Hermione e Ron caminhavam de volta para o Salão Comunal.

A jovem bruxa ainda pensava nas informações as quais o professor Dumbledore havia passado. Via que William, desde quando era mais novo, havia demonstrado alguns sinais de que ele iria se dedicar aos experimentos; estando eles voltados para o lado mais sombrio da ciência mágica.

Estava satisfeita por ter contado sobre aqueles sonhos. Agora sabia que alguma coisa poderia ser feita a respeito daquele lugar. Exceto se ele tivesse o ocultado através do Fidelius. Fato esse que tornaria as coisas ainda mais complicadas, pois, aquelas pessoas tomariam conhecimento que alguém teria passado informações a respeito de um crime mágico ocorrido naquele estabelecimento. Imaginando que, talvez, assim, eles poderiam teorizar qual seria o conteúdo do sonho que ela teve.

Depois, ela ainda voltou a pensar novamente naquela passagem secreta. Para que tipo de lugar iria levar? Ela imaginava que, provavelmente, seria alguma espécie de laboratório macabro que esperaria de ver em algum filme trouxa de cientistas malucos.

Em determinado momento da caminhada, ela olhou rapidamente ao redor. A jovem bruxa sentiu-se aliviada de não ter encontrado nenhuma daquelas pelúcias pelo caminham como também pelo fato de que aquele ruído estar ausente durante aquele mesmo trajeto.

Contudo, quando estavam se aproximando da entrada do Salão Comunal, sentimentos negativos tomavam conta deles, sentimentos estes que eram compartilhados pelos outros alunos da Grifinória. Teriam que falar a senha para o quadro para que pudessem entrar. O que havia se tornando extremamente complicado devido ao comportamento que Sir Cadogan, pois ele ficava mudando a senha constantemente, além de ficar desafiando-os para a um duelo.

Os dois bruxos pararam de andar quando ficaram de frente do referido quadro.


"Podem entrar." Disse Dumbledore depois que Hermione bateu na porta e anunciou que era ela e Ron que estavam ali.

Ambos os bruxos cumprimentaram o diretor. Esse pegou a varinha e fez outra cadeira surgir ao lado da que estava defronte para a escrivaninha dele.

"Qual seria o motivo de fazerem essa visita?" Perguntou Dumbledore.

"Professor, queríamos contar sobre alguns sonhos que eu e Ron tivemos nesse trimestre. Não eram sonhos comuns. Eles eram lembranças de alguns acontecimentos que podem estar relacionados com o que está ocorrendo na escola."

"Lembranças…" Falava Dumbledore calmamente. "Vocês saberiam dizer a quem elas pertencem?"

"A primeira lembrança foi de uma das crianças que foram sequestradas em um dos estabelecimentos de uma franquia de restaurantes da Fazbear Entertainment. A segunda memória foi de uma pessoa que morreu como cobaia de um experimento que envolvia uma versão das fantasias utilizadas pelos apresentadores daquela mesma franquia." Respondia Hermione. "A última foi de um antigo funcionário que trabalho por alguns anos na Fazbear."

"Assuntos relacionados com a Fazbear Entertainment." Disse o diretor, deixando Ron surpreso por ele saber do que se tratava. "Realmente, seria difícil de acreditar que eles, em algum momento, chegariam afetar a nossa escola dessa maneira."

"O senhor já esteve em lá?" Questionou Ron.

"Sim." Respondeu Dumbledore. "Fui informado a respeito da existência da franquia através do antigo professor de poções que fez uma festa e os dois proprietários compareceram e o informaram a respeito do grande sucesso que estava fazendo."

"Quando visitei pela primeira vez, fiquei bastante curioso a respeito. Sendo, pelo que ouvi, algo que nem mesmo os trouxas sonhavam de ser possível; constantemente eles falavam sobre o quão futurista era a tecnologia utilizada naqueles restaurantes." Comentava o professor Dumbledore. "Naquela época, William e Henry ainda trabalhavam com poucos funcionários, sendo eles os principais responsáveis por entreter as crianças."

"Professor, o que vamos contar é relacionado com William Afton." Respondeu Hermione. "Alguns acontecimentos extremamente infelizes a respeito dele. Coisas que, certamente, ele sempre imaginou que ninguém iria tomar conhecimento."

"Por favor, comecem a contar."

Primeiro Ron contou a respeito dos pesadelos que ele teve. Dois relatos que Dumbledore ouviu atentamente; relatos que demoraram algum tempo, pois Hermione precisava corrigir pronúncias de algumas palavras. Depois ela contou o que Edward havia mostrado para ela durante aquela noite — inclusive informado o endereço daquela pizzaria.

"Lamentável." Disse Dumbledore depois que o terceiro relato havia terminado. "Lamentável que outro aluno brilhante dessa época tenha se tornado esse tipo de pessoa."

"O senhor teve bastante contato com William e Henry?" Questionou Hermione.

"Não tive muito contato com eles." Respondeu Dumbledore. "Naquela época eu tinha mais informações a respeito de Afton, principalmente devido ao que o responsável por entregar a carta de admissão havia contado aos outros professores."

"Ele relatou que os pais dele ficaram felizes ao saberem que o filho era o bruxo. Além disso, eles também ficavam comentando a respeito das habilidades do garoto em fazer algumas criações, o que o garoto ficou feliz em demonstrar ao mensageiro especial." Continuou Dumbledore a contar. "Ele ficou admirado com que o menino era capaz de fazer, mesmo que tais habilidades não tivessem relação com a vida que ele teria a partir daquele momento; ou pelos menos, foi o que imaginamos naquela época."

"Desde cedo ele demonstrou interesse em robótica." Pensou Hermione. "Será que o mesmo aconteceu com Henry?"

"Professor, poderia contar alguma coisa a respeito deles?" Pediu Hermione.

"Eles foram grandes amigos durante todo o tempo em que foram estudantes, apesar de eles terem sido sorteados para casas diferentes. Uma amizade que teria começado durante a viagem do expresso de Hogwarts…" Comentava o diretor. "Durante esses sete anos, os dois conseguiram se destacar como sendo excelentes alunos, conseguindo notas elevadas em quase todas as matérias."

"Professor, William Afton havia demonstrou, durante os tempos de escola, algum interesse relacionado a almas?" Questionou Hermione.

"Ele demonstrou interesse nesse assunto." Respondeu Dumbledore. "O professor do Estudo de Ghouls constantemente comentava a respeito disso."

"Edward contou que ele fez experimentos com almas de trouxas." Contava Hermione, o que deixou Dumbledore ainda mais preocupado. "De alguma forma, ele conseguiu transformar essas almas em algo parecido com fantasmas."

"O professor, naquela época, comentara que o garoto havia perguntado qual era a diferença entre uma alma trouxa e uma alma bruxa e os motivos dos primeiros serem incapazes de voltarem como fantasmas." Contava o diretor. "Ele respondeu que não tinha uma resposta para essa pergunta. E, depois disso, William questionou o motivo de não saberem a respeito daquilo, o que deixou o professor preocupado afirmando que, para aquilo, teria que fazer experimentos com almas."

"Professor, o senhor sabe a respeito das tragédias que aconteceram na Fazbear?" Questionou Ron.

"Sim." Respondeu Dumbledore. "Muitos falavam a respeito de crianças que desapareciam e de outras que, por algum motivo, começavam a agir de modo bem estranho. Depois disso, foram as muitas mortes que aconteceram em 1988, quando vários apresentadores foram brutalmente assassinados. A situação começou a chamar a atenção quando aconteceu a morte do primeiro investigador; caso em que conseguiram reconhecer sinais de magia, contudo, não tinham nenhum registro de algum feitiço que havia sido realizado naquele lugar. Uma situação que foi se repetindo com os outros investigadores que pegaram esse caso, o que deixou os membros do Ministério ainda mais confusos e preocupado a respeito do que estava acontecendo."

"Em relação ao último desaparecimento. O senhor acredita que Henry poderia ser inocente?" Questionou Hermione.

"Tenho as minhas suspeitas de que fizeram aquilo para incriminá-lo."

Hermione contou o que ela a respeito da vez que ela seguiu Harry que estava indo se encontrar. A jovem bruxa percebeu que o professor demonstrou certo interesse quando ela mencionou 'RTC' como também o nome 'Ray'.

"Foi bom vocês terem me contado a respeito desses acontecimentos." Falou Dumbledore após ter o escritório ter ficado em silêncio durante alguns instantes. "Espero que, em breve, as investigações consigam encontrar alguma coisa."

Os bruxos se despediram do diretor. Levantaram-se das cadeiras, foram andando em direção da porta e saíram do escritório.


Quando entraram na sala comunal, já havia a presença de alguns estudantes os quais estavam sentados nas poltronas e sofás enquanto faziam os deveres de casas, os muitos que já haviam sido passados; enquanto outros conversavam entre eles.

A atenção de Hermione foi voltada para Harry. Ele estava sentado em um dos sofás enquanto estava lendo um dos livros que estavam utilizando durante aquele ano letivo. Ela percebeu que Harry estava agindo de maneira tensa como se estivesse preocupado com alguma coisa. Depois a atenção da jovem bruxa voltou-se para um dos dedos da mão direita dele que estava machucada. Por fim, o olhar dela voltou-se brevemente para a pelúcia que estava próxima de Harry.

Bichento estava deitado perto daquele sofá. O gato, de tempo em tempo, olhava para Harry como também para aquela pelúcia. Hermione estranhou o comportamento que o gato tinha em relação à pelúcia de Bonnie. Ele simplesmente ficava encarando o brinquedo e não tentava atacar como fazia em relação às outras pelúcias, o que fazia Hermione perguntar se aquele objeto seria diferente dos demais; o que tornava as coisas ainda mais estranhas.

Harry retirou o olhar do livro e voltou sua atenção para ambos, o que fez Hermione lembrar-se daquele dia, imaginando que aquela pelúcia teria informado sobre a chegada deles e que ela estava observando-o.

Bichento fez o mesmo e depois se aproximou dos dois jovens bruxos.

Ron olhou para o gato por alguns segundos antes de ir até ao dormitório para pegar o material enquanto Hermione também iria fazer o mesmo. Demorou alguns instantes até que um barulho chamou a atenção dela. Fazendo com que ela parasse e ficasse encarando para a entrada dos dormitórios masculinos.

O mesmo tinha acontecido com os outros estudantes que também estavam presentes. Eles pararam o que estavam fazendo enquanto os olhares voltaram-se para a mesma porta. Todos demonstrando sinais de medo e apreensão em relação ao que estava acontecendo.

Hermione logo percebeu que Harry demonstrava sinais de que estava mais apreensivo. O que deixou a jovem bruxa desconfiada de que ele tivesse feito alguma coisa. Sendo algo que ela logo iria descobrir.

Não demorou muito para que a porta fosse aberta e Ron aparecesse. O que fez com que algumas pessoas acabassem se levantando sobressaltadas.

"O que aconteceu?" Perguntou Hermione enquanto se aproximava.

"Perebas desapareceu." Falava Ron desesperado. "Lembro de ter colocado ele na minha mochila. No entanto, quando olhei agora, ele não estava mais lá."

Por alguns instantes o olhar de Hermione voltou-se para Harry que, aparentemente, percebeu aquela rápida olhadela para ele.

Bichento aproximou-se novamente deles, recebendo outro olhar de Ron. Hermione logo imaginou que o gato seria uma das principais suspeitas dele, mesmo que não fizesse tanto sentido assim. Afinal, a mochila não estava fechada? Como ele teria pegado o rato nessas circunstâncias?

"Ron, por que você está constantemente colocando a culpa do Bichento?" Hermione perguntou rapidamente. "Você não deixou a mochila fechada?"

"Sim."

"Por que você pensa que Bichento teria conseguido abri-la para poder pegar aquele rato?"

"Quem poderia ser?" Questionou Ron irritado.

Nesse momento Bichento miou, fazendo com que os dois olhassem para ele. Depois o felino foi andando e parou na frente de onde Harry estava sentado, encarando o jovem bruxo.

"O quê?" Perguntou Ron, agora indo em direção de Potter para poder ter alguns esclarecimentos a respeito daquele assunto.

Hermione percebeu que Harry, por alguns instantes, deu um olhar aparentando estar levemente irritado com o comportamento que o felino teve naquele momento.

"Deve ser ainda por causa daquelas mesmas suspeitas do Perebas ser um animago." Pensou Hermione. Sabia que aquilo poderia colocá-lo em apuros, como que estava acontecendo.

Ela olhou novamente para o dedo. Pode imaginar o que acontecera: Harry teria levado o rato até algum lugar; talvez até para mostrá-lo ao Kyle, com quem ele estava tendo um bom relacionamento. Assim, Perebas mordeu o dedo de Potter e sumiu pelos corredores do castelo.

Ron aproximou-se de Harry e perguntou a respeito de Perebas, contudo Potter não respondeu, simplesmente abaixou o olhar. Logo depois disso, Weasley começou a falar com Harry num tom de voz mais elevado, estando muito irritado pelo fato de ter pegado Perebas sem ele saber como também por ter perdido o rato.

Hermione percebeu que Harry estava demonstrando alguns sinais de medo e de pavor, tendo um comportamento similar ao que havia demonstrado durante a primeira aula na qual Snape estava substituindo Lupin.

"O que está acontecendo aqui?" Uma voz perguntou, fazendo com que Ron parasse de falar e olhasse para aquela direção. Era Percy que tinha aparecido.

Os alunos que estavam na sala comunal ficaram assistindo aquela cena em silêncio, perguntando-se qual seria o fim de toda aquela confusão.

"Harry pegou o Perebas da minha mochila sem o meu conhecimento e depois o perdeu nos corredores." Explicou Ron.

Percy ao ouvir o nome do rato, deu uma olhadela para Harry o que fez Hermione perceber que mais outras coisas haviam acontecido. Imaginando que Potter teria conversado com o monitor-chefe a respeito de Perebas, principalmente por saber que ele era o dono anterior daquele rato.

Harry foi interrogado a respeito daquele assunto. Demorou alguns poucos instantes até que Potter respondesse, admitindo, com certa relutância, de aquilo realmente tinha acontecido. E, como consequência, alguns pontos foram perdidos e Potter teria que cumprir detenção.

"Não acredito que ele fez isso." Resmungava Ron enquanto anda em direção da porta. Novamente iria para pegar o material para que pudesse fazer mais daqueles deveres de casa.

Ela permaneceu em silêncio. Depois, Hermione foi andando em direção da entrada dos dormitórios femininos. Lançou um breve olhar para Harry cuja atenção estava novamente voltada para aquele livro.