Teen Titans

Capítulo 3: Bandido:

Dois homens, usando chapéus de cowboy miravam-se em uma estrada. Mantinham suas mãos ao lado de suas armas, prontos para sacá-las em um duelo de saque. O sujeito de chapéu negro sacou mais rapidamente e disparou no peito do sujeito de chapéu branco. Ele cai ao chão. O sujeito de chapéu negro sorriu maldosamente. Ele virou-se para ir embora.

Súbito, o sujeito sente uma dor muito grande no peito. Ele leva sua mão até o lado esquerdo do peito. Ele sente sangue. Ele se vira. O sujeito de chapéu branco o olhava, com a arma apontada e o cano fumegando. Ele tira seu manto, revelando uma grossa placa de metal ao redor de seu peito.

-ok meninos, já chega, eu quero jogar videogame. - disse uma Sarah aborrecida.

Estamos na sala principal da T-Tower. Cole, Mutano e Ciborgue estavam assistindo um filme de faroeste da coleção de Cole. Sarah estava rondando o sofá de minuto em minuto, louca para jogar videogame contra o Ciborgue.

-ah qualé gata, deixa a gente terminar de ver o filme! - reclamou Mutano.

Sarah agarra Mutano pelo colarinho, aparentemente nervosa(só aparência...).

-por acaso, você acabou de me chamar de GATA? - disse ela furiosa.

-relaxa, vai ficar com rugas dessa forma... - disse Mutano, num misto de medo e riso.

Mutano é arremessado direto por cima do sofá indo parar no teto, por cortesia de um tremendo soco de direita por parte de Sarah. Ela volta a olhar para Ciborgue e Cole.

-alguém quer discordar de mim? - disse ela.

-não precisa cuspir a pimenta não mina... o filme já acabou. - disse um Cole distraído, enquanto retirava o DVD de dentro do console.

Ciborgue e Cole caminharam para ir embora da sala, deixando uma satisfeita Sarah jogando videogame, enquanto um nada feliz Mutano continuava com a cabeça presa no teto...

No salão de treinamento, Ciborgue se exercitava em sua máquina de exercício feita sob-medida para sua força de gorila gigante. O peso exato que erguia era de mais ou menos 950 quilos. Cole estava sentado ao lado dele, com um notebook ao seu colo. Ele pesquisava alguma coisa distraidamente respondendo as perguntas e conversa de Ciborgue.

-quantos quilos ce acha que eu boto agora? - disse Ciborgue, largando o peso com um alto som de metal caindo.

-uns 1000 quilos quem sabe? - respondeu Cole distraído, pesquisando em uma página de procura.

-não é pouco? - Ciborgue perguntou.

Ciborgue fez como o amigo indicou e colocou os pesos extras. Ele ergueu as mãos e segurou a barra. Ele logo teve que dizer:

-não é NADA pouco...

Num outro lado, Robin e Luiz observavam-se. Robin estava treinando Luiz em sua habilidade de combate desarmado. Como lição número 1 do treinamento, ele queria que Luiz aprendesse a não depender de seus poderes, pois esse poderia ser um grande defeito um dia. Robin posicionava-se com os pés separados, em uma posição de ataque do Karatê Shotokan. Luiz, por sua vez, movia-se nas pontas dos pés, mas sem sair da frente de Robin. Seus braços estavam postos perto ao peito, pronto para mexer-se. Luiz nunca tivera muito tempo para praticar artes marciais, portanto só conhecia alguns fundamentos básicos de Judô, o que Robin achava insuficiente. Neste primeiro treino, Luiz devia tentar derrubá-lo.

Luiz avançou, tentando agarrar o tecido do peito de Robin com a mão direita. Robin, prevendo esse movimento inicial, desviou sua mão com a mão esquerda que protegia seu peito. Luiz, por sua vez, conseguira agarrar a manga do braço direito de Robin. Tudo que precisava agora era agarrar o peito para executar o golpe que pretendia. Ele, entusiasmado, girou o braço direito em volta do esquerdo de Robin para escapar do desvio que ele fizera e agarra Robin pelo peito. Agora ele podia! Luiz girou sobre os pés, girando o punho direito, encaixando seu cotovelo na axila do braço direito de Robin. Então, com força, ergueu Robin do chão e o puxou com força para a frente, visando fazê-lo cair de costas no chão.

Infelizmente, Robin previra este golpe e impulsiona seus quadris para cima, fazendo com que caísse, ainda que de mal jeito, com os pés no chão. Ele então girou o corpo, visando re-estabelecer o seu equilíbrio. Luiz viu outra oportunidade surgir, e abaixou-se, atacando Robin com uma rasteira. Robin, pego de surpresa pelo golpe, tem seus pés varridos do chão. Em resposta, Robin apoiou-se com as mãos e ergueu seu corpo de volta em pé. Porém, Luiz já o esperava com o punho erguido ao lado do corpo. O jovem meta-humano reuniu toda a força que tinha e golpeia o rosto de Robin, derrubando-o no chão.

Robin ergueu-se do chão, apalpando o rosto com a mão. Ele parecia feliz.

-heh, devo dizer que estou impressionado. Aquele golpe que tentou aplicar foi um Ippon Seoi?

-sim.

-e também foi muito bem no resto da luta. Em uma luta de verdade, se algo falha, é importante estar preparado para improvisar. Para alguém que só fez Judô, você luta muito bem até. - disse o menino-prodígio.

-na verdade, aprendi a lutar em grande parte assistindo filmes do Bruce Lee... - respondeu Luiz rindo.

Do nada, um sonoro sinal de alerta foi ouvido. Robin e os outros correram para o salão principal. Estelar e Sarah, juntas á um Mutano ainda desorientado, observavam o monitor.

-quem é agora? - perguntou Robin.

-os sensores indicam que é um... - disse Mutano, checando os sensores.

-...ladrão comum. - completou Ciborgue, que tinha acesso online aos sensores.

-ah, isso é peixe pequeno. - disse Robin. - apenas um de nós vai. Os outros ficam para o caso de haver outra emergência. Quem vai?

-eu vou... - disse Cole.

-ok então. Boa sorte Cole.

-certo.

Cole rapidamente foi ao elevador, vestindo seu novíssimo uniforme colante azul marinho com botas prateadas e luvas negras. Em seguida colocou a máscara branca que completava o disfarce. Agora sim, Bullseye estava pronto.

Bullseye pegou a motocicleta de Robin emprestada e partiu para o local do crime. O local era o banco da cidade(sempre o banco...). Bullseye desceu da moto, entrando no banco. Ele não viu ninguém a princípio. Aparentemente todos os civis teriam saído correndo, á julgar que muitas bolsas e guarda-chuvas estavam caídos no chão. Ele caminhou pelo local, tentando encontrar alguma pista do criminoso.

-senhor criminoso? Que tal aparecer?

Em resposta, o criminoso saltou de trás do balcão de informações. Usava um longo casaco branco, por cima de uma camisa e calças negras. Seu cabelo era loiro e carregava um rifle PSG1 no braço direito, um rifle de primeira qualidade.

-é você o misterioso assaltante?

-isso mesmo. O nome é Rufus.

-Rufus, o famoso capo do crime. Já ouvi falar. Imagino que esteja a negócios, pois isso é um banco... - disse Bullseye sarcástico.

-boa tentativa. Na verdade, procurava por você...

-por mim? - disse o meta-humano surpreso.

-exato. Estive de olho em você. Gostaria de lhe fazer uma proposta de trabalho.

-ah é?

-é. Torne-se meu segurança pessoal e lhe oferecerei todos os meus recursos disponíveis para pesquisar uma cura para seus "amigos" transformados. O que me diz? É só assinar aqui... - disse Rufus, puxando um documento de dentro do casaco.

-eis minha resposta... - disse Bullseye, erguendo o dedo e disparando um tiro pequeno de energia no documento, triturando-o em pedaços. Rufus o olhava, falsamente decepcionado.

-oh bem, terei que fazer a oferta aos seus amigos quem sabe?

-isso é o que você pensa!

Bullseye disparou outro tiro, este visando os pés de Rufus. Ele surpreendeu-se ao ver os pés de Rufus transformarem-se em vários reflexos diferentes do mesmo par de pés. Rufus riu em zombaria. Bullseye carregou outro tiro e disparou para o peito de Rufus. Rufus saltou de um lado ao outro da sala, como se fosse feito de pequenos pedaços de sombra. Ele saltou para trás do balcão de empréstimos. Bullseye lentamente aproximou-se do balcão, carregando um tiro poderoso em seu dedo. Ele salta sobre o balcão e mira, pronto para atirar. No último segundo, ele pára.

Uma jovem, no máximo 13 anos, tremia de medo olhando para ele e o dedo brilhante com poder.

-n-não me machuque! Por favor! - implorou a jovem amedrontada.

-ei calma aí... - disse Bullseye, esticando o braço para acalmá-la.

-AHHHHH! - a jovem saiu gritando horrorizada, fugindo de Bullseye.

-EI! Espera moça! Eu não sou o bandido!

-pois parece... - ele ouviu a voz fria de Rufus atrás dele.

Bullseye nem pensou em olhar para trás. Saiu correndo, em direção á saída, mesmo tendo grande poder, ele ainda era um humano, com corpo de humano. Uma bala de verdade poderia feri-lo muito gravemente. Rufus ria maldosamente, disparando tiros aos pés de Bullseye. Finalmente, com esforço, Bullseye embarca na motocicleta e sai em disparado para a T-Tower.

Já na T-Tower, Cole tirou seu disfarce e subiu velozmente para contar aos outros Titãs o que havia acontecido. Assim que chegou, não viu mais ninguém além de Ciborgue, que estava sentado em frente ao computador, monitorando um mapa da cidade. Aparentemente, os outros estavam atendendo chamados de emergência.

-Cib, escuta só, ele...

-antes de começar a tagarelar, olha só isso aqui Cole. - disse Ciborgue, pressionando um botão no teclado. Uma foto de Rufus surge no monitor. - foi ele que te atacou?

-sim. O que tem?

-eu estava fazendo uma análise dos locais anteriormente "visitados" por nosso amigo "Al Capone". Veja só a última visita dele... - e ele aperta outro botão.

-Dakota... - murmurou Cole.

-A capital do Big-Bang... - disse Ciborgue.

-isso explica porque ele pode mover-se tão rápido! Ele é um Meta-Humano!

-isso mesmo. O poder especial dele é produzir projeções neuro-holográficas de si mesmo.

-repete no meu idioma se for possível.

-ele produz "sombras" de si mesmo quando se move, algo como se você enxergasse ele como uma figura manchada. Isso dificultará caso você tente disparar contra ele.

-entendo. Então como vou detê-lo?

-eu tenho algo aqui. - diz Ciborgue, puxando um tipo de capacete de dentro da gaveta. - é um protótipo de Sonar que eu inventei. Imagino que se funcionar, você captará quando ele se mover e poderá localizá-lo com perfeição.

-SE funcionar?

-protótipos são assim mesmo... eu vou com você por garantia.

determinado a acabar com isso, Cole vestiu seu uniforme mais uma vez e, junto com Ciborgue, embarcaram no T-Car, carro projetado por Ciborgue. O carro acelerou velozmente até o centro da cidade, onde Rufus tinha sido visto por último. Bullseye desembarcou, já com o Sonar acoplado á sua cabeça. Rufus apareceu logo em seguida. Aparentemente, andara fazendo alguns extratos, pois carregava vários sacos de dinheiro.

-ah, o menino sem pátria retorna... - disse ele sarcasticamente.

-vou acabar com você agora!

Bullseye ligou o Sonar e logo captou o sinal de onda de Rufus. Captou ele iniciando sua movimentação, acompanhou-o até o lado esquerdo de seu visor e ergueu o dedo, disparando na direção indicada. No último segundo, Rufus salta e desvia do tiro energético.

Ciborgue deixa seu posto de observação e salta para o ataque. Ele modifica o braço para módulo de disparo e mirou na sombra de Rufus. Ele dispara com potência mínima, pois não pretendia matar Rufus. Infelizmente, no exato momento que o tiro foi disparado, Rufus estava á frente de Bullseye, e o resultado foi que o capacete Sonar fora completamente destruído pelo disparo de Ciborgue.

-droga! - bradou Ciborgue frustrado.

-acabaram os truques magos de araque? - riu Rufus.

Bullseye permaneceu imóvel. O disparo de Ciborgue prendera o capacete em sua cabeça, e ele não conseguia removê-lo com as mãos. Ele permaneceu sem movimentar-se, dando uma chance para Rufus. Rufus posicionou-se ao lado do jovem Meta-Humano, apontando seu rifle para o peito dele.

-e aí? Vai me dar aquele seu super tiro? Ou vou ter que matar seus amigos como eu fiz com a vaca da sua mãe?

Bullseye tremeu de raiva. Ciborgue estava perplexo. Do que ele estava falando? Bullseye ergue sua mão esquerda, mirando para a frente, longe de mirar para Rufus. Rufus riu satisfeito.

-morra...

-eu acho que não!

Bullseye posicionou seu braço transversalmente ao braço esquerdo, disparando um tiro que foi voando no peito de Rufus e o arremessou longe, despedaçando sua arma. O meta-humano foi até Rufus, o dedo brilhando com muita energia. Rufus tremeu de medo. O pior lhe aguardava. Ciborgue parecia que ia ter um curto de tão nervoso. Bullseye ergue o dedo e dispara...

Rufus esperou a morte, mas não veio. Ele abre os olhos, e vê um buraco enorme á 2 cm de sua cabeça. Ele olha para Bullseye, que permanecia sério. Seu capacete havia estourado e seu rosto já aparecia, todo sujo.

-por que não me mata de uma vez?

Bullseye olhou para ele por um longo tempo, e finalmente disse:

-eu não sou o bandido...

Bullseye e Ciborgue lentamente saíram do local, deixando Rufus amarrado para que a polícia o encontrasse. No caminho de volta, eles conversavam:

-como você sabia onde que o Rufus estava na hora que o capacete te deixou cego?

-simples. A colônia francesa dele. É tão forte que eu pude senti-la de longe. Dizem que o mal tem cheiro ruim...

-e... e sobre aquilo da sua... bem... você sabe...

Bullseye de repente parecia ter perdido um pouco de vida em seu rosto. Ele falou:

-pouco tempo atrás, quando eu ainda morava em Dakota, antes de formarmos os Metavingadores, eu agia como herói sem a permissão de meus pais. Um dia, fui deter um assalto. Rufus era o assaltante. Minha mãe apareceu do nada, determinada a me fazer acordar para a razão e ver que eu não podia fazer essas coisas, pois era só um garoto. Rufus puxou a pistola de dentro do casaco e...

Ciborgue não continuou a perguntar. Ele tinha certeza agora que, Bullseye, Cole Myers, assim como tantos outros garotos, tivera a chance de fazer uma escolha que poderia ter salvo a vida de alguém querido. No entanto, Bullseye sabia que não podia mudar o passado, apenas trabalhar para o futuro. Ele acreditava nisso, e lutaria o quanto fosse necessário para que seu sonho se concretizasse e um dia sua mãe pudesse voltar a viver em um mundo livre da tirania do mal...

Continua...