Por alguns instantes, Hermione ficou observando o interior da caixa. Primeiramente ela percebeu cadernos com capas de couros que continham uma numeração num canto e num outro estava escrito o nome 'Harold Max Mallory'.
Ao retirá-los, a jovem viu outros materiais que tinha ali, além dos diários. Tinha duas fitas as quais estavam marcadas com 'Treinamento de Springlocks 1' e 'Treinamento com Springlocks 2'. Uma atividade que não poderia fazer, necessitava de um tocador de fitas para isso. Uma atividade que ela reconhecia que seria tensa, ainda mais devido ao problema que estava na casa ao lado.
Sob tais fitas, havia a presença de vários recortes de jornais. Com uma olhada superficial, conseguiu reconhecer algumas das manchetes. Sendo eventos que estavam relacionados com a Fazbear. Enquanto outros eram notícias antigas.
O que ela faria primeiro? Ela imaginou que deveria começar com os diários de Harold, depois leria os jornais e, por fim, escutaria as fitas de treinamento.
Ela recolocou as fitas na caixa. Abriu o primeiro caderno e colocou na primeira página e começou a ler.
29 de junho de 1958
Acabei de completar onze anos. Minha festa de aniversário aconteceu, contudo, as coisas não foram bem como a minha mãe estava esperando, nem como eu estava esperando. Ganhei muitos presentes de aniversário, um deles é esse caderno que estou usando. Contudo, infelizmente, o principal presente que estava esperando não veio.
Durante boa parte de minha infância, escutei as histórias de meus pais. As que mais me chamavam a atenção eram da minha mãe. Gostava muito de ouvi-la... ela adorava contá-las para mim. Comentando sobre como foi a infância dela. A parte favorita dela, desse período, foi quando ocorreu a grande mudança, fazendo com que a vida dela não fosse a mesma.
Ela contou sobre, quando ela completou onze anos, recebeu uma visita inesperada. Uma pessoa que usava vestes extravagantes e estranhas. Alguém que se apresentou, informando que ela era uma bruxa e que tinha uma vaga em uma escola de magia. Minha mãe contou que ficou muito feliz. Uma notícia que demorou para os pais acreditarem, precisando que o bruxo demonstrasse magia para eles. Evento que fez a minha mãe ficar ainda mais empolgada com aquela novidade.
Ela contava um pouco sobre a história dessa escola bruxa. Fora fundada no século XVII por um bruxo, que estudou em Hogwarts e, depois de formado, tornou-se um alquimista. Ele comprometeu-se a montar a própria escola dele... uma que seria boa o suficiente para se manter durante vários anos. Uma na qual a alquimia faria parte do currículo, não sendo apenas uma matéria extracurricular, como aconteceria em Hogwarts.
Minha mãe comentava muito sobre como a escola funcionava. Possuindo um sistema de casa inspirado no de Hogwarts. Possuindo quatro casas. Cada uma tendo uma cor e um dos elementos. Uma é representada pelo elemento fogo, tendo como cor o vermelho. As outras são da seguinte forma: água, azul; terra, verde; ar, amarelo. Ela foi selecionada para a casa que tinha a terra como elemento. Sempre falando das características dos estudantes presentes em tal casa.
O que eu gostava de ouvir. Contudo, estou precisando encarar a realidade de que não herdei a magia da minha mãe e precisarei continuar frequentando a escola trouxa.
Minha mãe sempre teve esperanças de que a minha magia fosse se manifestar, uma hora ou outra... mesmo que de forma mais tardia, em comparação aos outros bruxos. Mesma esperança que eu tive durante esses anos.
Hermione ficou encarando o diário com surpresa. Mal começara a ler e descobriu que Harold não era um trouxa e sim um bruxo abortado. Conseguindo compreender mais sobre alguns comentários que ele fizera no passado.
"Não precisa se preocupar a respeito desses eventos extraordinários." Harold falava com o Sr. e a Sra. Granger durante uma das idas que eles fizeram à pizzaria. "Já vi isso acontecendo com outras crianças. Esperem... bem provável que a resposta aparecerá quando ela tiver seus onze anos."
Quando ela recebeu os cara de Hogwarts, eles ficaram felizes, mas não tão surpresos. Depois que o bruxo foi embora, eles mencionaram as falas de Harold. Os dois chegaram à conclusão de que o Sr. Mallory deveria ter algum parente bruxo. Agora sabia; a mãe que era uma bruxa nascida-trouxa que se casou com um trouxa e o filho acabou por não apresentar magia.
"Será que o filho dele é um bruxo?" Hermione perguntava-se. Ao mesmo tempo que uma preocupação lhe veio. Imaginava que o garoto receberia um tratamento que seria tão ruim quanto o que ela recebia. Os bruxos supremacistas não o considerariam como um 'bruxo de verdade'; Draco e companhia acabariam chamando o garoto de 'sangue-ruim'. Além disso, ele iria tornar-se um alvo dos Comensais da Morte.
Hermione continuou a ler as páginas daquele diário. Tinha muitas anotações a respeito do cotidiano dele, especialmente sobre alguns problemas que ele acabava tendo com determinados colegas. Não muito diferente do que acontecia em Hogwarts quando o assunto era os jovens que gostam de atormentar os outros.
Foi durante a década de 60 que Harold começou a frequentar um dos estabelecimentos da Fazbear. Visitas que eram contadas com detalhes. Descrevendo as apresentações de Spring Bonnie e Fredbear. Ao longo das anotações, foi mencionado o surgimento de todos os outros personagens... demorando anos para ter surgido os quatro personagens principais. Quase todos eram bem diferentes dos que Hermione conhecia; quase todos seriam de springlocks e coloração amarelada. Um padrão que prosseguiu até o surgimento de Freddy Fazbear, primeiro personagem a não ser dourado, chamando a atenção dos fregueses... anos mais tarde, Bonnie e Foxy foram reimaginados; o primeiro ficou roxo enquanto o outro foi colorido de um marrom-avermelhado, recebendo um gancho que substituiu sua mão direita... tais animatrônicos eram completamente robóticos. Os trajes de springlocks ficaram mais restritos aos personagens dourados.
A jovem bruxa estava gostando da mãe de Harold. Ela ainda tenta ajudá-lo ao máximo. Dando incentivo e ajudando-o a conseguir os sonhos dele. Ela manteve-se ao lado do filho, não deixando que a decepção arruinasse o relacionamento deles. Bem diferente do que muitos bruxos fariam quando perceberem que a magia não havia se manifestado no filho.
As anotações foram seguindo tranquilamente. Em determinados momentos a Sra. Mallory comentava sobre a sobrinha bruxa. Estando ela com notas muito boas e tendo esperança de que fosse conseguir um bom emprego no Ministério da Magia quando se formasse. Além disso, ela estava começando a namorar um colega que pertencia a outra casa. Um relacionamento sobre o qual ainda não tinha muitos detalhes sobre.
No sétimo mês de 1970, as anotações estavam consideravelmente mais tensas. A jovem bruxa ao ler alguns eventos logo soube que poderiam estar sendo relatados. Seria o início da Guerra Bruxa... os primeiros eventos que estavam sendo feitos por Comensais da Morte e outros aliados dele. Eventos que estavam deixando a genitora de Harold preocupada, com toda razão.
O que foi mencionado nas anotações de Harold em mais de um momento. Tendo ele tomado o máximo de cuidado. Temendo que algo pudesse acontecer tanto com ele e, principalmente, com a genitora dele. A leitura foi prosseguindo até as anotações de mês de setembro de 1970. Harold e a genitora foram convidados ao casamento da prima de Harold.
20 de setembro de 1970
Estava me preparando havia dias para o evento que aconteceria nesse dia. Contudo, ainda não estava muito seguro a respeito de ir à tal evento. O nervosismo e a apreensão ainda estavam presentes. Ser um dos convidados a um casamento, ainda mais nesse ano. Um terrível ano, especialmente por causa do que estaria acontecendo e as autoridades bruxas não estavam dando a atenção que deveriam. Até hoje, ataques aconteceram nesse ano numa escala maior que normalmente era. Trouxas e muitos nascidos-trouxas foram atacados. Inclusive muitas casas eram pichadas com 'sangue-ruim' ou 'ladrões de magia'.
Minha mãe estava querendo muito que tivéssemos presentes... Assim, precisamos sair bem mais cedo. Uma tarefa que acabou sendo um pouco mais complicada do que gostaríamos. Fizemos uma longa caminhada até onde a chave do portal fora colocada. Tocamos nela e esperamos alguns instantes até que fomos levados ao lugar da cerimônia. Tinha uma grande quantidade de pessoas ali... a família do noivo de Marceline. Nossa chegada acabou chamando a atenção dos presentes. Eu e ela acabávamos nos destacando entre eles, sendo um dos poucos ali que não tinha cabelos ruivos.
Conheci muitos bruxos naquela ocasião. Um dos primeiros que veio me cumprimentar foi o irmão de Percival, Arthur, que estava muito entusiasmado comigo, especialmente quando ele soube que eu vivia no mundo não-mágico. Ele estava acompanhado da esposa com quem havia se casado recentemente e ela estava esperando o primeiro filho.
A cerimônia aconteceu de maneira tranquila. Podia ver que algumas pessoas estavam chorando emocionadas. Algum momento de tranquilidade em meio aos eventos preocupantes. Um momento que pude aproveitar bem.
"A prima dele se casou com um dos tios de Ron." Não esperava que aquele amigo acabasse tendo relação com a família Weasley. Um assunto que poderia falar com Percy e Ron quando retornasse para Hogwarts.
Com o passar das anotações, Hermione chegou na parte em que começou a frequentar o consultório odontológico do Sr. e da Sra. Granger; tudo por conta de uma recomendação de um conhecido dele. Uma anotação que estava marcada em março de 1980. Com o passar do tempo, eles foram se tornando próximos.
Hermione foi lendo rapidamente. Muitas coisas foram acontecendo. No começo de 1981, ele casou-se com uma trouxa com quem estava tendo um relacionamento desde 1979. Uma cerimônia extremamente discreta, somente com membros da família presentes.
Meses mais tarde, ocorreu um dos piores momentos para Harold. O ápice da Guerra Bruxa estava chegando. Os genitores de Harold foram encontrados mortos. Um dos muitos ataques que Voldemort e os Comensais da Morte realizaram em tal período.
No mês de novembro daquele ano, descreveu as comemorações que os bruxos estavam realizando por conta da queda de Voldemort. Um momento de grande felicidade para ele.
Foi em junho de 1983 quando Harrey Mallory nasceu. O único filho que o casal viria a ter.
Demorou algum tempo até chegar nas anotações de 1984, época na qual ele começou a trabalhar na Fazbear. Mesmo ano em que ela começou a frequentar os estabelecimentos com alguma frequência. Encontrando-o, muitas vezes, fantasiado de Spring Bonnie.
Ela leu as partes que estavam envolvendo Harold trabalhando na pizzaria. Uma parte que ela vira que seria bem extensa.
2 de março de 1984
Estava lendo jornal quando vi o anúncio de que a Fazbear Entertainment estava precisando de apresentadores para animar as festas. Um emprego que, de tempo em tempo, tinha uma vaga aberta. Mesmo assim, ainda não era com muita frequência quando comparada com o de guarda-noturno.
Sendo esse último alvo de interesse das pessoas. Gerando as mais diversas boatos e lendas urbanas... algumas extremamente absurdas.
A mais absurda falava a respeito de que o lugar teria algum culto e os funcionários seriam os sacrifícios mensais deles. Uma história a qual não era levada a sério, virando uma espécie de piada. Sempre me perguntei como alguém, em sã consciência, acreditaria naquele tipo de boato.
Outros repetiam os boatos envolvendo possessão dos animatrônicos pelas almas das crianças. Fantasmas que, segundo eles, estariam sedentos por vingança. Atacando qualquer funcionário da Fazbear ou adulto que estiver no caminho deles.
O salário para fazer aquele papel de vestir uma fantasia, seja de Spring Bonnie ou Fredbear, era um tanto quanto baixo. A franquia, apesar dos lucros, estava querendo economizar com o salário dos empregados.
Um anúncio que terminava com o aviso de que a empresa não era responsável por qualquer mutilação ou desaparecimento que acontecesse com o funcionário.
Apesar de todos os poréns, algo estava fazendo com que ficasse inclinado em ter interesse nesse emprego... algo que, aparentemente, vai além de memórias e sentimentos bons da época que era apenas uma criança. Aparenta ter algo que está me dizendo que deveria aceitar o emprego… como se fosse uma decisão que deveria fazer… como se fosse algo predestinado a mim.
Pouco mais tarde, telefonei para o número indicado. Uma ligação que ocorreu muito bem. Logo fiquei sabendo que estava com uma vaga garantida na franquia. O que começaria já na segunda-feira.
5 de março de 1984
Não era a única pessoa que estava começando no estabelecimento, teriam mais outras três pessoas que também foram atrás da vaga de emprego como apresentador. Ao olhar para eles pude perceber que eles haviam sido fisgados pelo sentimento de nostalgia.
Fomos recebidos por um dos proprietários daquele lugar, sendo alguém que reconheci: William Afton. A aparência dele estava diferente da que eu recordava. Tinha a impressão de que algo negativo acontecera com ele. Aparentava que algo ruim teria ocorrido... algo que lhe afetou negativamente a saúde... o Sr. Afton aparentava estar mais magro e mais pálido que antes.
Ele sorriu, nos cumprimentando de modo extremamente afável. Naquele momento, tive um pressentimento de que aquela educação fosse uma fachada. Não sei o porquê, mas tive essa impressão. Por conta disso, senti como se aquele sorriso fosse forçado e havia algo naqueles olhos que me dava medo.
"Vocês utilizarão as fantasias que utilizam uma tecnologia exclusiva da nossa franquia." Ele explicava enquanto escutávamos com muita atenção. "A tecnologia de springlocks, o que vocês saberão mais a respeito quando escutarem as fitas de treinamento, foram uma das maiores invenções que eu e, meu parceiro, Henry, concebemos."
Um monólogo que durou pouco até que ele chamou outro funcionário. Aparentemente ele, aparentemente, tinha a mania de chamar os outros por apelidos.
"Brad, por favor, leve os novos funcionários para poderem ouvir as fitas de treinamento dos trajes de springlock. Depois, mostre o estabelecimento para eles estarem familiarizados com ele."
"Sim, senhor."
O tal funcionário estava usando o uniforme que todos os funcionários utilizavam. Uma roupa composta majoritariamente da cor roxa e algumas partes de preto (O que, por algum motivo me faz lembrar da vestimenta dos funcionários do Nôitibus Andante). Tinha a presença de um crachá dourado no qual estava escrito 'Bradley'.
Uma caminhada que durou pouco tempo, sendo levados a uma sala na qual tinha um tocador e duas fitas estavam próximas do aparelho. Estando elas marcadas, indicando a ordem certa que deveriam ser tocadas.
Brad colocou a primeira fita, demorando alguns minutos até que ela terminasse. Ele retirou e fez o mesmo procedimento com a segunda. Momentos em que todos permaneceram em silêncio. O clima de tensão predominava naquele lugar. Principalmente nas partes mais estranhas daquelas fitas.
Depois disso, fomos apresentados aos locais que apresentariam. Seriam nas salas secundárias que aconteciam festas e comemorações de aniversários de crianças e jovens que ainda gostavam mais de Spring Bonnie e Fredbear. Fomos informados de que iríamos andar ao redor das mesas; uma tarefa que considerei complicada, principalmente devido à periculosidade daqueles trajes.
"A diversão do cliente está em primeiro lugar." Pensei. "A segurança dos funcionários não está em algum lugar de importância."
Enquanto caminhávamos, pudemos ter um vislumbre de onde ficavam os personagens principais. Os outros novatos comentaram a respeito, tendo um deles mencionado sobre as primeiras versões...
Fomos levados para a sala que utilizaríamos para colocar e retirar os trajes. Ficamos parados enquanto encaramos a porta. A impressão que tínhamos dela já era negativa. Sentimento que piorou ainda mais com a apresentação feita por Bradley.
"Essa é a Saferoom, mas os funcionários a apelidaram de 'Sangratório'.
O local era bem diferente do restante do estabelecimento, sendo muito mais simplório. Alguns ainda comentavam sobre o fato dela não ter câmeras, perguntando se aquilo acabaria dando um local ideal para algum criminoso. Preocupados, efetuaram breves comentários acerca de alguns desaparecimentos de crianças que aconteciam com certa frequência.
As fantasias dos personagens foram divididas. Acabei sendo responsável por interpretar o personagem Spring Bonnie. O mesmo ocorrendo com outros. Sendo dois Spring Bonnie e dois Fredbear.
Foi uma surpresa ver que todos conseguiram utilizar aquelas fantasias. Elas aparentavam ser do mesmo tamanho, contudo, pessoas de porte físico diferente conseguiam usá-la.
Todos acabaram precisando de ajuda para poderem colocar a fantasia adequadamente pela primeira vez, o que foi extremamente complicado de se fazer. Demorando algum tempo até que tivéssemos nos ajustado no traje de modo que conseguimos nos mover. Brad teria muita experiência com os trajes, repreendia assim que visse que alguém estava cometendo algum erro. Ficamos fantasiados por alguns instantes até que os trajes precisassem ser removidos. O que também foi feito com a ajuda.
Tal experiência não foi confortável. Foi necessário que controlássemos a nossa respiração como também fazer movimentos lentos para evitar que alguma tragédia acontecesse, ainda mais que era o nosso primeiro dia na franquia.
Agora precisamos ser treinados para reproduzir as músicas que cantaríamos em cada uma das festas infantis que eram dadas. E, além disso, aprender a dançar enquanto estivéssemos fantasiados, uma ideia que me enche de medo.
O treinamento dos novos apresentadores foi acontecendo no decorrer dos dias. O que Hermione lia com interesse. Vendo que a coisa era bem complicada. Com o passar do tempo, Harold admitia que sentia mais segurança em vestir o traje. Imaginava que o medo iria diminuindo à medida que eles fossem ganhando experiência... percebendo que, em alguns outros apresentadores, aparentemente, o temor desapareceu.
Demorando algum tempo até que chegou a uma parte que aparentou promissora.
14 de março de 1984
Em determinado momento do dia, encontrei-me com outro empregado. Ele se apresentou como sendo Carl Roberts. Ele comentou que trabalha na franquia havia algum tempo.
Agora estava sendo um dos seguranças do período diurno. Antes ele trabalhara, por cerca de duas semanas, no período noturno. Algo que ele não queria ficar comentando muito. Evidentemente, fora uma experiência muito traumatizante.
A conversa não prosseguiu. Ele falou para nos encontrarmos depois do expediente para que eles continuassem a conversar. Concordei. Tinha um grande interesse de saber mais a respeito desse outro cargo que seria muito perigoso... talvez comentaria a respeito dos desaparecimentos e das supostas mortes que aconteciam.
A conversa que tivemos foi interessante. Um assunto que estava sendo deveras desagradável para o Sr. Roberts falar. Pedindo para não entrar nos pormenores... não querendo dar muitos detalhes do que ele presenciara.
Os relatos dele eram aterrorizantes como também extraordinários. De fato, teria conseguido fazer um feito ao sobreviver às investidas feitas pelos animatrônicos. Eles aparentavam que faziam um trabalho em conjunto... aparentava que eles sabiam que estavam em maior número, fato que eles tentavam usar a seu favor... contudo, não conseguiram obter sucesso, nesse caso.
A conversa foi prosseguindo. Passou algum tempo até que ela Chegou ao ponto sobre o qual queria conversar.
"Não sabemos o porquê, mas os animatrônicos tentam colocar a pessoa em um traje." Carl me contava. "Um que não foi projetado para que uma pessoa utilizasse... Bem provável que ela acabe morrendo, depois de agonizar por algumas horas."
Na Fazbear, não importava o horário do expediente, a morte sempre está à espreita. Sempre sendo uma morte extremamente dolorosa e lenta.
"Tem alguma explicação para o comportamento dos animatrônicos que não seja os boatos de que eles estão possuídos?"
"Tem, mas ela não é muito convincente." Carl abaixou o olhar. "Um dos responsáveis pelo treinamento dos guardas-noturnos acredita que pode haver alguma falha no funcionamento deles."
"Os responsáveis pela manutenção não conseguiram encontrar nada de anormal?"
"Não." Respondeu o outro. "Muitos começaram a acreditar e comentar sobre a presença de algo sobrenatural. Mencionando os boatos envolvendo o desaparecimento das crianças. Não acompanhou os jornais?"
"Sim." Respondi. Lembrava-me bem dessas notícias. De junho a agosto de 1983, cerca de cinco crianças foram dadas como desaparecidas. Duas garotas e três garotos no total. Sempre mencionando um funcionário que estaria usando uma fantasia dourada.
"Além disso, tiveram os caso envolvendo as marionetes... são comentados por pessoas que acreditam nessas lendas." Explicava Carl. "Primeiro foi o Puppet algum tempo após a morte de Charlotte Emily... O segundo animatrônico foi o Security Puppet que também começou a agir estranhamente depois do desaparecimento de um garoto, de nove anos, chamado Martin Mervin."
"Como ficaram sabendo a respeito? Quem foram as pessoas que perceberam e relataram que os animatrônicos não estavam agindo como deveriam?"
Carl ficou em silêncio por algum tempo. Pensando a respeito. Imaginava que ele poderia ter ouvido algum comentário a respeito do que acontecera naquela época.
"Algumas pessoas contaram-me sobre os eventos dessa época." Carl falava, pensativo. "A respeito do Puppet" ele continuou sério "disseram-me de que foi uma criança que relatou o comportamento anormal da marionete... era descrito que o jovem estava com muito medo, afirmando que ele podia ouvir uma voz familiar vindo do animatrônico.
"Você sabe o nome desse garoto?"
"Pelo pouco que sei, é Alfred. Ele foi um dos três garotos que fizeram uma brincadeira de muito mau gosto com a Charlie… o que deu uma oportunidade do assassino de matá-la. Já em relação ao Security Puppet, foi o Sr. Afton quem comunicou o comportamento. Ele queria averiguá-lo, por conta do que ocorrera com a versão anterior. Ele foi atacado pelo animatrônico... saiu disso com ferimentos leves..."
Hermione sentiu raiva ao ler tal parte. Uma desculpa esfarrapada que Afton usou para disfarçar o interesse dele. Sabia muito bem quais eram as verdadeiras intenções do monstro. Ele percebera o que poderia ter acontecido com o animatrônico, então repetiu o processo. Estava querendo ter uma oportunidade de verificar e observar os frutos dos experimentos macabros.
"O ano de 1983 foi considerado praticamente o pior ano." Falou Carl por fim. "O tanto de tragédia que aconteceu no mesmo ano."
"Você saberia alguma coisa a respeito?"
"Não muito." Admitiu o outro. "Aconselho a conversar com um funcionário que trabalhou na Fazbear's Family Diner no período diurno, durante esse terrível ano... essa é a forma de obter algumas informações. Você poderia conversar com Edward Draven que trabalha na franquia desde setembro de 1982. Ele também é um apresentador que interpreta o Spring Bonnie."
"Então foi assim que começou a amizade dele com Edward?" Pensava Hermione, virando a página. Tudo por conta da curiosidade que Harold tinha acerca do passado sombrio e terrível da franquia. Muitos eventos que Ed acabou, talvez, presenciando. Vendo as terríveis consequências ou atitudes que a empresa tomou para que tudo não caísse no conhecimento do público.
Com o passar do tempo, Harold foi conhecendo muitos outros funcionários que trabalhavam ali, mencionando muitos outros que trabalhavam em outros setores como também outros estabelecimentos os quais ainda estavam abertos.
Num dia, Mallory acabou tendo contato com um dos cozinheiros, Ronald Hobbs. Ele era um dos funcionários mais velhos da franquia, trabalhando desde que o primeiríssimo estabelecimento foi inaugurado; uma conversa na qual o Sr. Hobbs mencionou brevemente que muitas mudanças ocorreram ao longo daqueles anos. Outros comentaram a respeito desse cozinheiro, descrevendo-o como alguém arrogante, difícil de lidar que não consegue aceitar críticas em relação a suas habilidades com culinárias, julgando a si mesmo como o melhor cozinheiro da Fazbear.
Uma das seguranças, da parte da manhã, acabou tendo uma breve conversa com Harold, tendo ela o costume de ficar chamando-o por 'Harry'. Ela comentou bastante sobre o trabalho dela. Mencionando a antecessora dela que ocupou o cargo durante anos… pessoa essa que seria parente dela.
Outros novatos apareceram também, tendo este começado no mesmo dia que Harold. Primeiro foi outro apresentador chamado Jeffrey Park que apresentava com Fredbear. Apesar do medo, ele estava muito empolgado a respeito, tendo ele mencionado a primeira versão do personagem, descrevendo-a como 'macabra demais para crianças'.
Os outros dois apresentadores também apareceram em algum momento. Primeiro foi Victoria Throman; uma garota que apresentava Spring Bonnie como também Robert Steel. Dois empregados que, aparentemente, viviam discutindo sobre quem seria o melhor personagem: Spring Bonnie ou Fredbear. Uma discussão amigável que, aparentemente, nunca acabaria.
Numa outra parte, um sentimento desagradável aflorou em Hermione quando ela leu a parte na qual o Harold estava tendo o primeiro contato com um apresentador que atuava como o Fredbear nas festas. Um nome que ela logo reconheceu: Dillan Stone.
"Aquele vidente que ficou ajudando Afton a cometer os crimes." Pensou a jovem bruxa. Perguntava-se em qual momento teria ocorrido a morte dele. Uma morte que fora horrenda, contudo, não conseguia sentir a menor compaixão para com ele. Como? Com tudo que ela sabia sobre ele, era impossível sentir tal sentimento de saber que ele fora empalado pelas springlocks. Piorando ao saber que ele ainda estava no mundo dos vivos, causando problemas.
No dia seguinte, teve um breve encontro com Philip Guy, nome que já havia aparecido antes por conta dos empregados mais velhos que recordavam dele quanto ele frequentava o estabelecimento durante anos; um cliente extremamente fiel da franquia. Uma conversa bem amigável. Philip demonstrou muito gosto pelos animatrônicos e uma certa fixação pelo Foxy, o personagem favorito dele.
Havia se passado cerca de catorze dias quando ele se encontrou com Edward. Ela estava prestes a ler quando ouviu alguém chamando-a. Quando ela olhou para o relógio, teve uma grande surpresa. Horas haviam se passado e já seria hora do almoço.
Precisaria continuar a leitura mais tarde. Uma atividade que levaria bastante do tempo dela para conseguir ver tudo ou boa parte do que ele havia escrito a respeito daquela época.
