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Ele abriu os olhos lentamente e com muita dificuldade. Ainda estava confuso, sentindo tontura. Aquilo seria resquício do efeito daquela substância que injetaram nele para que ficasse desacordado.
O rapaz desconhecia por quanto teria ficado naquele estado, mas ele suspeitava que já havia passado algumas horas. Afinal, nenhum daqueles cientistas iria conseguir fazer uma mudança de sala de maneira tão célere, principalmente, devido a todos os cuidados que eram obrigados a ter durante os intervalos de cada experimento para não prejudicar os resultados dos mesmos.
Ele não conseguia decidir se deveria ficar mais aliviado ou mais nervoso por ter saído daquela sala, onde podia ver outras diversas cobaias. O rapaz não aguentava mais ver outras pessoas sofrendo os mais diversos experimentos cruéis e passando pelas piores dores que alguém poderia sentir.
"O que é isso?" Pensou o rapaz imediatamente que sua visão voltou a ficar nítida. Podia perfeitamente perceber que o haviam colocado dentro de algo que ele reconheceu como sendo uma máscara. "O que está acontecen…"
Os pensamentos do moço foram interrompidos assim que seu olhar se voltou para as próprias pernas que estavam uma afastada da outra.
Ele estava utilizando um traje robótico, o mesmo que ele havia visto dias anteriores, quando estava sendo removido de uma sala após um teste que realizaram nele durante quase meia-hora.
Eram muitos, sendo a grande parte deles praticamente iguais, possuindo coloração amarela. Contudo, esse que estava utilizando era diferente como se tivesse sido feito depois ou uma forma de protótipo para algum robô que foi criado posteriormente.
O que ele estava usando, no momento da narrativa, era branco com vários detalhes verdes. Somente podia ver alguns deles, presentes nas articulações dos joelhos e dos dedos das mãos.
"As coisas tornaram-se ainda piores que poderia imaginar." Tentava ele manter sua respiração sob controle, como também suas emoções.
A atenção do rapaz voltou-se para a sala na qual se encontrava, virando sua cabeça da maneira mais lenta possível, mas mesmo assim, podia sentir seu pescoço sendo levemente perfurado por duas pontas afiadas. Fato que tornou o desconforto e formigamento de seu corpo, por estar muito tempo parado, serem os menores de seus problemas.
"Não se mexa!" Pensou, retornando-se à posição que se encontrava anteriormente. Sabia que, caso o sangramento aumentasse, a situação ficaria ainda pior para ele.
O rapaz tinha um breve conhecimento do que poderia acontecer com ele, principalmente após escutar aquela conversa que dois pesquisadores acabaram tendo a respeito daquele traje protótipo que eles afirmavam que eles precisavam utilizá-lo urgentemente para não o perder.
"Por que raios mantêm um lugar desse dentro de um laboratório?"
Através daquela breve observação, o jovem percebeu que o lugar onde encontrava-se tinha um aspecto lamentável, completamente diferente das outras salas as quais sempre estavam limpas, compostas de cores claras que chegavam a incomodar um pouco os olhos de quem entrava nelas.
Esta sala estava suja, com a presença de pó e outros farelos nos cantos daquele lugar.
As paredes haviam sido pintadas com cores escuras; algo que deveria ter acontecido havia muito tempo, pois, a tinta estava descascando-se em vários pontos, fazendo com que o reboco da parede ficasse aparecendo.
Além disso, podia perceber a presença de várias marcas de mofo e algumas infiltrações que, felizmente, encontravam-se do outro lado da sala, bem distante do jovem que olhava para a água que caía de gota a gota, formando uma poça do chão.
"Nada além dessa câmera." Seu olhar voltou-se para o referido objeto que estava apontada para baixo, possivelmente, desativada.
Não haveria nada para fazer além de ficar se lamentando por aquilo tudo ter acontecido com ele.
Afinal, sabia que sua vida havia sido completamente destruída por conta das atitudes daqueles cientistas. Sentia-se tomado por um misto de tristeza e raiva por ter que passar por todas essas experiências, como se toda a sua vida já não tivesse sido dura e sofrida o suficiente.
Reconhecia que, mesmo que tivesse uma forma de escapar daquele lugar infernal, as coisas jamais seriam as mesmas. Não seria capaz de retomar a vida que tinha, afinal, esses malditos haviam retirado dele vários anos em questão de meses. Nenhum conhecido dele iria reconhecê-lo e, talvez, pensariam que ele fosse um farsante.
Tais pensamentos duraram por alguns poucos instantes, voltando sua atenção para assuntos relacionados aquele laboratório.
Ele ficou pensativo, relembrado de vários trechos da conversa que havia ouvido daqueles pesquisadores. Eles falavam de assuntos macabros como 'mutilações' e 'empalação' como se fosse a coisa mais normal do mundo.
O jovem questionava-se quem seria o bruxo responsável por todo aquele lugar. Não conseguia imaginar quem seria tão desumano em ter planejado tudo aquilo, criando aquele laboratório exclusivamente para propósitos sombrios e sádicos.
Somente um nome lhe aparecia em sua mente, mesmo que soubesse que ele não tinha relação com ciência e robótica, assuntos relacionados aos trouxas.
Nesse momento, um chiado começou. O jovem olhou para a câmera de segurança que estava sendo ativada, levantando-se e focando exclusivamente nele.
Havia chegado a hora da realização do experimento, assim como os seus momentos finais.
Depois disso iria partir para o outro lado, lugar onde encontrar muitos familiares que não teve a oportunidade de conhecer devido às tragédias que aconteceram durante vários anos.
"O experimento com as springlocks será iniciado na sala especial de experimentos." Falava a voz friamente. "O sistema será ativado remotamente, podendo ser utilizado uma única vez, encerrando assim que a cobaia já tiver se sucumbido aos ferimentos."
O rapaz simplesmente fechou os olhos, não havia nada que pudesse fazer. Nenhuma forma de salvar-se estava disponível naquele momento sombrio.
"Ativar as springlocks!" Ordenou a voz num tom mais elevado.
Nesse momento uma série de estalos começaram a ocorrer, concomitantemente dos gritos da cobaia.
Ron Weasley acordou, levantando-se rapidamente, dando uma olhada rápida ao seu redor.
Ele estava dentro de um saco de dormir no chão do Salão Principal, junto com os outros alunos da Grifinória. Estavam assim havia algumas horas, desde a noite anterior, após o quadro da Mulher Gorda ter sido atacado pelo fugitivo Sirius Black.
"Que sonho foi este?" Pensava assustado, sentindo que aquilo não era nada normal. Parecia muito mais vívido do que ele imaginava; tinha a sensação como se toda aquela cena macabra fosse um acontecimento distante.
Uma situação quase idêntica à de seu primeiro pesadelo que teve, algo que lhe deu medo como também a sensação de que algo estava lhe perseguindo através dos antigos corredores de Hogwarts.
Ainda tinha os gritos daquela pessoa ecoando em sua mente enquanto, aparentemente, era empalada por algo que ele era incapaz de explicar. Era um traje estranho com partes metálicas.
"Talvez Hermione sabia mais a respeito disso…" Pensou ele olhando, novamente, para o lado.
Harry estava acordado, um fato que vinha acontecendo com frequência e ele havia percebido e constantemente se perguntando como que aquilo não estava afetando de alguma forma, nem diminuindo o seu desempenho.
"Hermione tem razão…" Pensava Ron, olhando agora tanto para Harry quanto para Severo Snape que conversava com Dumbledore.
O professor olhava para Potter desconfiado enquanto o outro fazia a mesma coisa.
Algo muito errado estava acontecendo e Weasley podia perceber, vendo que aquele ano poderia ser um dos mais sombrios para toda a escola, ou talvez, para toda a comunidade bruxa da Grã-Bretanha.
