Enquanto os Grifinórios comemoravam na Sala Comunal, dois alunos estavam andando pelos corredores da escola. Fred e Jorge já tinham um destino em mente, tudo graças a uma ideia que um deles tivera: deveriam ir até a Dedosdemel para comprar algumas guloseimas.

Por conta disso, caminhavam em direção do meio do corredor do terceiro andar. Os dois pararam em frente da estátua de uma bruxa corcunda, um deles olhou para o mapa, vendo que estavam seguros; Filch e Madame Norra não estavam por perto. Portanto, aquela viagem seria tranquila. Voltariam com os bolsos das vestes cheios de doces.

Fred aproximou-se da estátua, apoiou a varinha contra ela, falando a senha, dando um toque na estátua. Ela logo se abriu, revelando a passagem secreta. Fred entrou primeiro, seguido de Jorge. Ambos deslizaram até que caíram no chão de terra.

Fred fez Lumus, concomitantemente, o irmão encostava a varinha no pergaminho, fazendo com que o mapa desaparecesse e o guardou no bolso. Logo depois também fez o mesmo feitiço.

Agora seria fazer uma longa caminhada, entrar na loja e realizar as comprar. Contudo, as coisas não saíram como eles estavam planejando. Antes que pudessem andar, um barulho chamou a atenção deles. Rapidamente perceberam que eles não estariam sozinhos daquela vez e que mais estudantes, de alguma forma, tomaram conhecimento daquela passagem.

"Nox". Diziam os gêmeos rapidamente. Logo se esconderam um estreito espaço que tinha entre o escorrega que usaram da parede de pedra daquele lugar.

Duas figuras deslizaram e levantaram-se, dando alguns passos para frente. Eram dois estudantes os quais Fred e Jorge logo reconheceram. O primeiro aluno era um corvino, do segundo ano. O outro, era uma aluna, da Grifinória, do terceiro ano.

"Vamos logo." Dizia Fay, fazendo o feitiço Lumos. "Ele não pode ficar esperando por muito tempo… ainda mais agora que a situação não está muito favorável."

"Realmente…" Concordava o outro. "Ele deve estar muito irritado pelo que aconteceu…"

Os gêmeos se entreolharam. Algumas perguntas surgiram nas mentes dos bruxos. Sobre o que eles estavam falando? Quem estaria aguardando? O que acontecera para tal pessoa ter ficado irritada?

Eles esperaram algum tempo até que começaram a seguir os dois alunos, tomando o máximo de cuidado para que não fossem avistados de alguma forma. Queriam descobrir o que estava acontecendo e algo os forçava a realizar aquela tarefa que era, um tanto, arriscada e perigosa.

Os dois foram fazendo o trajeto no mais completo silêncio, bem diferente do que fizeram outrora. Uma época em que somente eles saberiam de tal segredo. Um caminho que podiam fazer sem quaisquer preocupações. Cenário completamente diferente do, atual.

À medida que caminhavam, outra sensação de que algo não estava certo. Era como se sentissem que alguma mudança tivesse sido feita enquanto eles não tiveram utilizado tal caminho. Sentimento que gerava apreensão nos gêmeos. Sabiam que caso isso, fosse verdadeiro, significaria que mais outras pessoas poderiam ter conhecimento de tal passagem e estariam utilizando-a para algum propósito desconhecido.

Eles pararam e ficaram observando os outros dois estudantes subirem as escadas e abrirem a porta do alçapão, entrando no armazém da loja. Aguardaram mais algum tempo para poderem fazer o mesmo.

Assim que entraram, conseguiam ouvir à distância a voz de Dunbar que conversava com algum funcionário da loja. Uma voz que os dois reconheceram, como sendo um empregado que já havia os atendido antes.

"Vamos." Fred disse baixinho, indicando a porta com a cabeça.

Cuidadosa e silenciosamente, os dois se aproximaram da porta. Sentiam-se alegres de que ela abria para dentro.

"Imagino que vocês foram informados dos mais recentes acontecimentos, não é?" Falava o funcionário num tom sério.

"Sim, soubemos…" Respondeu Dunbar, num tom que demonstrava que ela estava muito nervosa. "Foi por causa disso que o Mestre mandou aquela mensagem nos chamando?"

Ele que algumas informações sobre o que está acontecendo… informações, também, de alguns estudantes… sempre acaba aparecendo alguém que acaba se revelando como um inconveniente e outros como um obstáculo e ameaça… Agora, mais do que nunca, tendo em vista que os aurores conseguiram descobrir o abandonado Circus Baby's Entrainment and Rental."

"Do que eles estão falando?" Perguntou-se Jorge, olhando para o irmão que também não estava entendendo.

"Algum de vocês, nesses dois dias, conseguiram pensar em mais algo a respeito do que o Mestre poderia estar querendo?"

"Sim…" O corvino respondia, a voz quase sumia no desespero. "Ele… quer… dar um jeito nessas recentes ameaças…"

"O quê?!" O tom de voz de Fay Dunbar se elevou com aquela suposição elaborada pelo colega. "Como assim ele pretende tomar essa medida tão drástica?! Uma medida dessas seria muito arriscado, poderia mesmo causar o fechamento da escola!"

"A situação é mais séria do que poderíamos ter imaginado." Comentou Fred.

"Precisamos descobrir sobre quem estariam falando." Murmurou Jorge, tendo uma péssima sensação de que se tratava de alguém próximo deles.

Ouviram o barulho de outra porta se abrindo, sendo uma que daria para outra área que era somente utilizada pelos empregados da loja. Logo depois, ela se fechou novamente. Isso foi seguido do surgimento de uma voz áspera. O que deu arrepios nos gêmeos. Eles conseguiam sentir algo sinistro nela… reconhecendo como alguém que deveria ser deveras perigoso.

"Vocês dois demoraram um pouco mais do que estava esperando... A conversa que precisamos ter pode ser longa."

"A partida de quadribol demorou mais um pouco por conta da presença dos Dementadores."

"Os Dementadores foram para lá…" A voz repetia aquilo com grande interesse. Fala seguida de uma breve risada, deixando os gêmeos ainda mais desconfortáveis. "Mas de qualquer forma… Vocês trouxeram?"

"Sim…" Respondeu prontamente o garoto.

"Excelente. Espero que, agora, as coisas saiam de forma bem melhores… bem melhores do que aquela mordidinha… uma pena que foi na perna e não no crânio do garoto…"

"Ron…" Pensaram os gêmeos.

"Melhor vocês irem para a minha sala para conversarmos…" A voz parou por algum tempo, como se tivesse lembrando-se de algo importante. "Qual foi o resultado da partida de hoje?"

"Grifinória ganhou… Potter conseguiu pegar o pomo."

"Por falar nisso, Max…" A voz falava com o funcionário. "Seria uma boa ideia ficar atento com o armazém da loja… Entendeu?"

"Sim, senhor."

Os gêmeos saíram de perto da porta e caminharam rapidamente em direção da entrada da passagem. Abriram a porta do alçapão e assim que desceram, fecharam-na.

A comemoração ainda estava acontecendo no Salão Comunal da Grifinória. Os alunos estavam, consideravelmente, mais animados quando comparados ao início daquela festa. Assim, uma conversação já começava a predominar entre os estudantes.

Hermione estava sentada em uma das poltronas com um dos livros nas mãos. Enquanto aproveitava o tempo para fazer algum dever de casa.

A entrada do salão comunal abriu. Fred e Jorge entraram, foram até uma mesa e nela começaram a despejar os doces que conseguiram pegar na cozinha da escola. Os colegas ficaram felizes com aquilo; alguns perguntavam o motivo deles terem demorado para pegar as guloseimas.

Ron estava alegremente participando da comemoração. Tendo alguns instantes para conseguir esquecer-se um pouco de todos os problemas que estava enfrentando. Um sentimento que durou por mais um tempo considerável até que ele fora chamado por Fred e Jorge que falaram que precisavam conversar com ele. Assim, Ron seguiu os irmãos mais velhos, indo os três para algum lugar reservado.

Eles caminhando em silêncio enquanto iam para a sala onde aconteceria a conversa. Ron, constantemente, olhava ao redor para ver se não tinha ninguém os espionando. Desejava que nenhum aluno acabasse ouvindo a conversa dele ou mesmo que aquela alma que habitava a pelúcia de Bonnie não ficasse observando-os invisível para depois relatar tudo a Harry.

Eles pararam num corredor que estava vazio, entrando numa sala vazia.

"Sobre o que vocês querem conversar?"

"É sobre um presente que decidimos que deveríamos dar a você." Começou Fred a explicar.

"Pode ser bem doloroso para nós fazer isso." Continuava Jorge. "Contudo, percebemos que você precisará mais dele…"

Ron ficou olhando para os irmãos. No fundo, perguntava a si mesmo se os gêmeos descobriram algo que teria relação com ele. Algo preocupante ao ponto de eles decidirem dar de presente que era extremamente importante para eles.

Fred fez um gesto para o irmão que tirou algo do bolso e deu para Ron. Era um pedaço de pergaminho. O desdobrou, percebendo que o interior dele era dividido em várias camadas, tendo várias partes dobradas. Contudo, não tinha nada escrito nele.

"HA-HA… muito engraçado…" Dizia Ron olhando para os gêmeos.

"Jorge, explica a história para ele."

Durante alguns instantes, os gêmeos foram contando a história de como conseguiram tal pergaminho. Contando todos os eventos que ocorreram durante o primeiro ano deles em Hogwarts.

"O que ele faz afinal?"

Um dos gêmeos ajustou o mapa fazendo-o ficar da mesma forma que estava quando o entregaram para o irmão mais novo. Assim Jorge encostou a varinha no pergaminho, falando 'Juro solenemente que não farei nada de bom.',

Ron abriu a boca assim que viu que o pergaminho estava mudando. Logo na parte da frente dele surgiu o que seria uma introdução. Toda ela escrita num tom de vinho. 'Aluado, Rabicho, Amolfadinhas e Pontas tem o prazer de apresentar o Mapa do Maroto'. Imediatamente, Ron voltou a olhar o interior, logo percebendo ter o que deveria ser o mapa de toda a escola.

"Então assim que o Filch não conseguiu pegar vocês dois?"

"Exatamente."

Os gêmeos começaram a dar uma explicação para o irmão de como funcionava o mapa. Mostraram como que as pessoas como os nomes apareciam e como a localização delas eram marcadas pelas pegadas. Informaram que não somente os bruxos apareceriam, como também, poltergeist, animais e fantasmas. Ao ouvir esse último, Ron imaginou que, com isso, poderia saber quando o tal de Ray estaria espionando-o.

A conversa foi perdurando por mais alguns instantes até que chegou perto do final quando fora demonstrado como deveria fazer com que voltasse a aparentar ser um simples pergaminho normal.

Após se despedir dos gêmeos, Ron decidiu que deveria utilizar o mapa para verificar a respeito do 'fantasminha' que poderia estar bisbilhotando-o. Ele fez o procedimento para fazer o mapa aparecer, demorando algum tempo até conseguir localizar onde ele se encontrava. Após isso começou a olhar os arredores, conseguindo encontrar o que deveria estar procurando.

Perto do corredor em que encontrava, conseguiu encontrar o nome relacionado com o que fora mencionado pelo Harry na quinta-feira. No mapa, estava marcado o nome 'Rayner Hare'.

"Então 'Ray' era apenas um apelido." Pensou Ron, observando. Suspeitava de que tal pessoa teria escutado algo.

Ron desfez o mapa antes de guardá-lo no bolso. Conversaria com Hermione mais tarde.

Demorou algum tempo até que a comemoração tivesse realmente terminado. Seria de noite quando os estudantes foram deitando-se, estando eles cansados do dia que tiveram. Esse seria o momento em que Ron viu que deveria usar para conseguir falar com Hermione.

A conversa foi acontecendo pacificamente, tendo a bruxa cismado que o amigo não deveria ficar com ele, afirmando que ele deveria entrega-lo para a professora Minerva, o que o outro recusou prontamente.

"Ron, temos o problema de o Sirius Black estar à solta pelo castelo, se esse objeto acabar caindo nas mãos dele… Como também poderia cair nas mãos de alguns dos alunos que poderiam levá-lo para aquele bruxo." Falava Hermione preocupada. "Além disso, não tenho muita certeza se ele acabará nos ajudando com o problema que estamos enfrentando…"

"Por quê?"

"Ron, será mesmo que os nomes e as localizações dos robôs vão aparecer no mapa?" Questionou a bruxa. "Você procurou algum deles?"

Ron percebeu que, realmente, ele não procurara nenhum daqueles estudantes. Ele colocou o pergaminho sobre o colo, fazendo o mapa aparecer. Durante algum tempo ficou tentando encontrar os nomes dos estudantes que eles sabiam serem estranhos e pertenciam a Grifinória. Primeiro foi no quarto do terceiro ano, imediatamente o bruxo percebeu que onde seria a cama de Harry, não tinha nada indicando. Ele olhou nos outros quartos, nos quais estariam Colin, Fay e outros, não tinha nome, nem mesmo pegadas indicando tais estudantes.

"Realmente…" Disse Ron. "De qualquer forma ficarei com ele."

Hermione balançou a cabeça, ainda acreditando que não seria certo eles ficarem com tal objeto.

Um pouco mais tarde, Ron estava indo deitar-se. Guardou o mapa no malão dele. Weasley deu uma olhada em Harry, percebendo que algo estava diferente no colega naquela noite. Aparentemente, ele realmente estava dormindo. Depois de tantas noites em claro, acabou cedendo ao sono.

"Espero que amanhã as coisas sejam tranquilas." Pensou Ron, deitando-se na cama.