Mais uma noite daquele experimento havia terminado e o resultado tinha sido o mesmo.
"Como será que ela passará das próximas duas noites?" Pensava ele, já decidido o que faria a respeito. Tinha observando-a por tempo suficiente para saber quais mudanças seriam necessárias para ter maior probabilidade de conseguir o que queria.
No momento da narrativa, ele estava aguardando a chegada de uma pessoa. Havia se passado algum tempo desde que chamara um subordinado e dado a este uma missão importante: interrogar os responsáveis pelos ataques dos Nightmares nos dormitórios. Estava querendo saber mais a respeito do que tinha acontecido; afinal, naquela madrugada, ambos os experimentos aconteceram, quando somente deveria ter sido realizado os que aconteciam nos sonhos das cobaias.
"Realmente foi uma sorte que fomos informados a respeito." Comentou o Mestre para Andy que concordou balançando a cabeça.
Andrew estava ali havia bastante tempo. Sendo uma permanência que estava deixando-o ainda mais apreensivo. Ele estaria acompanhando o Mestre ainda com mais frequência, tornando-se, praticamente, o assistente dele.
"Uma sorte que tinha alguém para tomar alguma atitude." Pensou Andy aliviado por isso, pois, aquela pessoa conseguiu impedir que mais outras consequências indesejadas acontecessem.
O olhar de Andy voltou-se para os objetos que segurava naquele momento. Em uma mão estava uma caneta antiga, enquanto na outra encontrava uma prancheta na qual estava presa um pedaço de papel que continha várias palavras escritas.
Depois, Andrew olhou para a mesa que estava diante do Mestre. Sobre ela estava aquele aparelho que ele utilizava quando não estava naquela sala. Além disso, também tinha papéis contendo anotações que ele tinha feito durante aquela noite.
E, perto desses papéis, tinha um relatório que fora entregue durante aquela madrugada. Sendo a respeito do experimento que não deveria ter sido realizado. O que fez o Mestre resmungar durante alguns longos minutos.
Nenhum dos dois falaram por algum tempo, fazendo com que aquela sala sombria ficasse em silêncio. O que durou por poucos minutos até que a porta foi aberta e alguém entrou.
"Bom-dia, Andrew." Cumprimentou o recém-chegado.
"Bom-dia, Ashton."
Andy ficou observando o colega. Via que esse ainda estava com o mesmo comportamento de alguém que havia começado a trabalhar ali havia pouco tempo. Sempre conseguindo manter a calma, mesmo na presença daquela pessoa e conseguindo, de alguma forma, fazer comentários um tanto quanto otimistas.
"Cedo ou tarde isso vai mudar." Andrew pensava. "Em algum momento, os castigos irão começar, independentemente se tem alguma justificativa ou não."
O Mestre virou a cadeira, encarando aquele subordinado com um sorriso. Mesmo assim, Andy podia sentir que aquele homem estava irritado.
"Como foi o interrogatório, Ash?" Questionou o Mestre.
"Os responsáveis pelos ataques dos Nightmares responderam às perguntas que foram feitas a respeito do que aconteceu durante essa madrugada." Ashton começou a explicar. "Eles me informaram que a Bessy deu ordens para que um referido garoto do terceiro ano fosse atacado essa noite. Ela chegou a ameaçá-los por eles terem tentado se recusar em obedecer às ordens dela."
Uma informação que fez com que o humor do Mestre piorasse. Ele esmurrou a mesa, falando alguns palavrões. Andy via que olhos do Mestre estavam brilhando de modo ameaçador, provavelmente desejando matar alguém ali mesmo. "Elizabeth tomou essa atitude novamente?!"
"Sim, infelizmente." Respondeu Ashton, lançando alguns olhares para Andrew que observava a tudo em silêncio.
O Mestre levantou-se rapidamente, fazendo com que a cadeira caísse no chão. "O que ela estava pensando ao tomar essa atitude?!"
"Falamos com Elizabeth… Tentamos convencê-la de que isso era uma ideia ruim; contudo, ela estava muito determinada de fazer alguma coisa a respeito." Ashton explicava. "Ela é uma moça muito teimosa que, muitas vezes, fica agindo como uma criança."
O olhar do Mestre voltou-se para Andrew que imediatamente reconheceu que iria receber outra atividade para fazer.
"Andy, quero que você escreva um recado para a convocação de Elizabeth." Disse o Mestre, dando um largo sorriso cujo significado Andy logo reconheceu; não tinha dúvidas de que aquela moça seria duramente castigada.
Depois o olhar dele voltou-se para o outro subordinado. "Ash, por favor, traga um papel para que o nosso colega possa escrever o recado para Elizabeth."
"Sim, senhor." Ashton disse. Rapidamente virou-se e saiu daquela sala.
O silêncio tomou conta daquele cômodo durante alguns instantes até que o Mestre fez uma pergunta a Andy.
"Você quer perguntar alguma coisa a respeito da Elizabeth?"
"Qual será a punição que ela vai receber?"
"Ela vai receber uma punição que irá fazê-la se lembrar de uma época a qual ela nunca deveria ter esquecido." O Mestre falou sorrindo e depois deu uma breve risada. "Nada que uma terapia de choque para motivá-la a tornar-se uma garota mais obediente. Ela precisa ser lembrada sobre como as coisas funcionam aqui."
"Terapia de choque?" Pensou Andrew. Ele estava amedrontado com aquela ideia daquele castigo. Lembrava-se de que aquilo havia começado como uma 'motivação' para os Funtimes Animatrônicos que, segundo relatos, gritavam de dor quando recebiam. O que também foi utilizado, por um tempo, contra os subordinados quando o Mestre via que estavam ficando rebeldes ou mesmo incompetentes.
"Os aparelhos de choques ainda devem estar funcionando como da última vez que utilizei." Comentou o Mestre. "Tenho certeza que os seus colegas ficarão surpresos com a volta desse castigo."
"Certamente que sim, Mestre." Respondeu Andy. Imaginava que os colegas não ficariam somente surpresos como também ficariam extremamente assustados e apavorados quando tomarem conhecimento de que aquele método de tortura estava voltando.
A porta daquela sala foi novamente aberta e alguém entrou. Quando Andrew olhou e ficou aterrorizado quando reconheceu quem era.
Tratava-se de um dos responsáveis por dar os resultados de certas missões que determinadas equipes faziam. O que logo Andy imaginar que ele falaria sobre as atividades de um grupo que estava sendo responsável por localizar e capturar um rapaz que o Mestre havia, em um momento, chamara de 'Mikey'.
"Qual foi o resultado dessa vez?" Questionou o Mestre.
"A tentativa de captura do alvo foi, infelizmente, fracassada." O subordinado lia o papel que estava segurando. "A equipe responsável conseguiu localizar a casa na qual ele estava se abrigando, contudo, ele conseguiu despistá-los e fugiu rapidamente."
"OUTRA TENTATIVA FRACASSADA?!" O Mestre gritou, fazendo com que aquele subordinado desse alguns passos para trás. "NOVAMENTE A NOTÍCIA DE QUE AQUELE MISERÁVEL CONSEGUIU DESPISTAR ESSES INCOMPETENTES QUE SÃO CAPAZES DE REALIZAR MAGIA ENQUANTO NOSSO ALVO PERDEU SUAS CAPACIDADES MÁGICAS HÁ CERCA DE SETE ANOS!"
Andrew levantou-se da cadeira, quase deixando-a cair, assim como os objetos que segurava. Ele estava completamente apavorado. Iria fazer um bom tempo desde a última vez que vira o Mestre gritando daquele jeito; sendo aquele dia em que um subordinado nunca mais fora visto, sendo ele reciclado.
"Qual o nome dos inúteis?" Questionou o Mestre que agora tentava voltar a falar de modo mais educado.
Aquele subordinado começou a tremer e a apertar aquele papel com mais força. Andy via que o colega estava muito relutante em fazer aquilo.
Demorou alguns instantes até que ele começou a falar lentamente o nome de cada um dos integrantes daquela equipe.
Andrew foi escutando em silêncio. Abaixou o olhar, imaginando que fim poderia ter aquelas pessoas. Para elas não tinham nenhuma salvação ou nada que pudesse ser feito.
"Eles receberão o que merece." O Mestre começou a falar alguns minutos depois daquele subordinado terminara de dar os nomes. "O processo de reciclagem seria muito demorado. Talvez algumas sessões de terapia de choque sejam o suficiente para que eles levem o trabalho mais a sério. Vai demorar quanto tempo para que essa equipe inútil chegue?"
"Cerca de uma hora e meia, senhor."
"Perfeito." Falou o Mestre sorrindo. "Por favor, avise Bernie para que ele mande uma equipe para esperar a chegada desses cinco incompetentes e, depois, levar esses patetas para a sala na qual serão duramente castigados."
"Sim, senhor."
A pessoa saiu apressada.
Alguns instantes depois, Ash apareceu, dando alguns papéis para Andrew pudesse escrever.
"Muito bem, Andy, por favor, escreva tudo o que eu falar."
"Sim, senhor." Respondeu Andrew. Voltou a sentar na cadeira. Ele retirou o pedaço de papel com anotações e entregou para o Mestre. Depois prendeu aqueles outros papéis na prancheta e a colocou sobre a perna. Estava preparado para anotar o que quer que o Mestre estava prestes a ditar.
"Depois, Ash faça o procedimento para garantir que o recado chegue ainda hoje nas mãos de Elizabeth." O Mestre falou encarando o subordinado.
"Sim, senhor."
Elizabeth, por favor, o Mestre quer que a senhorita compareça ao Laboratório 1H para que os dois possam ter uma conversa amigável acerca do que acontecera durante essa madrugada.
Por favor, se for possível, compareça ainda hoje, pois ele quer resolver essa questão o mais rápido possível.
Atenciosamente,
Andy
