Cinco alunos estavam sentados em dois dos sofás da sala comunal, conversando tranquilamente. A sala era um pouco escura, sendo iluminada pelos archotes nas paredes como também pela luz esverdeada que entrava pela janela que dava para o lago. Eram atraiam a atenção de alguns estudantes. Eles gostavam de ficar observando através do vidro. Constantemente, podiam observar a lula gigante passando como também algum outro ser que morava no lago.

Uma atividade que Daco Malfoy considerava como perda de tempo. Ele tinha outras coisas para tratar. Naquele ano, as coisas estavam acontecendo de modo, fazendo com que muitos reclamassem sobre o clima pesado que estava presente na escola. Ninguém poderia imaginar que a escola fosse alvo de um criminoso; um que Malfoy via que não tinha relação com os Comensais da Morte e o Voldemort. Ao mesmo tempo que tinha a presença de Black que fugira recentemente e também tinha a escola como alvo.

Ele estava sentado no lugar do meio. Nas extremidades, estavam sentados Crabbe e Goyle, uma dupla que quase sempre estaria presente. Pessoas as quais Malfoy considerava como sendo úteis pela força física, apesar da falta de inteligência que os acometia. Fato que ele poderia imaginar que seria comentado na escola, precisando que Snape precisasse se esforçar em relação a eles, pois, caso contrário, o rendimento escolar deles não seria o suficiente para passarem de ano.

Na frente estavam outros dois estudantes. Alguém com que Malfoy começara a se relacionar naquele ano. Alguns tendo tentado obter algumas possíveis informações sobre o que estava acontecendo. Interessando Malfoy que logo começou a formar algum relacionamento entre eles. O que viu que poderia ser lhe proveitoso, de alguma forma.

O primeiro aluno era o Theodore Nott, filho de um bruxo que conseguiu fugir de uma pena de Azkaban, da mesma forma que Lucius Malfoy conseguira; o garoto era um bruxo franzino cuja aparência lembrava um coelho. O outro aluno era Blaise Zabini, um filho de uma bruxa famosa por conta do destino terríveis que seus maridos acabavam tendo algum tempo depois do casamento. Alguns falavam que tudo era devido a uma maldição lançada por algum apaixonado que não aceitou a recusa da bruxa, talvez por ser pobre e não um respeitável bruxo puro-sangue. Outros teorizavam que a bruxa era uma viúva-negra que somente estava interessada em aumentar o capital da família, sendo o filho a única pessoa que ela realmente amava.

A mãe dele havia casado recentemente com o bruxo rico de uma das famílias consideradas puro-sangue. Uma que demorou algum tempo para ser adicionada ao relatório dos Vinte e Oito Sagrados, enquanto outras famílias foram retiradas – essas que acabavam sendo consideradas como uma 'grande vergonha' pelos que levavam a lista a sério e acompanhavam cada atualização que demorava algum tempo para acontecer. Um bruxo que, aparentemente, estava com sorte, pois, nenhuma doença estava afligindo-o, apesar de já ter se passado meses do casamento.

Primeiro o assunto da conversa dos estudantes foi os principais acontecimentos. Draco Malfoy conversava sem muita preocupação.

"Essa Granger teve muita sorte." Malfoy comentava. "Primeiro ela conseguiu evitar a morte, ficando petrificada com outros alunos da laia dela... Esse ano ela é quase envenenada, somente consegui se salvar porque tinha o Potter por perto."

"Ano passado ela também teve ajuda. Aquela monitora-chefe da Corvinal estava junto dela quando o ataque aconteceu." Comentava Theodore. "Parece que essa corvina está namorando o Percy Weasley."

"Então ela está namorando esse traidor do sangue... Não é nenhuma surpresa de ver as pessoas que essa família ficam se relacionando... Dois filhos tendo relações com pessoas que nem deveriam ter sido aceitas na escola caso o diretor fosse alguém parecido com o de Dumstrang. Uma combinação perfeita para ele... a única coisa que ele poderia conseguir."

"Também teve a aluna da Corvinal... Aquela Di-Lua Lovegood." Comentou Nott. "Ela também quase foi envenenada. Foi salva pelo vidente e um garoto que ninguém percebeu até então... por que alguém faria? Que relevância tem esse garoto?"

"Essa garota também é uma vergonha… o mesmo vale para o pai. São extremamente estranhos e não agem como bruxos puro-sangue. O pai fica publicando naquele jornal mequetrefe, desprezado por boa parte da comunidade bruxa…"

O assunto foi durando por mais alguns momentos. Depois a conversa ficou mais focada nos eventos noticiados no Profeta Diário da semana anterior.

O foco da conversa ficou completamente voltado para o que eles conseguiram saber. No decorrer daquela semana, já haviam comentado sobre as outras notícias que haviam sido publicadas. Sendo evidente que alguns comentavam a respeito da morte do ex-professor de Defesa contra a Arte das Trevas. Muitos preocupados sobre como a morte acontecera e outros afirmando sobre as consequências que tal evento teria nas festas de final de ano.

"Por que, tiveram alguma informação?"

"Sim... muitos estudantes estiveram nos estabelecimentos que teriam relação com o local descoberto. O que incluí mestiços, os quais têm contato com o mundo não-bruxo." Theodore falava com desdém. "De qualquer forma, consegui conversar com alguns deles... eles ainda conseguiam se lembrar desses estabelecimentos. Esses alunos admitiram que não ficariam surpresos se fosse confirmado de ter magia das trevas envolvida no estabelecimento."

Draco Malfoy riu daquela afirmação. "Que bruxo, em sã consciência, iria querer trabalhar num estabelecimento como esse? Deve estar no fundo do poço para tomar uma atitude como essa. Uma pessoa que deveria já ter sido expulsa do mundo bruxo e ter sua varinha partida ao meio."

"Conversei com eles, eles lembravam-se dos nomes dos proprietários dessa Fazbear." Continuava Nott a contar. "Essa dupla conseguiu muito dinheiro. Era considerada uma das empresas mais bem sucedidas por anos e eles, os empresários mais bem-sucedidos dessa mesma época. Esses alunos contaram que os nomes eram: Henry Emily e William Afton."

"Afton?" Malfoy recordava-se de ter ouvido esse nome antes. "Marcus Flint mencionou alguém com esse sobrenome?"

"Sim... o filho dele foi colega dele, foi sorteado para a Sonserina." Theodore fez uma careta. "Não sei o que o Chapéu Seletor pensou ao decidir a casa desse garoto. Pensei que a pureza de sangue fosse um elemento importante para parar na nossa casa."

"Um sangue-ruim na Sonserina." Malfoy mal conseguia acreditar nessa afirmação.

"Ele é um bruxo mestiço... o pai dele casara uma bruxa que fora responsável por fazer com que a família dela, Goldenstone, fosse retira da lista dos Sagrados Vinte e Oito." Explicava Blaise. "Durante um final de semana, fizemos uma visita até a sala de troféus. Verificamos as listas de Monitores e Monitores-chefes. Tanto Henry, quanto esse William, conseguiram tais cargos."

"Quais as casas que eles pertenciam?" Draco logo questionou.

"Henry Emily era da Lufa-Lufa enquanto o William Afton pertenceu a Corvinal..." Continuava Blaise. "Com isso, decidimos que deveríamos ir pesquisar mais um pouco a respeito. O que conseguimos."

"Conseguimos informações de que o senhor Emily tem descendência bruxa como também trouxa. O pai era trouxa e a mãe uma bruxa mestiça. Os pais do Afton não eram bruxo." Comentava Theodore. "Futuramente, pode ser que eu traga mais algumas informações. Como passarei o Natal em casa, bem provável que conversarei com meu pai a respeito. Considerando a época que eles ocuparam os cargos de monitores, bem provável que seja numa época em que meu pai ainda era estudante. Ele começou a frequentar Hogwarts no ano de 1937."

O loiro olhou para o seu colega, por alguns segundos; um olhar que lhe dizia: 'não sabia que seu pai era tão velho assim'. Após isso voltou a falar de tal bruxo. "Deveria ser um sangue-ruim por trás do que está acontecendo. Qual seria a outra explicação para esses monstros terem a aparência parecia com os seres que eram usados em restaurantes voltados ao mundo trouxa?" O jovem bruxo ria. O que era acompanhado por Crabbe e Goyle. "Pode ser que o meu pai também saiba alguma coisa..."

Malfoy parou de falar quando olhou para os rostos de Theodore e Blaise. A presunção e arrogância sumiram de seus rostos. Olhavam receosos entre si, sem falar nada. Visivelmente estavam temendo algo.

"O que aconteceu? Ficaram com medo?"

"Não me parece uma boa ideia insultar esse bruxo dessa maneira." Comentava Blaise. "Pelo que alguns comentavam, ele foi suspeito de sequestro de crianças e inclusive morte de alguns funcionários. Além disso, pelo que o Nott suspeita, ele também pode estar por trás do desaparecimento de alguns filhos de Comensais da Morte que estudaram na mesma época que ele."

"Zabini tem razão... não é uma boa ideia fazer isso com um bruxo suspeito de cometer crimes como assassinato, sequestro e sido mencionado em um comentário envolvendo tortura." Theodore falava. "Além do mais, provavelmente, ele tem controle sobre o eventos da escola... pode facilmente tentar nos envenenar ou mesmo mandar algum monstro nos atacar nos dormitório, ordenando para que a criatura nos faça em pedaços."

"Bem provável que ele vai querer nos fazer sofrer o máximo possível antes de nos matar." Blaise comentou, receoso. "Não duvidaria se ele conseguiria lançar alguma maldição imperdoável. Ele me parece que tem grande potencial em relação a esse tipo de magia que, certamente, teria usado para cometer os crimes e evitar, tanto as autoridades bruxas quanto as trouxas."

Draco ficou em silêncio após essa informação. O bruxo poderia usar as maldições imperdoáveis. Teria sido responsável por muitos crimes e alguns que aconteciam na escola. Um bruxo que conseguiu enganar o Ministério da Magia e evitar a prisão durante todos esses anos, nunca tendo parado de cometer crimes. "Ele não estará escutando. Como ele poderia estar?"

"Não tenho muita certeza disso." Theodere admitiu. "Você quer pagar para ver? Se acontecer alguma coisa é porque ele tem meios de saber o que acontece na escolar... de saber o que os alunos falam."

"Se acontecer, tenho certeza que seu pai não conseguirá intimidá-lo como fazer com muitos membros do Ministério." Blaise advertia. "Ele, me aparenta, sendo alguém que não se intimida facilmente. Ele não daria importância para pureza de sangue ou assunto assim… a preocupação dele seria apenas em matar e torturar."

"Não vai acontecer." O loiro repetiu. "Isso é praticamente impossível de acontecer."


Era de madrugada. Seria meia-noite, quando Draco Malfoy acordou repentinamente. Somente conseguia recordar-se que estava no meio de um sonho bom, apesar dele ser um pouco estranho.

A atenção dele voltou-se para o lado. Conseguia perceber que mais outros dois estudantes estavam acordados. Sendo, justamente, os colegas com que havia conversado durante aquela tarde. A fala de Theodore começou a ecoar na mente do jovem bruxo. Estava com receio de que o colega estivesse certo com aquele aviso. Um cenário que ele considerava muito desesperador, caso fosse verdadeiro; eles seriam atacados e deveriam lutar pela sobrevivência até às seis horas.

Ele não vira nenhum dos monstros, somente descrições. O que mais comentaram fora o do incidente que acontecera na aula de Defesa Contra a Arte das Trevas da Grifinória. Fazendo com que alguns alunos mencionassem que o professor não utilizaria alguma atividade envolvendo bicho-papão nos exames para evitar que algo similar acontecesse.

Os outros dois estudantes também estavam com medo. Theodore tremia de medo. Somente pensava que eles deveriam pegar suas respectivas varinhas para poderem lutar e enfrentar a criatura. Não teria como parar, somente atrasá-la tempo suficiente para saírem vivos e inteiros, de preferência.

Theodore foi o primeiro a se levantar e ir procurar pela varinha. Demorando algum tempo que fizesse aquilo. Blaise fez o mesmo que o colega, não demorando muito para que tivesse com a dele na mão. Os dois olharam para o único que não fizera aquilo.

"Malfoy, você quer estar indefeso quando for atacado?" Theodore questionou irritado.

O loiro começou a se mover após alguns minutos. Estava se levantando quando um estralo aconteceu, fazendo com que eles entrassem em pânico. O ataque começara de fato. Malfoy foi desesperadamente, mexendo nos próprios pertences, jogando os mais diversos objetos pelo chão. Demorou algum tempo até que estivesse com a varinha na mão.

"Cadê o monstro?" Perguntou Blaise. "Precisamos encontrá-lo. Certamente, deve estar aqui. Espreitando para poder nos atacar e nos matar."

"Lumos." Uma luz apareceu na ponta da varinha, iluminando aquele quarto. O feitiço estava mais fraco que o normal. Um terrível sinal, pelo que eles imaginavam. Fazendo com que ele tentasse esquecer-se dos presságios de morte que ele escutava de alguns alunos, especialmente os que eram muito viciados em adivinhação. Ele olhou para o teto, vendo que nada tinha nele.

Demorou um pouco até eles conseguirem encontrar. Não reconheceram o Monstro. Tratando-se de um que não aparecera até aquele momento. Era um coelho macabro. Ele possuía a pele coloração roxa, com a presença de algumas manchas avermelhadas pelo corpo. Tinha vários buracos pelo corpo, sendo possível observar a parte interna dele, tendo nela uma parte a qual aparentava ser vazia; uma parte que seria grande o suficiente para caber um ser humano. O rosto era algo que estava dando medo. Os dentes eram afiadíssimos. Os olhos eram verdes com um detalhe em vermelho perto da pupila. As orelhas estavam em terrível estado, com buracos e alguns fios aparecendo.

"Encontramos o monstro..." Pensava Theodore. O que precisamos fazer agora?!"

O monstro ficou parado, observando. O que durou alguns instantes até que ele decidiu partir para cima dos estudantes. Nesse momento Blaise lançou o feitiço, forçando que o Monstro recuasse por mais alguns instantes.

Draco Malfoy ficou somente observando. A vontade dele era simplesmente sair correndo. Desejava ter um lugar para poder se esconder daquele monstro. Contudo, infelizmente para ele, aquilo não seria possível. Teria que lutar ou tentar encontrar algum canto na sala comunal para ser o seu esconderijo.

"Vamos para a sala comunal!" Gritou Theodore, lançando outro feitiço, fazendo com que o monstro fosse jogado para trás. Conseguiram ouvir o barulho que seria de algumas cômodas quebradas e alguns pertences de algum estudante se espalhando pelo dormitório e sendo pisados e rasgados pelas garras das patas do monstro.

Os três dispararam pelas escadas, subindo em direção da sala comunal. Tropeçavam em alguns degraus, quase caíram. O desespero deles aumentava. Não estavam querendo ter o fim nas mãos daquele ser.

"Faremos o quê?"

"Temos alguns objetos..." Disse Theodore quando chegaram. "Podemos usá-los para atrasar o monstro e destruir alguns para distraí-lo."

"Por quanto tempo esses objetos vão durar?" Malfoy logo perguntou temeroso. Olhou ao redor, não conseguindo encontrar nenhum lugar em que pudesse se refugiar. Não poderia sair do salão comunal sem acabar tendo problemas.

"Faremos isso algumas vezes, mas, a maioria das vezes, dois de nós precisamos lançar o mesmo feitiço nele para ter mais efeito."

"Seria melhor o três. O que seria difícil de acontecer" Comentou Theodore, preparando-se para a criatura que estava se aproximando. O estranho era que eles não estavam ouvindo barulhos de passos vindo das escadas. Algo muito errado estava acontecendo.

Segundo depois, o monstro estava lá. Simplesmente surgiu na frente da porta de entrada dos dormitórios masculinos. "Ele pode aparatar?" Questionou-se Blaise.

As coisas foram seguindo-se tensas. Muitos objetos foram sendo quebrados pelo monstro que avançava e os bruxos lançavam feitiços para afastar o monstro. Ele olhava ameaçadoramente e soltava um rugido ou mesmo uma rosnada. Em alguns momentos, viram que ele tinha três fileiras de dentes, no total.

Não sabiam quanto tempo teria passado. Tinham a sensação de que foram horas.

"Realmente, essas criaturas são muito terríveis." Comentou Theodore. "Imagina como foi aquele urso e aquela marionete com tentáculos…"

"Melhor nem imaginar." Respondeu Blaise.

As coisas foram seguindo nesse ritmo durante bastante tempo. Os alunos sentiam o cansaço aparecendo, reclamando a noite em claro que estavam tendo. O que deixava a luta ainda mais complicada. As energias estavam diminuindo, assim como a concentração. Assim foi indo até que, aparentemente, o monstro desapareceu.

"Acabou?" Malfoy perguntou esperançoso.

"Bem provável que não, Malfoy."

Eles ficaram atentos. Theodore pensava a respeito do que poderia acontecer. Imaginando que o monstro poderia aparecer atrás de algum deles e assim matá-los com facilidade. Ele logo pensou que a primeira pessoa seria o Draco. Assim que ele olhou em direção desse bruxo, berrou:

"MALFOY!"

O monstro agarrou os braços do jovem bruxo, conseguindo erguê-lo como se o peso dele fosse nada. Draco olhava para as mãos que o segurava. Podia sentir as garras quase perfurando-lhe a carne. Nesse ponto, um membros superior dele abriu. O braço e antebraço de Draco foi sendo colocado dentro. Imaginavam que o mesmo poderia acontecer com o restante do corpo.

Blaise rapidamente lançou um feitiço que atingiu o monstro, fazendo desequilibrar um pouco. Momento que estralos estranhos aconteceram e instantes depois Malfoy estava urrando de dor. O braço dele estava sangrando, como se tivesse sido perfurado por algo que tinha dentro do montro.

O que poderiam fazer? Quanto tempo faltava para que aquele tormento terminasse para poderem levá-lo até a ala hospitalar e ter seus ferimentos curados?

As forças do loiro foram desaparecendo a medida que perdia o sangue. A varinha caiu de sua mão.

"Como vamos tirá-lo do Monstro?" Perguntavam-se os outros alunos. Não sabiam um feitiço que poderia fazer aquilo sem precisar machucar ou mesmo cortar o braço dele, podendo causar a morte dele.

Os dois ficaram sem saber o que fazer até o final daquele pesadelo tinha chegado. O monstro desapareceu e Malfoy caiu no chão.

Não demorou muito para que Crabbe e Goyle aparecessem e ambos ficaram assustados quando viram o estado que Malfoy se encontrava. Nott e Zabini pediu para que um deles levasse Draco até a ala hospitalar, enquanto ele e Blaise conversariam com o Monitor e depois passariam na enfermaria para saber sobre o estado do ferido.


"Pelas barbas de Merlin!" Exclamou Madame Pomprey quando viu os ferimentos no braço de Draco. Aquele era um dos piores que ela vira. Fazia com que o ferimento causado pelo hipogrifo parecesse o que equivalente a um arranhão.

Os colegas estavam evitando olhar enquanto a curandeira mexia o braço do colega. Era muito agoniante e desconfortável olhar para aquilo. Dependendo do ângulo, conseguiam ver algo branco nas feridas.

"O braço dele foi atravessado por várias pontas. O rádio, ulna e o úmero foram quebrados em diversos pontos. Farei o máximo possível para tentar curar essas feridas. Contudo, caso for preciso, terei de mandá-lo para o Hospital St. Mungo's."

"Isso será necessário?" Questionou Blaise. Tanto ele, quanto o colega, não conseguiam acreditar que a situação estava tão feia ao ponto da curandeira de Hogwarts ser incapaz de fazer muita coisa. O que dava calafrio nos estudantes. Eles não queriam saber sobre o que poderia acontecer em seguida.

Eles logo concluíram que não deveriam falar para ninguém sobre o que sabiam, como também não deveriam falar sobre o que acontecera entre eles.


Algumas horas mais tarde, Hermione estava conversando com os outros enquanto ela e Luna copiavam suas respectivas lições. Um assunto que os outros ouviam com atenção. Nenhum demonstrou muita preocupação com o que acontecera com Malfoy, mas, mesmo assim, um sentimento de medo estava presente.

"Ele foi mandado para o Hospital St. Mungo's por conta de algo que estava dificultando e muito a cura dos ferimentos. Pelo que eu ouvi" contava Hermione, recordando-se dos eventos do início daquela manhã de sexta-feira "o braço dele fora perfurado em vários lugares e os ossos foram quebrados em mais de um local."

"Dessa vez apareceu um monstro com springlocks?" Ron ficou surpreso. Além de monstros com garras e dentes afiados, agora poderia surgir monstros com esses mecanismos fatais. Um monstro que os colocaria dentro de seus corpos para depois os empalar, fazendo que ficassem agoniando por horas até morrerem. Tudo tendo um feitiço que poderia dificultar a cura ao ponto de ser impossível salvar o infeliz.

"O que deve ter acontecido? Mione, você ouviu alguma coisa?" Questionou Gina.

"Não." Hermione respondeu. "Eles evitaram falar sobre esse assunto."

"Não ficaria surpreso de ouvir que Draco insultou o criminoso pelo fato dele ser um nascido-trouxa..." Comentou Ron logo em seguida. "Ele não teria muito bom-senso de evitar esse comportamento."

Hermione também conseguia imaginar tal cena acontecendo. Algo que esses amigos acabaram participando, talvez, comentando maldosamente de outros assuntos o que incluiria a tentativa de assassinato. O que a deixava com raiva. Ela podia se ver dando um belo soco neles. Um assunto que deveriam evitar falar com os robôs, pois eles poderiam reagir de forma menos melhor que eles. Caso um deles socasse algum aluno, o estrago seria maior, especialmente se eles usassem bastante força.


Com o que acontecera com Malfoy, a casa da Sonserina mudou seu comportamento, o que perduraria por dias. Eles estavam com medo, muitos se perguntavam sobre o que Malfoy fez para que o ataque acontecesse.

Crabbe e Goyle permaneciam em silêncio. Não tinha mais o líder deles para que as provocações acontecessem. Além disso, também demonstravam certo receio com determinadas coisas. O mesmo acontecia com Theodore e Blaise.

Pansy também estava em silêncio com uma expressão de preocupação e tristeza. Ela ouvira dos colegas sobre a gravidade dos ferimentos e algumas descrições que causaram um arrepio na espinha da garota.

Com o passar do tempo muitos acabaram criançando as mais diversas teorias para tentar encontrar uma explicação sobre o que fizera com que Malfoy e os outros fossem os escolhidos para o ataque. Alguns mencionavam sobre uma tentativa de assassinato.


Seria no domingo quando Hermione e Luna deixaram a ala hospitalar. As duas se despediram. Elas foram caminhando em direção de suas respectivas salas comunais. Prontas para voltarem a frequentar as aulas normalmente. Ambas sabendo que o cotidiano não seria o mesmo enquanto o perigo pairasse no ar.


"Nott e Zabini, quero que os senhores fiquem após o término da aula." Disse Snape assim que a aula de poções terminara. Os dois jovens bruxos se entreolharam antes de ficarem ali enquanto os demais alunos saiam.

O Mestre de Poções não estava de humor bom, especialmente após receber a notícia do que acontecera com Malfoy e ele afirmar que o time deveria escolher um membro reserva para jogar no lugar do garoto. Com o hipogrifo, o braço ficara enfaixado por tempo considerável e agora que o ferimento era pior, tão ruim ao ponto de mandá-lo para o hospital bruxo.

"Sobre o que deseja falar, professor?" Questionou Theodore receoso.

De fato, o assunto seria sobre o ataque. Os dois narraram os eventos, omitindo várias partes, especialmente a do insulto. Quando terminaram, o educador tinha uma expressão no rosto que estava perturbando-os. Algo lhe diziam que ele havia descoberto, de alguma forma, quase como se ele pudesse entrar na mente de outras pessoas.

"Entendo." Respondeu Snape após alguns segundos. Podiam notar raiva na voz dele. "De qualquer forma, parece que Draco não foi muito sensato, tanto na escolha de palavras quanto nas próprias atitudes."

Os dois alunos engoliram seco. Agora, tinham certeza.

"Noventa pontos da Sonserina... Determinarei uma detenção para os senhores... uma detenção diferente será determinada para o Malfoy e ele cumprirá depois que voltar do hospital."

Os dois permaneceram em silêncio.


Não demorou muito para que o acontecimento repercutisse entre os alunos das quatro casas. Muitos estavam surpresos, afirmando que não conseguiam lembrar-se de algum momento em que Snape retirasse aquela quantidade de pontos da casa de uma vez e, ainda, ser por conta do comportamento de Malfoy e ainda dando detenção para alunos Sonserinos.

Muitos conversavam a respeito. Alguns alunos mais velhos, especialmente da Sonserina não estava demonstrando muita surpresa sobre o fato de Snape ter retirado pontos da própria casa, fazendo com que o nome de Jacob e Maya fossem mencionados algumas vezes durante essas conversas, assim como os problemas e terríveis acontecimentos que aconteciam naquela época.


Malfoy acordou. Estava deitado na cama. Ele olhava ao redor, vendo que os curandeiros de lá também estavam tendo extrema dificuldade para curar o ferimento. Como se tivessem colocado algum feitiço ou maldição que estava dificultando e muito o processo de cura e de cicatrização daqueles ferimentos gravíssimos.

O jovem bruxo estava melhor que antes. Algumas transfusões de sangue precisaram ser feitas por conta do sangramento. Encontrar alguém compatível foi um problema médio. Alguns tipos sanguíneos eram mais comuns em famílias puro-sangue. Não era difícil para o garoto imaginar que a mãe realizando uma doação como voluntária para poder salvar a vida do único filho dela.

Ele observou os ferimentos por alguns instantes. Eles continham formas muito estranhas. Não aparentava em nada com algum ferimento provocado por um ataque de alguma criatura, se o monstro recebesse tal classificação.

A atenção do garoto voltou-se para um jovem curandeiro. Aparentemente, ele deveria ter, aparentemente, vinte e poucos anos. Um rapaz de altura mediana. Cabelos e olhos castanhos. Era quem estava responsável por cuidar dos ferimentos, estando esse muito empenhado para conseguir curar o paciente.

Assim que perceberam que ele acordara, foram falar com ele. Deram algumas explicações sobre os machucados que realmente era um caso sério. A situação estava indo bem até que Malfoy perguntou sobre quem era o curandeiro.

"Prazer, senhor Malfoy. O meu nome é Sammy Emily e estou sendo o responsável de cuidar da sua recuperação até que o senhor possa voltar para a escola."

Os olhos do jovem bruxo se arregalaram, ele engoliu seco e seus lábios apertaram. O sobrenome dele era Emily? Um parente de um daqueles bruxos mencionados por Nott e Zabini durante aquela conversa?

"Você tem parentesco com o Henry Emily?"

O jovem olhou surpreso para Draco.