O assunto predominante das conversas que aconteceram durante aquele café da manhã foi a aparição de monstros que havia ocorrido naquela noite.
Os alunos faziam comentários a respeito do que havia ocorrido, demonstrando medo, principalmente por perguntarem se tal fato iria se repetir naquela noite de sexta-feira e quem seriam as próximas vítimas.
Assim, algumas teorias mirabolantes acabaram se formando entre os jovens para tentar explicar como que aquelas criaturas entraram na escola e o como que elas conseguiram fugir, sem, aparentemente, deixar quaisquer vestígios.
Um fato fez com que Hermione ficasse ainda mais apreensiva em relação ao que estava acontecendo na escola. Pode perceber que não foi somente na Torre da Grifinória que algum monstro apareceu atacando dois estudantes que, inexplicavelmente, estavam sofrendo de insônia como se "alguma coisa estivesse impedindo que eles dormissem".
Além disso, havia a presença de alunos que estavam demonstrando grande pavor, recusando a falar sobre o que haviam sonhado. Em casos mais graves eles estavam evitando lugares nos quais os outros estudantes estariam conversando sobre o tema.
Fato que fez com que Simas e outros dois estudantes não aparecesse no café da manhã daquela sexta-feira.
Não demorou muito para que a jovem Granger percebesse a existência de um padrão como também daquela mesma ligação que ela estava, constantemente, notando ao decorrer do tempo. Afinal, todos os monstros foram descritos de forma com que eles aparentassem ser versões macabras da banda principal da Fazbear Entertainment.
A Grifinória foi atacada por uma versão monstruosa de Foxy. A Corvinal por um Bonnie macabro. A casa da Lufa-Lufa recebeu a visita de Chica que estava tendo a ajuda de um cupcake igualmente assustador que teria dentes afiados, quase mordendo a perna de um dos estudantes. Já a Sonserina foi o Freddy, tendo como aliado alguns ursinhos que, segundo os estudantes, saíam dos buracos presentes no corpo do urso maligno.
Sendo esses últimos causados os maiores estragos. Não sendo muito surpresa para Hermione, pois, seriam dois estudantes lutando com, possivelmente, mais de seis criaturas ao mesmo tempo.
Uma luta que terminou com um destes estudantes na enfermaria com a perna sangrando. Tendo sido descrito que a mordida tinha causado perfurações profundas na pele dele. Algo que faziam com que muitos ficassem comentando sobre o ferimento de Draco, sobre o como que ele estava dramatizando o arranhão que havia recebido no ataque do Hipogrifo.
Hermione pensava nervosamente. "Não pode ser coincidência que todas as casas tenham sido atacadas por versões horrendas dos personagens oriundos da mesma franquia. Ao mesmo tempo que alguns estudantes tiveram terríveis pesadelos."
Algo que fez com que ela ficasse recordando dos comentários a respeito daqueles restaurantes. Estes que geraram as mais diversas lendas urbanas as quais deixavam as pessoas preocupadas.
Eram animatrônicos que, supostamente, estariam possuídos e atacavam qualquer pessoa que estivesse dentro do estabelecimento durante a noite. Constantes desaparecimentos de guardas-noturnos, sem que nenhum vestígio fosse encontrado — algo que poderia ter sido feito pela Fazbear Entertainment para que conseguisse ocultar o fato de que tais empregados teriam sido mortos, uma das principais especialidades da empresa.
"Nunca na história da escola de Hogwarts aconteceu algo parecido com isso." Comentava um aluno enquanto comia durante aquela refeição.
"É bem provável que vão verificar os dormitórios e Salões Comunais para entenderem como que os monstros conseguiram entrar…" Falava outro. "Espero que consigam a resposta o mais rápido possível."
Muitos estavam imaginando que, após tal medida, as coisas voltariam a tomar o seu rumo. Fazendo com que o ano ocorresse de maneira natural, tendo somente os temores a respeito de Sirius Black.
Hermione pensava diferente. Alguma coisa estava lhe falando que aquele tormento iria durar por muito tempo. Afinal, não iriam conseguir encontrar alguma pista que conseguisse explicar como as criaturas conseguiram adentrar o castelo ou fugir sem que fossem vistos por alguém.
Demorou alguns instantes até que a entrega das correspondências ocorresse. Depois os alunos foram saindo dali para irem às suas respectivas salas de aulas.
De fato, a inspeção ocorreu durante aquela sexta-feira. Contudo, infelizmente, aconteceu o que Hermione imaginava que iria ocorrer. Nenhum sinal, que indicaria como que tais monstros teriam entrado naqueles lugares, foi encontrado.
Somente alguns vestígios que indicavam a presença de tais criaturas permaneceram. Sendo alguns objetos quebrados, marcas de arranhões nos sofás, machucados em um dos estudantes e pegadas deixadas nos dormitórios estas que deixavam a situação ainda mais preocupante, pois demonstravam que os monstros apareciam e desapareciam repentinamente.
As varinhas dos oito bruxos atacados foram averiguadas, analisando os últimos feitiços que haviam realizados. Logo perceberam que os bruxos teriam lutado contra aqueles monstros. Sendo a causa de muitos objetos que foram quebrados nos Salões Comunais.
O quadro da Mulher Gorda foi interrogado. Tendo ela respondido que ninguém havia entrado durante a noite e madrugada, tanto de quinta-feira, quanto de sexta-feira.
"Foi obra de estudantes?" Alguns comentavam assustados. Uns olhavam para os outros, vendo quem poderia ser os responsáveis para que tudo aquilo estivesse acontecendo.
Por fim, os brinquedos de pelúcia também foram levados pelos professores. Queriam verificar se tinha a presença de alguma magia das trevas. Principalmente devido aos relatos de que tais objetos estariam se comportando de maneira estranha enquanto eles estavam dormindo.
Sendo uma inspeção que duraria por algumas semanas.
Grande parte dos alunos estavam acreditando que alguma forma de magia seria detectada. Algo que, talvez, iria fazer com que conseguissem identificar quem era o responsável, ou os responsáveis, por tudo aquilo. Hermione, por outro lado, julgava que o resultado seria negativo. Alguma coisa afirmava que, quem estivesse por trás tudo aquilo, teria um enorme conhecimento a respeito dos métodos de detecção de magia das trevas, conseguindo burlá-las com facilidade.
"Uma tecnologia que funciona à base de magia…" Ela repetia mentalmente de tempo em tempo. Alguma coisa estava lhe falando que aquilo seria, de alguma forma, algo relevante.
As aulas da sexta-feira aconteceram tranquilamente. Tendo os alunos do terceiro ano, tanto da Grifinória quando da Lufa-Lufa, agradecendo o fato da primeira aula ter sido Herbologia. Uma oportunidade para conseguirem se acalmar daqueles terríveis acontecimentos.
Alguns estudantes perguntavam-se o que teria acontecido caso fosse aula de poções. Talvez alguns pontos fossem retirados da Grifinória.
Durante as aulas, Hermione imaginava como que seria a reação do professor Snape quando visse o novo comportamento do Harry. Tendo ele, constantemente, durante as aulas de Herbologia e Transfiguração, levantado a mão para responder às perguntas feitas pelas professoras.
"Ele vai ficar muito irritado com o surgimento de um novo "sabe-tudo"…" Pensou Hermione. "Talvez seja pior por ser uma das pessoas que ele mais desgosta."
Sabia que tudo poderia servir de motivo para que pontos pudessem ser removidos das outras casas, principalmente da Grifinória — a que ele mais odiava. Era porque alguém questionava o método de ensino dele, falava sem permissão, o desafiava ou quebrava regras as quais o professor de poções acabava criando de forma apressada, como da vez que ele retirou cinco ponto de Harry por ter levado um livro da biblioteca para fora da escola.
Os estudantes também ficaram satisfeitos com o desempenho que novo professor demonstrou durante a primeira aula daquele ano letivo. Fazendo com que muitos comentasse, fazendo menções desdenhosas sobre os ocorridos no ano anterior e como o Lockhart era um completo incompetente.
"Muito bom que, agora, temos um professor que sabe o que está fazendo. Bem diferente do que aconteceu no ano passado…"
"Aquela aula prática com aqueles Diabretes…" Outro recordava, fazendo careta. "Nem ele mesmo sabia como prender aquelas criaturas."
Comentários que faziam com Hermione e outras estudantes se sentirem envergonhadas. Tendo a primeira perguntando-se como que ela foi tão cega durante aquele tempo.
Foi, novamente, durante a tarde, após o término das aulas quando Harry foi chamado. Outro momento que o diretor Dumbledore queria conversar com o jovem bruxo.
"Novamente…" Pensou a jovem Hermione, observando o amigo que saia do Salão Comunal um pouco apressado.
Após ter retornado, agia igual ao do dia anterior. Recusando a responder às perguntas e tentando, constantemente, mudar de assunto para fazer com que Ron esquecesse.
Hermione tinha o pressentimento de que muitos outros encontros ocorreriam durante aquele ano letivo.
"Não será somente eu que terei grandes segredos…"
O trio ficou estudando durante o final de semana. Eles ficaram, por algum tempo, comentando sobre alguns sonhos os quais alguns estudantes tiveram a coragem de revelar.
"Ele contou que teve que enfrentar uma pelúcia estranha…" Contava Ron. "Parece que era um coelho de coloração esverdeada com dentes afiados. Uma criatura que, no final do pesadelo, conseguiu atacá-lo e começou a devorar os dedos dele."
"Essa descrição…" Pensou Hermione por alguns instantes, recordando-se da época que era mais nova. "Plushtrap!"
Era uma pelúcia que foi criada durante o Halloween. Sendo considerada uma versão sombria do clássico Spring Bonnie. Fazendo um sucesso entre a criançada, apesar dos boatos que os pais acabaram criando em torno do brinquedo. Eles afirmavam, constantemente, que a pelúcia era uma "armadilha para dedos" sendo estes o prato principal de Plushtrap.
"Ele precisava ficar encontrando-o, iluminando ao seu redor para evitar que chegasse próximo…" Continuou Harry a falar. "Contudo, infelizmente, o coelho de pelúcia foi muito mais rápido, conseguindo o que estava desejando."
Depois, durante algum tempo, também comentaram a respeito de outros sonhos os quais foram relatados. Todos eram eles presos em algum lugar - seja um quarto, loja vazia ou mesmo uma rua deserta -, tendo eles que enfrentar criaturas. Em alguns casos era utilizando apenas o feitiço "Lumos", outros precisavam se esconder em determinados lugares ou mesmo ficar verificando os corredores e fechando as portas
Algo que deixou Hermione apreensiva. Era um outro padrão que ela havia percebido em relação aos relatos dos sonhos terríveis.
"Como será que foi o pesadelo de Simas?" Perguntou Hermione.
"Deve ter sido um dos mais apavorantes…" Comentou Harry. "Ele e outros dois estudantes tiveram que enfrentar criaturas extremamente agressivas… Sendo, provavelmente, monstros que fossem ainda mais agressivos em comparação aos que apareceram na escola madrugada de sexta-feira."
"Monstros ainda mais agressivos?" Ron perguntou totalmente incrédulo. "Como isso seria possível?!"
A primeira aula daquela segunda-feira foi a de poções. O clima tenso estava presente, algo que todos estavam acostumados.
O professor escreveu na lousa a poção que os estudantes deveriam preparar.
Não demorando muito que uma quantidade de fumaça ficasse presente naquela sala.
O professor ficava, constantemente, olhando para Harry de uma maneira que chamou atenção de Hermione. Era como se ele estivesse desconfiado de alguma coisa. Um comportamento que não estaria sendo causado somente pela irritação que ele estava sentindo pelo fato que Potter ter se tornado parecido com Hermione.
O mesmo estava acontecendo com Neville. Ele também estava tendo um rendimento significativamente melhor que normalmente teria tido. Além disso o comportamento dele havia mudado em comparação aos dois anos anteriores.
Sendo algo também chamou a atenção dos outros estudantes, fazendo que, durante o almoço, alguns comentários fossem feitos a respeito. Muitos afirmavam que ficaram surpresos com o fato de Neville não ter explodido o caldeirão ou ficado demonstrando o mais puro desespero com a presença de Snape, conseguindo, de alguma forma, manter-se calmo.
Hermione não conseguia compreender direito como que tal mudança teria ocorrido. Aparentemente, ao contrário de Harry, a rotina de estudos do colega havia continuado a mesma.
Outra coisa a respeito do comportamento de Longbottom chamou a atenção de Hermione. Sendo o que poderia explicar os olhares de Snape. Era o fato de que o jovem bruxo estava, constantemente, olhando para um dos bolsos de suas vestes.
"Eu vi ele colocando o Trevor lá..." Comentou Harry durante a aula após Hermione ter comentado a respeito.
"Muito estranho…" Pensou Hermione. Era como se tivessem colocado alguma coisa no sapo que, de alguma forma, estava ajudando o bruxo naquela aula que o mesmo tinha tanta dificuldade.
Hermione questionava se aquilo teria alguma relação com a pelúcia de Freddy. Um objeto que, aparentemente, também estava ajudando o bruxo no seu desempenho escolar.
Quando a aula terminou, antes que saíssem da sala, Snape chamou Harry para que ambos pudessem ter uma conversa em particular.
Algo que Harry não queria conversar com os amigos. Fazendo com que Hermione pensasse que que tal conversa particular não teria sido algo nenhum pouco agradável. Talvez teria brigado com o Potter de maneira ainda mais agressiva que teria feito na frente dos outros estudantes.
As primeiras aulas da quarta-feira ocorreram tranquilamente, sendo ambas de poções.
Sendo o momento que Draco Malfoy voltou a frequentar as aulas, depois de ter ficado ausente por quase uma semana. Estando ele agindo como se tivesse fazendo um retorno triunfante. Uma presença a qual fez com que aula de ficasse pior do que normalmente era para Harry e Ron, pois Draco Malfoy estava utilizando o braço machucado como uma desculpa para não fazer as tarefas da aula.
Além disso, o mesmo ficava provocando Harry, mencionando o fato que Sirius Black havia sido avistado em por um trouxa. Algo que Harry não estava dando muita atenção.
Após terminada essas aulas, Hermione utilizou o vira-tempo para conseguir ir para uma das matérias eletivas. Contudo, a jovem bruxa sentia que estava sendo observada. Não sabia como, mas, era como se algum estudante estivesse perseguindo-a.
Ficando incomodada com a presença daquele mesmo chiado que ela havia escutado no Caldeirão Furado quando estava querendo conversar com Harry.
O pior ocorreu na aula do professor Remo Lupin. Sendo um fato que não seria esquecido pelos que estavam presentes naquela sala, sendo relembrando mesmo que o natal já estivesse chegando.
Primeiro os alunos chegaram na sala de aula onde ficaram aguardando o professor chegar. Alguns ficaram lendo o livro enquanto outros ficaram conversando.
"Por que será que ele está atrasado?" Perguntava um dos estudantes.
Ficaram assim durante alguns instantes até que o professor chegou. Primeiro pediu para que guardassem os livros, afirmando que iriam precisar somente de suas varinhas, pois a aula seria prática.
Todos foram levados para um canto da sala dos professores. Eles ficaram observando o velho armário no qual havia a presença de um bicho-papão, a criatura que iriam aprender a se defenderem contra. Algo que deixou os estudantes receosos.
"Será que ele vai se transformar naquela raposa?" Perguntou a aluna que sofreu aquele episódio de insônia.
Uma pergunta que fez com que os alunos ficassem mais ainda temerosos. Imaginavam a figura que fora descrita por aqueles dois estudantes. O que resultou que muitos estudantes ficassem criando uma cena mais grotesca que a outra.
Foi um alívio geral quando o professor Lupin afirmou que a aluna não precisaria enfrentar o bicho-papão. Isso significava que aquele monstro não iria aparecer para atormentá-los.
Depois os alunos ficaram surpresos com o anúncio que Harry Potter também estava dispensado da atividade prática. Algo que fez com que alguns murmúrios acontecessem por alguns instantes.
Hermione olhou para Simas e viu que ele estava apavorado. Este deveria estar receoso que o Bicho-papão fosse se transformar com alguma coisa que ele viu durante o pesadelo que o traumatizou. Uma experiência que seria pior pelo fato de que ele veria o monstro pessoalmente.
"Monstros ainda mais agressivos…" Pensou Hermione nervosa, recordando-se do que Ron e Harry haviam dito no final de semana. Ela imaginava a imagem de uma criatura com dentes e garras afiadas. Talvez fosse um urso. Fazendo com que um monstro parecido com Freddy ou Fredbear aparecesse na mente da jovem bruxa, sendo suficiente para que um arrepio percorresse seu corpo.
O professor fez duas perguntas a respeito do Bicho-papão, a primeira foi respondida por Hermione e a outra por Harry. Depois ele explicou o feitiço que seria utilizado para derrotar tal criatura, pedindo para que os estudantes repetissem o nome com ele.
"Afastem-se" Pediu o professor.
A aula foi seguindo-se tranquilamente. Os alunos iam sendo chamados e lançavam o feitiço, transformando seus piores medos em algo engraçado.
Isso foi até o momento que o professor chamou Simas.
O garoto ficou parado durante alguns instantes, fitando o professor com certa descrença. Perguntava-se o motivo de que, dentre todos aqueles alunos presentes, justamente ele fora chamado.
O estudante aproximou-se relutantemente do Bicho-papão. Ele estava pálido. Algo que todos perceberam e começaram a cochichar entre si, questionando em qual monstro iria aparecer naquele momento.
Primeiro houve o barulho do Bicho-papão se transformando. Sendo seguido por gritos apavorados dos estudantes. Eles deram alguns passos para trás. A sala ficou, alguns instantes depois, no mais completo e aterrador silêncio.
O monstro era esguio, tendo mais que dois metros de altura. A pele era negra, exceto em algumas partes. No tórax havia a presença de algumas estruturas as quais lembravam três costelas.
A expressão presente no rosto não mudava, fazendo com que aparentasse que a criatura estava utilizando uma máscara branca a qual possuía um eterno sorriso. Sendo possível ver os dentes afiados. Os olhos eram grandes e negros. As íris do monstro eram brancas e brilhavam de modo estranho; algo que poderia ser visto no escuro à certa distância.
As pernas eram finas, terminando sem a presença de algum pé. Fazendo com que alguns perguntassem como que aquele ser era capaz de se equilibrar.
As mãos da criatura eram compostas por três dedos. Estes eram listrados de preto e branco. Sendo eles extremamente compridos ao ponto parecerem mais com tentáculos.
A criatura olhou para Simas e começou a falar, deixando os presentes ainda mais apavorados. A voz era grossa e distorcida. Sendo muitíssimo complicado para que conseguissem entender o que aquele monstro estava falando.
"N-Nos e-encontramos novame-e-e-nte…"
"Não…" Falava Simas quase chorando. O braço estava trêmulo, tornando difícil para ele segurar a varinha.
"Dessa vez nã-ão terá nada para te salvar…" Falava a criatura. "Is-so não é mais um so-sonho ruim…"
O clima que já estava pesado tornou-se ainda pior no momento em que coisas estranhas começaram a ocorrer naquele cômodo. Primeiro foram as janelas que começaram, repetidas vezes, a abrir e fechar.
Depois do armário começaram a sair alguns tentáculos, iguais aos dedos da criatura, que ficaram se mexendo. Sendo o suficiente para que alguns alunos ficassem enjoados.
"Nã-ã-o se preocu-cupe…" Falava a criatura, dando alguns passos para frente. Ela estava começando a esticar os dedos como se estivesse prestes a amarrar Simas com eles. "V-e-enha comigo, eu mo-ostrare-e-ei o caminho dire-e-to para o infe-e-rno."
Professor Lupin rapidamente saiu de onde estava, colocando-se entre Simas e aquele monstro.
Fato que fez com que o Bicho-papão mudasse de forma. Imediatamente as janelas pararam, permanecendo abertas e os tentáculos, que saíam do armário, desapareceram.
Simas começou a chorar desesperadamente.
No lugar daquela criatura estava a esfera brilhante. Algo que chamou a atenção de alguns estudantes e fizeram alguns breves comentários.
O professor lançou o feitiço "Riddikulus" fazendo com que o bicho-papão retornasse para dentro do armário; após da criatura ter sido transformada numa bexiga que estava se esvaziando.
"A aula acabou…" Falou Remo Lupin, virando-se para os estudantes.
Demorou alguns instantes para que os alunos tivessem saído da sala, exceto Simas que não saiu do lugar. Todos estavam pálidos, com medo do que havia acontecido naquela aula. Comentavam que o bicho-papão havia sido muito mais perigoso que poderiam ter imaginado.
Ninguém reclamou por não ter tido a chance de fazer aquela aula prática.
