"Ela conseguiu..." Afton dizia, mexendo uma caneta com a mão esquerda. Já escrevera muitas anotações sobre o que acontecera durante aquele pesadelo. Tinha melhor conhecimento sobre o que precisava ser feito, sobre quais mudanças que seriam necessárias para a última noite. Sabendo sobre o comportamento da cobaia, assim como as coisas que poderiam atrapalhá-la ao ponto de facilitar que a derrotar acontecesse. "Em mais de um momento, caso ela demorasse mais dois segundos, o Nightmare teria conseguido matá-la."

Andrew via que, com o passar das horas, o Mestre tinha se acalmado... o que acontecera naquela tarde, envolvendo aquele aluno arrogante e insuportável da Sonserina o havia deixado enfurecido. Não importava quantos anos tinham se passado, ele perdia os nervos quando alguém o insultava com aquele determinado insulto. Andy considerava que Ashton fora muita sorte quando fora designado para enviar a mensagem sobre o evento, uma atividade que muitos estariam evitando a todo custo. O mensageiro não encontrou nenhum final trágico, ele conseguiu se proteger de uma xícara atirada em sua direção, usando a prancheta. No final da conversa, ele fora enviado para dar um recado para equipe se preparar o mais rápido possível para realizarem uma atividade que não estava programada, até aquele momento.

"Essa manhã será muito movimentada, Andy." William colocava a caneta sobre a mesa e pegava o papel. "Primeiro precisamos resolver o problema do Molten Freddy que anda muito agressivo, depois precisamos revolver as mudanças envolvendo os pesadelos e por fim, seremos informados dos resultados do ataque que aconteceu na madrugada."

Ele empurrou a cadeira. Precisavam ir para a sala na qual aquele amalgamo estava trancado. Um local longe dos outros animatrônicos, especialmente os que tinham relação com a Puppet. Lugar escolhido por medida de segurança como também a pedido do próprio Molten. Ele estava temendo que eles pudessem reconhecê-lo, de algum modo. Uma realidade que não seria muito absurda, considerando os relatos de alguns testes que fizeram com animatrônicos, mencionando o nome de um garoto que desaparecera havia alguns anos; eles ficavam irritados e um pouco agressivos quando ouviam tal nome. Assim, quando falavam desse amalgamo, chamavam-no por 'Molten Freddy'. Andrew gostaria de saber o que acontecera para tal nome fosse dado, além do fato de distingui-lo dos outros animatrônicos que também se chamavam Freddy.

Afton começou a caminhar e saiu para o corredor. Andy acompanhava-o. Ter de ir para tal sala ainda o deixava apreensivo. Não somente pelo animatrônico em si como também pelo comportamento de outros subordinados que não estavam lhe deixando escolher, pressionando de modo que o deixava com muito medo. Especialmente quando envolvia o robô novato…

Já em relação ao Molten Freddy, eles já sabiam qual seria o motivo de tal comportamento, agredindo e atacando muitos subalternos. Ele estava inconformado com a decisão que Afton tomara, tendo consertado um endoesqueleto que haviam ignorado por anos, sempre ficando largado e abandonado no laboratório onde ficavam os Funtime animatrônicos. Após receber a nova aparência, Yenndo foi renomeado para 'Novo Freddy'. Ainda naquela semana, o animatrônico conseguiu trazer uma criança. Ele a matara brutalmente. Segundo alguns dados, ela fora cozinhada viva dentro do animatrônico.

O Novo Freddy escolhe o modo que mata as suas vítimas. Algo que Funtime Freddy já não fazia. Ele realizava um 'jogo de escolhas' no qual a vítima era obrigada a escolher o modo com que seria morta; uma morte que demorava a ocorrer, pois, tal cena era feita como se tudo fosse um grande espetáculo.

Eram animatrônicos muito parecidos, ao mesmo tempo que eram bem diferentes. Seja na aparência como também nos comportamentos. Nenhuma coincidência, afinal, o animatrônico fora consertado para ficar o mais parecido com o Funtime Freddy original.

Eles seriam descritos como dois ursos brancos, com detalhes de outras colorações. Novo Freddy, tinha os detalhes pintados de um roxo vivo enquanto os do Funtime Freddy coloridos de duas cores: a maior parte era de um rosa enquanto outras - principalmente das articulações do joelho - eram roxas. Os olhos do primeiro são amarelos enquanto os do segundo eram azuis. O Novo Freddy possui ambas as mãos, enquanto o Funtime Freddy possuía apenas a mão esquerda, a outra fora substituída por uma marionete de mão, o pequeno Bon-Non.

O corredor tinha a presença de poucas salas. Cerca de sete porta e na sétima era que estava o animatrônico que iriam encontrar. Uma das salas cujo vidro era o mais grosso, assim como o de Mangle, por conta de algumas particularidades do contido. Uma sala que era uma das mais fortemente vigiadas por temerem que uma quebra de contenção acontecesse.

A porta de abriu e rapidamente foram recebidos com a risada do animatrônico. Os dois olharam para cima, vendo que ele estava no teto. Um dos poucos que conseguia escalar a parede. O corpo inteiro era composto dos fios que foram outrora os endoesqueletos dos animatrônicos cujos restos foram encontrados recentemente, tendo a presença de olhos pelo corpo. No rosto tinha apenas um, do lado esquerdo, que mudava de cor conforme a emoção que sentia. Ele usava uma máscara de metal, parecida com a anterior, tendo a presença de cartola marrom, como também fileiras de dentes pontiagudos. Estando ela suja e enferrujada.

"Finalmente você apareceu!" Ele gritava, como sempre. Um animatrônico que, aparentemente, quase nunca conseguia falar sem estar gritando. Uma característica que ele manteve, mesmo após ter perdido o alto-falante.

Andrew mantinha-se um pouco afastado. Temia o rumo que aquela conversa podia acabar levando. Ele era o que mais estava correndo perigo. O Mestre conseguia se manter em segurança seja com uso de feitiços ou usando o seu acompanhante como isca para distrair o animatrônico. Por conta disso, o robô mantinha as mãos nos bolsos.

"Qual o motivo de tanta comoção, Freddy?"

O animatrônico riu, indo em direção do chão. "Seria melhor você não SE DE FAZER DE DESENTENDIDO!" O tom dele se elevava ainda mais durante algumas partes. O olho do rosto mudava de laranja para vermelho nesses momentos. "Sei muito bem que o senhor vem me SUBSTITUINDO, USANDO AQUELA CÓPIA FAJUTA QUE VOCÊ CRIOU RECENTEMENTE!"

"O Novo Freddy..." Afton repetiu o nome do substituto, deixando Molten mais irritado. "Ele vem realizando um trabalho satisfatório."

"Depois de TODOS ESSES ANOS que tive te ajudando! AQUELAS CRIANÇAS! A CHARLIE! AJUDEI-O PARA QUÊ?! SER JOGADO DE LADO E TRATADO COMO UMA MERA COBAIA!"

"Você deveria ter pensado melhor antes de ter arruinado a sua própria vida, Alfred." Afton falava seriamente. "Deveria ter pensado melhor na época em que você e seu amiguinho, Bon-Bon, ajudaram nos planos de fuga do subterrâneo. Gerando muitos problemas. Primeiros foram os vizinhos que conseguiram ver as consequências do plano ' genial' de usarem aquele disfarce humano… pessoas essas que tivemos de alterar as memórias. Depois foram suas atitudes após terem expulsado Circus Baby e você ter assumido o controle e feito aquelas mortes sem qualquer planejamento. O que acabou gerando problemas que tivemos de enfrentar devido ao Ministério da Magia desconfiava de algo estranho estava acontecendo, afinal, as mortes das crianças, noticiadas nos jornais trouxas, estavam muito suspeitas; certamente, algum membro do Ministério conseguiu teorizar que seria obra de alguma criatura criada por algum bruxo que teria violado a Proibição de Criar Animais Experimentalmente."

Molten Freddy soltava uns sons enquanto encarava o bruxo. Andrew pressentia que ele poderia tentar algum ataque a qualquer momento. O que não estava intimidando o outro que voltou a falar. Andrew percebeu que o Mestre estava com a mão esquerda no bolso da calça, certamente estaria segurando a varinha. "Muito lamentável que você, o animatrônico perfeito, acabou sendo um dos colaboradores desse plano ridículo que Elizabeth teve. Bessy acreditar que eu a perdoei pelo que fez naquela época. Um grande erro."

"Enquanto a você, deveria fazer com que a Puppet descobrisse sobre quem é você... ela lembraria com clareza daquele garoto e teria a alegria de poder te atacar antes de vir atrás de mim... outros animatrônicos também iriam querer a sua cabeça, Freddy." William sorriu com tal afirmação, fazendo com que o animatrônico soltasse um grunhido. "Eles foram informados sobre o que você fizera... tanto pelos comentários da Puppet quanto pela Susie que ficou observando as atitudes criminosas que aconteceram na Fazbear após a morte e alma dela possuir Chica. Tenho certeza que você, Molten Freddy, seria uma exceção às duas regras que eles obedecem seriamente... o mesmo valendo para Baby."

"Eu a tenho como inimiga..." Molten Freddy começou a gargalhar. "Ela ainda não é nada perto do que você tem a enfrentar, senhor Afton. Cassidy e aquele garoto Andrew. A marionete perto desses dois, mesmo no estado mais agressivo, aparenta ser um anjinho."

"Vamos, Andy." William ignorou completamente aquele comentário. Esse subordinado conseguia imaginar que, naquele dia, aconteceria mais uma sessão de choque... dessa vez com o Molten Freddy.

Quando fecharam e trancaram a pesada porta de metal, conseguiam ouvir barulhos. O animatrônico disparara em direção dela e agora batia no metal com força enquanto gritava, soltando os mais diversos palavrões.

"Uma sessão de terapia acontecerá com ele, hoje de tarde." Comentou William enquanto caminhavam em direção da sala dos responsáveis pelos pesadelos. Uma reunião de demorar-se-ia um tempo considerável.

No meio do corredor, os dois foram parados por um subordinado. Um que era conhecido por manter uma coleção de insetos. Ele estava segurando um vidro que continha um besouro grande o qual estava sobre algumas folhas.

"Qual o motivo de ter me aparecido aqui com esse inseto? Alguma novidade sobre ele?" O Mestre perguntou, levemente irritado.

O subordinado logo começou a relatar sobre o que ele percebera sobre o inseto, o animal que recebera recentemente. Descreveu e admitiu suas suspeitas a respeito da natureza do animal. Um assunto que foi deixando Afton interessado, principalmente quando foi descrito o comportamento anormal do inseto e de algumas características sugestivas, como a marca ao redor das anteninhas.

"De fato, muito interessante. Já imagino sobre o que se trata." Ele dizia, analisando o animal. "A confirmação virá ainda nessa semana. Precisamos que alguém fique de olho nas edições futuras do Profeta Diário."

Um animal que seria algo muito valioso para ele. Uma cobaia que receberia um tratamento especial em comparação às demais. Sabendo, também, que, cedo ou tarde, a morte aconteceria. Sendo tudo parte de algum experimento.

"Mantenha o besouro alimentado e tome cuidado para que não seja esmagado ou morto de outra forma." Afton advertia. "Não podemos perdê-lo e muito menos deixar que ele escape com vida desse laboratório."

"Sim, senhor."

Quando William entrou na sala, os presentes ali pararam de falar. Os olhares voltaram-se para aquela figura. Não era complicado de notar a presença dele, o homem se destacava por conta da altura. Era o mais alto naquela sala. Ele foi caminhando em direção do responsável daquela equipe.

"Bom dia, Mestre…" Cumprimentou, virando a cadeira. "Mais alguma mudança, senhor?"

Afton sorriu. "Lembra da época dos experimentos envolvendo o Nightmarionne? Qual era a taxa de sobrevivências das cobaias?"

"Aparentemente, apenas vinte por cento delas conseguiam escapar da morte. Cerca dez por cento conseguiam escapar vivos e inteiros, sem ter nenhuma parte do corpo danifica ou mutilada pelo monstro." Respondeu o responsável. Ele tinha uma boa memória com números e outros assuntos relacionados com os experimentos.

"Já tenho uma ideia de quais mudanças poderão ser realizadas para a próxima noite que acontecerá, segundo o que pretendo, numa sexta-feira. Um momento que será o desespero de muitos estudantes."

"Um cenário possível de acontecer, Mestre… conhecendo bem esse Nightmare…"

"Primeiramente, precisamos modificar o comportamento do Nightmarionne para ele ficar parecido com que acontecia com as cobaias nos experimentos que ocorrera há alguns anos."

Andrew lembrava-se de como descreviam o comportamento do animatrônico. Tendo uma inteligência artificial bem avançada, causando as maiores dores de cabeça e sofrimento das cobaias. Sabia que os estudantes teriam muitos problemas para conseguirem passar dessa quinta noite. Já poderiam imaginar quais seriam os resultados disso tudo. Uma situação que William gostaria de assistir, principalmente quando o lugar fosse coberto pelas entranhas da cobaia. Um cenário parecido com que era descrito em relatórios, com a única diferença que não era necessário limpar o local do experimento.

"Além disso, deseja realizar outra mudança, senhor?"

"Sim."

Quando o Mestre foi descrevendo a mudança que seria principal, o pânico estava tomando conta de Andy. Aquela era a pior parte do que estava sendo planejado. O desespero não seria apenas dos alunos como também do corpo docente de Hogwarts.

Andrew também estava preocupado com as consequências dessa mudança, o que acabaria gerando problemas para eles.

Teria passado cerca de cinquenta minutos quando eles saíram dessa sala e foram para onde ficavam os responsáveis pelos monstros. Uma sala onde Elizabeth não era permitida de entrar, medida que deixou os subalternos aliviados. Nenhum deles queria ver aquela animatrônica nem cedo, nem tarde.

"O ataque fora realizado?"

"Sim, senhor... O cenário foi um monstro contra três estudantes... todos eles da mesma turma, terceiro ano."

"Como foram os resultados?"

O subalteno respirou fundo antes de começar a contar sobre o que acontecera naquela madrugada.


Molten Freddy afastou-se da porta e foi para o meio da sala. Ele olhou para a janela que dava para onde ficava o responsável por vigiá-lo. Desejava, com todas forçar, conseguir quebrar o vidro e fazer aquele robô em pedaços. Depois, fugir e causar o maior caos.

Caos esse que o divertiria muito. Era indiferente com as consequências causadas para aquele lugar. Não tinha conexão com ninguém dali. Somente precisava evitar a Puppet e os aliados dela e tudo estaria tranquilo. Com isso, ele poderia fazer com que aquele miserável se arrependesse amargamente por tê-lo deixado de lado, por tê-lo abandonado naquela sala enquanto usava um sósia idiota.

"Preciso fazer algo a respeito dele!" Molten Freddy socou o chão, gritando. Uma das maiores prioridades após escapar de sua contenção seria encontrar esse Novo Freddy e transformá-lo em uma pilha de sucata. Deixando-o num estado lastimável e extremamente deplorável. Caso alguém o visse, seria incapaz de dizer que aquele animatrônico fora consertado; estando, nesse novo estado, além de qualquer salvação. Uma ideia que fazia com que o animatrônico dê-se algumas risadas estridentes.

Os pensamentos foram interrompidos pelo barulho da porta de entrada se abrindo. Quem poderia ser que estava fazendo uma visita? A pessoa entrou, fechando a porta logo em seguida. O olhar de Molten Freddy voltou-se para o recém-chegado. Percebeu que se tratava de um rosto novo. Um subalterno que não vira antes. Um novato. Alguém que Molten Freddy gostaria de estraçalhar. Considerando a chegada desse subalterno como um presente inesperado… um presente que ele saborearia com muito prazer.

"Olha o que temos aqui! UM NOVO AMIGO!" O Animatrônico gritou, começando a disparar na direção do subalterno.

"Molten Freddy, preciso falar com você..." Bernon disse, apontando a varinha para o animatrônico. O novato olhou para o segurança que observava tudo. Esse teria feito as medidas para que as coisas saíssem como o planejado. Depois sua atenção voltou-se para o animatrônico que o encarava, esperando que falasse. "Queria pedir a sua colaboração em um plano muito importante."

O animatrônico riu, interessado. Ficou parado, encarando aquela figura. Freddy imaginava quais poderiam ser as consequências geradas, somente imaginando que seria o caos que tanto estava desejando causar. "Ajudarei a fazer esse tal 'plano importante', contudo a minha ajuda não será completamente de graça. Farei algumas exigências que você cumprir. Entendido?"

"Sim."