Parte 2
- Ajudem! Ajudem! – A mulher gritava para o grupo de caçadores próximo da floresta.
Eles se aproximam, olhando o corpo da mulher ruiva na beira do lago, esta usava uma roupa de couro preta, os cabelos eram curtos e a face pálida. Um dos homens sente o pulso da mulher e fala:
- Está fraco, temos que levá-la para o senhor Stevenson, ele saberá como tratar dela.
- Será que ela se afogou quando a represa estourou? – Pergunta a mulher preocupada.
- Certamente, muitas pessoas que moravam por aqui tiveram suas cabanas inundadas, o senhor Stevenson sempre avisou que aquela barragem era antiga e mais cedo ou mais tarde não agüentaria, mas não quiseram escutar. Ainda bem que a encontramos. Mas vamos levá-la logo! – Fala o outro homem, colocando a arma nas costas e já se preparando para carregar a mulher.
O senhor de cabelos brancos e longos assim como a barba, abre a porta para os dois homens e a mulher que entravam carregando a moça desmaiada.
- O que houve, meus amigos? – Fala com a voz preocupada e terna.
- Acompanhei o Martin e o John na caçada, aproveitaria para lavar a roupa no lago, até que encontrei essa moça, estava desmaiada na margem do lago. – Fala a senhora apreensiva.
- Meredith nos chamou, vimos o pulso dela, está fraca, acho que se afogou. – Explica John.
- Mas a represa se partiu a dias, ela poderia estar morta. – O homem fala impressionado.
- Talvez não tenha se afogado, talvez o frio a tenha deixado assim, ainda teve algumas nevascas nos últimos dias, senhor. – Meredith fala lembrando-o.
- Pode ser uma possibilidade. Vamos colocá-la na cama. – Fala Stevenson.
Os homens carregam para cama, enquanto o senhor de idade a examina enquanto fala:
- Meredith, minha cara, traga uns cobertores que tem ali no armário, precisamos aquecê-la. E rapazes, minha idade não me permite tanto assim, então se pudessem conseguir lenha para esquentar essa moça, ser-lhes-ia muito grato. – Fala o senhor de forma educada.
Eles se afastam rapidamente, fazendo o que lhes foi pedido.
O homem coloca a mão sobre a testa da mulher, fecha os olhos, depois os abre e acaricia o seu rosto, olhando-a ternamente e com cuidado.
- Minha cara, agora está em boas mãos, ajudaremos você. Algo me diz que muitos a procuram, mas também não é hora de você aparecer. Pois nada acontece por acaso, e as vezes os fins justificam os meios, por mais dolorosos que estes sejam, mas as vezes tudo é apenas questão de aparência.
