Sonhando para viver
III – Qual sua maior loucura de paixão?
Quatre havia finalmente ido embora quando Duo pegou no sono. O loiro havia o levado para casa e o confortado até que ele, esgotado pelo dia dolorido adormecesse.
Quando a porta do apartamento se fechou com o médico saindo. Duo abriu os olhos. Já estava deitado, mas não levantou, sem forças ele apenas ficou ali olhando o ventilador de teto girar rítmico. Lágrimas silenciosas brotavam de seus olhos sem parar. Talvez fosse apenas seu organismo tentando expulsar aquela dor num desabafo solitário, mudo.
Duo pensava no ocorrido no bar e repensava, e todas as vezes que o fazia, via de vários ângulos diferentes e isso lhe magoava mais ainda.
De fato havia sido pego no contrapé. No ponto fraco, e justo no momento que abriu a guarda. Um golpe forte demais, até para ele, que era um sobrevivente.
As lágrimas não pararam, ferindo seus olhos belos de uma forma cruel espelhando exatamente como estava seu coração.
Uma noite mal dormida foi também a de Yui. Ele assistira ao espetáculo luxuoso do nascer do Sol. Mas o dia estava menos bonito, as lembranças dos olhos de Duo, feridos, o afetavam muito.
Mas o que ele faria agora? Tentava agredir Relena? O que adiantaria? Ela não ia mudar nunca. Tinha outra opção, a de ir atrás de Duo, bater na porta dele e se ajoelhar pedindo perdão, mas e se ele não quisesse nem mesmo olhar em seus olhos novamente? O que faria?
Heero não queria e não podia ver aquele olhar ferido novamente. Aquilo lhe machucava tanto, quem sabe tão mais que perder seu pai no leito do hospital.
-É igual. – Heero gemeu olhando o horizonte de altos e baixos da cidade. Ele acabara de assimilar que já conhecia essa dor. Era a mesma que sentira quando perdera o homem que lhe sorria toda a manhã... Agora era como se ele tivesse perdido alguém muito íntimo, alguém seu.
Mas Duo estava vivo. Seu pai não e nada que fizesse mudava isso.
Heero rumou para o banheiro. O espelho lhe dissera como estava abatido. Vencido. Como se tivesse sido atropelado pelo peso da morte outra vez.
-Ele... Não morreu. – Yui falou para si mesmo no espelho. Rápido ele arrumou metodicamente uma listra de creme dental sobre as cerdas da escova, abrindo a torneira passou rapidamente a escova sob a água a levando à boca.
-Mamãe me disse que eu não podia desenterrá-lo. Que ele jamais voltaria... Ela disse que para a morte o único jeito era o tempo que tornava a dor em saudades. – Yui pensava enquanto escovava os dentes. –Mas Duo ainda está vivo. Eu posso conquistá-lo. Posso ainda mostrar para ele que não sou um canalha... – ele sorriu para dentro e foi como se um raio de Sol o tivesse iluminado. E era estranho, afinal aquilo era ta obvio: lutar por Duo. Mas então porque não teve aquela idéia antes? Porque não foi atrás dele, e porque passou a noite rolando na cama, perdido nas lembranças daqueles olhos tristes de Duo? Se a resposta esteve sempre ali a sua frente?
Talvez fosse a hora de digerir a dor. Havia sofrido com Duo noite passada, mas era hora de pular e tentar agarrar com as mãos sua oportunidade. Brigar com gana por ela e se no fim Duo lhe negasse, ele teria ao menos tentado.
-Ele vai me ouvir... – Heero sorriu arrumando os cabelos. Sua aparência não era lá grandes coisas nessa manhã. Os olhos azuis estavam marcados pela noite mal dormida, o cabelo na sua cor marrom chocolate, hoje parecia mais desarrumado que qualquer outro dia, a barba estava por fazer, mas ele não ia perder tempo. Não podia perder nem mesmo um segundo.
Heero estava vivendo uma de suas paixões. Ele tinha a pressa que um tufão tinha. Urgência e excitação de arrombar a porta de Duo e dizer: dane-se ontem e todo o resto. Fica comigo.
Ele saiu apressado, quase correndo. Na verdade correu metido no meio da massa de gente seguindo para seus trabalhos. Mas parou bruscamente, ele não sabia o endereço de seu anjo manco. O que faria?
-Enfrentarei aquele loiro. – Heero pensou mudando de rumo. –Vai ser uma batalha, mas eu vou conseguir. – ele pensava enquanto corria na direção do hospital publico. Era segunda-feira, Quatre deveria estar de plantão numa hora daquelas.
Heero não se enganou. Quatre estava na área de recreação dos médicos tomando café com outros sorridentes colegas quando um alterado Yui adentrou como uma bala.
O loiro o olhou assustado. Heero estava esbaforido, suado, roupas tortas, cabelos assanhados. Parecia um paciente fugido da ala psiquiátrica, alguns dos colegas de Quatre olharam para porta imaginando que a qualquer momento algum enfermeiro viria atrás de Heero, mas os minutos se passaram e ninguém estava à busca de um paciente fujão.
-O que você quer aqui? – Quatre finalmente falou o olhando com raiva. Os colegas do loiro se calaram vendo que aquele rapaz de faces orientais era conhecido.
-Eu preciso explicar. – Heero quase grunhiu tamanha sua necessidade de provar suas boas intenções. –Não foi nada daquilo que você viu. – ele falou no mesmo tom excitado.
Quatre abaixou a cabeça sorrindo irônico e ignorando os olhares dos colegas que agora mudavam rapidamente de Heero para ele, pasmos. O sorriso do loiro se tornou uma carranca pálida quando este voltou a encarar o japonês
-Não quero ouvir suas explicações, Yui. Você pisou na bola! – ele se levantou espalmando a mesa de ferro. Estava tremendo.
Os colegas se levantaram se afastando um pouco. Uns estavam estarrecidos.
-Achei que ele estava com o Trowa. – um dos médicos resmungou para uma enfermeira gorda.
-Eu não sabia que tinham terminado. Mas o loirinho tem bom gosto, o japonês é lindo. – ela comentou para o rapaz que fez um ar de desgosto desaprovando a preferência pelo mesmo sexo.
-Quatre, Deixe-me falar. – Heero o olhou em desespero.
-Eu... Como você faz isso Yui? E vai falar o que? Como concordou com Relena? – o loiro o acusou.
-Não. Eu fiquei abalado... Apenas isso. Eu quero tentar de novo.
-Não! – Quatre bateu na mesa derrubando um copo descartável de café. Estava completamente descontrolado. Trêmulo. –Não. – falou baixo agora olhando em torno e vendo eu era alvo da atenção ali. –Suma da vida dele, Heero.
-Quatre. Eu quero o Duo. Quero ficar com ele... Dar carinho. Participar da vida dele... – o japonês estava pálido. O que faria para o loiro entender isso?
-Duo é um vencedor, Yui. Ele viu a morte de perto e passou por ela. Mas isso lhe custou à vida das pessoas que ele amava. Custou-lhe o sonho de andar normalmente e demorou muito tempo para eu ver aquele menino sorrindo de novo. Ai vem um idiota como você, que nunca teve que enfrentar dificuldade nenhuma e o humilha, como se todo o esforço que ele fez fosse uma maldita piada. – Quatre falou baixo, mas tão nervoso.
-Eu sei o que é perder as pessoas que amamos... Eu tive que superar tudo isso também... – Heero se viu falando. –Mas não vou ficar aqui e me fazendo de coitado. É a vida e isso é normal... – ele falou.
-Você é um idiota digno de pena, Yui.
-Não me interessa sua opinião cética. – Heero o olhou agora tornando o desespero em raiva. Quatre tinha que lhe falar o maldito endereço. –Droga! Eu estou apaixonado por ele, Quatre. – Yui tentou ainda.
-Eu não acredito na sua paixonite de verão, Yui. – o médico o olhou com desprezo.
-Não era você que tinha que acreditar... Era para ele acreditar nisso. – vencido o japonês se afastou. Todos o olhavam. Ele girou sem órbita, as mãos grandes de dedos grossos escovaram nervosamente os cabelos. –Duo vai saber que eu o amo. – ele voltou a falar para o loiro saindo. Mas estava ligeiramente descontrolado. –Eu vou descobrir um jeito de encontrá-lo. – o japonês deu meia volta falando para os médicos e para o loiro.
Duo estava no hospital naquela palestra. Ele lembrava, foi a primeira vez que haviam se visto.
-Onde fica a ala dos ortopedistas? Onde fica? – Yui perguntou transtornado, mas não houve resposta. Por alguma razão as pessoas estavam com medo dele. –Encontro sozinho. Eu vou falar com Duo nem que tenha que ficar dia e noite nesse maldito hospital. – ele gritou.
O intento de aguardar no hospital ia falhar, uma vez que os seguranças o expulsaram, por fazer arruaça. Ele ficou na calçada, sem rumo.
-Merda! – Gritou chamando a atenção de quem passava. Estava agindo como um louco. E não era um louco. Era só um homem apaixonado. Assim... Sem chão ele se sentou na calçada. Só queria ver Duo e dizer as palavras que seu coração agora gritava explodindo dentro de seu peito.
Veio a noite e veio a chuva. Yui se manteve sentando ao relento a espera de Duo.
Trowa estava em casa quando Quatre entrou.
-Oi, amor. – ele sorriu agradável.
-Olá. O que veio fazer aqui? Agente não tinha combinado nada... – Quatre o beijou.
-Eu sei, mas, minha geladeira pifou... Descobri isso quando cheguei do trabalho hoje e decidi vir. – ele falou fazendo uma massagem breve nos ombros no loiro. –Não fiz bem? – perguntou inseguro.
-Fez sim, claro. – o médico sorriu. – Como foi seu dia? – perguntou.
-Heero que não foi trabalhar hoje. Liguei para o celular, deixei recado... Até no apartamento dele eu fui, mas o porteiro falou que tinha saído cedo e parecia perturbado. – Trowa comentou agora indo para a cozinha, havia deixado jantar no fogo.
-Trowa. Sei que ele é seu amigo, mas esse rapaz tem problemas sérios. – o loiro comentou o seguindo ate a porta do aposento.
-Heero é a pessoa mais sensata que eu conheço, amor. – o programador falou abrindo uma das panelas. –Porque acha isso? Aquilo foi um mal entendido. – completou se referindo ao episódio no bar.
-Ele foi ao hospital hoje pedir o endereço de Duo. Deu um escândalo lá. Ele estava louco, Tro. Descontrolado... – o loiro falou se sentando à mesa.
Trowa suspirou cansado fechando a panela e apagando o fogo.
-Heero só age assim quando está apaixonado. Ele não é louco é só um romântico de carteirinha. – Trowa falou se aproximando do namorado. –Ele age assim quando alguém o impede de ser um romântico, jóia. – falou se abaixando junto do outro rapaz. –Ele não vai descansar enquanto não falar com Duo.
-Eu sei. Ele ficou lá o dia inteiro... Avisei a Duo para não ir ao hospital enquanto ele estiver lá. – Quatre informou. – E se você disser o endereço de Duo a ele... – foi um tom de ameaça.
Trowa negou a atitude com a cabeça, Quatre não sabia com quem estava lidando, Heero jamais desistia quando estava apaixonado. Ele era capaz das mais alucinantes proezas.
Assim ocorreu. Yui sabia que um dia o trançado tinha que aparecer e não tinha pressa. Por mais louco que pudesse parecer ele montou um pequeno acampamento ali mesmo na calçada. Não estava fazendo nada demais e por isso os seguranças não podiam tirá-lo dali, embora muitos o olhassem com cara feia.
Depois de dois dias montando acampamento na frente do hospital ele decidiu inovar. Pela madrugada havia voltado para casa, tomado banho, se alimentado e voltara com uma cadeira de praia pela manhã. Um embrulho com um sanduíche, o celular e seu laptop.
Estava pronto para trabalhar e ignorando alguns que sempre diziam que a programação era uma prática que exigia concentração ele ficou ali, sentando trabalhando no micro. Quando terminou de resolver o primeiro formulário de seu programa uma idéia lhe passou pela cabeça, e se Duo tivesse passado por ele enquanto estava ali entretido no trabalho?
Nervoso olhou em volta, mais adiante havia uma senhora com um gorro encardido na cabeça. Ela esteve ali desde o dia que fora naquele hospital pela primeira vez. Vivia naquela calçada, havia uma bengala e uma mão estendida pedindo qualquer ajuda.
Heero se perdeu na imagem da senhora, tinha idade para ser sua mãe. Seu coração não deixou de se compadecer, mas logo estava de volta sua idéia fixa e encontrar Duo.
-Ei, Dona. – ele falou para a senhora.
-Que é? – ela o olhou intrigada. Desde que o garoto havia montado um posto de trabalho ali ela esteve curiosa.
-Acaso viu passar um rapaz que manca dessa perna? – apontou a perna na qual Duo tinha a deficiência. – Têm um rostinho infantil, olhos de cor estranha, quase violetas, e um cabelo marrom numa trança longa. – ele falou, de fato, Duo era alguém muito peculiar.
Ela apenas sorriu ajeitando a bengala ao lado do corpo. Os olhos cor de mel num rosto envelhecido e carrancudo lhe encararam o avaliando por um breve instante. –Não vi. – ela falou. –Não lhe diria se visse. – sorriu.
Heero a olhou sem entender. –Porque não? – perguntou quando num assovio infantil.
-Não fui com sua cara. – ela sorriu de novo. Implicante.
-Eu... Nunca lhe fiz nada, senhora. – Yui se queixou.
-Por isso mesmo. Nunca me deu uma moedinha sequer... Pão duro. – ela mais parecia uma criança sapeca.
-Posso pagar por essa informação... – ele estreitou os olhos, mas a senhora não mudou a expressão. Ela não abriria a boca. –Desisto. Eu só quero olhar naqueles olhos roxos, pegar nas mãos dele, e dizer como o amo. Pedir perdão. E pedir para ele dividir a vida dele comigo, sendo meu apoio nas horas ruins, meu amigo e companheiro nos momentos bons. – um ar romântico e sonhador tomaram o rosto bonito do japonês.
-Por que não diz isso a ele? – ela lhe perguntou. –Duo merece ser amado. – a senhora falou.
Heero piscou. Ela o conhecia.
O japonês fechou o laptop e mudou sua cadeira de praia para o lado dela.
Assim passou a tarde conhecendo um pouco mais de Duo. Entendera que ele um garoto daqueles que qualquer um parava para sorrir na rua. Na escola, tinha aquele imã que atraia todos a sua volta. Um sorriso humano e verdadeiro. Cedo, conhecera as quadras de basquete e dentro delas era um líder, uma promessa para o futuro.
-Duo era a alegria em pessoa, meu jovem. O sorriso dele tinha aquela força que faz agente levantar da cama, bater a poeira e ter vontade de seguir adiante. – ela falou sonhadora. –Um dia. Seus pais o levaram ao jogo, final do campeonato infantil de escolas. Duo jogou muito bem, como sempre. Estava feliz quando voltou para casa. – a senhora contava. –Na estrada um carro perdeu o controle... Infelizmente o pai de Duo nada pode fazer... Ele me contou isso aqui mesmo nessa calçada. – a velha explicava.
Heero a olhou com pesar. Sentiu em seu coração o baque. Duo era feliz de uma forma gostosa. Aquele tipo de felicidade que se quer para sempre. A velha contou os detalhes do acidente. Que Duo vira os pais darem o último suspiro ainda dentro do carro. Quando foi retirado das ferragens estava com vida. Mas não piscava, não reagia.
-Entrou em coma... Quando finalmente acordou não tinha mais o sorriso de antes. – ela falava. –Foi como um vento forte que arrastou a alegria dele. Disseram que jamais andaria... Mas nunca vi tamanha garra e dedicação... Um exemplo de vida. – emocionada a senhora contava. –Disseram que ele jamais conseguiria se equilibrar nas duas pernas. Mas ele voltou a andar... Cheguei a vê-lo chorar feito uma criança nas fisioterapias, queria voltar a andar... Eu via pelo vidro lá de trás... Eu gostava muito de ver a garra que ele tinha. – um sorriso nasceu nos lábios murchos dela.
-Duo... Que garoto forte. – Heero falou sonhador. Estava cada vez mais apaixonado.
-Muito. Ele nunca voltou a caminhar aprumado, mas conseguiu mancar. Andar com as próprias pernas, jovem. Sem apoio de ninguém ou desse pedaço de madeira. – ela lhe mostrou a bengala. – é um grande feito para alguém que não conseguia sustentar o corpo. – a senhora olhou para a pista movimentada. Voltando a olhar para Heero quando um transeunte deixou uma moeda em seu pote num sonoro tilintar de metal contra as poucas moedas espelhadas num fundo do recipiente.
-Ele é mesmo um vencedor. – Yui comentou ligeiramente emocionado.
-Jovem. Duo venceu a morte, venceu a opinião dos médicos, mas ele tem algo que a sociedade não gosta. Ela tenta esconder o que é diferente dos padrões. Tenta reprimir idéias diferentes, apenas porque não consegue compreender. Duo faz parte disso... Ele é isso. Acha mesmo que vai conseguir dar apoio a ele. – sábias palavras. Séria ela passou a encarar aqueles olhos azul turquesa de Yui.
-Acho que a força de um amor verdadeiro tudo pode. – ele falou com verdade.
-Vejo que é um romântico incorrigível. Infelizmente, meu caro. O amor é bonito, mas um sentimento que sucumbe com o tempo... Com as dificuldades.
-Não o meu. – Heero falou certo disso. Agora que sabia quem era Duo ia tentar custasse o que custasse.
-Claro. Então... – ela sorriu olhando com gosto dentro dos olhos. –Minha cor predileta... Azul turquesa. Gostaria de usar um vestido de cetim azul turquesa no aniversário de namoro de vocês. – ela sorriu voltando à atenção a uma mulher gorda e bem vestida lhe pedindo um trocado.
Uma semana e nada de Duo. Yui não desistiu. Mantinha-se ali, indo em casa apenas nas madrugadas para dormir e cuidar da higiene, dormir um pouco.
Numa tarde de sexta-feira Trowa, muito comovido com a paixão de Heero ligara para Duo e lhe dissera que ele estava à porta do hospital há quase uma semana. E pedindo que apenas ouvisse o que o amigo tinha a dizer.
Quando o trançado desligou o telefone, não soube o que pensar. Seu coração queria ir até lá, mas o medo de sofrer o impediu.
Duo era forte, mas não sabia se uma dor de amor seria aceita por seu coração já tão machucado pelos pesares da vida. Ele se jogou na cama chorando depois daquela ligação. Não ia lutar por Heero, não queria sofrer.
Apenas na segunda semana Heero entendera que o rapaz não ia vir até ter certeza que estava livre de um encontro com ele. Por isso, cabisbaixo deixara seu posto. Abandonando a luta ele se retirou. Talvez Duo não fosse para ele... Apenas isso.
Somente quando Quatre certificou que Heero havia ido embora, dois dias depois, que Duo voltou ao hospital. Mas ele estava triste com tudo aquilo.
Mancando desceu do ônibus esperando para atravessar na direção da calçada do hospital. Quando finalmente o sinal ficou verde ele caminhou de forma lenta e trôpega.
Já na calçada perdeu uns minutos conversando com a senhora, tão simpática, que lhe contara sobre Heero e que devia dar uma chance para o oriental, mas o trançado apenas sorriu pedindo licença e na sua marcha caminhou para a porta do hospital.
Antes que pudesse entrar alguém lhe puxou com certa violência e ele se voltou para encarar a pessoa.
-Heero? – Duo falou espantado. Mas ele tinha ido embora. Tinha desistido.
-Eu amo você! – Yui falou quase num grito.
Vem o vento sopra as folhas secas caídas, vem a brisa... nua, crua.
Raios de Sol e de vida, sofrida.
Passos e paços... tudo de areia e de vento.
Vai a pomba embora, cruzando o ceu do horizonte infinito.
Agradecendo aos review.
Hina
