O vale proibido


8 – Alguém para conversar


Um dia quando caminhava pela floresta fazendo sua caçada noturna o meio ogro Heero Yui encontrou uma linda criança humana a qual cuidou da febre. Mais adiante viria descobrir que havia ajudado um príncipe pela qual já se encontrava perdidamente apaixonado.


O ogro chamado Heero Yui estava sentado perto do riacho atrás de sua casa. Ele sorriu ao pensar que hoje, já se admitira completamente apaixonado pelo pirralho de longos fios marrom dourados. Nunca imaginou que em algum momento de sua vida pudesse experimentar tamanho sentimento.

Yui era meio ogro e meio Humano. No passado sua mãe, uma jovem humana fugira de um compromisso de casamento apaixonada pelo rei ogro. Desse amor proibido nasceu Heero Yui. O nascimento de Heero abalou as partes mais conservadoras de seu país, L1, o país dos ogros, que não via com bons olhos a união entre ogros e humanos.

Heero não pode contar com seus pais. Sua mãe havia morrido no parto e seu pai logo em seguida havia sido morto pelos próprios ogros em batalha.

Um momento de caos se instalou no lugar. Sozinho Heero foi criado por J, um estudioso local. O jovem desde cedo despertava uma força e coragem fora do normal. Cresceu na floresta entre os ogros como um anônimo.

Em certo momento Heero teve que assumir o trono para centralizar o governo e acabar com as guerras. Porém, o meio ogro não tinha mínimo interesse em governar e novamente L1 mergulhou em anos de crise, em um contexto de extrema pobreza e miséria.

Agora Heero estava ali, sentado na beira do riacho que passava atrás de seu casebre. Esquecido do tempo, esquecido de sua obrigação máxima para com um povo caótico e descentralizado.

-Heero? – o ogro ouviu a doce voz de seu companheiro o chamar. Mas não respondeu. Duo era sua maior dor de cabeça atual. Fazia só dois dias desde a noite que tentara o tomar para si. Fracassando. Magoado o ogro havia se afastado totalmente do menino.

Também Duo não o procurava nem mesmo para uma conversa sobre um assunto qualquer. Heero notava que Duo estava sempre quieto, fechado, com os imensos olhos violetas perdidos em um ponto sem importância. Ou mesmo o pegava se debulhando em lágrimas. Heero queria tanto ajudar, tanto dar carinho àquele pequeno garoto tristonho, mas ele nem mesmo sabia como fazer. Nem mesmo conseguia ficar na frente de Duo por um minuto sem ser indelicado.

-Maldita natureza de ogro. – Heero pensou.

Sem resposta o menino de trança não teve certeza se devia se aproximar do marido. Na verdade tinha um certo medo do ogro. Sabia que no momento que quisesse Heero poderia o tomar a força, como os outros já haviam feito e preferia morrer a ser tocado à força. Queria muito se entregar a seu esposo, tinha por ele aquele sentimento humilde de respeito a qual fora ensinado que devia ter pelo marido. E ele mesmo não saberia dizer ao certo, mas desde o primeiro momento que topou com aquele ogro mal educado algo havia mudado dentro de si.

-Heero? – Duo finalmente se aproximou sentando-se perto do outro.

-Hn? – O ogro não o olhou.

-Você está ai há tanto tempo... – Duo comentou tímido olhando para o céu azulado.

-Eh!– O ogro confirmou fitando o riacho.

-Pensando? – Duo sorriu timidamente.

-Talvez... – Heero matinha o olhar azul sobre as águas do rio, sem desviar um minuto para olhar o baka ali ao seu lado.

-Sou indiscreto se perguntar sobre o que? – o trançado sorriu da cara emburrada do ogro.

-Eh! – Heero confirmou com uma voz ainda mais fria.

-Hun... se não quer falar... Tudo bem. – Duo reparou que o ogro não estava para conversa. Não pode deixar de se sentir magoado com a forma que era tratado, mas sabia que Heero ainda não havia se conformado com o fato de não tê-lo possuído na noite de núpcias, e desde então, há dois dias, que não falava direito com ele.

-Hn! – Heero se limitava a resmungar. Como Duo podia fazer isso com ele? Como podia se negar a se entregar ao marido e depois sorrir pra ele como se nada tivesse acontecido. -Maldito humano! – Heero pensava.

-Heero! – Duo chamou após algum momento de silêncio.

-Hn? – novo resmungo.

-Você tem que ir a cidade hoje esqueceu? Aquela tal reunião que você comentou. – Duo sorriu lindamente.

-Esqueci... – a voz fria de novo.

-Não senhor! Você tem um compromisso... Heero! Você nem parece um Rei... – Duo se levantou puxando o ogro pela mão.

-Eu não sou... – Heero não pode deixar de se entusiasmar com o toque daquelas mãos delicadas e cheirosas sobre as suas ásperas.

-Vem, Heero. Existem pessoas que precisam de você... Vamos! Um rei de verdade tem que ter sua responsabilidade por seu povo e um grande amor por seu país... – Duo continuou puxando e sorrindo. Como era doce aquele menino.

-Acaso aprendeu isso com seus pais? Não me faça rir... Grandes reis... Não vou me tornar um monstro movido a dinheiro! – mas porque o ogro tinha que ser tão estúpido?

-Mas... mas... Idiota! Não tem nada haver com dinheiro! Olhe em volta! – Duo manteve o olhar magoado, porém decidido. -Olhe! O que vê? – ele continuou apontando para o nada.

-Nada? – Heero não pode deixar de se ver surpreso com a explosão daquela doce criatura. Mas a quem estava enganando? Duo era mesmo assim. Petulante e arrogante, mimado e tão... Tão decidido. Tão firme... O ogro se pegou admirando uma a uma as qualidades de seu marido.

-Você vê o que eu vejo. Fome. Miséria... tem gente precisando de você! As suas crianças não têm amanhã, e você nada faz? – Duo mantinha seu semblante rígido.

-Duo? – o ogro agora estava mesmo surpreso. Não imaginou que Duo notasse aquilo ou mesmo se preocupasse. Ele agora descobrira que não tinha se casado com uma florzinha de estufa. Duo era frágil e delicado, zeloso e doce muitas vezes, mas ele era também um homem corajoso e justo... Heero pode notar que o trançado a sua frente era um excelente rei em potencial.

-Você tem a obrigação de fazer alguma coisa... ou amanhã não teremos um lugar para descansar... um lugar para criar nossos filhos... – Duo olhou direto nos olhos de Yui.

-Duo? – Filhos? Duo havia dito filhos... Nossos filhos. Heero havia ouvido perfeitamente... Duo queria ter filhos com ele...

-Heero, escute. Eu sei que começamos tudo errado, mas... Eu queria que desse certo... – agora Duo se abaixou perto de um ogro surpreso, tocando seu rosto com a ponta dos dedos.

-Duo... eu... Eu... – o ogro até ia dizer alguma coisa. Mas ver o humano ali o tocando tão delicadamente... Sua voz o abandonou.

-Heero... eu só preciso de um tempo. Tudo ainda é tão recente... – Duo explicou fugindo dos olhos de Heero. Ainda era tudo muito doloroso, mas ele tinha boas esperanças de refazer sua vida ao lado de seu marido. Afinal era a única coisa que lhe restara e ele estava se agarrando a isso como podia.

-Mas naquela noite... Você não se entregou a mim... – Heero falou sem pensar, para depois se arrepender. Duo estava ali tentando lhe dizer como se sentia e ele só pensava em sexo.

-Eu ainda não posso, Heero. Mas você pode estar certo que terá o que tanto quer. – Duo falou magoado soltando o rosto do ogro. Só lhe peço que, por favor, espere. – ele pediu sem olhar para Heero.

-O tempo que for preciso, Duo. – Heero pensou em dizer. Mas o que saiu foi mais uma maldita cobrança em tom frio e impaciente. – Quanto tempo ainda? – ele se viu falando.

Duo não pode responder. Por um momento se viu ali abrindo seu coração ferido ao que mais lhe pareceu um amigo fiel. Estava tão envolvido com a conversa. Heero apesar de tudo era uma pessoa boa e companheira, tudo que precisa por hora. Mas a dor e choque ao reparar que o ogro era como qualquer outro, que no fundo não dava a mínima para seus sentimentos, que só estava atrás de um bom sexo, fez seus olhos se encherem de lágrimas.

-Trate de tomar um banho antes de ir a cidade. – Duo saiu rápido de perto do marido dando uma ordem fria. Na verdade não queria chorar na frente do ogro sem coração.

Heero ficou olhando Duo se afastar e se perguntando como ele podia ter sido tão canalha. Mas o fato era que queria muito levar Duo para cama. Já havia sonhado com isso várias vezes, mas não era um homem de tomar ninguém a força, esperaria o tempo que aquele baka precisasse.


Algumas horas mais tarde Heero e Duo faziam o longo e esburacado caminho até a cidade, sobre a velhíssima carroça de Yui.

-Heero. Meu Deus. Minhas costas estão me matando... Não sei como você consegue andar nessa coisa... – Duo reclamou fazendo biquinho em certo ponto da viagem.

-É questão de prática. – Heero guiava o cavalo e nem ao menos se voltou para olhar o marido reclamão.

-Por Deus... isso está quase desmontando de tão velho... Ohhh... Você não acha que isso aqui não é um transporte adequando para rei, acha? – Duo perguntou insistente.

-É o que temos... – Heero girou os olhos. Nunca soube antes que Duo podia ser tão falante.

-Mas você não podia ter coisa melhor? – Duo continuou insistindo.

-Duo, Deus! Eu quase nunca vou a cidade... – O ogro agora já estava se aborrecendo. Logo quando Duo chegou em sua casa não dizia uma única palavra e agora já estava ali todo sorridente e falante, e como falava, aquele baka.

-Mas e as reuniões? Você não preside nenhuma delas? – nova pergunta de Duo.

-Não. – a resposta rápida e fria de Heero.

-E como governa seu país? – Duo perguntou espantado.

-Jesus, Duo! Quantas vezes desde que está aqui você me viu governando algo? – Heero agora se mostrou completamente irritado em sua maior frase desde que havia iniciado a viagem.

Duo ficou em silêncio. Então era por isso que aquele lugar era daquele jeito, tão caótico. Eles não tinham um sólido sistema de governo e Heero era um rei de fachada. Mas como alguém podia se sujeitar a isso? Como alguém como Heero Yui podia se sujeitar a essa situação. Duo fazia sua rede de pensamentos a respeito de L1, quando a carroça quase virou sendo guinada para trás o fazendo cair sobre o assento de madeira atrás de si.

-Mas você é louco ou quê? – o trançado berrou segurando as nádegas que se acidentaram na batida contra a madeira.

-Criança, burra! Saí do caminho! – Heero berrava furiosamente com uma pequenina garotinha ogra que o olhava chorosa no meio da estrada.

-Deus, Heero! É só uma criança. – Duo saltou da carroça ainda amparando a nádega direita e foi ao encontro da pequena que chorava assustada.

Heero ficou olhando Duo acolher a menina nos braços a levando para a beira da estradinha de terra. Ela chorada assustada, afinal quase fora atropelada e ainda fora terrivelmente insultada por um ogro furioso.

Yui ficou admirando o marido que sorria docemente para a garotinha lhe mostrando uma pequena flor amarela que brotava do chão ali perto. Ele viu quando Duo conseguiu arrancar um sorrisinho doce do rostinho da garota chorosa. Viu também quando Duo a entregou nas mãos da mãe sorrindo com aquele sorriso iluminado que só ele tinha.

Depois daquele episódio a viagem seguiu em silêncio. Nenhum dos dois falava. Heero estava se sentindo envergonhado por ter tratado tão mau a pequena e Duo talvez estivesse tão decepcionado com o ogro. Ele não estava conseguindo entender Heero. Às vezes ele parecia tão doce e compreensivo e outras, quando estava com raiva agia como um brutal ogro das cavernas. Duo não sabia se era com um homem desses que ele queria dividir o resto da vida.


Heero e Duo chegaram um tanto quanto atrasados no comitê de reunião para assuntos críticos. Que na verdade não passava de uma saleta escura com alguns banquinhos de madeira onde se encontrava a nata da sociedade ogrense.

O casal não pode deixar de sentir os olhares sobre eles ao chegarem. Duo viu algumas senhoras sentadas próximas à porta lhe lançarem um olhar que ele jurava que podia ser de nojo. Sem dá importância eles sentaram-se mais atrás.

Em certo tempo Heero estava cochilando enquanto Duo parecia revoltado com o que estava sendo dito na reunião. Parecia que iam desapossar algumas milhares de famílias ogras para aumentar o cultivo de abóboras, principal fonte de renda dos ogros.

-Heero! Heero! Você não pode deixar! Essa gente vai viver de quê? – Duo cutucou Heero.

-Ahhh... Já acabou? – ele perguntou sonolento sem dar importância.

-Bem já que estamos de acordo nem precisa votação... – o homem que presidia aquele comitê falou.

-Espere um pouco, senhor! – Duo se ergueu lá atrás do seu banquinho fazendo todos ali naquela sala o olharem. – Não podemos votar em algo assim... e essas pobres famílias? – Duo continuou firme sem se intimidar com os olhares pejorativos que agora fuzilavam sua pessoa.

-Ora! Um humano! Então um humano quer nos dizer como devemos governar nosso país? – o ogro de idade avançada e poucos cabelos que presidia a reunião não gostou nem um pouco da interferência de Duo.

-Não se trata disso... Mas mesmo sendo humano não posso deixar de notar as injustiças que... – O menino humano ainda tentou falar.

-Cale-se! Quem você pensa que é para nos falar de injustiças, depois de seu povo ter já feito tantas conosco? – uma ogra gorda e alta se exaltou do outro lado.

-Eu sou DUO YUI, Eu sou esposo do rei... e como tal, me sinto no direito de... – Duo não pode continuar, pois uma salva de gargalhadas se fez presente por parte dos demais participantes da reunião.

-Filho... Não seja hilário... Você... hahaha... tem o direito de ficar quietinho no seu canto. Heero não é um rei de verdade já faz tempo e... – um ogro alto e magro falou delicadamente.

-Mas nunca é tarde para reparar alguns erros. O Heero é um homem justo e jamais vai deixar essas famílias no desamparo. Não é verdade Heero? – Duo tremia levemente. Se não fosse a adrenalina daquela discussão ela teria chorado. A forma com que as pessoas lhe olhavam como se fosse inferior estava lhe machucando.

-DUO? Eu... Duo!... – um Heero assustado acabava de acordar. -Ohh... É sim! – ele berrou em confirmação ao levar uma cotovelada do marido.

-Viram? Como rei desse país Heero Yui se declara contra a desocupação dessa área residencial... – Duo falou alto e imponente como um rei de verdade faz.

-Hun... e então? O que o porta-voz do rei nos sugere? – alguém do meio das pessoas perguntou em deboche.

-Ahhh... Quando temos nova reunião? – mas Duo não perdeu a pose de esposo do Rei.

-Em duas semanas... – Lhe foi informado.

-Então em duas semanas o rei vai se pronunciar a respeito... Acho que se já se encerrou a pauta dessa reunião, estão todos dispensados... Ahhh... E em duas semanas eu quero ver todos aqui novamente! – Duo dispensou os revoltados com maestria. De repente ele havia dominado a reunião de uma forma diplomática. Mas não contava com a apelação baixa dos demais.

-Escute, seu humanozinho! Tenha cuidado, sim? Não queremos um de vocês dando ordens no nosso governo... – Um homem ogro de longos cabelos negros falou em tom ameaçador.

-Até onde me conste, esse é o governo do meu marido... – Duo estava sendo cercado pelos ogros.

-A quem está querendo enganar? – o homem perguntou em tom de lasciva. -Vejam! Ele está querendo posar de bom esposo! – ele continuou agora convocando os demais para a discussão. -Ora... será que se redimiu dos erros do passado, ou está só querendo enganar um monte de ogro. Ou você acha que não sabemos que você não passa de um vadiosinho rodado que Yui catou por ai? Hun... A sua historinha imunda com aquele monte de vândalos é famosa, meu querido! – o homem de cabelos longos provocou.

Duo ficou mudo, depois pálido e gelado. Por Deus. Não contava com aquilo. Não esperava que pudesse ouvir tamanha barbaridade. De repente uma enxurrada de dor lhe arrebatou o peito tal qual uma onda poderosa. Ele não conseguiu reagir. A verdade era que ainda não tinha armas contra aquela maldita dor. Toda vez que ela vinha em sua direção ele se deixava paralisar de temor.

-Não queremos um porquinho rodado como você no nosso país!
-Não queremos alguém como você manchando nossa honra!
-Não venha bancar o bom samaritano pra cima de nós! Sabemos que já se deitou com todos.

Várias vozes se sobressaíam da multidão como um mantra de dor para Duo.

O pequeno humano via aquela maldita noite de pânico onde fora cruelmente estuprado ser jogava na sua cara da forma mais humilhante possível. Ele deu um passo atrás vencido pela maldade daqueles ogros, esbarrando em Heero.

Duo não pode deixar, apesar de tudo, de notar como o corpo maior do ogro se encaixava perfeitamente às suas curvas menores e mais delicadas.

Heero sentiu o corpo do marido tremer fortemente. Ele o abraçou por trás com segurança olhando para os ogros com um olhar que significava morte.

Por um breve momento não houve palavras. Apenas uma violenta troca de olhares.

Os ogros recuaram um passo ao verem que Heero Yui os olhava, com tanto ódio que poderia matar a todos apenas com seus orbes frios e azuis.

-Agora chega! – Heero falou frio silenciando o ambiente. –Este é Duo, meu marido! E eu quero que ele seja tratado como tal... – Heero continuou. –Eu fui claro? – Yui esbravejou.

Um murmúrio de ogros assentindo com as cabeças se fez ouvir. Enquanto Yui saía do local puxando um Duo machucado e vencido pela mão.


Na volta para casa Heero havia ido a uma espécie de armazém onde fez algumas compras que necessitava enquanto Duo ficava ali na carroça em uma postura de derrota. Sua cabeça pendia segura pelas mãos com sua franja cobrindo os olhos. Heero notou que o corpo do humano sacolejava levemente de vez em quando, na certa os soluços que embalavam suas lágrimas.

A viagem de volta tal qual grande parte da ida foi feita em silêncio. Mas, um silêncio incômodo. Aquele silêncio era repleto de dor. Heero queria muito fazer ou dizer algo para aliviar o sofrimento de seu pequeno humano, mas na verdade não sabia o que. Achou melhor deixar Duo quieto.

Já estavam dentro da propriedade Yui quando a maldita carroça não suportando o peso das sacas de alimentos pendeu inclinando.

Aquele não devia ser o dia de Duo. Primeiro o acidente com a carroça na estrada que lhe rendera um bumbum dolorido, depois toda a humilhação que sofreu por parte dos ogros e agora isso.

Foi tudo muito rápido. Heero viu quando a carroça inclinou virando logo em seguida.

Rápido ogro teve tempo de pular, porém, seu coração se apertou de angústia ao notar que ela havia virado para o lado de Duo, com apreensão viu o menino cair e logo em seguida a maldita carroça virar sobre ele.

Duo sentiu o peso da carroça sobre sua perna. Tentou sair, mas estava mesmo preso. Apesar de estar assustado e sentindo uma leve dor na perna o humano se manteve calmo. Ele logo ouviu a voz grave do ogro o chamando preocupado.

-Duo! Duo! Você está bem? – Heero berrou suspendendo a carroça. -Tire a perna daí de baixo! – Ele pediu assim que levantou a madeira que prendia o humano.

-Eu... Acho que estou bem! – Duo fez conforme lhe foi mandado. Agora que sua perna estava livre ele podia senti-la latejar de dor.

-Deixe-me ver isso aqui. – Heero se abaixou tocando a perna de Duo. –Você torceu o tornozelo.

-Heero! Ta doendo. – Duo fez um biquinho desamparado olhando de forma chorosa para o ogro.

-Vai passar... – Heero falou perto do rostinho de Duo. O ogro não pode evitar sentir seu coração pular ao ver aquela carinha triste. Aqueles olhos grandes violetas com pequenas lágrimas se formando, Heero achava que Duo era lindo de qualquer forma, chorando ou sorrindo, mas tinha certeza que uma criatura com aquela não havia sido feita para tanta dor.

Tomado por um impulso o ogro beijou o rosto do menino.

O trançado olhou para o ogro espantado. Heero o havia beijado. Ele não pode acreditar o ogro lhe havia dado um beijo na bochecha. Como aquele gesto havia sido terno e doce, Duo sorriu acariciando o local completamente esquecido da dor.

-Obrigado... Hee-chan. – Duo falou tímido sentindo o rosto corar.

-Não precisa agradecer... Eu só não quero ver você chorando de novo. – Heero tocou os cabelos de Duo sentindo a maciez.

-Eu também não quero mais chorar, Hee-chan. Mas às vezes eu não consigo. Às vezes é única coisa que tenho vontade de fazer... – Duo explicava quando foi silenciado pelos dedos grossos de Heero em seus lábios.

-Chega de dor, Duo. Se quiser alguém para conversar quando se sentir assim... Estarei por perto. – O ogro nem notou, mas se viu falando docemente ao pé do ouvido do garoto.

-Sério? Você faria isso por mim? – Duo sorriu aquele seu sorriso aberto e sincero.

-Hi! – Heero também sorriu iluminado pelo olhar terno do marido.

-Me leva pra casa? Temos muito que conversar Hee-chan! – Duo sorriu erguendo os braços para o ogro tomá-lo no colo.

-Hn... Não me chame assim, baka!" – Heero sorriu pegando Duo para si e o carregando para dentro da casa. Sorriu abertamente quando o humano se aninhou em seu peito também sorrindo.


Mais um capítulo.

Eu disse que manteria do jeito que estava a fic, mas infelizmente tive alterar essa notinha e colocar uma coisa chata.

Bom, atualmente recebi um review com um conteúdo tão maldoso.
Eu sei que nem precisa por esse adendo.

É sobre a fic Near You Always, postada nesse mesmo site sob o nick da Blanxe.
A Blanxe é uma grande amiga minha, e resolvemos fazer uma fic em conjunto, minhas idéias e idéias dela, apenas foi postado no nome dela, porque achei que não valia apena formar uma conta aqui nesse site, já eu e ela tínhamos contas aqui.

E digo mais, senão fosse ela, talvez esse fic não tivesse ido ao, na verdade, só foi ao ar por causa dela, que é uma grande pessoa, de grande caráter, a qual respeito e admiro todas as fics. Ela sabe que em mim terá sempre uma fã e uma amiga, e aviso mais, essa não será a única fic que faremos juntas no que depender de mim, pois suas idéias e talento é algo que ninguém pode pôr à prova.

Fico terrivelmente chateada em ter que reafirmar tudo isso de uma pessoa a qual admiro muito, muito mesmo. E é muito triste ver nosso curto espaço, um lugar que deveria servir apenas para postar e ler... E ser amante de fics, sendo invadido por esse tipo de pensamento.

Desculpem todos que gostam de fics, todos que vêm aqui para ler e se divertir por esse episódio. Continuo contando com o carinho e ajuda de quem realmente está afim, mas alerto, que não vou admitir que ninguém seja lá quem for, use nosso espaço para isso. Retaliações e criticas a pessoa deve ser direcionada ao e-mail e não aqui no site, no nosso espaço.

Respeitem nosso ambiente. Apenas unidos chegaremos em algum lugar.
Aqui, nesse site, não há espaço, para ofensas pessoais e levianas. Uma basta, eu peço. Vamos nos deter no que vale mais apena que qualquer outra coisa, aqui, que são as fics.

Hina