O vale proibido
10 – A dor de Wufei
-Te amo! – Que frase completa. Plena no mais perfeito e inabalável significado.
Durante anos aguardou. Outros tantos pediu a seu misericordioso Deus, mas aquela pequenina frase nunca veio. Porém, no momento que havia perdido tudo, no momento em que menos esperou ela chegou. E de uma forma mágica e verdadeira.
-Te amo! – Foram as palavras de Heero. Duo acordou na manhã seguinte àquela noite em que ouvira um coração dizer que o amava, sim, porque naquele momento quem lhe falou foi o tímido coração de Heero Yui.
Como era bom e diferente ouvir isso. Duo sorriu. Pela primeira vez dentre muito tempo ele sorriu, leve e desprovido do peso da dor, incerteza e angústia. Ainda faltavam muitas coisas para seu pequeno coração se livrar de tudo de ruim que carregava consigo, afinal eram coisas muito antigas, eram mágoas carregadas durante uma vida inteira, tantos sentimentos negativos, mas Duo estava disposto a começar tudo de novo e de verdade, ao lado de Heero, numa nova chance.
Pela primeira vez depois do estupro queria sentir-se vivo, sentir preparado para se entregar de corpo e alma ao homem /ogro que o aceitara como seu marido.
-Vejo que acordou. E bem disposto. – a voz grossa e sensual de Heero invadiu o quarto.
-Bom dia. – Duo foi capaz de sentir seu coração agitar-se. Aquela voz, era a mesma com a qual Heero havia se declarado noite passada. O príncipe se achou bobo, Heero só tinha aquela, portanto não podia ter usado outra.
Mas ainda assim agora ele sabia como o ogro se sentia em relação a ele.
-Dormiu bem. Eu presumo. – Heero falou entrando no quarto.
-Sim... Heero. – o humano iniciou sem jeito o que seria um agradecimento.
-Não precisa... Eu fiz o que senti vontade de fazer. – o ogro não permitiu que Duo levasse a frente o que diria. Heero havia aberto seu coração ao marido na noite passado, e por nada ia deixar que o trançado estragasse tudo novamente. Seria melhor para os dois as coisas ficarem como estavam por hora.
-Mas... você disse que... Heero. Eu.– aquele ogro tinha o poder de deixar Duo sem palavras. Mediante isso o trançado se atrapalhou.
-Duo, escuta. Eu não falei aquilo ontem pra te pressionar – Heero falou, mas era seu coração que estava pressionado nesse momento. Depois da noite de ontem ele queria poder agarrar Duo e enchê-lo de suaves beijos, mas não podia avançar tanto o sinal e arriscar remover aquele sorriso doce do lindo rostinho em formato de coração de Duo. –Eu vou saber esperar com calma, pequeno. – Heero finalizou com um sorriso resignado.
-Ohhh. Hee-chan – Duo corou ligeiramente vendo seu coração ser invadido por uma boa sensação de paz e segurança.
Heero também corou fortemente. Era um ogro e mais que os outros de sua raça era frio, e muitas vezes soava desprovido de sentimentos. Nunca se imaginou sendo chamado de forma tão carinhosa por um humano e o pior, gostando disso. Sim, porque ele realmente gostou, sentiu seu peito se encher de uma alegria genuína ao ouvir sua doce criança o chamando dessa forma.
-Baka. Ahhh... Você tem uma visita. – ele falou sem jeito fugindo do olhar meigo de Duo sobre si.
-Eh? – o menino estranhou. Afinal não imaginava quem viria àquele fim de mundo para vê-lo.
-Olá? – Quatre estava ali pondo a cabeça para dentro quarto.
-QUATRE? – Duo berrou sorridente. –ENTRA! – ele chamou o amigo.
Quatre era um dos únicos amigos de Duo que havia se mostrado fiel após toda a desgraça que se passara na vida do príncipe. Muitos outros haviam simplesmente desaparecido. Tudo bem que o loirinho não vinha ver Duo com muita freqüência, mas isso se devia a seu trabalho. Quatre era comerciante em L4, porém distribuía mercadorias por todos os outros reinos, funcionando como um caixeiro viajante, muitas vezes.
-Duo! – os dois garotos se abraçaram apertadamente. Havia tanta necessidade naquele abraço.
-Hn. Vou deixá-los a sós. – Heero anunciou deixando o quarto, porém, nem sequer foi ouvido pelos outros. Mas ele sorriu enquanto saía do quarto. Sorriu abertamente sentindo seu coração se apaziguar, parecia que Duo finalmente estava acordando daquele maldito sonho de dor na qual havia mergulhado.
E agora vendo ele abraçar o amigo, Heero viu aquele sorriso sincero e enorme que Duo já não exibia há algum tempo.
-Como você está? – Quatre perguntou sentando-se na cama.
-Agora... Acho que um pouco melhor. – o trançado estava mesmo se sentindo melhor, mas ainda não tinha segurança para encarar a vida novamente.
-Tem certeza? – o loiro olhou diretamente para o pulso do amigo que estava enfaixado.
-Eh? – Duo não soube o que dizer. Agora se sentia tão envergonhado por tentar se suicidar. Aquela fora a primeira e melhor solução que sua mente desesperada e cansada de tanta dor achou, mas pensando melhor agora ele soava como um tolo, fraco e covarde. Assim pensava.
-Duo. – Quatre segurou delicadamente o pulso fino do outro menino. –Nunca mais tente isso. Você fugiria da sua dor, mas deixaria algumas pessoas com dor semelhante para sempre. – o loiro fez um breve carinho no pulso enfaixado.
-Eh? Não vejo quem? – as palavras de Duo saíram magoadas.
-Não diga um absurdo desses. Eu, o Trowa, Wufei, Treize, e... Heero. – o comerciante agiu incerto ao tocar no nome do ogro. Não sabia como Duo reagiria, mas quanto ao ogro, Quatre sabia que este estava apaixonado por seu amigo.
-Heero. – Duo falou sonhador. O ogro o amava. E se não fosse aquele ogro não estaria mais ali uma hora dessas. Um sentimento miserável de fraqueza o consumiu. Ele tinha atentado contra a própria vida. Quando se deixou desesperar dessa forma?
-Você nem imagina como precisamos de seus sorrisos, amigo. – Quatre beijou o pulso ferido de Duo. –E, por favor. Nunca mais volte a se culpar por essas coisas todas. Duo, você é uma vítima dessa violência maldita e em momento nenhum você teve participação nessa sujeira. É normal se sentir machucado com tudo isso, mas eu imploro, amigo. Não se feche nessa dor. Estamos aqui por você. – como era seguro o olhar do jovem rapaz de cabelos amarelos.
-Desculpa, tá? – o príncipe pediu fazendo um terno carinho nos cabelos loiros de Quatre. Seus olhos marejados de lágrimas. Como era bom ter amigos de verdade para essas horas de dor.
-E você e o Heero? – Quatre sorriu quebrando a seriedade daquele momento. –Ele me pareceu tão preocupado... – o comerciante brincou.
-Ele é um amor. – Duo corou. –Ele cuida de mim com tanto carinho, Quatre. Ele disse que me ama. – o príncipe agora tinha nos olhos um brilho sincero. Heero estava sendo sua taboa de salvação e o mínimo que podia ter em retorno era um pouco de gratidão, em um futuro teria que lhe devolver com carinho e amor, por hora o que podia retornar era gratidão.
-Duo? E você? – o loiro quis saber qual tinha sido a resposta e Duo.
-Ahhh... eu... Não disse nada... O mais importante é que eu senti que é de verdade. Ele me ama com o coração. – sorriu.
-E você, Duo? Você o ama? – Quatre falou ficando sério. Ele se referia ao que o amigo realmente sentia pelo ogro.
-N-não... Eu gosto muito dele, gosto de ficar quietinho junto dele, gosto de fazê-lo ficar zangado, ou o mais difícil que é fazê-lo sorrir. Eu também o acho forte e determinado. Leal, corajoso, justo... – o trançado havia se empolgado. De repente se encontrava reparando em todas as qualidades de Heero, reparando quando esteve ficava triste ou feliz, aborrecido, desgostoso, etc. O que será que isso queria dizer? Será que estava amando?
-Ei. Duo, Chega. Hn... – Quatre sorriu. – Acho que você está muito impressionado pelo Heero. –sorriu do embaraço do príncipe que ficara corado.
-Eh? – Duo ficou ainda mais vermelho. Ele sabia que estava mesmo muito impressionado pelo ogro, mas ainda lhe custava aceitar isso, quem dirá aceitar a idéia de que estava apaixonado.
-E os planos para agora? – o loiro cortou o assunto vendo que seu doce amigo estava mesmo muito encabulado.
-Ah. Não sei. – Duo coçou a cabeça confuso. Não tinha ainda pensado nisso.
-Olha. Esse lugar é um caos. Mas acho que tem solução ainda. Quem sabe um toque sofisticado não ajudaria? – Quatre levantou olhando pela pequena janela do quarto de Duo, por onde podia ver muito mato.
-Eh? – Duo o acompanhou com os imensos olhos.
-Eh, Duo. Você vai mudar isso aqui. – Quatre falou entusiasmado o encarando sorridente.
-Vou? – o trançado o olhou agora com desconfiança.
-Vai, Duo. Anime-se ainda há muito que fazer por aqui! – Eles sorriram.
Quatre era um bom amigo. E uma injeção de ânimo era o que Duo precisava. Eles ficaram animados conversando. As vozes eram altas, vivas e animadas como os donos delas.
Com toda certeza alguém como Duo seria capaz de trazer alguma vida a L1.
A visita de Quatre havia conseguido de vez alavancar o ânimo de Duo. Ele agora acreditava piamente que podia fazer algo contra a apatia. O loiro era mesmo uma pessoa positiva e de ampla visão.
-Tem certeza que você tem mesmo que ir? – Trowa perguntou ao ver Quatre entrar pela porta do estábulo.
-Um-hum. Mas temos um tempinho ainda... – o jovem sorriu de forma lasciva.
-Hun... mas aqui? Esse lugar tão... Tão inconveniente não é para alguém tão delicado como você. – o rapaz de topete colou seu corpo ao do namorado.
-Ei... Eu sou um comerciante e caixeiro viajante, esqueceu? – novo sorriso de Quatre ao sentir o homem maior excitado.
-Hun. – Trowa gemeu quando o loirinho pressionou suas coxas contra a ereção dura que surgia entre suas pernas.
-E além de quê... Eu sempre tive essa fantasia de transar assim no meio de um celeiro... No meio das palhas... – Quatre continuou a provocação.
-Quatre, seu capeta. – eles caíram sobre as palhas rindo. –Preciso de você. – Trowa silenciou o riso do outro rapaz o tomando para um beijo molhado.
-Tro. Você está desesperado. – Quatre afundou sua língua dentro da boca de seu namorado mais uma vez, tocando o corpo musculoso abaixo do seu, atiçando mais ainda...
-Deus! Você nem pode imaginar o quanto... – outro beijo, agora iniciado pelo rapaz de topete.
-Ehhh? – o loiro se livrou dos lábios e língua de Trowa. – E se eu não quiser te ajudar? – ele sorriu de forma cínica. –Você vai procurar uma ogra dessas? – o loiro sorriu mais abertamente.
-Não... Eu vou te agarrar a força? – Trowa puxou o lindo loiro pela cintura o fazendo cair mais uma vez sobre seus corpo.
-Nem pense em me tocar a força, seu bruto. – Quatre sorriu se divertindo.
-Não se faça de difícil. Eu sei que você quer...
-Estúpido. – fingindo-se ofendido o rapaz de cabelos loiros se libertou dos braços mais fortes do capitão, sentando-se no chão meio que afastado. –Deixe-me pensar se você merece... ahhh... Será que tem sido um bom menino? Não ficou por aí olhando as ogrinhas, né? – Quatre era perverso, ele sorriu falando displicentemente abrindo os primeiros botões da blusa, e beliscando levemente o próprio mamilo.
-Quatre, Jesus Cristo! Eu juro que não olhei pra ninguém... – Trowa praticamente choramingou apertando a pernas uma contra a outra.
-Ai, Tro, tem certeza? – um enorme olhar de perversão tomou o semblante do loiro.
-Tenho! – o outro não podia mais suportar! –Não brinca assim senão eu perco a cabeça. – ele falou agora tomando o mamilo intumescido de Quatre com os lábios arrancando gemidos do loiro.
-Aii... Tro. Me beija vai. – eles se abraçaram aos beijos um removendo a roupa do outro. Fariam sexo bem ali no meio dos estribos.
Trowa admirou o corpo magro do amante. Como era bonito. E os mamilos tentadores.
-O que está olhando? Vamos! Eu ainda tenho que voltar para L4 – Quatre falou jogando a cueca no rosto do outro. –Vem. – ele chamou sensual completamente nu.
Rápido, Trowa amparou a delicada peça de seu amado a cheirando. –Você quem manda. – o soldado se aproximou do loiro também removendo suas calças e cueca. Seu membro estava em riste. Fazia algum tempo que não possuía Quatre.
-Chega de conversa. – Quatre se abraçou fortemente ao corpo forte de Trowa. –Eu te amo, sabia? – falou calmamente em contraste com sua respiração.
-Eu, sei. Minha vida. Também te amo, muito. – Trowa distribuiu um beijo na testa do amado antes de ser puxado para o chão caindo sobre o pequeno corpo de Quatre, que entrelaçou as coxas em volta de sua cintura o puxando cada vez mais para perto de si.
-Hun... eu preciso de você Tro. Bem aqui ohh, dentro de mim. – O loiro falou infantil simulando uma falsa inocência.
Trowa também não podia se conter. Ele ajeitou-se na entrada do namorado e forçou levemente achando uma dificuldade inicial, mas Trowa sabia como ser delicado com seu amor. Com leves movimentos ele se viu enchendo o pequeno túnel com sua ereção rija. Quando finalmente se viu no quente e úmido local soltou um gemido contido, esperando o loiro acostumar um pouco.
Quatre sentiu uma leve dor de início, mas logo sentiu Trowa se afundando dentro de seu corpo com carinho e delicadeza que só ele sabia fazer. Vendo-se agora com o pênis do capitão dentro de si, Quatre se excitou esfregando seu falo contra a barriga musculosa, mexendo os quadris sensualmente.
-Trowa, mexa-se dentro de mim, por favor, amor. – o loiro implorou entregue ao prazer, Mexendo cada vez mais a bunda em movimentos circulares fazendo Trowa entender o que ele queria.
Sem dizer palavras o capitão se movimentou ali dentro do canal apertado. Ele retirou parcialmente o pênis de dentro e meteu novamente, a princípio lentamente para ir intensificando a força e a rapidez ao passo que ia se perdendo em um abismo de prazer.
-Ahahhhh... Trowaa... Você me enlouquece. – Quatre berrou em total descontrole ao sentir seu ponto de prazer ser estocado consecutivas vezes, apertando ainda mais as coxas em torno do corpo do outro e esfregando furiosamente seu pênis contra o musculoso estômago.
-Deus... Meu amor, como você é gostoso. – os corpos já se fundiam naquele ato de extremo prazer fazia algum tempo.
-Tro, eu vou gozar. – sem poder se conter o loirinho ejaculou o mais forte que a excitação lhe permitia na barriga do amante, amolecendo o corpo em total abandono e deixando que seus lábios se abrissem para chamar o nome de Trowa naquela hora.
-Ohhh, Trowa. – o loiro gemeu ao ser tomado pelo gozo.
-Amor... é minha vez. – Trowa não suportando mais estocou com força para em seguida derramar seu leite cremoso dentro das entranhas do namorado.
Saciados eles se deixaram largar sobre as palhas respirando com dificuldade. Seus corpos suados, largados sobre a palha. Estavam felizes.
Quatre foi o primeiro a se recuperar, rindo alto. Um confuso Trowa o acompanhou em gargalhadas animadas.
-Você é louco, sabia?– Trowa sorriu se contendo.
-Ahh... Eu não vou me repetir e dizer aquela coisa de: sou louco por você. – Quatre afinou a voz. –Mas é sério Trowa. Você é a pessoa da minha vida. – Quatre falou olhando no fundo dos olhos verdes do namorado.
-Quatre! Então porque não casamos logo? – eles se amavam e já dormiam juntos sempre que possível Trowa não entendia porque de terem que ficar separados.
-Amor. Você saber como são as regras de L4, não aceitam casamento entre pessoas do mesmo sexo. – L4 era uma região tão cheia de regras e convicções quanto L2. Porém diferente da Terra de Duo em L4 era terminantemente inaceitável o relacionamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo.
-São bem parecidas com as regras de L2, mas ao menos lá podemos casar. – Trowa comentou.
-E como vou prestar votos, Tro? Ou você acha que eu tenho cara de uma virgem? – o loiro fez uma certa cara de inocente que sinceramente não podia convencer ninguém.
-Eu sei. Mas podemos ficar aqui em L1. – Trowa sugeriu.
-Ahh, nesse fim de mundo? Nada disso. Olha, quando esse lugar aceitar outros produtos além das abóboras deles eu venho pra cá de malas e cuia, quem sabe não me torno um grande comerciante local? – Quatre sorriu.
-Ahh, nem tão cedo, meu doce! Esse finzinho de mundo não vai melhorar tão cedo... – o rapaz de topete revirou os olhos.
-Sabe, Tro. Tenho tanta pena do Duo. Ser estuprado, depois perder tudo em L2 e ter quer vim pra cá se casar com um ogro. – Quatre falava em tom baixo. Não tinha nada contra Heero Yui. Ao contrário, mas achava que casar com um ogro e morar no meio do mato não deveria ser o sonho de nenhum rapaz, principalmente de um príncipe refinado como Duo.
Ahhh, meu doce! Eu sei, eu sei. Corta o coração. Sei o quanto o Heero gosta dele, mas às vezes tenho medo que algo dê errado – o capitão da guarda real estava preocupado.
-Eu sei, afinal o Heero é um ogro e acho que qualquer homem, sendo ogro ou humano ficaria encantado com o Duo. Ele é lindo. Tenho medo que o Heero esteja apenas encantado pela beleza dele. – de fato o loiro tinha esse receio. Afinal Duo era muito mais que Heero Yui como um ogro jamais havia sonhado.
-Espero que não. Acho que o Duo não vai suportar mais essa desilusão... Espero que esse ogro saiba merecer o marido que tem. – Trowa falou pensativo. –Se acaso eu souber que ele está interessado apenas no corpo do Duo eu nem sei o que faço. – aquele era um servo fiel e havia traduzido sua fidelidade ao jovem príncipe também, o protegendo sempre que possível.
-Ei... vou ficar com ciúmes, eihn? Não anda reparando muito no corpo do Duo, né? – Quatre sorriu tocando um certo membro entre as pernas do outro.
-Ahhh... Digamos que é inevitável reparar certas curvas bem salientes naquele corpinho. – Trowa sorriu sentindo seu falo ser acariciado.
-Ahh, bandido. – o loiro deu um apertão mais rigoroso.
-Aiii! Eu só disse a verdade, afinal o Duo tem uma bundinha que dá vontade... – o capitão ia provocar.
-Filho da mãe, desgraçado! Tá me dizendo que eu sou reto? – Quatre segurou a glande entre os dedos.
-Ai, ai, tá certo, tá certo! Eu me rendo! – Trowa sorriu tomando os lábios de Quatre para si. "Eu prefiro a sua, tá?" – Novo beijo e eles voltaram a se embolar sobre a palha indicando que aquele chamego seria longo.
-Seu amigo já foi? – Heero entrou no quarto.
-Ele foi se despedir do Trowa. – Duo corou levemente ao imaginar o que os dois estariam fazendo numa hora daquelas, sozinhos no estábulo.
-Entendi. – Heero notou o que se passava entre o Trowa e o Quatre. –Eles são amantes. – o ogro concluiu. –E a essas alturas estão fazendo meu celeiro de Motel. Alguém devia parar isso. – ele não pode evitar uma certa inveja, como queria ter Duo da forma que Trowa tinha Quatre.
-Eh sim. – Duo sorriu muito sem graça. –Ahh, mas deixe os dois sossegados, eu te peço. – Duo sorriu.
-Ahhh... se você não se incomoda, por mim tudo bem. – Heero desconversou porque estava imaginando os dois humanos sozinhos fazendo, só Deus sabe o que, e isso o estava perturbando. Era um homem e tinha suas necessidades.
-Ahh... Eu acho que vou levantar. – Duo estava sem jeito. Um silêncio pairou entre os dois como se fossem estranhos um para o outro.
-Acho que é mesmo hora de sair dessa cama. – Heero concordou.
-Ohhh... sim. Deve estar cheio de trabalho pra mim. – Duo fez cara de desgosto, levantando-se.
-Ahhh... Mais ou menos. – a verdade era que a casa estava ainda mais caótica que quando Duo chegou ali.
-Eu estou morrendo de fome... Vou preparar alguma coisa pra gente, Hee. – o príncipe seguiu para a cozinha se espreguiçando tranqüilamente. –Depois, um bom banho... – ele falava com sua voz se distanciando do quarto.
-Err... Duo. Acho melhor... – o ogro ainda tentou impedi-lo. A cozinha estava um caos.
-HEERO YUI! – Duo voltou ao quarto como se tivesse visto uma assombração. –Eu fico fora de circulação durante dois ou três dias e você transforma minha cozinha num chiqueiro? – o humano berrou.
-Duo, eu não tenho jeito com essas coisas... – Heero se defendeu.
-Seu ogro trapalhão... Eu vou limpar tudo, mas ai do senhor se voltar a pôr seus dedinhos na MINHA COZINHA! – Duo falou divertido. Já não podia ficar muito tempo zangado com o marido, Heero às vezes parecia mais uma criança grande que precisava de cuidados.
Heero também sorriu. Era bom vê-lo assim de tão bom-humor. E ao menos o trançado teria muita coisa para se preocupar. Afinal limpar aquela bagunça seria demorado.
A manhã e resto do dia havia sido de faxina para Duo. Ele não sabia como uma casa podia ficar tão suja como aquela. Mas era bom ter algo para ocupar a mente.
Ao fim da tarde o trançado estava exausto. Seu corpo continha uma camada de suor, ele tinha um lenço amarrado na cabeça de onde se soltavam vários fios da franja que grudavam em seu rosto perfeito. A trança longa também estava com várias mexas soltas e o corte em seu pulso sangrava um pouco por baixo do curativo.
Duo não estava nos seus melhores estilos de elegância, suas vestes estavam sujas e maltratadas. Bem como ele continha um semblante cansado.
Ele suspirou vendo a cozinha limpa, também a sala e a pequena varanda. Não podia fazer muita coisa pela casa, mas fez o que pode. Suas mãos delicadas estavam doloridas de esfregar a pedra que servia como pia para tratar os alimentos.
Como o Sol estava quase se pondo ele lembrou que Heero estava caçando algo para a janta. Cansado Duo sentou-se no batente da varada olhando para além das montanhas aonde o Sol se ia devagar deixando o céu alaranjado.
Seus olhos vastos se perderam no horizonte. Ele lembrava de todo o luxo e conforto que tinha em L2. Claro que não pensava que L1 fosse tão parecida, mas aquela casa e aquele modo de vida que Heero levava não era propício nem mesmo a um ogro. Não faria mal em ter um pouquinho de conforto de vez em quando.
Duo suspirou, como seria bom ter um banho quentinho de vez quando. Seus olhos se encheram de lágrimas. A noite estava caindo e ele estava ali sozinho esperando seu marido voltar com o alimento.
Em momento algum ele achou que teria um destino como esse, casado com um bruto ogro.
-Ohhh, meu Deus. Até quando vou suportar isso? – ele abaixou a cabeça chorando bem baixinho. Era grato por Heero tê-lo aceito quando ninguém mais o queria. Porém não podia mentir para si mesmo. Yui não fora o que sonhou para si, muito menos aquela vida era seu objetivo.
Chorando encolhidinho no canto da varanda Duo não viu uma carruagem luxuosa apontar na estradinha de terra levantando poeira.
Mas o barulho das ferraduras dos muitos cavalos de raça pura que a puxavam chamou a atenção do menino quando esta estava bem próxima. Duo levantou a cabeça assustado.
Ele acompanhou o veículo parar bem próximo a casa. Viu o brasão na lataria do mesmo e engoliu em seco quando alguém saiu de lá de dentro.
-Você? O que quer? – o trançado perguntou tendo o corpo trêmulo.
-Ora. Se isso são modos de se tratar um convidado. – aquela voz arrastada de petulância e altivez. Wufei tinha ido fazer uma visitinha ao filho.
-Eu não te convidei! Vá embora! – Duo berrou. Desde o estupro Wufei o havia dado uma trégua. Mas isso não significava que as coisas mudaram entre eles. Para Duo seu pai devia ter tido apenas um acesso de pena naquela época
-Nossa. Você está ainda pior que antes. Que foi Duo? Seu marido não está comparecendo? – Wufei debochou. Adorava provocar Duo.
-Cala essa boca! – Duo falou ainda alterado.
-Cala boca, você, pirralho! Ainda me deve respeito! – o chinês aumentou o tom de voz, fazendo Duo recuar.
-O que veio fazer aqui? – Duo perguntou temeroso vendo o homem se aproximar. -Veio ver a lama em que estou? – seus olhos voltaram a se encher de lágrimas. Tudo que não precisava era ser humilhado dessa forma.
-Digamos que sim. Eu precisava ver isso com meus próprios olhos. – Wufei sorriu.
-Por favor! Vá embora! Você já viu, já gostou, agora vá embora! – Duo pediu com lágrima nos olhos.
-Ainda não. – Wufei sorria. – Sabe, Duo. Não posso deixar de te confessar que me excita muito te ver assim. Humilhado, no fundo do poço, frágil e vulnerável. Mas... – Wufei passou por Duo entrando na sala. –Mas você ainda é meu filho e acho que tenho que fazer alguma coisa. – ele fez uma cara de nojo ao entrar no local.
-Por favor, eu te peço. Vá embora. – Duo apenas chorou, vencido demais para sustentar sua pose de bravo. No fundo estava tão vulnerável, não teria forças para lutar contra as provocações do pai. Não nesse momento que ainda estava se recuperando, se acostumando com a nova vida.
-Santo, Deus. Isso é um chiqueiro. Isso está sujo e fede. Fede mais que os estercos dos cavalos que puxam minha carruagem. Duo, como consegue viver nesse lugar? – Wufei falou com um sorrisinho irritante.
-Eu não tenho outra opção. Lembra que não tenho mais direito a herdar o trono? Lembra que você e Treize não me deram um tostão para o dote? – ele falou magoado.
-São as regras, meu bem. – o cinismo do chinês era enojador.
-Pelo amor de Deus. Já chega! Deixe-me em paz! – Duo estava mal por logo Wufei o estar vendo naquele estado deprimente, naquela casa...
-Ainda não é o bastante. Olha pra isso, meu Deus. Que nojo! E suponho que o boçal do seu marido esteja caçando para a janta? – o rei sorria reparando cada cantinho do pequeno local que fazia a vez de casa.
-Está. – Duo respondeu não encarando aqueles olhos cortantes do pai.
-Me diz, garoto! Até quando acha que vai suportar isso, eihn? Até quando vai se sujeitar a isso? Acorda Duo! Olha. Eu sei que você está sofrendo, mas faça alguma coisa para melhorar esse lixo! – Wufei falou seco.
-Eu... Eu não sei o que fazer... – Duo baixou a guarda. O homem a sua frente tinha a capacidade de vencê-lo apenas com um olhar cortante.
-IDIOTA! – Wufei deu uma forte bofetada no filho o lançando no chão. Como odiava ver Duo que sempre fora tão vivaz e determinado se deixando entregar a apatia.
-Eu... – o jovem não teve palavras. Além do susto de ser atacado ainda tinha a raiva e humilhação de apanhar de Wufei. Fora a dor, que sentia em seu lábio machucado pela agressão. Ele se deixou chorar caído no chão.
-Olhe em volta, Duo! É isso que quer para você? Para seus filhos? E se é então você é tão pior quanto esse lugar imundo em que vive. Você me envergonha! – Wufei berrou alterado.
-O que eu posso fazer? – Duo berrou desesperado do chão.
-Pode fazer tudo, idiota! Olha pra isso! – Wufei o agarrou pela longa trança o pondo de pé na frente da janela. -Olha! – ele exigiu levantando o rosto de Duo pelos cabelos. –Olha quanta coisa há para fazer! Eu não acredito que você vai passar o resto de sua miserável vida sentindo pena de si mesmo! – os olhos do chinês brilhavam em fúria.
Duo apenas chorava.
-Eu não imaginava que você era tão fraco assim. Eu também fui estuprado quando tinha mais ou menos a sua idade. E nem por isso me entreguei. Eu fui à luta e venci aquela maldita dor que sentia dentro de mim. – Wufei ligeiramente abalado pelas malditas lembranças largou o filho no chão.
-Eu não tenho culpa do seu sofrimento. – Duo falou baixinho se encolhendo na sua própria dor.
-Eu sei disso. Mas pelo amor de Deus, não sinta pena de você mesmo sua vida toda. – Wufei se abaixou para tocar o rosto do filho.
-O que você quer de mim? – Duo perguntou deixando seu rosto ferido ser acariciando pelo pai.
-Quero que seja feliz, Duo. Da forma que eu nunca consegui te fazer ser. – os olhos do chinês estavam marejados de lágrimas. –Eu falhei com você. – ele admitiu. –Eu não tive como evitar despejar em você todas as mágoas daquela violência, você era a prova viva de tudo que eu havia passado. – Wufei agora chorava abertamente. –Deus! Foi horrível te sentir dentro de mim, sentir você crescendo dentro de mim, trazendo de volta aquelas malditas lembranças, mas aí eu conheci o Treize e ele me aceitou assumindo nós dois. – Wufei chorava acariciando o rosto de Duo. Como era dilacerador esse sentimento.
-Pai! Eu-eu... Me perdoa? – o rapaz também chorava e ver as lágrimas de Wufei lhe cortava o coração. Imaginava como seu pai havia sofrido.
-Quando você nasceu eu... eu... me emocionei. Você era fruto daquela maldita violência, mas era meu, só meu. Meu pequeno Duo. – a voz do chinês foi doce e aveludada de uma forma que Duo não lembrava ter ouvido antes.
-Pai? – o príncipe estava espantado. Seu pai o tocando com carinho. Era bom sentir isso de vez em quando. Mesmo que o chinês o fizesse com pouca freqüência.
-Graças a Deus, você não engravidou daquela noite, Duo. Graças a Deus! Você sabe que na minha raça não existem seres separados por sexo, não existem homens e mulheres. Somos uma coisa só. Capazes de gerar uma criança. – Wufei lembrou ao filho sobre a condição de sua raça. Que se caracterizava por serem hermafroditas naturais.
-Mas eu sou humano, pai. – Duo lembrou. Ele era fruto de uma maldita violência sexual que seu pai sofrera quando ainda era muito jovem. Porem, nas poucas vezes que ouviu um magoado chinês falar sobre o assunto seus estupradores eram humanos, e um daqueles homens era seu pai.
-Meio humano Duo. Não esqueça disso. Mas você não é como eu. Com você foi diferente. Não há nada que te faça lembrar todos os dias daqueles homens te usurpando a inocência... – Wufei segurou o rostinho de Duo em suas mãos. – Seja feliz, seu idiota. Seja feliz de uma forma que eu nunca consegui ser.
-Eu-eu vou tentar... – Duo encarou o pai num gesto sincero. Ele sabia do imenso amor que unia Treize e Wufei, mas sempre soube que o chinês vivia para remoer a violência suja que sofrera no passado.
-Não quero que tente, apenas. Quero que consiga. Heero Yui te ama da mesma forma que Treize amava a mim, não deixe essa dor ficar entre vocês. – Wufei se levantou. –Não cometa o mesmo erro que eu. Você é jovem e ainda tem muita coisa para fazer. – o chinês deixou a casa sem olhar par atrás. Deixando ali caído um jovem choroso, porém resignado a tentar fazer sua nova chance valer apena.
Wufei saiu rápido da casa sem olhar para trás, porém, encontrou um ogro nada satisfeito em seu caminho.
-O que você está fazendo aqui? – Heero perguntou raivoso.
-Vim dar uns conselhos ao Duo. – o chinês respondeu seco.
-Não foi convidado a minha casa. – Heero também foi seco. Tinha ódio dos pais de Duo pelo que obrigaram seu marido a passar quando se deu o estupro.
-Não posso chamar isso de casa. E escute aqui, seu bruto irracional. – Wufei se aproximou de Heero estreitando perigosamente os olhos. –Vou te avisar uma única vez, porque não sou homem de me repetir e eu espero que seu cérebro seja capaz de registrar o que vou dizer. – a conversa era baixa e fria. – É melhor cuidar bem de meu filho, ou acabo com sua raçazinha de boçais. – Wufei ameaçou com o dedo no nariz do ogro.
-Vou tomar. Pode ficar sossegado. – Heero se afastou dando passagem ao rei. –Mas porque você quer e sim porque o amo. – Yui falou ainda.
-Menos pior. – Wufei gemeu furioso. – E quanto a não ser convidado. Fique tranqüilo eu não vou voltar a essa sujeira tão cedo. – Wufei falou seguindo para a carruagem.
-Vai te catar, seu idiota. – Heero cuspiu quando o rei havia se afastado. –Como alguém pode ser tão arrogante? – ele perguntou a si mesmo.
-Cuidado com a forma que vai tratar meu filho, senhor Yui. – O rei falou da carruagem.
-Pode deixar, senhor Wufei. Tratarei melhor que o senhor. – Heero gritou ao ver a carruagem dar partida.
-Tenho certeza disso, Heero. – Wufei falou para si mesmo de dentro do veículo.
O ogro seguiu para casa aborrecido. Como aquele maldito chinês o tirava do sério. Mas ainda era aquele um dos pais de Duo. Sempre se perguntara como Duo podia ter dois pais, já ouvira falar sobre a extinta raça dos chineses da também extinta terra L5, que tinham sexo ambíguo. Mas tinha algumas duvidas sobre isso, só não achava um bom momento para falar com Duo a respeito de procriação chinesa.
-Duo! – só agora o Ogro lembrou que o marido não se dava bem com o pai. Se Wufei o tivesse machucado. Heero sentiu uma imensa onda de fúria tomar seu ser. Seria capaz de aniquilar qualquer um que tentasse tocar em um único fio marrom dourado de Duo.
-Meu pequeno. Que ele fez a você? – Heero praticamente se lançou no chão ao lado de Duo que chorava encolhido ao pé da janela, como uma trouxinha.
-Ohh, Duo. Não, amor. De novo não. – Heero o trouxe para seus braços em gesto protetor. Tinha tanto medo que o marido se entregasse àquela dor maldita outra vez.
-Heero! Eu não quero ser como ele. Não deixa, por favor! – Duo pediu escondendo o rostinho no peito forte do ogro.
-Eu não deixo. Você é doce e meigo de um jeito que seu pai não é. – Heero deixou escapar.
-Ele já foi, Hee. Ele já foi tão doce e amável como eu. – Duo falou se afastando do ogro encostando-se à parede bruta. Era hora de falar sobre aquilo para alguém.
-Duo, me desculpa, mas esse seu pai é um fel. – Heero protestou.
-Eu sei, mas no passado ele era amável e meigo. Não tinha esse rancor todo no coração. Eu não o culpo, depois de tudo que ele passou... – Duo revelou.
-Duo. – Heero engoliu em seco. O modo como marido falou. Seu pai devia ter enfrentando uma dor tão pior quanto a sua.
-Heero... Wufei também foi violentado quando mais jovem. – Duo fez a revelação que chocou o ogro.
- E-eu não sabia. – estava explicado porque tanta amargura. Mas Heero achava que ninguém tinha quer ser culpado por isso. Wufei, embora tenha sofrido não tinha o direito de descontar nas pessoas inocentes.
-Ele vivia numa vila muito pobre em L5. Seus pais o venderam a uma quadrilha de saqueadores em troca de algum dinheiro. Ele foi usado por muitos e depois largado na estrada para morrer. – Duo contava distante, perdido em dor.
-Isso é tão cruel. Não precisa continuar se quiser. – Heero podia sentir a voz carregada de Duo.
-Eu quero falar, eu preciso. – o trançado insistiu.
-Sim... – Yui se calou, apenas ouvindo.
-Ele não morreu e ainda descobriu que estava esperando um filho, Heero. Tem idéia do que seja está esperando um fruto dessa violência? Quando finalmente se recuperou ele teve que fugir de L5. Comigo na barriga. – Duo continuou seu drama.
-Eles podiam engravidar, não era? – Heero finalmente teve a chance de vencer sua curiosidade.
-Era. A raça dele era ambígua. E ele engravidou de mim. Wufei nunca soube ao certo quem era meu pai, e até mesmo lembrar disso dava nojo. – algumas novas lágrimas escaparam dos olhos violetas.
-Ohhh, minha jóia. Não sofra. – Heero acolheu Duo que tremia em seus braços. Como era sofrida aquela maldita historia. Como Wufei deve ter sofrido, sozinho e ferido até a alma e ainda por cima carregando um filho, que pela natureza dele tinha que odiar. Heero apertou mais seu Duo nos braços.
-Depois ele encontrou o Treize, que assumiu agente, Heero. – Duo contou escondendo o rosto no corpo grande e forte do belo ogro.
-Tá, eu sei, pequeno, não diga. – Heero agora mantinha Duo protegido. O tocando e acariciando. Passando para o pequenino corpo em seus braços longos todo o carinho que pode.
-O Treize sempre foi bom comigo, era como um pai, um pouco distante, também para ele me olhar era imaginar tudo que Wufei tinha passado. Já Wufei parecia me odiar. Como eu queria uma família de verdade, Heero. – Duo chorava nos braços do marido. Era tanta dor, carregava tantas mágoas em seu coração.
-Duo. Eu entendo o que você passou. E nada posso fazer para apagar esta dor, mas, estou aqui agora e sempre estarei, meu amor. – aquela voz grave de Heero falou bem próxima da orelha do príncipe o fazendo sentir um arrepio em todo o corpo.
-Eu sei, Hee. – Duo se aninhou ao corpo de Heero sentindo aquele amontoado de músculos macios e rígidos ao mesmo tempo. Como era gostoso se apertar contra algo tão viril. Duo se pegou pensando como seria ter aquele belíssimo ogro só para si na cama. Mas se deixou afastar desse pensamento, estava abalado demais para tal coisa.
-Você já sabe que te amo, Duo. – o ogro disse perto do ouvido do outro.
-Heero, eu juro que não vou ser como Wufei! Me ajuda? – ele pediu afastando de vez os pensamentos pecaminosos que começaram a aparecer em sua cabeça.
-Claro, pequeno. – Heero sorriu.
-Jamais vou desistir, Hee. E vou começar por esse lugar. – Duo encarou Heero.
-Que tem esse lugar? – o ogro perguntou temeroso. As coisas eram assim desde os primórdios. Não tinham que mudar.
-Muita coisa tem que mudar, Hee-chan.– Duo falou meigo como se tivesse lido nos olhos do ogro seu desgosto pela mudança.
-NÃO! – Heero afirmou sem muita certeza se ia conseguir manter essa posição mediante os olhos violetas que amava.
-Mas, Hee-chan? – Duo insistiu fazendo biquinho.
-Não, Duo! – Heero sabia que Duo não era de desistir.
-Hee-chan. Eu tenho muitas idéias e você vai me ajudar. – Duo falou em tom divertido.
-O que vou ganhar com isso? – o ogro se aproximou do corpinho a sua frente.
-Seu ogro tarado. – Duo sorriu. –Hun... Quem sabe... – ele brincou levantando um pouco a bata que usava fazendo uma parte de sua coxa aparecer.
-Ahhh... Duo. Nem pense em brincar assim comigo. – Heero o largou com medo de não poder se conter.
-Uehhh! Que foi, Hee-chan? – Duo sorriu inocentemente. –Bom, acho que se você quiser alguma coisa comigo tem que provar que merece. Eu posso me interessar por um homem de mente aberta que aceita mudanças, se essas forem para melhor. E quem sabe... – Duo levantou mais um pouco a bata, agora mostrava a Heero toda a coxa macia e apetitosa.
-Baka, não me provoque. – Heero agarrou o humano pela cintura sentindo a macieza daquele corpo quente o jogando contra o chão frio e montando sobre ele. Sentir um corpo tão perfeito e morno abaixo do seu fez todos os extintos de Heero se aguçarem, se não se controlasse estaria em pouco tempo fazendo de tudo para deixar Duo completamente nu a sua frente. E se fizesse isso jurava por todos os Deuses que não se controlaria.
-Eiii, pára com isso. – Duo que até então estava brincando se sentiu completamente desconfortável tendo aquele corpo musculoso sobre o seu. Ele podia sentir nitidamente a ereção de Heero se empurrar contra sua barriga.
-Que foi? Sua brincadeira de gato e rato acabou? – O ogro prendeu os pulsos do marido contra o chão abaixando para beijar o pescoço perfeito deste. E como era boa a sensação de beijar aquela parte tão quentinha e cheirosa. Mesmo Duo tendo trabalhado o dia todo ainda assim ele era cheiroso, assim o ogro achava.
-Heero, por favor. NÃO. – Duo falou sério encarando os olhos azuis do ogro. –Me deixa ir. – ele pediu sentindo o pulso machucado ser magoado na pressão contra o chão.
-Ir? Mas nem começamos. – Heero insistiu.
-Ainda não, por favor, me deixa ir! – Duo agora mais desesperado implorou.
-Deus, Duo! Quando? – Heero perguntou sentando-se ao lado do corpo elegante de Duo.
-Depende de você, Hee-chan. – Duo sorriu dando um beijinho na bochecha do excitado ogro. –Ahhh... E Hee. Você dorme aqui na sala. –impressionante. Duo voltou a sorrir de forma provocante. O trançado nunca acreditou de fato que Yui pudesse o obrigar a ter uma noite de sexo e bem ali no chão. Duo tinha certeza que estava certo de que transariam, mas na hora certa.
Desde que se casaram a cama de casal havia virado "propriedade" particular de Duo. Heero nem podia ousar chegar perto dela, mas o ogro estava se ajeitando no quarto em um colchão feito de palhas.
-Mas, Duo? – Heero praticamente berrou excitado.
-Nada de mas, Hee. – Duo falou indo para o quarto. Não sem antes reparar um imenso volume entre as pernas do ogro.
-Maldito, Baka! Interesseiro. Eu concordo... – Heero gemeu acariciando seu falo.
-Ahh... Concorda? Jura? – Duo voltou à sala ao ouvir Heero.
-Um-hum, desde que eu possa dormir na cama com você. – Mas o ogro tinha segundas intenções.
-Hunmm! – Duo pareceu pensar. –Fechado! – o príncipe anunciou depois de pensar um pouco anunciou.
-E... – Heero se aproximou.
-O que? – Duo recuou.
-Ahhh... me faz um carinho... Aqui... – Heero mostrou uma trouxa pontuda por baixo das roupas.
-Heero! – Duo olhou entre as pernas do ogro e o que viu o deixou surpreso. O volume ali era muito grande. Nunca tinha visto nada igual. Ele corou violentamente.
-Vem, Duo. Poe sua mãozinha aqui. – Heero pediu fechando os olhos.
-HEERO! – Duo corou ainda mais. – Eu acho que tenho uma idéia melhor. – Duo falou se afastando de Heero.
-Ahh... Sim meu pequenino! – Heero gemeu imaginando o que seu pestinha tinha em mente.
-Ahhh... O riacho. Acho que um bom banho vai te aliviar. E você fica na sala hoje, Boa noite, Hee-chan. – Duo sorriu indo para o quarto.
-Ahhh, Duo! Sua peste! – Heero gritou, indo mesmo tomar um banho frio. –Eu me casei com um pequeno demônio. – Heero sorriu.
Duo no quarto removia as peças de roupa sorrindo. Achava que ele e Heero fariam um ótimo par.
-Ahhh ogrinho tarado. – o trançado sorriu. Ainda pensava no que viu entre as pernas do marido e um bolo se mexeu em seu estomago. Como seria transar com Heero. Duo notou seu próprio pênis reagir ao fato de se imaginar sendo empalado pelo ogro.
Ele sorriu de novo, se estava despertando desejo sexual era um bom sinal. Quem sabe não estava se livrando da depressão?
Deitando-se. Seu dia fora cansativo. Era hora de dormir, porque na próxima manhã havia muito trabalho a ser feito.
L1 podia se preparar, pois estava preste a conhecer Duo.
Bom, algumas pessoas me pediram uma explicação para o Duo ter dois pais, e para o Wufei ser tão distante dele. Essa era a idéia desde o começo da fic, mas só agora fez sentindo revelar...
Esperam que tenha ficado do agrado!
Ahhh... eu não resisti com o casal 3x4, e... sei que ficou meio lascivo e rápido, foi só para não passar despercebido...
Obrigada do coração a todos que estão comentando... sou mesmo grata a todos.. um grande beijo...
Hina
