O dia havia começado de maneira bem diferente do que se esperaria para uma manhã posterior a de um ataque, ainda mais um no qual a vítima havia sido atacada por vários monstros ao invés de apenas um.

Isso deve ser pelo fato de ter acontecido algo que não havia ocorrido nos ataques anteriores. Quando os alunos do segundo ano acordaram, eles logo olharam aos arredores para verificar se nada havia acontecido durante aquela noite. Após fazerem isso, viram que no dormitório não havia nenhum sinal que indicasse que alguma criatura havia aparecido. Aparentemente todas as pegadas que estariam nas paredes e chão haviam sido, de alguma forma, apagadas.

Tal sentimento de segurança foi ampliado quando os alunos saíram dos dormitórios e foram para o Salão Comunal. Lá, também, não tinha a presença de sinal o qual indicasse o que havia acontecido durante aquela madrugada.

Os alunos iam em direção do Salão Principal enquanto conversavam tranquilamente. Fazendo com que um clima agradável pairasse entre eles.

Contudo, esse clima positivo não durou por muito tempo. Ele foi sumindo durante o café da manhã. Momento em que os alunos tomaram conhecimento de que um estudante havia sido pego fora da cama.

Fato este que estava gerando várias reclamações quando muitos estudantes verificavam o placar das casas, percebendo que a Grifinória perdeu uma quantidade de pontos; deixando os alunos inconformados, mencionando a respeito das chances da casa de conseguir conquistar a taça naquele ano.

Uma situação que estava gerando comportamento diferente nos alunos pertencentes a Sonserina, para o desgosto dos membros das outras casas.

Por outro lado, algumas teorias estavam sendo feitas numa tentativa de explicar o motivo do aluno ter saído daquela maneira.

"Alguma coisa muito terrível deve ter acontecido." Teorizava um aluno enquanto comia o café da manhã. Sendo escutado pelos colegas sentados mais próximos dele, todos estavam demonstrando preocupação.

"O que seria essa coisa?"

"Será que algum ataque aconteceu?" Questionava o primeiro aluno. "Talvez, todas as pistas foram apagadas para que ninguém tomasse conhecimento a respeito."

O ponto o qual era pouco mencionado nas conversas, pelo que Hermione percebera, era o fato de o aluno ter sido pego no meio do corredor do terceiro andar. Sendo esse ponto que, aparentemente, mais havia chamado a atenção dos gêmeos Fred e Jorge.

Uma possibilidade sombria veio na mente da jovem bruxa. Pensando que, talvez, ali poderia ter uma passagem secreta que pouquíssimas pessoas tinham conhecimento. Passagem está que sendo utilizada pelos responsáveis por tudo aquilo para colocar os planos em prática ou mesmo para começarem uma tentativa de eliminar uma grande ameaça que havia surgido recentemente.

"Aquele pesadelo de Ron…" Hermione ficou ainda mais alarmada.

De fato, era muita coincidência, coincidência até demais, que aquele evento estranho tivesse ocorrido pouco tempo depois de Ron ter tido aquele pesadelo. Tendo passado menos tempo ainda do momento que eles foram se deitar após terem tido aquela conversa no Salão Comunal para o momento em que Colin foi pego fora da cama.

"Talvez aquele pesadelo vai dar uma dica sobre o responsável por todo esse terror." Refletiu Hermione. "Agora, alguma coisa ruim aconteceu com Colin e ele está envolvido nesse plano…"

Os pensamentos de Hermione foram interrompidos por Ron que a chamou, fazendo com que atenção da jovem bruxa voltasse para Harry que estava agindo de modo estranho naquela manhã.

Logo percebeu que o amigo estava lançando alguns breves olhares para Colin Creevey durante aquela refeição. Aparentemente, ele deveria ter muito mais conhecimento do que havia acontecido durante aquela madrugada.

"Uma pena que ele esteja escondendo tudo de nós." Lamentou Hermione. Perguntava se o mesmo não teria acontecido com o amigo, estando ele agindo como se fosse uma pessoa diferente do que ele costumava ser. Questionando também se Potter ainda era uma pessoa confiável ou não.


Hermione adormeceu depois de ter ficado pensando durante alguns instantes. Ela não sabia o porquê, mas tinha uma terrível sensação de que alguma coisa estava prestes a acontecer com ela naquela noite. Sendo algo que deveria ter relação com aqueles eventos horríveis. Ou ela seria vítima daqueles monstros, ou seria, novamente, cobaia daqueles pesadelos.

Aquela noite não havia começado de maneira tranquila, principalmente quando começou a sonhar. Sendo momentos nos quais ela se sentiu tensa. Conseguindo perceber que alguém estava observando-a, apesar de que o experimento não ter começado naquele momento. Assim, ela ficou procurando o motivo daquela sensação, contudo, infelizmente, não encontrou nada, apesar de suas tentativas.

Após algumas horas, aconteceu o mesmo que havia ocorrido naquela noite. Tudo ao redor da jovem bruxa foi desaparecendo lentamente até que ela ficou, novamente, no meio do mais completo vazio.

Realmente, ela estava recebendo uma desgostosa recompensa por ter conseguido realizar aquele primeiro desafio, algo que muitos estudantes haviam fracassado, sendo "mortos" pelos monstros. Agora ela teria que passar por mais uma sessão de experimento tendo que enfrentar ou as mesmas criaturas, ou outras que foram escolhidas para que o desafio de agora fosse ainda mais complicado que o anterior.

Pouco tempo depois, a jovem bruxa percebeu que estava, novamente, parada no meio daquele mesmo quarto. Segurando aquela lanterna mesma que utilizou no pesadelo anterior.

Hermione iluminou a parte superior da cômoda sobre a qual estava aquele relógio digital. Faltavam alguns minutos para que o relógio marcasse onze horas e vinte minutos.

"Por que começou mais cedo?"

Hermione virou-se, iluminando a cama de solteiro que estava atrás dela. Tudo estava igual ao que viu naquela última vez. Lá estava a presença daquela pelúcia de Freddy como também de um pedaço de papel no qual estava as instruções do que ela deveria fazer para conseguir passar por mais de uma noite.

Hermione pegou o papel da cama. A primeira coisa que ela percebeu que o conteúdo presente nele era maior que o da noite anterior. Ela imediatamente começou a ler, sabia que não podia perder tempo que era precioso para que pudesse se preparar para o que estava prestes a começar.


Parabéns! Se você está lendo essa mensagem, isso significa que você venceu o desafio anterior, conseguindo chegar até às seis horas da manhã. Um feito que merece reconhecimento. Afinal, poucas pessoas conseguiram passar da primeira noite, seja por habilidade e inteligência ou mesmo por pura questão de sorte devido a uma falha que não havia sido detectada e que deverá ser consertada futuramente.

E, por conta disso, foi decidido que as cobaias que conseguiram vencer a primeira sessão de experimento deverão passar por mais outras sessões. A quantidade de vezes que isso irá se repetir ainda precisa ser definida pelos responsáveis. Esse número deverá ser informado no próximo experimento para as cobaias que conseguirem passar do experimento que será realizado.

Primeiramente devemos informar a cobaia que, a partir da segunda noite, um módulo extra é adicionado antes de o desafio principal ter seu início. O que dará para cobaia, caso consiga vencer, uma vantagem de duas horas para o experimento.

Tal desafio "Diversão com Plushtrap" começará quando estiver faltando alguns poucos segundos para o relógio marcar meia-noite. A cobaia será levada para um lugar diferente do quarto ou outro lugar que o desafio principal estiver acontecendo. Sendo num corredor em que terá um "X" desenhado no chão que ficará na frente da cobaia.

Assim que o pequeno desafio começar, Plushtrap saíra de sua cadeira e começará a andar pelo corredor, indo em direção da cobaia. Para que consiga obter a vitória, deverá fazer com que a pelúcia fique sentada no lugar marcado no chão. E, para fazer com que o brinquedo para de andar, a cobaia deverá acender a lanterna.

O fracasso nessa "brincadeira" acontecerá caso vier ocorrer uma dessas duas circunstâncias: se o tempo acabar ou se Plushtrap conseguir andar pelo corredor e chegar até a cobaia, causando um grande susto. Contudo, nada de fatal irá acontecer caso não conseguir vencer essa parte. A única consequência é que a cobaia deixará de ganhar a vantagem de duas horas e o experimento principal começará no horário normal, ou seja, meia-noite.

Os monstros que irá enfrentar nesta segunda noite serão os mesmos da primeira noite. E também, por já ter passado um tempo considerável, colocamos um lembrete no final.

Boa sorte para conseguir passar por mais uma noite.


A primeira parte deixou Hermione mais tensa. Que lugar seria realizado aquela "brincadeira"? Como que iria conseguir saber se ele estava no lugar certo quando fosse acender a lanterna?

Hermione passou por vários minutos relendo o que deveria fazer como também o lembrete dos monstros que já tinha enfrentado havia algum tempo. Assim ficou durante algum tempo até que foi levada para outro lugar.


A jovem bruxa estava parada no início daquele referido corredor. Naquele momento, o lugar estava no mais completo escuro, sendo incapaz de ver qualquer objeto que estivesse presente ali.

No canto superior direito, Hermione percebeu que um cronômetro foi ligado, tornando visível os números. Ela viu que teria que completar aquele desafio dentro de vinte e cinco segundos. Sendo duas possibilidades que poderiam causar sua derrota.

A "Diversão com Plushtrap" havia começado. A jovem bruxa começou a ouvir um barulho que seria o de passos causado por aquele monstrinho que já havia começado a andar em sua direção. Sendo aquele a estratégia que ela deveria utilizar. Ela teria que prestar atenção naquele barulho de passos para conseguir vencê-lo e evitar de ligar a lanterna no momento errado.

Por alguns longos instantes, Hermione ficou prestando atenção no ritmo de passos daquela pelúcia. Não demorando muito para que ela acendesse a lanterna. Sendo um grande alívio para ela quando viu que a pelúcia havia sentado num grande "X" que estava desenhado a poucos passos dela.

A jovem bruxa olhou e analisou aquele brinquedo que estava perto dela. Aquele seria o único monstro cuja aparência era quase idêntica à versão que era vendida nas lojas, tendo poucas diferenças entre a versão monstruosa para a verdadeira.

Essas diferenças era principalmente duas: a pele dessa versão Nightmare estava mais danificada, tendo a presença de pequenos buracos. A outra era que os dentes desse Plushtrap eram mais afiados; o que tornaria muito fácil para que ela conseguisse devorar os dedos de alguém.

A atenção da bruxa voltou-se para o corredor em que ela se encontrava-se. Ela viu que em cada uma das duas paredes laterais tinha a presença de duas portas as quais estavam fechadas ou, possivelmente, trancadas. Elas fizeram com que Hermione tivesse um pressentimento ruim, como se tivessem coisas escondidas por detrás delas. No final do corredor, conforme mencionado nas instruções, havia a presença de uma cadeira de madeira pintada de branco.

A garota olhou para aquele mesmo cronômetro. Faltavam poucos segundos para que o tempo terminasse. Ela tinha conseguido vencer e, como recompensa, teria que enfrentar todos aqueles monstros por quatro horas.


Durante o desafio principal, Hermione teve o máximo de desempenho. Aquela noite estava mais difícil que a anterior, pois, as criaturas estavam consideravelmente mais ágeis. Obrigando que ela andasse mais apressadamente pelo quarto para impedir que os Nightmares conseguissem entrar naquele cômodo.

Hermione ficou observando os corredores, sempre verificando a presença da respiração, fechando a porta por alguns instantes quando ela conseguia escutá-la. Verificando, tanto a cama quanto o armário com frequência, precisando fechar as portas do último várias vezes.

A madrugada foi passando de maneira tensa até o momento em que o relógio tocou, indicando que às seis horas havia chegado. Mais uma noite concluída.

A jovem bruxa suspirou. Ela sabia que ainda teria que enfrentar mais outras noites, para as quais ela deveria ficar preparada. Sendo nas quais ela, provavelmente, teria que enfrentar as mesmas criaturas que atacaram Simas e os outros estudantes.

Poucos instantes depois, Hermione despertou.


O homem desconhecido apertou o botão que fez com que os monitores fossem desligados. Mais uma noite daquele experimento havia sido realizada. Tinha testado algumas pessoas as quais haviam conseguido passar da primeira noite.

O desempenho da maioria dos poucos que conseguiam sobreviver demonstrava que eles não seguiam muito as regras as quais haviam sido impostas seja porque não eles davam muito atenção para elas ou porque não decoraram e acabaram cometendo um erro fatal, permitindo que fossem atacados.

Contudo, o desempenho daquela jovem não era fruto apenas do acaso e sim da inteligência da própria garota. Ela conseguiu passar da segunda noite como também conseguiu vencer o desafio com Plushtrap. O que outros alunos não conseguiram.

"Até quando essa garota vai conseguir sobreviver a esses experimentos?" O homem perguntava-se, imaginando os mais diversos futuros alternativos que poderiam acontecer nas próximas noites. Sendo esses nos quais aquela jovem bruxa teria que enfrentar as três criaturas mais temidas. As que provocaram consequências mais graves nas cobaias, deixando-as completamente traumatizadas por vários dias.

Uma pergunta que ele queria saber. Lamentando que muitas melhorias não tivessem tido resultado positivo. Caso contrário, a realidade iria intervir no sonho e vice-versa. Assim, o cotidiano daquela jovem iria interferir no desempenho dela, principalmente quando a agenda dela ficasse tão cheia ao ponto de sugar as energias dela.

A atenção do homem voltou-se para outro assunto. Começando a pensar no que deveria fazer naquele dia ou nos próximos dias. "Depois, terei que ter uma conversa com Elizabeth." Uma tarefa à qual demoraria, pois, precisaria convocá-la de alguma forma para que ela aparecesse ali.

"Além disso," agora na mente dele veio a figura de outra pessoa com quem também tinha assuntos urgentes para tratar "preciso fazer uma visita para Randy… É ridículo pensar no comportamento que ele adotou… Como ele teve a audácia de imaginar que eu não iria descobrir que ele estava omitindo informações, sendo dados importantes que podem comprometer tudo que está sendo colocado em prática… Ele foi muito…"

Pensamentos que foram rapidamente interrompidos por um barulho. Era da porta que estava sendo aberta, fazendo com que a sala fosse iluminada com a claridade do corredor. O homem virou a cadeira para poder encarar quem estava querendo entrar ali. Fazendo uma careta quando percebeu quem era.

"Pode entrar…" O homem disse após alguns instantes em silêncio. "O que aconteceu dessa vez?"

A pessoa adentrou naquele lugar, mantendo o olhar baixo. Ela estava temendo que aquela visita repentina poderia lhe causar algum castigo sério. Estando temendo a reação que o Mestre teria ao tomar conhecimento do que estava acontecendo; sendo um evento que poderia deixá-lo tão irritado ao ponto de dar ao mensageiro um dos piores destinos que poderia ser causado naquele lugar.

"A sala 2B foi parcialmente destruída." Relatava aquela pessoa com um pouco de dificuldade. A voz dela estava saindo fraca e trêmula. Além disso, seu corpo, estava tremendo. O que acontecia quando ela precisava ficar na presença do Mestre. "A Puppet saiu do controle e começou a atacar os cientistas e seguranças."

"Aquela maldita marionete!" O homem falou em um de voz mais alto, dando um forte soco na mesa que fez com que alguns objetos caírem no chão. Aquela pessoa, automaticamente, cobriu o rosto com a prancheta. "Façam alguma coisa a respeito ou vocês são incapazes de fazer isso?"

"Sim, Mestre!" Disse o subordinado que rapidamente saiu daquela sala, fechando a porta. Sabia que precisava tomar as medidas o mais rápido possível para evitar que alguma tragédia acontecesse com ele e seus colegas.

O Mestre virou-se, ficando, novamente, de frente para os monitores. Ele inclinou-se para pegar o aparelho que havia caído no chão durante aquele pequeno acesso de raiva, verificando se o mesmo não teria sido danificado (o que poderia causar-lhe muitos problemas).

Depois disso, voltou sua atenção para outros monitores que eram utilizados durante boa parte do dia. Ele apertou o botão e ficou aguardando que aquelas telas ligarem. Lá permaneceria por algumas horas até que tivesse que ficar andando por aquele lugar, levando aquele aparelho para todos os lugares.

O dia estava apenas começando.