O vale proibido
2- O vale proibido: O desencontro
Heero carregou o frágil corpo até a aldeia que não era muito longe dali.
Tratando de pôr bastante lenha na lareira ele aconchegou a criança febril em sua própria cama. Tratou de remover a roupa encharcada notando o brasão real de L2 bordado nelas, deduziu que a criança em questão devia ser algum nobre. Ele continuou a despindo e se deparou com uma surpresa. Aquilo não era uma fêmea humana.
-Um... um garoto? Como é belo... – Heero se impressionou.
O ogro percorreu todo o corpo do menino com os olhos, não sabia que um humano podia ser tão lindo, mas aquele em particular era muito bonito. Mesmo com sua aparência frágil e pálida era o ser mais lindo que o ogro já havia visto. Tomado por um impulso Heero apertou levemente as nádegas do garoto, automaticamente seu baixo ventre deu sinal de vida e Heero removeu a mão como num instinto de proteção, como se a nádega de Duo lhe tivesse dado um choque, o que não era exatamente mentira. Heero agora estava certo do que estava havendo consigo, aquele garoto humano de alguma forma tinha o poder de excitá-lo. Não sabia como era possível, mas o simples fato de olhar o corpo nu de Duo fazia seu pênis se retesar com urgência.
Heero suspirou resignado, não podia fazer o que seu corpo queria, ou se veria estuprando um menino humano febril. Tentando não olhar muito para o corpo trêmulo de face corada, o ogro tratou de secar bem cada pedaço de pele branca, e vesti-lo com uma de suas camisas, lhe cobrindo com algumas grossas cobertas.
Ao se sentir aquecido e protegido o semblante de Duo se apaziguou e ele passou a dormir como um bebê, apenas tendo alguns tremores de vez em quando devido a forte febre.
Heero por sua vez não conseguiu dormir a noite toda. Ele estava muito preocupado com aquela linda criança, porém estava se estranhando. Não gostava de humanos, não confiava neles, e ainda assim estava todo zeloso com um que acabara de conhecer e nem mesmo sabia o nome, fora as sensações de puro desejo que estava sentindo pelo humano.
-Nãoo... eu não vou... não pode me obrigar... – Duo falou baixinho em seu sono.
-Calma, pequeno. Ninguém vai te obrigar a nada. – Heero se aproximou do menino falando bem ao seu ouvido.
O ogro realmente não sabia o porque, mas era fato que o menino doente em sua cama lhe atraía, e ele faria de tudo para vê-lo curado.
Heero se deitou junto a Duo na cama fazendo seus corpos se tocarem. Heero suspirou ajeitando o garoto humano de forma confortável bem pertinho de si, sentindo seu pênis endurecer instintivamente com o contato. Ainda seguindo algum instinto Heero se deixou encaixar nas nádegas do enfermo fazendo seu falo vibrar alucinado no atrito leve com a bunda do menino. A certa altura o ogro intensificou os movimentos, simulando uma foda e Duo protestou inocentemente com um muxoxo de desconforto.
O som feito pelo humano fez Heero perceber que estava indo longe demais. Seu pênis estava uma pedra de tanto roçar contra as redondas nádegas de Duo, logo ele viu que gozaria sobre os lençóis, assustado o ogro se levantou deixando finalmente o garoto em paz.
-O que estou fazendo? Que espécie de maníaco eu sou? – Heero deixou o quarto um tanto quanto perturbado. Sentia-se mesmo sujo por quase estuprar o que ele achava que era só uma criança humana. Correu para fora da casa deixando a chuva tomar seu corpo, ele precisava se aliviar, seu pênis estava pedindo algum alívio.
Em L2 Treize não tinha conseguido dormir. A chuva irrompia forte do céu e seus pensamentos voavam para o pequeno filho naquela noite chuvosa. Se alguma coisa acontecesse a Duo não se perdoaria. Amava muito seu único filho, Duo era inocente para certas coisas. Seus olhos eram doces e ele adorava sorrir.
Treize sorriu ao lembrar o filho sorridente que tinha. Mas o sorriso morreu de seus lábios ao pensar que Duo podia estar em perigo.
Wufei entrou pela porta do quarto. Ele tinha um semblante preocupado.
-Nada ainda? – Treize se exasperou.
-Hun-hum... – Wufei negou com a cabeça se dirigindo à janela.
-Se alguma coisa acontecer a ele... – Treize falou amargamente.
-Eu nunca vou me perdoar... – Wufei cortou o marido. - A culpa disso é toda minha. – ele abaixou a cabeça, algumas lágrimas escaparam.
Treize abraçou o chinês por trás. Ele nunca o havia escutado falar desse jeito sobre o filho.
-Treize, eu não devia ter falado daquele jeito com ele... ele é tão... Tão inocente ainda... – Wufei falou.
-Não foi culpa sua. – Treize acolheu Wufei em seus braços deixando que este desabafasse chorando tudo o que precisava chorar.
Em L1 Duo tinha o corpo dolorido, sua cabeça também doía, fora um mal-estar e calafrios ao acordar na manhã seguinte. Não reconheceu o local onde estava. Sentia a cama dura e o tecido das cobertas pesadas era grosso demais, o cheiro do aposento não era dos melhores, a fraca iluminação. Duo realmente não sabia onde estava. Ele lembrava da fuga, da floresta e do frio, mas não fazia a mínima idéia de como havia sido levado para o lugar que estava agora.
Numa olhada mais demorada, notou que os poucos moveis no quarto eram de material rústico, como madeira crua. A cama, bem como as outras peças eram um pouco maiores que o normal.
-Deus! Onde estou? – Duo falou baixinho se encolhendo para conter mais um calafrio.
-Na minha casa! – ma voz firme fria soou vinda da porta.
Duo olhou assustado para a figura que acabara de entrar. Era um rapaz alto, de cabelos rebeldes e marrons. Os olhos eram de uma tonalidade azul que Duo não sabia distinguir ao certo. O Rapaz era forte, Duo percorreu todo o corpo dele com os olhos, não pode deixar de notar como era atraente e a voz era grossa, mas fria.
-C-como vim parar aqui? – Duo tentou manter uma voz aceitavelmente firme, mas falhou. Ele estava ainda febril.
-Eu te trouxe pra cá! Hn... você estava desmaiado no meio da trilha... – Heero ia explicando.
-QUEM É VOCÊ? O QUE FEZ COMIGO? – Duo interrompeu Heero com uma voz assustada. Ele acabara de notar que estava completamente nu por baixo da camisa grande e grossa.
-Eu cuidei de você, da sua febre... – Heero notou o tom arrogante do garoto. No mínimo esperava um obrigado, e não um grito.
-Porque fez isso? Acaso não tinha outra intenção? – Duo falou erguendo umas das sobrancelhas e puxando as cobertas para se cobrir.
Heero era um ogro. Mesmo que mestiço, mas ainda assim um ogro. Jamais admitia ser mal tratado dentro de sua própria casa e por um humano que lhe devia a vida. O ogro puxou violentamente as cobertas de cima do humano o encarando de perto. Por um instante seus olhares se cruzaram. E Duo se encolheu com medo.
-Seu inseto, ninguém te ensinou boas maneiras? –o Ogro rosnou. - Não sei quem é você, mas a única coisa que quis foi ajudar, isso é o que qualquer um faria, mas não os humanos, não é? – Heero acusou.
-Eu deveria saber. Alguém como você não pode ser humano... – Duo falou em tom de descaso olhando-o de cima pra baixo. Ainda tinha certo temor, pois não era ódio o que viu nos olhos do Ogro. Duo era um príncipe muito atrevido.
-NÃO SOU! Sou um ogro. – Heero odiou o ar de superioridade do outro menino.
-V-você é um ogro? Mas sua aparência... – o jovem agora parecia tomado por uma curiosidade quase infantil. Ele se aproximou do homem elevando a mão para tocar seu rosto.
-Vou levá-lo para casa. Onde mora? – O ogro segurou o pulso do rapaz firmemente evitando o toque.
-E-eu... sou de L2. Eu fugi de casa... – Duo disse abaixando a cabeça, deixando sua franja cobrir seus olhos.
-Não importa. Vou te levar de volta pra sua casa e... – novamente aquela voz mais fria que gelo.
-NÃO! POR FAVOR! – o menino berrou encarando o outro.
Duo era alguém complicado demais para o ogro entender. Heero suspirou tentando retirar paciência de algum lugar. Mas algo no olhar do humano ao ser mencionada sua casa o fez perceber um certo medo.
-Eu... eu fugi. Eles queriam que eu me casasse... já estou chegando aos quinze anos... – ele explicou de cabeça baixa.
-Eu conheço as tradições de L2. – Heero falou fazendo com a mão para que Duo não continuasse a explicação. O ogro sabia que todo rapaz ou moça com quinze anos devia prestar os votos e se casar em L2.
-Como sabe disso? – o humano o olhou inquisidor. Seus enormes orbes ametistas brilharam de curiosidade.
-Hn... minha mãe era de L2. Ela fugiu para cá quando se viu obrigada a prestar os votos... Aqui se apaixonou por meu pai... – Heero falou em um tom que não deixava dúvidas que aquele era um assunto que não lhe fazia bem.
-Então você é Heero Yui? – Duo se retesou. -Você é o rei desse lugar? – ele arregalou os olhos.
-Sim... – Heero abaixou a cabeça. Não gostava de sua condição de mestiço.
Duo se levantou seguindo em direção a porta.
-Aonde vai? - o ogro perguntou surpreso.
-Embora! – Duo falou com uma voz que continha algo como nojo.
-Espere! Você está fraco ainda... – Heero tentou impedi-lo.
-Fraco? Você sabe quem sou ogro? – com um tom de empáfia o humano se voltou para olhar o outro homem de forma arrogante.
Hum-hum! – o ogro negou com a cabeça.
-Sou Duo Maxwell. – a voz tinha um toque altivo e orgulhoso.
Duo? – Heero se levantou. - Você é DUO? – os olhos do ogro faiscaram. - Eu devia tê-lo deixado no meio da lama. É o seu lugar... – Yui se viu provocando.
-Sabe de uma coisa, seu boçal? Eu não suporto ogros. E sabe porque? Porque são enormes, sujos, fedorentos, lentos e muito, muito burros. Mas você é ainda pior que um deles, porque você nem é um ogro nem um humano. Me dá pena essa sua condição... – Duo sorriu provocando.
-Cale essa boca imunda. Seu humanozinho de merda ou eu... – os olhos do ogro agora emanavam ódio.
-Hahaha... ou você o quê, Monstro? Vai me bater? Ahh... Deve ser a única coisa que seu cérebro minúsculo consegue processar... – Duo sorriu vitorioso, havia conseguido atingir o outro.
Heero não podia acreditar. Ele havia salvado a vida de um garoto humano que agora lhe humilhava dentro de sua própria casa. Sua raiva era imensa. Ele encarou o menino falante com os olhos faiscando de ódio. A idéia de espancar Duo era atraente demais a seu ver, porém não o faria. Aquele baka não tinha a mínima chance. Mas também não tinha sangue de barata e Duo teria o que estava pedindo. Sem pensar mais o Ogro desferiu contra o humano um violento soco que atingiu em cheio no rosto.
Duo não esteve esperando pelo ataque. Heero era muito rápido. O humano sentiu o impacto da pesada mão do ogro contra seu rosto, seguido de uma forte dor. Para depois ser atirado no nada. Perdera completamente os sentidos.
Heero ficou olhando o corpo do humano jogado ao chão. Havia uma enorme macha roxa no rosto delicado e também um pouco de sangue. De repente havia exagerado no soco. Mas o baka havia merecido. O ogro se aproximou do garoto, porém em revelia a toda raiva que estava sentindo não podia deixar de admirar aquela beleza toda. Sem sombra de dúvidas para o ogro o jovem príncipe humano era a criatura mais bela que seus olhos já haviam visto. Sua mão seguiu na direção das grossas coxas descobertas pela camisa. Sentia a necessidade de averiguar a consciência daquelas pernas.
-Ahhh... Como são macias... – Heero deixou escapar ao apalpar as coxas de Duo subindo para as nádegas, cintura, umbigo.
–Hn... Não posso estar fazendo isso de novo. – o ogro parou assustado ao ver que estava desnudando o corpo no chão. Seu pênis estava ereto.
-Que inferno esse baka tem pra me deixar assim? – Heero falou furioso cobrindo novamente as partes do corpo do humano. O pondo no colo o ogro sabia que o melhor a fazer era levar Duo para casa, ou não cometeria um estupro.
Sei lá que me deu pra fazer essa fic. Mas acho que o Heero às vezes lembra mesmo um ogro. Mas a idéia da fic não é a bela e a fera... O heero tem uma parte ogro, o que o deixa em vantagem sobre os humanos puros, como ogro o Heero é mais inocente.. ...
Conhecer Duo vai despertar o interesse por seu lado humano e emotivo há tanto tempo adormecido, só espero que ele não se decepcione ao saber do que os humanos são capazes... oO"
Hina
