainda chorosos.

" Não, Quatre, não... "

" Como, Trowa? " franziu o nariz, sem entendê-lo.

" Quatre... Nós... Nós não podemos ficar juntos! "

" O que? " sua primeira reação foi essa, sem nem ter pensado antes, aquela frase lhe havia sido como um balde de água fria.

" É isso, Quatre... Nós... Não podemos nos ver mais. " disse num tom sério, mas transparecido de tristeza.

Com o choque, Quatre afastou-se de Trowa, como se o mesmo o queimasse se nele encostasse. Seus olhos arregalados não podiam demonstrar maior surpresa e pavor.

" Tro... Trowa... " estava tão estático que não consegui nem falar.

O moreno aproximou-se do loirinho, segurando-o cuidadosamente pelos braços, um pouco abaixo dos ombros, sussurrando-lhe com dor:

" Eu não posso... Não posso mais viver com você depois... Depois de ter duvidado de você. Você... Deveria ter acreditado em você acima de tudo. Mas não... Não consegui... Você não me merece. " apoiou sua testa na de Quatre.

" Não... Não diga isso, Trowa. Não é verdade. "

" É sim, Quatre. Eu não sou digno de você. "

" Trowa! " novamente o abraçou, forte, não querendo deixá-lo ir.

Trowa envolveu seus ombros, acariciando sua costa.

" Eu sinto muito, Quatre... Perdoe-me. "

" Trowa, por favor...! " Quatre o apertava mais, trazendo-o para junto de si " Não, Trowa, não é verdade! Qualquer um pensaria isso, eu entendo. "

" Mas eu não devia ser como qualquer um, eu deveria confiar em você. Mas, não, eu não confiei. Eu te fiz sofrer injustamente... E eu pensei tão mal de você... " sussurrou.

" Tudo bem, Trowa, eu não ligo! Olha, " separou os rostos, encarando-o " a culpa foi minha, foi toda minha, amor. Eu deveria tê-lo impedido mais rápido."

" Não. " o ex-piloto mais alto falou, firme " Você não tinha como saber. Eu... Eu é que errei. "

Trowa não sentia-se mais merecedor de Quatre. O menino, tão puro, tão ingênuo, jamais o trairia e, ele, pensara barbaridades a seu respeito, imaginara vinganças horríveis. Sentia-se um lixo depois disso. Para alguém como ele, tão fragilizado, que acabara de descobrir o amor, devia-se segui à risca o que se diz de quem está enamorando. Aquilo ainda era algo novo em seu peito, por isso não sabia que essas coisas são naturais numa relação desse nível. Insegurança, medo, apreensão, ciúmes... Sentimentos ruins, mas que infelizmente existem em todo coração apaixonado. Mas acabara de descobrir esse amor, era a primeira crise que viviam... Ainda tinham muito tempo para entenderem direito o que era aquilo que disparava dentro deles, e quantas coisas têm de ser superadas, ignoradas, esquecidas, para se manter uma boa relação. Como aquela, realmente, não havia necessidade para tamanho exagero; contudo eles ainda não sabiam disso. Estavam ainda aprendendo.

" Isso já não importa mais. O que importa é que tudo foi esclarecido, por favor, Trowa, não desperdice essa oportunidade de tudo voltar ao normal. "

" Mas você não merecia isso... Você merece alguém melhor, Quatre, alguém que não te machuque como eu fiz. "

" Trowa... Quem poderia ser melhor do que a pessoa que eu amo? Quem, Trowa? Eu nunca vou amar alguém mais do que eu amo você, desse jeito eu nunca serei feliz! " suplicava, já chorando.

" Eu te fiz chorar de novo... " murmurou.

" Então desista dessa idéia idiota! Se não me quer fazer sofrer, não me deixe. "

" Não... Não, você vai achar alguém que ame mais do que eu, alguém que te trate como você merece. "

" Pare com isso, Trowa! Pare! " gritou, batendo em seu peito com os punhos fechados.

Trowa segurou seus pulsos facilmente, uma lágrima escorrendo por sua face.

" Trowa! Não me deixe, não me deixa, por favor. " pedia num sussurro.

" Não posso, Quatre, não posso. "

Enquanto chorava, soluçando, afastou-se, a gritar.

" Se você prefere ir embora... Se você quer me deixar... É só para provar que você está certo, que você não me merece! Porque, se merecesse, não iria me abandonar! Não iria me fazer sofrer com a sua ausência! Ficaria sempre ao meu lado, porque é isso que as pessoas fazem quando se amam. Elas lutam, lutam por quem amam! Elas jamais iriam ser fracas ao ponto de deixarem a única pessoa a quem amaram na vida sozinha... Sabendo que essa pessoa morreria cada dia longe delas. É isso que você quer, não é, quer que eu morra? Porque você não me ama! "

Trowa ficou mudo, não sabia o que dizer. Era óbvio que amava aquele menino mais que tudo, mas aquelas palavras... Será que eram verdadeiras? Que quando se ama, não se deixa assim por qualquer motivo? Porém, para ele, não era um motivo qualquer, simplesmente não suportava a idéia de ter ferido aquele anjo, de tê-lo feito derramar suas lágrimas calorosas.

" Quatre... "

" É isso, você não me ama? " inquiriu.

" Claro que amo, você sabe, você é a única coisa que eu amo na vida. "

" Então, se me ama tanto, não me deixe. "

" Mas... E se eu te ferir novamente? Se eu te magoar? "

" Não importa. " Quatre reaproximou-se, pegando suas mãos entre as suas " Não importa, Trowa, a vida é assim mesmo. Nem sempre as coisas serão um mar de rosas e, se nós estivermos unidos, se nos amarmos o bastante, nós superaremos tudo. Nada garante que eu não te faça sofrer, assim como você pode muito bem me ferir. Mas será sempre assim, com qualquer um que eu estiver. A diferença é que você eu amo e eu sei, eu sinto aqui, " e levou uma mão ao peito esquerdo " que não vou amar mais ninguém, nunca, só com você eu vou posso ser feliz. "

Trowa, emocionado, começou a pensar nas palavras de Quatre. Talvez ele estivesse certo, como poderia ter certeza de que, se o deixasse com a intenção de que o menino encontrasse alguém melhor, este mesmo alguém não o faria sofrer? Não duvidava que ele nunca mais amasse outro, ele próprio sentia que não seria diferente consigo, e se assim o fosse, a distância que ele poderia impor talvez só o machucasse mais. Assim, na realidade, ao invés de impedi-lo de sentir aquela dor, só estaria aumentando-a.

" Quatre... Eu... "

" Só precisa dizer que vai estar ao meu lado, sempre. E juntos nós seremos muito felizes, nós enfrentaremos o que vier. Mas você precisa dizer que vamos continuar juntos. "

" Eu... Vou estar sempre ao seu lado, eu juro. " cruzou os dedos sobre os lábios, selando a promessa.

O loirinho sorriu tão contente que o seu corpo todo parecia pouco para agüentar tamanha alegria. Derramou seus olhos doces sobre o outro.

" Trowa! Eu te amo! " jogou-se novamente em seu braços, enlaçando-o.

Trowa sorriu, envolvendo sua cintura e, sem mais delongas, renderam-se a um beijo muito desejado. Depois de alguns segundos, já sem ar, separaram-se, o moreno secou os resquícios de lágrimas nas bochechas rosadas do menino. Quatre sorriu, seguido do maior.

" Você pode me perdoar, Quatre? "

" Se você me prometer que se eu disser 'sim', nós poderemos ir tomar o café da manhã, eu perdoou. " sorriu, brincalhão.

Trowa correspondeu, meneando a cabeça.

" E por que não? Estou com fome, já. "

O loirinho aumentou o riso, fazendo uma carinha de anjinho travesso.

" Então eu perdoou. "

O moreno sorriu e, enlaçando a cintura do garoto, fê-lo se voltar para a entrada da casa, retornado par o lar dos cinco meninos... Ou, agora, sete. Entraram na casa e viram Wu Fei, Ariel, Mushra, Duo e Heero numa discussão acalorada.

" Então a culpa é do Duo! " Mush acusou.

" Ora, como assim 'minha'? " o americano protestou, indignado.

" Ué, a tábua de passar não se mexe sozinha, Duo! "

Os dois arregalaram as sobrancelhas, o que aqueles malucos tinham aprontado no pouco tempo que estiveram fora?

oOoOoOo

Continua...

oOoOoOo

Owww... Só eu tenho o dom de enrolar uma mesma coisa por tanto tempo, não? Hehe, mas, bem, é que eu prometi que este seria o ultimo cap. sentimentalóide, neh, então eu tive que caprichar nesse:) Haha, que mentira, isso aqui ficou um noja:P É porque, tipo assim, eu odeio sentimentalismo, mas tenho tendência a colocá-lo nas fics. Eu achei um super exagero o Trowa achar td aquilo, mas... Eu tinha que escrever 4 páginas, non? Bom, mas agora eu vou começar a pensar no que eu vou escrever porque achu que a comédia começa agora... Ou pelo menos eh o que eu queria. nn"

Ahh, entaum eu queria implorar perdão por essa mediocridade de cap... Definitivamente, odeio sentimentalismo... Aproveitando também p citar o jah conhecido fato de que eu não revisei o texto.

Por falar nisso, fique contente por ter recebido mais coments:DD Eu só naum entendi porque no cap. passado sendo que ele tah cheio de erros grotescos...o.O Mas se foi assim, quer dizer que vocês saum boazinhas e relevaram aquilo, neh? Hahahaha!

Como eu passei a gostar mais do Ariel, vou tentar fazer com que ele apronte bastante, sem esquecer que, naum, o Wu Fofo naum vai ficar p tio de jeito algum! Logo, logo ele tah entrando em ação, viu?

Bom, por enquanto é isso

Matta ne! E feliz dia das crianças, hehe!

Tchauzinhu,

11/10/05, 23:00 h