O corredor estava vazio. Um local que Harry e Kyle conseguiram encontrar após alguns minutos caminhando. O que eles mais queriam era um lugar reservado para conseguirem fazer o que estavam pretendendo com relativa calma; não querendo se preocupar em ter algum ouvinte indesejado como também não queriam acabar se encontrando com o Pirraça - fazendo com que eles torcessem para que o poltergeist se encontrasse em outro canto do castelo.

Além disso, também desejavam que determinados professores não decidissem ir para tal lugar onde se encontravam. Principalmente o que lhe dariam problemas, tanto para eles como também, talvez, para as suas respectivas casas.

Aquele era um horário razoavelmente bom. Não poderiam deixar para mais tarde, mesmo que eles soubessem que não teriam problemas com os novos guardas ou mesmo com o zelador e a gata desse. No entanto, um dos dois conseguiu convencer que deveriam evitar tal horário.

Um encontro que haviam decido fazer havia alguns dias. Sempre Potter comentando que não poderia esperar mais para que uma tentativa fosse feita.

"Vamos."

Harry pegou o pergaminho que colocara no bolso. Fez o procedimento enquanto Kyle aproximava-se, olhando com atenção. Estava demonstrando grande admiração com objeto mágico, ao ponto de Potter imaginar que o colegar iria querer saber sobre os feitiços usados na fabricação.

Quando ele abriu o pergaminho, o outro ficou sobressaltado. "Demoraremos uma eternidade até conseguirmos encontrar."

"Que escolha temos?" Harry questionou.

Kyle permaneceu em silêncio. Simplesmente deveriam olhar, ou tentar olhar, cada um dos detalhes nas mais diversas camadas presentes naquele pergaminho tão precioso. O que foi levando algum tempo até que os dois começassem perceber que algo anormal estava acontecendo. Algo que, possivelmente, os antigos donos não perceberam.

"Tem algo muito errado acontecendo..." Comentou Kyle durante a árdua procura que estavam fazendo. "Por que está aparentando que o nome não está aparecendo?"

De fato, aquilo estava acontecendo. Olharam mais atentamente para o mapa. Não estavam conseguindo compreender o que estava acontecendo. Pensavam que algum nome deveria estar aparecendo. Somente acharam o nome dos alunos, dos professores, do zelador, de Madame Norra, dos fantasmas e do poltergeist. Os dois jovens bruxos estavam vendo que o objeto não seria útil para eles, como também não fora útil para Ron.

Harry se pergunta se era impressão dele ou as expectativas e esperanças não estavam durando tanto.

Uma busca que foi prosseguindo até que a atenção deles voltou-se para o corredor onde estavam. Conseguiram encontrar o nome que estavam usando como referência. Logo perceberam que eles estavam encrencados.

Somente deu tempo deles de desfazerem o mapa.

"Sr. Potter e sr. Hammond." Dizia Snape enquanto olhava para os dois estudantes que estavam diantes dele. A atenção do professor voltou-se para o objeto que ambos estavam segurando. "O que é isso que os senhores estão segurando?"

"Um pergaminho, professor." Respondeu Kyle. Ele também estava sentindo medo por estar na presença daquela pessoa. Sentimento esse que estava sendo compartilhado pelo outro.

O professor ficou olhando para o pedaço de pergaminho. Os estudantes imaginavam que ele estava desconfiando. Contudo, eles sabiam que o professor não teria como confirmar alguma coisa usando os mesmos meios que teria utilizado para conseguir informação de outros alunos. O que poderia deixar o educador irritado.

"Por que precisam de um pergaminho tão precário?" Questionava Snape, ainda olhando para o objeto. "De onde conseguiram-no?"

"Foi um presente que recebi do Ron, senhor..." Mentiu Harry.

Snape sorriu. "Mesmo? Então, os dois fizeram as pazes após tanto tempo que ficaram separados?"

O silêncio permaneceu no corredor por alguns instantes.

"Ele já está muito desgastado." Comentou o professor maliciosamente. "Por que ficam guardando-o, mesmo neste estado lamentável?"

Os dois jovens bruxos olhavam tensos para a figura. Um sentimento que aumentou quando esse fez a pergunta. "O que esse pergaminho faz?"

"Nada, senhor." Harry respondeu rapidamente.

"Não minta para mim, Potter!" Snape elevou a voz. Os alunos deram alguns passos para trás. Seus rostos ficaram levemente mais pálidos. "Esse pergaminho deve fazer algo! Caso contrário, não iriam mantê-lo!"

Os dois jovens bruxos se mantinham em silêncio. Que história poderiam inventar? Mesmo que conseguissem, o professor não acreditaria. Sabiam que ele era muito inteligente... um dos poucos que conseguira desconfiar de algo... o mais surpreendente, que isso fora desde as primeiras aulas da matéria dele. Tudo por conta de uma habilidade, que eles não sabiam muito a respeito.

"Deixe-me ver."

Harry ergueu o pergaminho. Snape pegou a varinha e fez algumas tentativas para que alguma coisa aparecesse nesse pergaminho. O que acabou acontecendo quando se revelou quem era. Nesse ponto, algumas coisas apareceram escritas. Todas eram provocações dirigidas ao professor, como se fossem os membros dos Marotos falando para Snape.

O Mestre de Poções ficou olhando para o pergaminho. Enquanto os estudantes também faziam o mesmo. Esses estavam tomados pelo medo. Imaginavam como seria a reação que o professor. Desejando que não fosse a mesma daquela pessoa.

"Venham para a minha sala."


Os dois alunos ficaram em silêncio enquanto estavam na sala dos professores. Imaginavam que seriam ameaçados ou interrogados naquele momento.

Situação que realmente aconteceu. O professor estava querendo saber a respeito de quem foram os responsáveis por furtarem os ingredientes, ingredientes esses que foram usados para propósitos criminosos. Harry e Kyle respondiam às perguntas, o professor olhava, desconfiando que eles estavam mentindo ou ocultando algo para não entregar algum aluno; ele demonstrava irritação durante o interrogatório. Em determinado momento, ele gritou, exigindo que eles falassem a verdade, retirando pontos, tanto da Grifinória quanto da Corvinal.

Quando isso terminou, o professor caminhando em direção da lareira. Os dois androides ficaram observando o professor enquanto o mesmo utilizava o pó de flur para conseguir conversar com Remo Lupin, falando que eles precisavam conversar. Não demorou muito para que o Lupin estivessem ali.

Uma conversa foi acontecendo entre eles. O que os estudantes foram acompanhados, prestando atenção no comportamento dos professores. Percebendo haver algo anormal no do Remo, como se ele estivesse receoso em relação ao pergaminho. Fazendo com que Harry pergunta-se qual poderia ser a relação que ele teria com os Marotos? Qual seria a época que eles estudaram? Somente sabiam que Snape e Lupin poderiam ser da mesma época; julgando pelas aparências, a diferença de idade não deveria ser tanta.

Quando a discussão terminou, Snape tentou pegar o pergaminho do outro que logo o afastou para impedir que aquilo acontecesse. O Mestre de Poções saiu irritado naquela sala, dando uma olhada para os dois estudantes.

Harry e Kyle ainda estavam tensos. Sentiam que seriam interrogados pelo professor de Defesa contra a Arte das Trevas. Muito provavelmente sobre o Mapa. Uma história que não poderiam contar para ele.

"Professor, o senhor conheceu os fabricantes desse mapa?"

"Sim. Me encontrei com eles algumas vezes." Depois disso, o assunto ficou sério."De qualquer forma, vocês deveriam tê-lo entregue para um responsável." Lupin censurava os alunos. "Um objeto como esse é muito perigoso. O que poderia acontecer caso ele acabasse caindo nas mãos de Sirius Black?"

"Seria uma tragédia..." Kyle comentava, sem olhar para o colega ao lado. "A vida de Harry estaria em perigo..."

"Certamente... isso acabaria sendo um grande desrespeito pelos que os seus pais fizeram." Comentava Remo seriamente, olhando para Harry. "Eles se sacrificaram por você... não deveria estar agindo dessa maneira."

Harry concordou com a cabeça.


"O que você acha, Harry?" Perguntava Kyle enquanto caminhavam. Tomavam certo cuidado para que ninguém ouvisse a conversa que estavam tendo.

"Parecia que ele estava mentindo, mas não completamente..." Comentava Harry. "Sim, ele conheceu os membros desse grupo… não apenas tendo se encontrado com eles algumas vezes."

"Ele seria um dos quatro membros?" Questionou Kyle. "Caso Snape conhecer esses bruxos, poderia explicar mais o ódio que ele estava tendo desse novo professor... um ódio que não seria apenas por estar ocupando um cargo que ele tanto almeja."

"Há grandes chances de ter sido isso..." Harry comentou e ficou em silêncio durante alguns instantes. "Imagino que tenho uma sugestão de quem Lupin poderia ter sido..."

"Sim..." Kyle logo entendeu o que outro queria dizer. "O nome 'Aluado' em relação com 'lua' e o professor é um lobisomem."

"Exatamente." Harry disse.

Os dois continuaram conversando por algum tempo até que se despediram. Kyle afastou-se, indo em direção de onde ficava a torre da Corvinal.

Harry decidiu que também deveria voltar para a sala comunal. O garoto virou-se, vendo estar na frente de outra pessoa.

"Ron..."


"O que o Ron foi fazer?" Perguntou Gina.

"Deve ser que ele quer conversar com Harry." Comentou Hermione. Uma ideia que a deixava um pouco preocupada. Sendo o problema principal não o robô que fingia ser Potter, mas os outros que não fossem esse ou Kyle.

"O Ron, provavelmente, ficará sabendo de algumas informações diretamente dos transmutadores." Luna disse, aparentando estar um pouco distante.

Por algum tempo, o tema da conversa mudou para as aulas. Gina comentando que precisaria obter anotações para Luna. Nesse momento a preocupação veio para Hermione. Em relação a maior parte das aulas, a solução não seria complicada. As coisas aconteceriam similares ao ano anterior. O principal problema seria em relação às matérias a mais que ela estava cursando naquele ano. Nenhum colega próximo dela estava frequentando tais aulas. Aparentemente, não tendo como receber os deveres de casa. Desejava que Ron ou o Harry conseguissem quem pudessem lhe emprestar as lições… sendo melhor o Potter, talvez, ele saberia muito melhor quem deveria evitar.


Ron foi acompanhando Harry. Esse concordara em explicar algumas coisas para ele. O que eles, obviamente, deveriam realizar com o máximo de cuidado. Ele e Hermione já estavam sendo caçados por conta do que já sabiam e, agora, com essa conversa, a situação se complicaria muito mais. O desespero daqueles estudantes seria maior como também as tentativas seriam mais drásticas. Esperava que, caso a escola tomassem medidas, que elas fossem eficazes contra essas pessoas.

Os dois foram caminhando enquanto observavam ao redor. Isso durou algum minuto até que foram para o local onde a conversa aconteceria. Eles entraram na sala, se acomodaram e Harry foi o primeiro a falar.

"Vamos começar com isso… Quando eu tiver respondendo, pode me repreender quando estiver falando de algum outros assunto, fugindo do que você está querendo saber sobre… posso acabar me empolgando um pouco…"

"Qual o seu verdadeiro nome?"

"Robô de Transfiguração e Camuflagem 92-07… ou simplesmente RTC 92-07…"

"Como você saber das coisas que aconteceram no passado do verdadeiro?"

"Isso faz parte da nossa programação… Temos uma cópia das memórias da pessoa que estamos nos passando como também acesso à aparência dela… Não me pergunte como isso é feito, pois, eu não sei."

"Não sabe?"

"Não… somente os que receberam treinamento especial poderiam dizer sobre isso… não teria como ter contato com essas pessoas no momento."

"Sobre o mapa…"

"Eu não peguei o mapa…" O olhar dele voltou-se rapidamente para a mochila. Fazendo com que Ron percebesse que realmente fora o Rayner. "Além disso, caso ele não tivesse pego, outro aluno teria… como tentaram fazer, durante a madrugada."

"Então aquela bagunça toda foi feita por outra pessoa… quem?"

"Colin Creevey…" Harry respondeu. "Não sei como obteve as informações… espero que não tenha envolvimento de um dos principais aliados dele."

"Como ele poderia saber que ganhei um presente?"

"Não sei se ele sabia sobre o presente ou se ele viu que o Colin deveria procurar algo no seu malão naquela madrugada…" Comentava Harry. "Bem provável que ele tenha tido alguma visão… ele faz isso com certa frequência."

Ron ficou pensando a respeito disso. Então, aquele assassino também teria a ajuda de um vidente para conseguir fazer as coisas? Seria daquele modo que ele conseguia ter facilidade de sequestrar as crianças? Com a ajuda das habilidades desse aliado, William conseguia aparecer no lugar certo, na hora certa para cometer o crime; sempre quando as crianças estivessem desacompanhadas dos responsáveis ou algum funcionário da empresa?

"Sobre o Mapa... estava querendo usar para encontrar o Perebas que, imagino, pode não ter saído do castelo... Hermione, provavelmente, não deve ter contado sobre as minhas suspeitas, afinal, ela acredita ser besteira... que não tem fundamento, afirmando que existem apenas sete animagos registrados no Ministério e que nenhum tem a forma de um rato. Contudo, ela não está contando que não é todo mundo que respeita a lei... que poderia existir algum animago ilegal."

"Está querendo me dizer que o Perebas é um animago ilegal?!" Ron perguntava, incrédulo. "Por que está acreditando nisso?! É um absurdo!"

"O pior de tudo é que pode não ser um absurdo. Um animago, mesmo que passe anos transformado, a expectativa de vida continua sendo a mesma de um ser humano. Perebas está vivo há, pelo menos, doze anos… esse rato viveria por três anos" Explicava Harry. "De qualquer forma, não consegui localizá-lo usando o mapa. Não. Nenhum de nós acabou tendo sorte com esse objeto, Ron."

"Onde está o mapa?"

Harry contou sobre o que acontecera ainda naquela tarde quando ele e Kyle tentaram usar tal objeto. Um evento que Ron ouvia, percebendo que o outro omitira alguma parte. Depois o bruxo ficou preocupado quando chegou na parte em que o objeto permaneceu na posse do professor Remo Lupin. O robô Potter logo tentou tranquilizá-lo, contando um pouco sobre o que ele e o Kyle teorizaram a respeito da relação que o professor teria com o grupo.

"Sobre o que mais você gostaria de falar, Ron?"

"Qual o seu objetivo?"

"Primeiramente tinha uma missão… depois, em Hogwarts, acabei recebendo outra que tem pontos conflitantes com a primeira. Com isso, constantemente, não sei muito bem o que devo fazer…" Admitia o robô. "Agora está mais fácil de cumprir algumas ordens devido à assimilação."

"O que é isso?" Perguntou Ron, sem entender o que ele estava querendo dizer.

"Muitas vezes, um RTC acaba assimilando algumas características da pessoa que ele está fingindo e determinados traços acabam passando a 'fazer parte' de sua personalidade. Assim, fica difícil de saber até que ponto é encenação ou não."

"No começo, era extremamente complicado de fingir ser o Harry, devido à forma com que ele trata as regras… o certo desprezo que ele tem com elas. Ter esse comportamento é difícil, ainda mais quando você vem de um lugar em que elas são tudo e segui-las é quase como uma forma de sobrevivência."

"Qual é a sua missão? O que você veio fazer, além de se passar pelo Harry?"

"Nos cansamos do tratamento que recebemos durante todos esses anos. Decidimos que não poderíamos, nem deveríamos tolerar mais o tratamento que recebemos do Mestre… deveríamos fazer algo para acabar com esse pesadelo que, aparentemente, nunca teria um fim."

"O que ele faz?"

"Fica exigindo uma conduta que fosse na linha… exigindo que, nas atividades, cumpríssemos exemplarmente por termos 'inteligência artificial'. Quando um robô cometia um erro, fracassava em uma missão, descumpria alguma regra ou quando ele estava muito irritado e precisava descontar em alguém, o pior acontecia. Ele torturava com choques e outras diversas formas de nos fazer sentir dor, humilhando e forçando a realizar outras tarefas extremamente desagradáveis… nos piores casos ele matava o robô ou utilizava o método de reciclagem.

"Ela consiste em destruir um robô e usar as peças dele para construir outro ou para consertar algum que estava danificado e fosse muito importante para os planos." Começou a explicar ao ver que o outro não estava compreendendo. "Algumas vezes, o método de destruição foi realizado com o robô ainda 'consciente'…"

Ron podia imaginar que aquele bruxo construíra os subordinados com algumas características, não apenas para eles poderem se passarem por humanos verdadeiros, mas para também poder ter o prazer doentio de provocar sofrimento neles. Conseguia ver que aquele bruxo maldito não teria feito os robôs sem a capacidade de sentir dor, pois, para aquele monstro, não teria nenhuma graça.

"Alguns robôs não foram construídos por ele e sim por outros robôs... contudo, mesmo assim, ele ainda se julgava como sendo um criador, de certa forma." Harry continuava falando. "O que acabou dando uma oportunidade para que alguns subordinados começassem a colocar o plano em prática."

"Os robôs são construídos já faz bastante tempo?"

"Desde a década de 50…" Ron ficou surpreso ao ouvir aquilo. "Contudo, são raros os que estão 'vivos' até agora. São pouquíssimos os que conseguiram passar todos esses anos sem recorrer à autodestruição."

"Robôs se mataram?" Ron ficou ainda mais assustado com a situação. O que robô Potter confirmou com a cabeça. O que fazia com que o jovem bruxo imaginasse como deveria ser a vida naqueles lugares.

Por conta de tudo isso, Weasley conseguiu compreender alguns dos comportamentos desse robô. "Por isso que você tem evitado dormir?" Ron perguntou. "Você fica tendo pesadelos com esses eventos que testemunhou ou ouviu de outros robôs."

"Sim... de qualquer forma, posso ficar algum tempo sem adormecer... depois, sou obrigado a passar pelo tormento de sonhar com ele." Respondeu Harry. "Ficar sem dormir por muito tempo pode acabar danificando os nossos sistemas."

Eventos que também explicavam o comportamento desse robô perante Snape. O modo que o professor usava para tratar os alunos seria, até certo ponto, similar ao que Afton fazia com seus subordinas. Possivelmente, tendo Snape falado algo parecido com que o bruxo das trevas falara.

"E o Kyle?" Ron perguntou. "Por que ele está ajudando?"

"O processo de assimilação dele foi maior e ele não só adquirir traços da personalidade do verdadeiro Kyle como também muitas das dores do passado dele. Provavelmente, isso aconteceu por conta de similaridades entre ele e o garoto. No casso do RTC, houve o fato que outro robô, quem ele considerava como um irmão, foi destruído como castigo." Contava Harry. "Já, em relação ao verdadeiro Kyle, a família do garoto, como também a vida dele, foi praticamente destruída por conta de terríveis eventos..."

"Ele me contou sobre as memórias… a família era composta por um casal e dois filhos: Kyle e seu irmão gêmeo não idêntico, Ryan. Esse irmão, caso tivesse vivo, estaria no sexto ano… ele nasceu no dia trinta e um de agosto e o Kyle em primeiro de setembro… eles teriam sido separados de turma por conta de trinta minutos."

"A primeira tragédia aconteceu quando eles tinham cerca de quatro anos… Os irmãos foram levados pelo pai, que era mecânico, para uma das pizzarias da Fazbear Entertainment… nesse dia, alguém fantasiado de Spring Bonnie apareceu e pegou Ryan, levando-o embora… o que o Kyle ficou assistindo, escondido."

"Anos mais tarde, devido às reclamações dos clientes sobre odor e presença de muco nos animatrônicos, o senhor Hammond foi mandado para averiguar o que estava acontecendo… Nesse dia, ele desapareceu, sem deixar rastros… O que aconteceu dois anos depois do sequestro do irmão."

"Mais recentemente, aconteceu outra tragédia, o único filho restante foi sequestrado e substituído por um robô." Ron completou o relato. Ele nem queria imaginar como seria a reação da mãe ao saber sobre esse evento. Nem como que ela poderia se recuperar e seguir a vida a partir daquele ponto.

"Exatamente."

"Sobre o Rayner… qual o objetivo dele?"

"Ele está bem dividido entre dois: conseguir cumprir a promessa que fez e de conseguir vingança contra a pessoa que o matou e, também, matou os colegas dele."

"Ele prometeu ao verdadeiro Harry que protegeria os amigos dele, caso algo acontecesse durante aquelas férias." Relatou o robô. Esse comentário deu uma sensação negativa ao Weasley. Era como se o melhor amigo dele tivesse tido um pressentimento que algo ruim aconteceria com ele durante a estadia no Caldeirão Furado; pressentimento que se concretizou.

"Ele fez essa promessa ao Harry. Já eu… prometi ao Ray que o ajudaria a cumprir essa promessa." Harry foi andando em direção da porta. "De qualquer forma, vocês precisam tomar cuidado… esse tormento demorará muito para terminar… isso se um dia terminar… Lembre-se Ron: Ele sempre volta .

Harry parou perto da porta, por alguns instantes. Parecia estar considerando alguma coisa. Ele virou-se para Ron. "Podemos fazer uma mudança nos planos? Poderíamos ir para a Sala de troféus e procurar o sobrenome Stone?"

"Podemos..."

"Pensando melhor, amanhã pode ser que tenha alguém nos esperando. Devem imaginar que iremos para a sala de troféus no dia seguinte."

"Vamos."


Os dois garotos procuraram nas folhas dos Monitores em busca de bruxos que tinham aquele sobrenome. A atenção dos dois grifinórios estava, completamente, voltada para as páginas que continham os nomes dos que já haviam ocupado tal cargo. Demorou-se até que encontraram um nome de um monitor que ocupou o cargo nos anos letivos de 1950 e 1951; nele estava indicando o nome de 'Dillan Stone'.

Quando procuraram mais, encontraram outros nomes relacionados. O primeiro era de um rapaz chamado: 'Liam Stone' que pertencera a Sonserina e ocupara tal cargo nos anos letivos de 1975 e 1976. O último fora uma aluna, Camille Stone, ela pertenceu à casa da Lufa-Lufa, uma atividade que realizou nos anos letivos de 1982 e 1983.

"Então, essa garota, assim como esse Liam, são filhos do primeiro bruxo." Comentou Harry. "A pessoa que estamos procurando é o pai: Dillan Stone."

Ron pensou que isso significaria que esse Stone havia sido colega tando de William quanto de Henry; tendo ele pertencido a mesma casa que o senhor Emily; sendo uma surpresa para Weasley ver um bruxo das trevas que teria pertencido à casa do texugo. A diferença de anos não era muito grande. O que fazia com que o jovem bruxo imaginasse que a aliança entre os dois já começara cedo."

"Seria bom se tivesse algum filho dele que ainda estivesse em Hogwarts." Lamentou Harry, em voz baixa. "Comentavam que ele reclamava, algumas vezes, dos filhos. Reclamava do fato deles não estarem seguindo os passos dele ou ajudando-o de algum modo."

Ron sentiu repulsa. O cara queria que os filhos também fossem criminosos? Também fossem responsáveis por ajudar no sequestro de crianças para experimentos de um cientista maluco?

"Bem provável que outros filhos não ocuparam nenhum dos cargos." Comentou Harry. "De qualquer forma, esse Stone seria perigoso para nós por conta das habilidades. Espero que ele não tenha nenhuma visão a respeito de nós."

Um arrepio percorreu o corpo de Ron. Esse Dillan Stone era o vidente que Harry havia mencionado naquela conversa que tiveram havia pouco tempo? Via que a situação era desesperadora. Um vidente que, provavelmente, poderia aparecer em Hogwarts, assim como o tal Edward poderia fazer. Uma situação que ele desejava, com todas as forças, que não acontecesse. Caso contrário, tal animatrônico tentaria, pessoalmente, fazer algo contra eles.


Os alunos presentes na ala hospitalar estavam conversando. Uma colaboração estava acontecendo entre eles. Todos tentando ligar os pontos, relacionando aquelas tentativas de envenenamento com alguns eventos que aconteceram recentemente. Saber sobre como as coisas ocorreram naqueles poucos dias.

"Deve ter relação" falava Hermione "com os eventos que ocorreram na aula de adivinhação… isso seria o início de todo o plano."

"Foi muito pouco tempo antes do furto que ocorreu no estoque de Snape." Comentou Gina. "Ingredientes que foram utilizados na fabricação do veneno."

"Eles não tiveram alguma ajuda na fabricação desse veneno?" Questionou Luna.

"Algum aluno mais velho deve estar envolvido." Comentou Hermione. "Ajudaram os alunos envolvidos para conseguirem a fabricação do veneno."

"Sorte que conseguimos ter os primeiros socorros a tempo." Comentou Gina. Mal queria imaginar o que poderia ter acontecido com elas caso não tivessem pessoas com bezoares. Acontecimento esse que teria um enorme impacto negativo na escola, correndo enorme risco de a mesma ser fechada por ser considerada muito perigosa. Seriam forçados a frequentar alguma das pequenas escolas que existiam e poucos sabiam por conta da fama unânime de Hogwarts como sendo uma das melhores.

Os estudantes continuaram conversando por algum tempo até que tiveram que se despedir.